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Os acidentes ocupacionais são uma questão de extrema importância para a nossa actualidade, uma vez que se estima a ocorrência mundial de cerca de 270 milhões de acidentes de trabalho e que são registados aproximadamente 160 milhões de casos de doenças profissionais. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização Mundial de Saúde (OMS) anualmente morrem cerca de 2 milhões de trabalhadores devido a acidentes de trabalho e doenças profissionais. Por este motivo, a avaliação e
Tipologia: Trabalhos
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Maputo, Novembro de 2015
Os acidentes ocupacionais são uma questão de extrema importância para a nossa actualidade, uma vez que se estima a ocorrência mundial de cerca de 270 milhões de acidentes de trabalho e que são registados aproximadamente 160 milhões de casos de doenças profissionais. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização Mundial de Saúde (OMS) anualmente morrem cerca de 2 milhões de trabalhadores devido a acidentes de trabalho e doenças profissionais. Por este motivo, a avaliação e gestão de riscos é primordial de modo a prevenir estes acidentes. A avaliação e gestão de riscos deverá ser cuidadosamente efectuada e adequada à realidade de cada empresa, garantindo que todos os riscos relevantes são tidos em consideração e, não apenas os mais imediatos ou óbvios, a indicação de medidas de segurança adequadas, a verificação da eficácia das medidas adoptadas, o registo dos resultados da avaliação e a revisão da avaliação a intervalos regulares, para que esta se mantenha actualizada. A indústria de fabricação de móveis (Marcenaria) é uma das maiores indústrias do mundo caracterizada por empregar maior número de trabalhadores. Os trabalhadores em marcenarias, de maneira geral, estão expostos a diversos riscos para a sua integridade física e psicológica. Existe um elevado risco de acidentes, podendo levar ao afastamento do trabalhador por períodos de tempo consideráveis o que além de prejudicar o funcionário, implica em prejuízos para as empresas, em virtude de na maioria das vezes, não haver mão-de-obra treinada para substituir o acidentado, interferindo, assim, nos prazos de entrega dos produtos. De uma forma geral, as actividades da carpintaria desenvolvem com exposição do operador aos ruídos, as vibrações e sobre efeitos do micro clima e da iluminação dos ambientes de trabalho. Toda essa caracterização é denominada “ambiência física”. O presente trabalho laboratorial visa avaliar as condições de Higiene e Segurança na carpintaria da Faculdade de Engenharia da Universidade Eduardo Mondlane.
1.1. Objectivos do trabalho laboratorial
Constitui objecto geral do presente trabalho laboratorial avaliar as condições de higiene e segurança no trabalho na carpintaria da Faculdade de Engenharia da Universidade Eduardo Mondlane. Especificamente objectiva-se: Avaliar o nível de ruído exposto aos trabalhadores devido a operação dos diversos; equipamentos existentes na carpintaria; Avaliar o nível de emissão de poeiras; Avaliar as condições de iluminação; Identificar os principais perigos nas actividades desenvolvidas na carpintaria em estudo. Avaliar os riscos ergonómicos.
Nível de Pressão Sonora Mede a intensidade do som, cuja unidade é o decibel (dB).
Amplitude É o valor máximo atingido pela grandeza que está sendo analisada, que pode ser: deslocamento , velocidade , aceleração ou pressão. No caso de vibrações, as 3 primeiras grandezas são utilizadas, enquanto para as vibrações sonoras, a última.
Dose de Ruído A dose de ruído é uma variante do ruído equivalente, para o qual o tempo de medição é fixado em 8 horas. A única diferença entre a dose de ruído e o ruído equivalente é que a dose é expressa em percentagem da exposição diária tolerada. Ruído Equivalente. Os níveis de ruído industriais e exteriores flutuam ou variam de maneira aleatória com o tempo e o potencial de dano à audição depende não só do seu nível, mas também da sua duração. Para o nível de ruído continuo, torna-se fácil, avaliar o efeito, mas se ele varia com o tempo, deve-se realizar uma dosimetria, de forma que todos os dados de nível de pressão sonora e tempo, possam ser analisados e calculado o nível de ruído equivalente (Leq), que representa um nível de ruído contínuo em dB(A), que possui o mesmo potencial de lesão auditiva que o nível de ruído variável amostrado. A necessidade de se usar um dosímetro de ruído, deve-se à dificuldade de se realizar os cálculos de forma manual.
