




























































































Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
Livro de introdução a análise real
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
Oferta por tempo limitado
Compartilhado em 01/09/2019
4.5
(2)1 documento
1 / 273
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
Em oferta
a
A nossa motivac¸ ao para escrever este texto nasceu no˜
segundo semestre do ano letivo de 2003 quando ministramos,
pela terceira vez, a disciplina Introduc¸ ao˜ a` An alise no Curso´
de Licenciatura em Matem´atica da Universidade Estadual da
Para´ıba. Essa disciplina e oferecida para os alunos do´ ultimo´
ano do curso, quando estes j ´a est˜ao praticamente prontos
para o exerc´ıcio da profiss ao de professor, tendo adquirido um˜
senso bastante cr
ıtico para a leitura de textos de Matem
atica
e, por conseguinte, passam a, aparentemente, apresentar al-
guma dificuldade no aprendizado do asunto a partir dos textos
comumente utilizados. N´osj´a t´ınhamos uma longa experiˆencia
no ensino de An alise Real para cursos de Bacharelado em´
Matem´atica em outras universidades e sempre adot´avamos os
textos conhecidos na literatura sobre o assunto publicados no
Brasil.
Quando passamos a ensinar no Curso de Licenciatura em
Matem atica da Universidade Estadual da Para´ ´ıba, cujo projeto
pedag´ogico prioriza fortemente a formac¸ ao do professor, sem,˜
contudo, negligenciar o rigor na apresentac¸ ao e desenvolvi-˜
mento dos conte udos espec´ ´ıficos de Matem atica, passamos a´
observar que os textos usuais da literatura n ao contemplavam˜
esta perspectiva e residia a ´ı a aparente dificuldade no apren-
dizado encontrada pelos estudantes. Sentimos, ent ao˜ , a aus enciaˆ
na literatura de um texto introdut orio de An´ alise Real que, ao´
mesmo tempo em que apresentasse o assunto com o rigor
nescess ario para a transmiss´ ao das id˜ eias, utilizasse uma lin-´
guagem leve e dialogada de tal modo a estimular o estudante
do ultimo ano do Curso de Licenciatura a´ aprender para en-
sinar An ali´ se Real. Este e, portanto, o objetivo deste texto o´
qual cobre todo o material de um primeiro curso de An alise´
Real a ser ministrado no ult´ imo ano da graduac¸ ao.˜
A primeira edic¸ ao˜ deste livro alcanc¸ou um relativo sucesso,
tendo sido usado como texto b as´ ico ou como texto de refer enciaˆ
em disciplinas introdut
orias de An
alise Real tanto em cursos
de licenciatura como em cusos de bacharelado em Matem atica´
e, tamb em´ , em cursos de nivelamento para ingresso em Mestra-
dos em Matem atica de diversa´ s universidades brasileiras. A
todos os colegas que adotaram o texto os autores agrade-
cem, n ao˜ s o pelas mensagens de est´ ´ımulo a uma segunda
edic¸ ao, mas, principalmente pelas v´˜ arias sugest˜oes encamin-
hadas, tendo sido acolhidas e incorporadas neste nesta se-
gunda edic¸ ao todas aquelas que, na opini˜ ao dos autores, con-˜
tribuiram para o aperfeic¸oamento da apresentac¸ ao dos assun-˜
tos, dentro da filosofia do texto destacada no pref ac´ io da primeira
edic¸ ao.˜
diversos cursos de Matem ati´ ca nossa motivac¸ ao para es-˜
crever este texto nasceu no segundo semestre do ano letivo
de 2003 quando ministramos, pela terceira vez, a disciplina
Introduc¸ ao˜ a A` n alise no Curso de´ Licenciatura em Matem´atica
da Universidade Estadual da Para ´ıba. Essa disciplina e ofer-´
ecida para os alunos do ´ultimo ano do curso, quando estes j´a
est ao praticamente prontos para o exerc˜ ´ıcio da profiss ao de˜
professor, tendo adquirido um senso bastante cr ´ıtico para a
leitura de textos de Matem atica e, por conseguinte, passam´
a, aparentemente, apresentar alguma dificuldade no apren-
dizado do asunto a partir dos textos comumente utilizados.
