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Guerra na Palestina Parte2, Notas de estudo de História

Apostilas de História sobre o Pequeno histórico da Guerra da Palestina, sionismo, decisão das Nações Unidas.

Tipologia: Notas de estudo

2013

Compartilhado em 21/10/2013

Marcela_Ba
Marcela_Ba 🇧🇷

4.6

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O que foi inicialmente uma vitória militar de Israel, que com o domínio total
dos ares levou somente quatro dias para atingir seus objetivos, tornou-se uma
vitória política para Nasser, que continuou no poder. Sob forte pressão de
Washington, os ingleses e franceses foram obrigados a retirar-se do Egito e no
ano seguinte Israel evacuou a Faixa de Gaza e o Deserto do Sinai.
No início de 1967, temendo o aumento do nacionalismo trans-árabe, o
governo norte-americano autorizou Israel a lançar uma guerra contra Egito,
Síria e Jordânia – a Guerra dos Seis Dias, de junho de 1967, teve
conseqüências profundas para o mundo árabe. Um ataque surpresa das forças
israelenses destruiu as forças aéreas do Egito e da Síria, enquanto em terra
Israel atacava posições egípcias no Sinai e em Gaza. A Jordânia tomou o
governo internacional de Jerusalém e bombardeou Tel-Aviv; em resposta, Israel
atacou e capturou toda a margem ocidental do Rio Jordão, incluindo Jerusalém,
capturando ainda as Montanhas de Golã, pertencentes à Síria.
Este movimento renovou a guerra pela Palestina, sob o controle israelense a
oeste do Rio Jordão. Em Israel, a posse da Margem Ocidental gerou uma onda
de nacionalismo místico que reforçou a ligação a um território cujo valor
estratégico tinha sido demonstrado pela guerra. No mundo árabe, a OLP
ganhava sua autonomia, tornando-se um ator importante no futuro do conflito.
Nos territórios ocupados, o regime era de total falta de liberdade e respeito
com as populações locais. O relatório da Liga Israelense pelos Direitos
Humanos e Civis relata como se dava a negação de todos os direitos de
expressão e organização política sob o regime de ocupação:
“Toda organização, incluindo organizações de ajuda mútua, conselhos de
estudantes, etc., é proibida. As cortes religiosas muçulmanas (Sharia) perderam
sua legitimidade e direito de operação, os sindicalistas são sistematicamente
detidos ou expulsos. Em outras palavras, a liberdade, liberdade total de
expressão e organização prevista na Carta dos Direitos Humanos (liberdade de
organização política, demonstrações, assembléias e qualquer outra forma de
atividade política não-violenta) é totalmente negada aos palestinos sob a
ocupação israelense.”
Além da falta de liberdade política, há ainda a questão da exploração do
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O que foi inicialmente uma vitória militar de Israel, que com o domínio total dos ares levou somente quatro dias para atingir seus objetivos, tornou-se uma vitória política para Nasser, que continuou no poder. Sob forte pressão de Washington, os ingleses e franceses foram obrigados a retirar-se do Egito e no

ano seguinte Israel evacuou a Faixa de Gaza e o Deserto do Sinai.

No início de 1967, temendo o aumento do nacionalismo trans-árabe, o governo norte-americano autorizou Israel a lançar uma guerra contra Egito, Síria e Jordânia – a Guerra dos Seis Dias, de junho de 1967, teve conseqüências profundas para o mundo árabe. Um ataque surpresa das forças israelenses destruiu as forças aéreas do Egito e da Síria, enquanto em terra Israel atacava posições egípcias no Sinai e em Gaza. A Jordânia tomou o governo internacional de Jerusalém e bombardeou Tel-Aviv; em resposta, Israel atacou e capturou toda a margem ocidental do Rio Jordão, incluindo Jerusalém,

capturando ainda as Montanhas de Golã, pertencentes à Síria.

Este movimento renovou a guerra pela Palestina, sob o controle israelense a oeste do Rio Jordão. Em Israel, a posse da Margem Ocidental gerou uma onda de nacionalismo místico que reforçou a ligação a um território cujo valor estratégico tinha sido demonstrado pela guerra. No mundo árabe, a OLP ganhava sua autonomia, tornando-se um ator importante no futuro do conflito.

Nos territórios ocupados, o regime era de total falta de liberdade e respeito com as populações locais. O relatório da Liga Israelense pelos Direitos Humanos e Civis relata como se dava a negação de todos os direitos de

expressão e organização política sob o regime de ocupação:

“Toda organização, incluindo organizações de ajuda mútua, conselhos de estudantes, etc., é proibida. As cortes religiosas muçulmanas ( Sharia ) perderam sua legitimidade e direito de operação, os sindicalistas são sistematicamente detidos ou expulsos. Em outras palavras, a liberdade, liberdade total de expressão e organização prevista na Carta dos Direitos Humanos (liberdade de organização política, demonstrações, assembléias e qualquer outra forma de atividade política não-violenta) é totalmente negada aos palestinos sob a ocupação israelense.”

Além da falta de liberdade política, há ainda a questão da exploração do

trabalho, pois aos palestinos são oferecidos os piores empregos e salários mais baixos do que os pagos aos israelenses – situação que predomina até hoje nos territórios ocupados e dentro de Israel.