2.2. Ruído Fisicamente, o ruído é definido como um som ou um complexo de sons indesejáveis, que causam incómodo e neuroses agudas. Afecta, física e psicologicamente, o ser humano e, dependendo dos níveis, causa lesões auditivas irreversíveis no trabalhador, podendo levar à surdez permanente (PMAC, 1994). Ruídos intensos tendem a prejudicar a concentração mental para certas tarefas que exigem atenção ou velocidade e precisão de movimentos (Minetti et al ., 1998). Para ruídos de até 85 dB(A), segundo a norma brasileira, o trabalhador pode se expor durante toda a jornada de trabalho diária (8 horas); contudo, acima desse nível começam a surgir riscos para os trabalhadores (Segurança e Medicina do Trabalho,
1996). Os ruídos intensos, acima de 90 dB(A), dificultam a comunicação verbal, as pessoas precisam falar mais alto e prestar mais atenção para serem compreendidas, aumentando a tensão psicológica (Iida, 1990). O ruído pode ser continuo, intermitente ou de impacto. O ruído contínuo é o que permanece estável com variações máximas de 3 a 5 dB(A) durante um longo período. O ruído intermitente é um ruído com variações, maiores ou menores de intensidade. O ruído de impacto apresenta picos com duração menor de 1 segundo, a intervalos superiores a 1 segundo.
2.2.1. Medição do ruído
O Ruído não é estacionário, varia ao longo do tempo, uma medição instantânea do seu valor não é suficiente. Apenas uma média, obtida após um tempo de medição adequado, será efectivamente representativa. Actualmente, o equipamento mais utilizado na caracterização de um ruído é o Sonómetro com análise em frequência. O Sonómetro mede o nível de pressão sonora ponderado A, e permite assim a obtenção de um valor que corresponde à sensação com que o Ser Humano percebe o ruído em análise. Quando o Sonómetro possibilita a realização de análises em frequência, a avaliação do ruído é ainda mais precisa, já que para além da respectiva amplitude, também a sua “qualidade” fica determinada. O Sonómetro permite a obtenção de diversos indicadores de ruído: Instantâneos (SPL); Médios (LAeq); Estatísticos ou níveis percentis 6 (por exemplo: L 95 , L 50 , L 10 ); Máximos, mínimos (Lmax, Lmin). A avaliação do ruído é, em geral, efectuada em termos do indicador LAeq, podendo no entanto, em situações particulares, ser conveniente a utilização do LAeq em conjunto com outros indicadores.
2.2.2. Efeitos do ruído sobre a saúde Humana
A Poluição Sonora hoje é tratada como uma contaminação atmosférica através da energia (energia mecânica ou acústica). Tem reflexos em todo o organismo e não apenas no aparelho auditivo. Ruídos intensos e permanentes podem causar vários distúrbios, alterando significativamente o humor e a capacidade de concentração nas
2.3. Exposição de poeiras da madeira e seus efeitos sobre a saúde
A madeira é um dos materiais mais utilizados a nível mundial; por isso há um grande número de pessoas que trabalham com a madeira, estando expostos diariamente aos riscos a ela associados. Infelizmente, nos dias de hoje, a madeira e as suas partículas continuam a ser consideradas inofensivas por muitos dos profissionais que lidam com este material. Torna-se cada vez mais urgente e necessário conhecer as características da matéria, os perigos e riscos inerentes ao seu trabalho, os possíveis efeitos para a saúde, assim como as medidas e precauções adequadas a tomar de forma a minimizar/evitar exposições desnecessárias; tendo como objectivo principal preservar a saúde dos trabalhadores.