N os´ j a´ t´ınhamos uma longa experi encia no ensino de Anˆ alise´
Real para cursos de Bacharelado em Matem´ atica em outras
universidades e sempre adot ava´ mos os textos conhecidos na
literatura sobre o assunto publicados no Brasil.
Quando passamos a ensinar no Curso de Licenciatura em
Matem atica da Universidade Estadual da Para´ ´ıba, cujo projeto
pedag ogico´ prioriza fortemente a formac¸ ao do professor, sem,˜
contudo, negligenciar o rigor na apresentac¸ ao e desenvolvi-˜
mento dos conte udos espec´ ´ıficos de Matem atica, passamos a´
observar que os textos usuais da literatura n ao contemplavam˜
esta perspectiva e residia a
ı a aparente dificuldade no apren-
dizado encontrada pelos estudantes. Sentimos, ent ao˜ , a aus enciaˆ
na literatura de um texto introdut´orio de An´alise Real que, ao
mesmo tempo em que apresentasse o assunto com o rigor
nescess´ario para a transmiss˜ao das id´eias, utilizasse uma lin-
guagem leve e dialogada de tal modo a estimular o estudante
do ultimo ano do Curso de Licenciatura a´ aprender para en-
sinar An ali´ se Real. Este e, portanto, o objetivo deste texto o´
qual cobre todo o material de um primeiro curso de An alise´
Real a ser ministrado no ult´ imo ano da graduac¸ ao.˜
Gostar´ıamos de expressar nossos agradecimentos: aos
colegas do Departamento de Matem atica e´ Estat´ıstica da Uni-
versidade Estadual da Para´ıba por utilizarem nossas notas de
aulas e pelo incentivo `a publicac¸ ao das mesmas; aos nossos˜
ex-alunos de Introduc¸
ao
a An
alise, particularmente a Anselmo
Ribeiro Lopes, pelo trabalho na elaborac¸ ˜ao e resoluc¸ ao de˜
parte das listas de exerc ´ıcios; aos professores Luiz Adauto
Medeiros e Manoel Milla Miranda da Universidade Federal do
Rio de Janeiro pela leitura cr´ıtica e valiosas sugest oes ao texto˜
e, finalmente, agradecer
a Editora da Universidade Estadual
da Para´ıba (eduep) pela oportunidade de publicac¸ ao do texto.˜
Campina Grande-PB, dezembro de 2005
Os Autores
PrefPref acioacio´´ dada PrimPrimeireira Ea Edicdic¸¸ aoao˜˜ 22
PrefPref
acioacio dada SeguSegundanda EdicEdic¸¸
aoao 44
11 SiSiststememasas dede NN uu´´mmeerrooss 1111
1.1 Introduc¸ a˜o..................... 11
1.2 Conjuntos e Func¸ o˜es............... 12
4 N u´meros Inteiros................. 18
5 N´umeros Racionais................ 19
6 N u´meros Reais.................. 26
1.6. 1 Valor Absoluto e Intervalos........ 30
1.6.2 Propriedade Arquimediana de R..... 31
22 SSeeq¨q¨uu encias Num´encias Num´ˆˆ eerriiccaass 4477
2.1 Introduc¸ a˜o..................... 47
2 Seq u¨ encias de Nˆ umeros Reais......... .´ 47
3 Limite de Uma Seq u¨ eˆncia............. 51
4 Seq¨u eˆncias de Cauchy.............. 61
5 Exerc´ıcios do Cap´ıtulo 2............. 64
66 FuncFunc¸¸
oes Contoes Cont
BBiibblliiooggrraafifiaa 226699
A Analise Real trabalha conceitos que, de um jeito ou de´
outro, conforme o pr´oprio nome indica, est˜ao relacionados com
n ume´ ros reais. Sendo assim, entendemos ser importante fazer
uma apresentac¸ ao desse sistema num˜ eric´ o, bem como co-
mentar suas principais propried ades. Esse e o principal obje-´
tivo deste cap´ıtulo. Contudo, n ao˜ faremos aqui uma construc¸ ao˜
detalhada do sistema dos n umeros reais, tarefa esta mais per-´
tinente a um curso de Fundamentos da Matem at´ica. Aqui
nos limitaremos a fazer uma breve apresentac¸ ao de um dos˜
m eto´ dos, dentre os v ari´ os conhecidos na literatura matem atica,´
de introduc¸ aodosn´˜ umeros reais a partir do sistema mais prim-
itivo dos n umero´ s naturais. Antes, por em, a fim de facilitar a´
comunicac¸ ao com˜ o leitor, achamos conveniente dedicar uma
sec¸ ao˜ do texto para apresentar a notac¸ ao e a terminologia˜
m´ınima necess arias´ para tratar conjuntos e func¸ oes.˜
No entanto, quando isso ocorre a diferenc¸a A − B e chamada´
de complementar de B com respeito a A.
