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Um breve resumo sobre a história da medicalização na infância.
Tipologia: Esquemas
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A medicalização infantil é um fenômeno complexo e multifacetado que tem suas raízes em diversas correntes do pensamento científico e cultural. Embora tenha raízes históricas mais antigas, a medicalização infantil moderna se tornou mais comum nas últimas décadas, particularmente com o aumento do diagnóstico de transtornos psiquiátricos em crianças. A medicalização infantil tem sido objeto de debate há décadas. Nos anos 1950 e 1960, houve um aumento na prescrição de estimulantes, como a Ritalina, para crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), um transtorno que começou a ser diagnosticado com mais frequência nessa época. A partir da década de 1980, os diagnósticos de transtornos mentais em crianças e adolescentes, como depressão e ansiedade, aumentaram significativamente. Vygotsky, psicólogo e educador russo do início do século XX é frequentemente citado como uma voz crítica em relação à medicalização infantil. Em sua teoria, Vygotsky enfatizou a importância da cultura e do contexto social na compreensão do desenvolvimento humano. O psicólogo argumentou que muitos comportamentos que podem ser considerados "anormais" ou "problemáticos" em uma cultura podem ser considerados completamente normais em outra. Vigotsky enfatizava a importância de analisar e compreender o desenvolvimento do sujeito em seu ambiente; suas relações histórico-culturais e como seu contexto influencia na formação da personalidade e singularidade da criança. A história mostra que o conceito de medicalização foi introduzido por Irving Zola, que propôs questões sobre a medicalização como resposta aos problemas cotidianos. Illich (1975), considerou uma cultura da medicalização, destacando a supremacia histórica do saber médico nas tomadas de decisões envolvendo seres humanos, o que caracterizava a iatrogenia social (dependência do conhecimento médico), além de discutir a perda de autonomia e passividade dos sujeitos. Para o autor a medicalização discorre também de uma lógica de interesses da indústria farmacêutica, que traz a medicina não apenas como meio para sanar patologias, mas também para “prevenir” doenças, onde a automedicação revela o individualismo do cuidado e do saber médico. incorporados arbitrariamente em decisões pessoais. Pensando de forma contrária a Vigotsky, a medicalização ignorava a complexidade da vida humana e a reduzida a sintomas e diagnósticos médicos, se tornando uma resposta inadequada às dificuldades e desafios que indivíduos enfrentam em suas vidas, sendo que, essa abordagem médica não levaria em consideração o contexto social e cultural em que esses problemas surgem. Historicamente, a medicalização tem sido uma tendência crescente nas sociedades ocidentais, especialmente no século XX. A psiquiatria e a psicologia se tornaram disciplinas médicas, e o tratamento de problemas mentais e emocionais tornou-se cada vez mais farmacológico. Isso levou a um aumento no uso de medicamentos psicotrópicos, como antidepressivos e ansiolíticos para tratar uma ampla variedade de condições. No entanto, a abordagem médica também tem sido criticada por muitos que argumentam que a saúde mental e o comportamento humano são influenciados por uma série de fatores, incluindo o ambiente social e cultural, a história de vida e as relações interpessoais. Esses críticos defendem abordagens mais holísticas e integrativas, que levam em consideração esses fatores em conjunto com as abordagens médicas tradicionais. Portanto, a medicalização tem sido objeto de pesquisas na tentativa de demonstrar reduções do sofrimento humano aos problemas puramente biológicos, também com uma forma de lidar com o desempenho dos alunos que não "aprendem", de forma que o sujeito se responsabilize pelo seu "fracasso", desconsiderando assim, fatores culturais, políticos.
Para Conrad (1979; 2007), a medicalização surge como um múltiplo processo histórico, que possui funções sociais e culturais, no controle do comportamento, na consolidação de interesses intelectuais ou políticos. As teorias que tentam explicar o processo de desenvolvimento humano podem contribuir para a lógica da medicalização, seja ao desvincular o desenvolvimento biológico com desenvolvimento mental e emocional: como se, tratando e medicando o corpo, outras dificuldades fossem simplesmente resolvidas. HISTÓRICO DOS TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM Os transtornos de aprendizagem são condições que afetam a capacidade das pessoas de aprender de maneira adequada. Eles podem incluir dificuldades em ler, escrever, fazer cálculos matemáticos, compreender e/ou expressar ideias. Essas dificuldades podem ser causadas por vários fatores, incluindo questões genéticas, ambientais e neurobiológicas. Historicamente, os transtornos de aprendizagem foram amplamente desconhecidos e muitas vezes mal interpretados. Até o início do século XX, as crianças que apresentavam dificuldades de aprendizagem eram frequentemente rotuladas como preguiçosas, desmotivadas ou desinteressadas. Em muitos casos, elas eram excluídas da escola ou colocadas em classes separadas para alunos com deficiências. Foi somente na década de 1960 que os transtornos de aprendizagem começaram a ser reconhecidos como uma condição distinta e comum. Pesquisas e estudos mostraram que as dificuldades de aprendizagem não eram causadas por falta de motivação ou esforço, mas sim por problemas neurobiológicos e/ou ambientais. A partir daí, as pessoas começaram a entender que os transtornos de aprendizagem eram condições reais e que exigiam intervenções específicas. Nos anos seguintes, houve um avanço significativo no conhecimento sobre os transtornos de aprendizagem e em sua identificação e tratamento. As organizações de saúde e educação começaram a reconhecer a importância de identificar e tratar esses transtornos o mais cedo possível, a fim de ajudar as crianças a alcançar seu pleno potencial. Hoje em dia, os transtornos de aprendizagem são amplamente reconhecidos e tratados em todo o mundo. Existem várias intervenções, terapias e programas educacionais disponíveis para ajudar as pessoas com essas condições a terem sucesso na escola e na vida. A conscientização e o entendimento dos transtornos de aprendizagem continuam a crescer, à medida que mais pesquisas são realizadas e mais informações são compartilhadas.