2.3.1. Poeiras da madeira
O pó da madeira, gerado pelos vários processos de transformação da madeira, é uma substância complexa. A sua composição depende das espécies processadas. Pó de madeira é composta principalmente de celulose (aproximadamente 40-50%), polioses, lignina, e um grande número de outras substâncias de menor massa molecular que pode afectar significativamente as propriedades da madeira incluindo os não-polares orgânicos (ácidos gordos, resinas, ácidos, ceras, terpenos), estratos orgânicos polares (taninos, flavonóides, quinonas e lignanas), bem como os estratos solúveis em água (carbono hidratos, alcalóides, proteínas e material inorgânico). As partículas sólidas são frequentemente classificadas como: Poeiras totais: todas as partículas que se encontram em suspensão num dado instante, independentemente do seu tamanho; Poeiras respiráveis: fracção das partículas totais com um diâmetro equivalente não superior a 7μm. As poeiras podem ser classificadas de acordo com o tipo de lesão que provocam, nomeadamente (Miguel, 2006): Poeiras inertes: embora possam ficar retidas nos pulmões e apresentem problemas em concentrações elevadas, não originam alterações fisiológicas significativas. Constituem exemplos alguns carbonatos e celulose. Poeiras fibrogénicas ou pneumoconióticas: capazes de provocar doenças graves, como por exemplo as pneumoconioses, através de reacções químicas
que provocam ao nível dos alvéolos pulmonares. Constituem exemplos a sílica livre, cristalina (silicose), amianto. Poeiras sensibilizantes: podem actuar na pele, por penetração cutânea, ou no aparelho respiratório por inalação. Constituem exemplos as madeiras tropicais e as resinas. Poeiras tóxicas (sistémicas): podem provocar lesões em um ou mais órgãos viscerais, por intoxicações agudas ou crónicas, e ainda, cancro e alterações no sistema nervoso central. Constituem exemplos a maioria das poeiras metálicas, como o chumbo, o cádmio, o crómio, entre outros. Na União Europeia o limite de exposição profissional para partículas de madeira inaláveis (para uma exposição de 8h diárias) é de 5 mg/m^3 (Directiva 1999/38/CE).
2.3.2. Medidas de controlo de exposição de poeiras
Pelo facto de representar perigo a saúde dos trabalhadores, é de extrema importância a adopção de medidas que permitam minimizar a exposição dos trabalhadores a poeiras, com base nos princípios gerais de prevenção. Segundo Hagstro et al ., (2008) o controlo da exposição a partículas dispersas no ar pode ser realizado por: Sistemas de encapsulamento da fonte; Ventilação exaustora localizada e dimensionada; Adopção de boas práticas de trabalho; Protecção individual (máscara com filtros adequados, luvas, óculos, fato, protectores auriculares); Medidas de controlo de engenharia e/ou administrativas (por ex. rotatividade); Vigilância da saúde dos trabalhadores; Substituição dos produtos por outros menos perigosos, se possível; Operações de limpeza adequadas (por ex. aspiração com filtros adequados ao tamanho das partículas, ou por meios líquidos).
2.3.3. Amostragem das poeiras
Para determinar a concentração ambiental da poeira, as amostras deverão ser colectadas de preferência ao nível respiratório dos trabalhadores; para isto é recomendável utilizar um amostrador individual que faça colecta do material que pode ser inalado pelo trabalhador.
3.1. Descrição do local
O estudo foi desenvolvido na carpintaria da Faculdade de Engenharia da Universidade Eduardo Mondlane. Esta carpintaria dedica-se as actividades de produção de pequenos móveis como, portas, janelas, armários e prestam serviços de manutenção dos diversos móveis e equipamentos de madeira disponíveis na Faculdade.
