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História sobre ABNT
Tipologia: Notas de estudo
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Não perca as partes importantes!
Agradecimentos
Agradecemos especialmente aos colabora- dores da Associação Brasileira de Normas Técnicas, Carlos Santos Amorim Júnior, Clau- dete Viscaíno dos Reis, Janaína da Silva Men- donça, Márcia Cristina de Oliveira, Márcia Henriques Cornelsen, Rafael Antônio Sorrija, Regiane Guaglione Contier e Vitor Marcio Ro- drigues Jardim, que contribuíram para a ela- boração deste livro.
Palavra
do Presidente
D
esde sua fundação, em 1940, a Associação Brasileira de Normas Técnicas enfrentou desa- fios. Sua primeira sede, por exemplo, funcionava com móveis emprestados pelo Instituto Nacional de Tecnologia, que cedia também a secretária. Foram muitos os problemas finan- ceiros, alguns graves a ponto de ameaçar a continuidade da organização. Mas os maus tempos pas- saram e hoje pontuam a trajetória da ABNT apenas como exemplos de que tudo se supera quando há vontade e espírito de luta. O balanço é positivo e isso é que importa. A ABNT participou da fundação da International Or- ganization for Standadization (ISO), da Comissão Pan-Americana de Normas Técnicas (COPANT) e da Associação Mercosul de Normalização e continua realizando trabalhos importantes dentro desses organismos, conquistando respeito no cenário mundial. Na ISO, especialmente, tivemos uma conquista histórica com a eleição da ABNT para membro do Technical Management Board (TMB), responsável pela gestão geral, planejamento estratégico, co- ordenação e desempenho das atividades técnicas daquela organização. Ainda estamos coordenan- do, com a Suécia, o Grupo de Trabalho que desenvolve a norma internacional de Responsabilidade Social e temos representantes em importantes Comitês Técnicos. Como agente privado de políticas públicas, a ABNT mantém uma relação de total transparência com o governo brasileiro, auxiliando em suas ações sempre que necessário. Em pleno processo de desenvolvimento industrial, em 1962, nossa organização foi reconhecida por lei como Órgão de Utilidade Pública. Trinta anos depois, por meio de resolução do Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (CONMETRO), tornou-se o único Foro Nacional de Normali- zação. Enfim, não é pouco o que temos para contar. Movidos pelo ideal de Paulo Sá, patrono da ABNT, lançamo-nos à tarefa de resgatar a trajetória de nossa organização. A partir de antigas atas de reu- nião, pesquisas em revistas e muitas entrevistas, conseguimos um material denso, que agora apre- sentamos à sociedade brasileira. Certamente alguém ainda se lembrará de alguma passagem aqui omitida. Continuamos aceitando colaborações e faremos o devido registro nas próximas edições. Fazer história é difícil, mas precisávamos dar o primeiro passo, em homenagem a todos os co- laboradores voluntários que contribuem para o desenvolvimento da normalização no Brasil, às empresas que nos prestigiam, a todos os associados, conselheiros e funcionários que formam a grande família ABNT. Boa leitura!
Pedro Buzatto Costa Presidente do Conselho Deliberativo
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Eugenio Guilherme Tolstoy De Simone Diretor de Normalização
Ricardo Rodrigues Fragoso Diretor Geral
Carlos Santos Amorim Júnior Diretor de Desenvolvimento e Informação
apresentação
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Histórico ABNT - 65 Anos
ABNT:
65 anos
dedicados à
normalização
apresentação
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), úni- co foro nacional de normalização, completa 65 anos de existência. Ao comemorar esta longa trajetória de serviços prestados à sociedade, a ABNT também homenageia todas as pessoas que, de alguma forma, ajudaram a construir esta história de dedicação à Normalização. O ponto de partida foi a 1ª Reunião de Laboratórios de Ensaios de Materiais, realizada em 1937, com o objetivo de aprimorar pesquisas e consolidar novas tecnologias. Já em 1938 e 1939, ganhava força a idéia de se criar uma Entidade Nacional de Normalização, enfim concretizada um ano depois, com o nascimento da ABNT. A entidade cresceu e se projetou em âmbito internacio- nal. Participou ativamente da fundação da International Organization for Standardization (ISO) em 1947, sendo eleita para compor o primeiro Conselho daquela institui- ção. Em 1961, no Uruguai, foi a vez de a ABNT participar da criação da Comissão Pan-Americana de Normas Técni- cas (COPANT), destinada a promover o desenvolvimento da normalização técnica e atividades afins em seus países membros, com o fim de promover seu desenvolvimento comercial, industrial, científico e tecnológico. A relação com o governo também foi sempre muito in- tensa. Em pleno processo de desenvolvimento industrial, em 1962, a ABNT foi reconhecida por lei como Órgão de Utilidade Pública. Trinta anos depois, por meio da Resolu- ção número 7 do Conselho Nacional de Metrologia, Nor- malização e Qualidade Industrial (CONMETRO), fez-se o reconhecimento da entidade como único Foro Nacional de Normalização. Em 1991, a ABNT ajudou a criar o Comitê Mercosul de Normalização (CMN), com a finalidade de apoiar a in- tegração e a concretização do mercado único, e buscar uma participação mais efetiva no mercado mundial. Nove anos depois, foi firmado convênio com o Grupo Mercado
15 O ponto de partida foi a 1ª Reunião
de Labor atórios de Ensaios de
Materiais, realizada em 1937.