A resistência palestina, entretanto, tornava-se proeminente. Com a permissão do Rei Hussein da Jordânia, a OLP passou a usar este território como base, formando um Estado dentro de um Estado e intensificando suas operações contra Israel: bombardeios através da fronteira jordaniana e libanesa; sabotagem dentro de Israel; violência contra alvos israelenses e judeus fora do Oriente Médio. Estas atividades tiveram um papel crucial no estabelecimento da OLP no mundo árabe e para familiarizar a comunidade internacional com a OLP e a questão palestina. A discordância da OLP a aceitar o cessar-fogo levou à guerra civil dentro da Jordânia e à sua expulsão deste país em setembro de 1970. Em conseqüência, a OLP estabeleceu-se no território libanês, construindo não apenas uma estrutura política e militar, mas

também assistencial e educacional.

Em outubro de 1973 ocorreu novo conflito árabe-israelense, referido pelos árabes como Guerra do Ramadam e pelos israelenses como Guerra do Yom Kippur. A Arábia Saudita envolveu-se no conflito, impondo, junto com o Iraque e a Líbia, o boicote à venda de petróleo aos apoiadores de Israel. A União Soviética ajudou o Egito a evitar uma derrota militar decisiva, enquanto os Estados Unidos sentiam que o momento deveria ser usado para estimular o movimento de ocidentalização do Egito.

A guerra terminou inconclusivamente com o cessar-fogo imposto pelos norte-americanos em 24 de outubro de 1973. Em Golan, Israel havia ganhado mais território; no sul, estava em controle de grande parte do território egípcio, porém os egípcios dominavam a margem oriental do Canal de Suez. Politicamente, a vitória não foi egípcia nem israelense: em Israel, havia um grande número de mortos, feridos e prisioneiros de guerra; houve um declínio interno da força do governo e enfraquecimento da posição de Israel regional e internacionalmente, acompanhado de um aumento da influência árabe no mundo.

Uma importante conseqüência da Guerra de Outubro foi que provocou o fim do impasse que prevalecia desde 1967, levando os protagonistas a participar do

novo desenvolvimento à guerra – Israel foi forçado a concordar com a retirada

de suas forças do Líbano, onde seriam substituídas por uma força internacional.

A estratégia israelense fracassou ao deixar o Líbano em convulsão, permitindo a entrada dos sírios, e ao reforçar a identidade e a ligação dos palestinos que, apesar de exilados, logo se reagrupariam novamente e com mais força (expulsa do Líbano, a cúpula da OLP recebeu asilo na Tunísia). Além disso, o aliado israelense Bashir Gemayel foi assassinado logo após ter assumido o governo e nenhum outro líder libanês recebeu a aprovação do governo sionista – inclusive seu irmão e sucessor, Amin Gemayel, que não contava com a simpatia israelense por seu perfil acomodacionista e menos radical.

Em maio de 1983, um acordo entre Israel e o Líbano efetivou a saída das forças israelenses de Beirute, porém o entendimento sobre o retorno à normalidade no sul permaneceu não efetivo porque as tropas sírias tampouco deixaram o Líbano (pelo acordo, todas as forças estrangeiras deveriam deixar o país), além de não haver interesse para Israel na retirada de suas forças do sul do Líbano. Posteriormente, as forças israelenses foram substituídas pela milícia do Major Haddad (Exército do Sul do Líbano), que passou a controlar o sul do país sob instrução e comando israelense. O Líbano sul tornou-se então teatro de combates opondo a milícia pró-israelense e os destacamentos israelenses à resistência islâmica libanesa, capitaneada pelo Hizbollah. Esta situação perdurou até maio de 2000, quando a guerrilha de resistência conseguiu impor

aos israelenses uma retirada unilateral e provocou a desarticulação do ESL.

Em 1987, o movimento de resistência palestino à ocupação israelenses toma novo fôlego na forma da intifada – ou revolta – , também conhecida como revolta das pedras , em que a população dos territórios ocupados começou a alvejar com pedras os postos militares e soldados israelenses, porovocando a retomada da questão em nível internacional e levando aos processos de paz que culminaram com o acordo de Oslo, realizado entre Arafat e Rabin em 1993. Segundo este acordo estava prevista uma retirada progressiva das tropas israelenses dos territórios palestinos ocupados em 1967, o que foi sendo

protelado pelos sucessivos governos israelenses após a morte de Rabin.

O não cumprimento do acordo por parte dos israelenses levou à retomada da intifada no final de setembro de 2000, agora mais forte do que jamais foi e incluindo também a população árabe de Israel (que dentro do estado sionista são considerados cidadãos de segunda categoria). Os palestinos exigem a retirada incondicional de Israel dos territórios ocupados (incluindo os assentamentos ilegais que ali vêm sendo construídos), conforme a Resolução N. 242 da ONU. Exigem também a desocupação da parte árabe de Jerusalém

(Jerusalém oriental), que deverá ser a capital do futuro Estado palestino.

Localização da cidade de Jerusalém Sagrada para três Religiões