Para simplificar alguns argumentos utilizamos os s
ımbolos
∀ (quantificador universal) e ∃ (quantificador existencial) para
significar para todo e existe, respectivamente.
Dados dois conjuntos n ao vazios˜ A e B, uma func¸ ao˜ f de
A em B e´ uma regra ou associac¸ ao que a cada˜ x ∈ A corre-
sponde um unico elemento´ y ∈ B. O conjunto A e denominado´
dom´ınio e o B de contradom´ınio da func¸ ao˜ f.
Usamos a notac¸ ao˜
f
−→ B
x −→ f ( x)
para denotar uma func¸ ao˜ f de A em B.
Dados dois conjuntos A e B construimos um novo conjunto,
denominado produto cartesiano de A por B, e denotado por
A × B (l e-se:ˆ A cartesiano B), cujos elementos s˜ao os pares
ordenados ( a, b), onde a
∈
A e b
∈
B, isto e´
A × B = {( a, b); a ∈ A e b ∈ B}.
Um conjunto impor tante associado a uma func¸ ao˜ f : A → B
e o seu gr´ ´ afico, denotado por G( f ), que ´e o subconjunto de
A × B dado por
G( f ) = {( x, y) ∈ A × B; y = f ( x)}.
Dadas uma func¸ ao˜ f : A → B e S um subconjunto de A,
denominamos de imagem de S por f , e denotamos por f ( S ),
o subconjunto de B definido por
f ( S ) = { y ∈ B; y = f ( x) para algum x ∈ S }.
Analogamente, se C e um subconjunto de´ B, denominamos de
imagem inversa de C por f e denotamos por f
1
o subcon-
junto de A definido por
f
( C ) = { x ∈ A; f ( x) ∈ C }.
Seja f : A → B uma func¸ ao:˜
1
) f ( x
2
) sempre
que x 1
x 2
, ou equivalentemente, f
x 1
f
x 2
acarreta
x 1
= x 2
existe x ∈ A tal que f ( x) = y.
mos que ´e uma bijec¸ ao.˜
Quando f : A → B e´ uma bijec¸ ao˜ , fica bem definida a
func¸ ao inversa de˜ f , denotada por f
, cujo dom´ınio ´e B e
contradom´ınio e´ A, como sendo a func¸ ao que a cada˜ y ∈ B
associa o ´unico x ∈ A tal que f ( x) = y.
Dadas f : A → B e g: B → C definimos a func¸ ˜ao composta
g ◦ f : A → C por ( g ◦ f )( x) = g( f ( x)), ∀ x ∈ A.
Por enquanto o material at e aqui exposto´ e´ suficiente para
o trabalho nas pr´oximas sec¸ oes, e a medida que formos ne-˜
cessitando iremos introduzindo a linguagem adicional necess aria´
para trabalharmos com conjuntos e func¸ oes.˜
A partir desta sec¸ ao˜ vamos apresentar os sistemas de
n umero´ s com os quais trabalha remos neste texto. Admitire-
mos a exist encia de um conjunto nˆ ao vazio˜ N, chamado de
N ume´ ros Naturais, para o qual vale os seguintes axiomas,
conhecidos como Axiomas de Peano
1 , 2
1
Giuseppe Peano (1858-1932).