Comum e o organismo passou a ser chamado de Associação Mercosul de Normalização (AMN), reconhecido como o Foro Regional de Normalização para o Mercosul. Na história da ABNT, porém, nem tudo foi positivo. A organização enfrentou um pe- ríodo de altos e baixos, desde meados da década 1970 até o início da década de 1990, quando a ABNT, mesmo com o agravamento da conjuntura econômica nacional, teve a colaboração de seus associados para se manter estável. Em 1999, mergulhou novamente em uma profunda crise financeira, passando por um período pré-falimentar, que foi superado apenas a partir de 2003, quando uma nova postura administrativa foi adotada. Hoje a Associação exibe saúde financeira estável, tendo reconquistado credibilidade e prestígio. Com o pulso firme da atual diretoria, somado à competência dos funcionários e ao apoio dos conselheiros, aos 65 anos, a ABNT é uma organização jovem e revigorada, pronta para enfrentar novos desafios.
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Histórico ABNT - 65 Anos
Participação
ativa no
processo de
desenvolvimento
do País
A idéia da criação da ABNT surgiu da necessi- dade de se elaborar normas técnicas brasileiras para a tecnologia do concreto, para substituir as normas que eram utilizadas pelos diversos laboratórios de ensaio do país, cujas discrepân- cias tinham sido detectadas pela ABCP – Asso- ciação Brasileira de Cimento Portland, desde a sua fundação, em 1937. Essa falta de uma nor- ma padronizada, que criava condições para que a análise dois corpos de ensaio similares geras- sem resultados diferentes, era admitida inclusi- ve pelos dois laboratórios mais importantes do país: o INT, do Rio de Janeiro, e o IPT, de São Paulo. Conscientes do problema apontado pela ABCP, esses laboratórios encabeçaram a ação conjunta de diversas entidades resultariam na criação de uma entidade nacional de normali- zação. A história da ABNT começou no Rio de Ja- neiro, em setembro de 1937, quando o enge- nheiro Paulo Sá decidiu promover a 1ª Reunião de Laboratórios de Ensaios de Materiais. Esse encontro pioneiro, que tinha como objetivo ob- ter maior entendimento e cooperação de seus colegas de laboratórios congêneres do Rio de Janeiro e também de outros estados, ocorreu no Instituto Nacional de Tecnologia (INT), onde Paulo Sá atuava como Diretor do Laboratório de Ensaios de Materiais. Em tentativa arriscada, de 600 convidados apenas quatro responderam. Para surpresa dos organizadores, na data mar- cada compareceram cerca de 40 técnicos repre- sentando uma dezena de laboratórios brasileiros. Nomes de projeção no meio técnico estiveram nessa reunião e nas demais nos anos de 1938, 1939 e 1940. Um dos participantes, o engenheiro Ary Fre- derico Torres, chefe do Setor da Produção In- dustrial do Ministério da Coordenação e Mobi- lização Econômica, cujo Ministro era o Dr. João
fundação
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Histórico ABNT - 65 Anos
Paulo Sá Patrono da ABNT
Ary Torres ficou durante 15 anos à frente dos trabalhos da ABNT, sendo sucedido por outros grandes nomes dos meios técnico, político e administrativo, como Mariano J.M. Ferraz, Álvaro de Souza Lima, Plínio Reis de Canta- nhede Almeida e Luiz Verano. Na época a Diretoria da ABNT era eleita por seu Con- selho Diretor, que por sua vez era escolhido em votação secreta pelos sócios. Representantes de várias categorias de associados compunham o Conselho Diretor. Para a Presidência da Diretoria ou do Conselho Diretor, sempre se procurou eleger nomes de projeção técnica e política, de forma a obter apoio das áreas governamental e empresarial à ABNT. Um exemplo, dentre as inúmeras personalidades que trouxeram sua preciosa colaboração, é o Professor Lucas Nogueira Garcez, que foi Governador de São Paulo. Garcez, que também ocupava a cadeira de Hidráulica da Escola Politécnica, participou de Comis- sões de Estudo que se reuniam na Delegacia de São Pau- lo, sendo inclusive presidente da Comissão de Instalações Hidráulicas Prediais. O engenheiro Hélio Martins de Oliveira, que foi presi- dente do Instituto de Engenharia de São Paulo e secretá- rio do então Prefeito Olavo Setúbal, também participou de várias gestões e não mediu esforços para dinamizar os trabalhos da ABNT e defender a causa da normalização.