Figura 1- Vista Frontal da carpintaria
O edifício da carpintaria é constituído por cinco compartimentos distintos, o primeiro compartimento é a marcenaria constituída fundamentalmente por oito bancadas para realização das diversas actividades (ligamento, lixar, pequenos corte, aplicação de pregos e ajuste dos objectos). O segundo compartimento é a sala de máquinas, onde encontramos as diversas maquinas (serra circular, tupia, furadeira e lixadeira). Os outros três compartimentos são o armário, o escritório e os sanitários.
Figura 2- Planta de base da carpintaria em estudo
Figura 4 – equipamento de protecção individual (Mascara) Ao mesmo tempo denota-se que já foram implementadas algumas medidas de segurança na empresa. Extintores bem colocados, sinalizados e suficientes dentro de toda a instalação, sinalização diversa e afixada, exemplo disso são a sinalização do quadro eléctrico e dos extintores. Também existe sistemas de ventilação (extractores) para renovação do ar do ambiente da carpintaria. A iluminação é bem evidente no local permitido trabalhar com segurança.
Figura 5 – Extintores e sinalização
Figura 6 – iluminação do local 3.2. Análise de riscos
A análise de riscos constitui a primeira abordagem de um problema de segurança do trabalho. Tem como objectivo o levantamento de todos os factores do sistema de trabalho Homem/Máquina/Ambiente que podem causar acidentes. A avaliação de Riscos (AR) profissionais é o processo que visa estimar a dimensão do risco para a saúde e segurança dos trabalhadores em função das situações em que o perigo pode ocorrer no local de trabalho. Com a AR são identificados os principais riscos a que o trabalhador está exposto, podendo-se quantificar/valorar esses riscos de modo a poder-se intervir por ordem de prioridade, ou seja, do mais para o menos grave. A primeira fase de análise de risco consiste na identificação de perigos. Na fase da identificação dos perigos deve ser recolhida toda a informação ligada a actividade, função ou equipamento a analisar (legislação, manuais de instrução de máquinas, fichas de dados de segurança de produtos químicos, processos e métodos de trabalho, dados estatísticos, depoimentos de trabalhadores, entre outros). Além das informações anteriormente citadas, deve-se também recolher informações das pessoas que estão expostas ao perigo, tais como os trabalhadores, as empresas subcontratadas, fornecedores, população a redor, entre outras. Com base nos dados recolhidos deve-se proceder a estimativa dos riscos, que pode ser feita de forma quantitativa ou qualitativa. Para o presente estudo fez-se uma análise qualitativa e os resultados são apresentados na tabela a seguir.
trabalho, corte e limpeza da madeira, marcação da madeira, perfuração da madeira, respugamento e lixamento.
Figura 7 – Equipamento de medição do nível de ruído
Tabela 3 – Dados da análise do nível de ruído
Tempo Actividades Duração Nível de ruído (dB) Local de medição 9:00 Abertura da sala
9:45 Pequeno- almoço
9:57 Início do trabalho
9:58 Corte e limpeza da madeira
10:05 Marcação da madeira
10:14 Perfuração da madeira
10:20 Marcação da madeira
10:25 Respugamento 6 100 SM
10:31 Lixamento da madeira
Uma vez que o trabalhador executa diversas tarefas durante a jornada de trabalho, a exposição ao ruído durante a jornada de trabalho resulta da combinação do ruído de cada actividade, para uma jornada de 8h o cálculo é:
Onde:
T – duração de uma jornada de trabalho (horas); Tn – duração da actividade (horas); Ln – nível de ruído medido no local da actividade (dBA)
Apenas foram efectuadas medições do ruído durante 96 min (1.60 h). Para jornadas inferiores a 8h, o nível de exposição deve ser normalizado.
3.3.2. Determinação da concentração da poeira
Para determinar a concentração ambiental da poeira usou-se uma bomba de sucção. A bomba de sucção deve ser colocada na zona mais próxima do sistema respiratório do trabalhador.