2
Os Axiomas de Peano aparecem na sua obra Princ´ıpios de Aritm´etica,
publicada em 1889.
quaisquer m, n ∈ N.
e se m · p = n · p, ent ao˜ m = n para quaisquer m, n, p ∈ N.
m, n, p ∈ N.
ObObseserrvavacc¸¸ ao:ao:˜˜ Na prati ´ ca, quando n ao˜ h a´ risco de ambig uidade,¨
omitimos a notac¸ ao˜ · para indicar a operac¸ ao˜ de multiplic¸ ao.˜
O Axioma 1.5 ´e conhecido na literatura matem´atica como
PrimePrimeiroiro PrinPrincc´´ıpioıpio dede InducInduc¸¸ aoao˜˜ e se constitui numa ferramenta
muito utilizada para demonstrar afirmac¸ oe˜ s sobre n´umeros nat-
urais. O procedimento e feito da seguinte forma: suponhamos´
que uma determinada afirmativa A( n) sobre n ∈ N cumpre as
seguintes condic¸ oes:˜
a)a)
e verdadeira, isto ´´ e, a afirmativa ´e v alida para´
n = 1 .
b)b) A( k) verdadeira ⇒ A( k + 1) verdadeira
4
, isto ´e, admitindo
a veracidade da afirmativa para um natural k abitr ario,´ e´
poss´ıvel demonstrar a veracidade da mesma para k + 1.
Nestas condic¸ oes˜ A( n) e verdadeira para todo´ n ∈ N.
Exemplo 1.1Exemplo 1. Considere a seguinte afirmativa: Para n
∈ N
2 + 4 + 6 + ·· · + 2 n = n( n + 1). (1.1)
Vamos mostrar que a f´ ormula (1.1) e´ v alida para todo´ n ∈ N
usando o primeiro princ´ıpio de induc¸ ao. Se˜ n = 1 temos que
4
ou seja, a f ormula vale para´ n = 1. Admitindo agora a veraci-
dade da f ormula para um´ k arbitr ario de´ N, tentemos demon-
strar a veracidade da mesma para k
. Temos, ent
ao, que
2 + 4 + 6 + · · · + 2 k + 2( k + 1) = k ( k + 1) + 2( k + 1) =
( k + 2)( k + 1) = ( k + 1)[( k + 1) + 1],
de modo que a afirmativa vale para k+ 1. Pelo primeiro princ´ıpio
de induc¸ ao˜ , segue que a afirmativa (1.1) e verdadeira para´
todo n ∈ N.
No conjunto
est
a definida a relac¸
ao “ < ” do seguinte
modo: dados m, n ∈ N dizemos que m e menor que´ n, e es-
crevemos m < n, quando existe k ∈ N tal que m + k = n.
Quando m < n dizemos tamb´em que n e maior que´ m e es-
crevemos n > m. As principais propriedades da relac¸ ao˜ “ < ”
s ao:˜
Tricotomia:Tricotomia: Para cada par de n
umeros naturais m e
n, uma, e somente uma, das sentenc¸as abaixo ´e ver-
dadeira:
i) m = n ou ii) n < m ou iii) m < n.
k ∈ N,
i) m + k < n + k e ii) km < kn.
As demonstrac¸ oes das propriedades acima decorrem do˜
primeiro princ ´ıpio de induc¸ ao e podem sem encontradas em˜
Escrevemos m
≤
n (l e-se:ˆ m e menor ou igual a´ n) para
indicar que m < n ou m = n. Escrevemos tamb em´ n ≥ m (l e-se:ˆ
n e maior ou igual a´ m) quando m ≤ n.
A relac¸ ao˜ “ ≤ ” goza das seguintes propriedades:
A relac¸ ao de ordem de˜ N se estende para Z, de modo que
Z fica sendo formado pelos inteiros maiores que zero, chama-
dos de inteiros positivos, o pr
oprio zero e os inteiros menores
que zero, que s ao os˜ inteiros negativos. Assim, podemos es-
crever a lista usual dos n´umeros inteiros
e a sua representac¸ ao como pontos de uma reta separados˜
por uma dist ancia fixa de tal modo queˆ “ a < b” indica que a
est´a a esquerda de` b .