Engenheiro Ary Frederico Torres (Companhia Siderúrgica Nacional) Presidente
Coronel Neiva de Lima (Ministério do Exército) Vice-Presidente
Engenheiro Mario Leão Ludolf (Confeder ação Nacional da Indústria) Tesoureiro
Engenheiro Paulo ACCIOLY de Sá (Instituto Nacional de Tecnologia) Secretário Ger al
fundação
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Aos vinte e oito dias do mês de setembro do ano de mil novecentos e quarenta, na sede do Instituto Na- cional de Tecnologia, à Avenida Venezuela n. 82, nesta Capital, na Sala de Conferências, sob a Presidência do Professor Ernesto Lopes da Fonseca Costa, Vice-Presidente: Dr. Paulo Sá, Dr. João Carlos Vital, Dr. Lelis Espartel, Secretário Dr. Francisco de Assis Basílio, Sub-Secretário Dr. Antonio Russel Raposo de Almeida e Relator Geral Dr. Mauricio Joppert da Silva foi instalada a Mesa que dirigiu os trabalhos para a aprovação dos “Estatutos” da “Associação Brasileira de Normas Técnicas”. Abrindo a Sessão, declarou o Snr. Presidente que, conforme era de conhecimento geral, nesta reunião seria conhecido o trabalho da “12a. Comissão” da “3a. Reunião dos Laboratórios Nacionais de Ensaio de Materiais”, que era justamente o projeto de Estatutos da “ABNT”, dando a seguir a palavra ao Snr. Secretário para proceder a leitura do referido projeto.Usando a palavra informa primeiro o Snr. Secretário que sobre a mesa se achavam à disposição dos presentes, cópias do projeto de estatutos que a seguir passa a ler. Terminada a sua leitura, o Snr. Presidente declarou que estava em discussão o mesmo, tendo um dos presentes feito uma observação sobre a palavra “anual” que figurava no projeto acabado de ser lido. O Snr. Representante da Escola Politécnica da Bahia, informa que constam no original do projeto em discussão, no artigo 47, as expressões “reuniões anuais”. Não havendo ninguém que desejasse usar a palavra sobre a discussão do projeto, declarou o Snr. Presidente que ia submeter à votação, igualmente com as emendas da Comissão o projeto lido, solicitando dos Senhores presentes que aprovassem o mesmo permanecessem sentados. Todos os presentes permaneceram sentados. Declara o Snr. Presidente que foram os estatutos aprovados unanimemente. Pede a palavra Dr. Saturnino de Brito Filho, para salientar um dos aspectos mais interessantes da auspiciosa organização que era acabada de ser concretizada, que era o as- pecto de uniformização das “Normas” em todo o mundo, especialmente na América do Sul, em um dos artigos dos Estatutos que acabavam de ser aprovados , que prevê a constituição de uma biblioteca em que se reunisse tudo que fosse interessante à elaboração das “Normas”. Prosseguiu o Dr. Saturino de Brito Filho que ofereceu, em nome da “Federação Brasileira de Engenheiros” um exemplar das “Normas Técnicas” apresentadas pelo Dr. Ary Torres ao 1o. Congresso Americano de Engenharia, que se reuniu em Santiago do Chile, e que era um dos primeiros subsídios que aquela “Federação” desejava oferecer à nova “Associação”. Disse o orador que da uniformização de métodos, do intercâmbio cultural e comercial advirão muitos benefícios para o nosso País e isso, no momento era motivo de congratulação geral. Declara, por fim, que era o que tinha dizer, enviando à mesa um exemplar. As palavras do orador foram terminadas sob uma salva de palmas dos presentes. Re- tomando a palavra o Snr. Presidente congratulando-se com a Assembléia pelo auspicioso acontecimento do qual acreditavam resultaria tantos benefícios para o progresso de nossa Pátria, declarou encerrada a presente Sessão, convocando outra para quinze minutos depois, a fim de serem tratados interesses gerais. O Snr. Secre- tário manda lavrar a presente ata que será assinada por outros por todos os Senhores membros da Nessa que presidiu estes trabalhos,
Rio de Janeiro, 28 de setembro de 1940.
Ass.: Ernesto Lopes da Fonseca Costa Paulo Sá João Carlos Vital Lelis Espartel Francisco de Assis Basílio Antonio Russel Raposo de Almeida Mauricio Joppert da Silva