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... a dinâmica entre indivíduo e sociedade a partir do ... características das sociedades ... a criança mantém uma relação afetiva mais próxima e até mesmo.
Tipologia: Resumos
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Não perca as partes importantes!
Apresentar o conceito de socialização.
Ao final desta aula, o aluno deverá: compreender a dinâmica entre indivíduo e sociedade a partir do processo de socialização.
Conhecimento sobre as principais características das sociedades modernas e tradicionais.
(Fonte: http://www.richard-seaman.com).
o contrário dos animais, os seres humanos não são escravos do seu corpo, da sua programação genética, da sua dimensão biológica. Os seres humanos aprendem e inven- tam soluções para as suas mais variadas limitações. A maneira pela qual resolvem seus problemas, entretanto, de- penderá da cultura à qual estão ligados os in- divíduos e esta cultura será repassada para as gerações futuras que seguirão as soluções elaboradas anteriormen- te ou as aprimorarão. Assim, em toda e qualquer cultura humana encontraremos vários mecanismos que transmitirão, para as gera- ções seguintes, valores e práticas já constituídos, conectando-os e promovendo um senso de continuidade. Socialização é o nome dado a um conjunto de procedi- mentos que permitem que os indivíduos apreendam o modo de vida do seu grupo e passem a se comportar segundo as normas vigentes no seu meio social.
INTRODUÇÃO
Riquexó (Fonte: http://mypieacesofyou.blogs.sapo.pt/) e táxi (Fonte: http://www.maracajaudiver.com.br).
tanto que os indivíduos não recebem essas normas de maneira pas- siva, em algum momento de suas vidas eles podem relativizá-las e, inclusive, procurar modificá-las. Vejamos o caso das crianças. Mesmo sendo o objeto mais sen- sível aos processos de socialização, podemos observar que, em algumas situações, elas tentam resistir a certas “obrigações” e “or- dens” determinadas pelos seus pais. Claro que o normal é que o conjunto de preceitos que dá concretude ao mundo que lhes é apresentado tenda a ter um valor absoluto para elas. Em outras palavras, a tendência é de interiorizarmos as vozes exteriores, vin- das da comunidade na qual convivemos. Entretanto, a certa altu- ra também aprendemos a exteriorizar, para o nosso grupo, nossas vozes interiores. Assim, em todo esse processo, a interação com os membros do nosso meio é fundamental. Afinal, não existe o Eu se não existe o Outro. No entanto, esses contatos não têm a mesma importância para quem está sendo socializado. Nesse sentido, o sociólogo ame- ricano Peter Berger, chama a atenção para uma diferença seminal entre os agentes da socialização, o que ele vai chamar de outro significativo e outro generalizado. O outro significativo é aquele agente que está mais próximo da criança ao longo de sua iniciação como membro do grupo, ou seja, aquele que lhe ensina a falar, andar, comer; aquele com quem a criança mantém uma relação afetiva mais próxima e até mesmo um tempo maior de convivência. Geralmente, esse outro signifi- cativo é identificado com o pai, a mãe, os irmãos, enfim, os mem- bros da família. O outro generalizado, por sua vez, pode ser identificado tanto com aqueles mais distantes, que teriam menor força simbólica para estruturar comportamentos, quanto com a própria sociedade que, em muitas situações, emite ordens de maneira indireta. Na sua trajetória de descoberta do mundo, em determina- do momento, a criança percebe que muitas regras que lhes fo- ram apresentadas em sua casa também existem nas casas dos
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seus amigos. Nesse momento, a regra identificada com o outro significativo passa a ser identificada, também, com o outro ge- neralizado. O importante a ser enfatizado, aqui, é que existe uma escala de importância simbólica no processo de socialização que, geralmen- te, estimula mais identificação com o outro significativo do que com o outro generalizado. É muito comum que alguns autores se refiram a uma socia- lização primária, justamente aquela que se encontra sob o protagonismo do outro significativo e se desenvolve, basicamen- te, no ambiente familiar, preparando o indivíduo para desenvol- ver os procedimentos básicos da vida social do seu grupo; e ou- tra que podemos denominar sociali- zação secundária, que seria aquela desenvolvida após o aprendizado bá- sico e que pode, inclusive, se esten- der por boa parte da vida adulta. Não podemos deixar de lembrar que os processos de socialização en- contram alguns determinantes aprioristicamente colocados, tanto do ponto de vista biológico quanto cultu- ral. Nossos corpos sofrem inúmeras in- tervenções dos processos de socializa- ção, mas dentro de certo limite. Uma criança não dominará a linguagem es- crita e falada com 01 ano de idade, bem como não será exigido dela que lidere os adultos em nenhuma situação. To- das as crianças são capazes de apren- der a tocar um instrumento musical, mas nem por isso será possível transfor má-las em gênios como Ludwig van Beethoven.
Capa de DVD do filme O enigma de Kaspar Hauser, de Werner Herzog (Fonte: http://farm1.static.flickr.com).
aula
omo vimos, a socialização é um dos processos mais instigantes da “aventura sociológica”, pois nos coloca di- ante do desafio de entender como os indivíduos aprendem a ser membros de seus grupos e, ao mesmo tempo, a preservar sua in- dividualidade. Como diria o sociólogo fran- cês Pierre Bourdieu, referindo-se à relação entre o indivíduo e a sociedade, trata-se de entender como ocorreria o processo de interiorização da exterioridade e de exteriorização da interioridade.
RESUMO
A socialização é o processo através do qual os indivíduos aprendem a viver de acordo com as regras do seu grupo. Tal processo tem o seu início na infância com o que denomina-se socialização primária e continua, praticamente, durante toda a vida, através de novos processos de aprendizagem. Os indivíduos não são objetos passivos dos mecanismos da socialização, além de con- formar-se a normas e valores, também são capazes de resistirem, adaptarem-se e ressignificarem muitas dessas normas.
ATIVIDADES
CONCLUSÃO
COMENTÁRIO SOBRE AS ATIVIDADES
SOCIALIZAÇÃO
Peter Berger e Brigitte Berger
Vemos que uma das maneiras de encarar o processo de socialização corresponde àquela que se poderia designar como a “visão policialesca”. Segundo ela, a socialização é vista principalmente como uma série de controles exercidos de fora e apoiada por algum sistema de recompensas e castigos. O mesmo fenômeno pode ser examinado sob outro ângulo, que pode ser considerado mais benigno. A socialização passa a ser considerada um processo de iniciação por meio do qual a criança pode desenvolver-se e expandir-se a fim de ingressar num mundo que está ao seu alcance. Sob este ponto de vista a socialização constitui parte essencial do processo de humanização integral e plena realização do potencial do indivíduo. A socialização é um processo de iniciação num mundo social, em suas formas de interação e nos seus numerosos significados. De início, o mundo social dos pais apresenta-se à criança como uma realidade externa,