O sistema dos n umeros inteiros apresenta, por sua vez,´
a defici encia deˆ que nem sempre uma equac¸ ao do tipo˜ mx =
n pode ser resolvida em Z. Por exemplo, a equac¸ ao˜ 4 x = 8
possui a soluc¸ ao˜ x = 2 enquanto que a equac¸ ˜ao 6 x = 7 n ao˜
admite soluc¸ ao em˜ Z. Essa defici enciaˆ e´ suprida construindo-
se o conjunto dos n ´umeros racionais Q, isto ´e:
p
q
Os elementos de Q s ao tamb˜ em´ chamados de frac¸ oes.˜
Em Q definimos a IgualdadeIgualdade a AAddiicc¸¸ aoao˜˜ e a MMulultiptiplilicaccac¸ ˜¸ ˜aoao
do seguinte modo:
Igualdade: Igualdade:
p
q
=
m
n
q 0 e n 0 .
A Addiicc¸¸ ao:ao:˜˜
p
q
m
n
=
np + mq
qn
, q 0 e n 0.
Mu Multltipiplilicacacc¸¸ ao:ao:˜˜
p
q
m
n
=
pm
qn
q 0 e n 0 .
Uma frac¸ ao do tipo˜ p/ 1 e identificad´ a com o inteiro p. Com
esta identificac¸ ao temos que˜ Q cont em´ Z como um subcon-
junto pr
oprio.
As operac¸ oes˜ de adic¸ ao˜ e de multiplicac¸ ao definidas em˜
Q generalizam as correspondentes operac¸ oes de˜ Z e, al em´
de satisfazerem as propriedades associativa, comutativa, ex-
istˆencia dos elementos neutros (o 0 da adic¸ aoeo˜ 1 da multiplicac¸ ao),˜
a exist encia dos simˆ etricos aditivos e a distributividade, sat-´
ifaz tamb´em a propriedade da existˆ encia dos inversos multi-
plicativos. Dizemos, ent ao, que˜ Q, munido das operac¸ oes de˜
adic¸ ao˜ e multiplicac¸ ao e gozando das propriedades acima de-˜
scritas, constitui um corpo.
Diferentemente do que ocorre em Z, o corpo Q e um sis-´
tema num erico´ no qual resolve-se qualquer equac¸ ao do tipo˜
ax
= b, com a e b em Q, e a 0. No entanto, o sistema dos
n umero´ s racionais apresenta ainda a defici encia de que deter-ˆ
minadas equac¸ oes alg˜ ebricas, como por exemplo´ x
2
= 2 , n ao˜
admite soluc¸ ao em˜
. De fato, se existissem n´umeros inteiros
p e q tais que p
2
/ q
2
= 2 , com p e q primos entre si, ent ao˜
p
2
= 2 q
2
. Assim, p
2
seria um inteiro par e, portanto, p tamb´em
seria par (o quadrado de um inteiro e par se, e somente se, o´
inteiro e par). Ter´ ´ıamos, ent ao, que˜ p = 2 m, para algum inteiro
m. Neste caso 4 m
2
= 2 q
2
, donde q
2
= 2 m
2
, logo q
2
seria par
e, conseq uentemente,¨ q tamb em seria´ par, o que contradiria a
hip otese de que´ p e q s ao primos entre si.˜ Outros exemplos
de equac¸ oes alg˜ ebricas que n´ ao˜ admitem soluc¸ oes em˜ Q s ao˜
apresentadas nos exerc´ıcios deste cap´ıtulo. Essa defici enciaˆ
apresentada pelos racionais e´ s eria´. Um exemplo desta difi -
culdade ´e que, para uma figura plana quadrada com lado de
medida igual a 1 , n ao existe n˜ umero racional que represente´
a medida da sua diagonal, pois, se a fosse um tal n umero´
ent ao, pelo famoso Teorema de Pit˜ agoras, dever´ ´ıamos ter que
a
2
2
2
= 2. No entanto, como acabamos de ver, n ao˜