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Guias e Dicas
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Gravidez precoce e suas consequência monografia, Teses (TCC) de Ortopedia

Actual monografia descreve sobre a temática da gravidez precoce

Tipologia: Teses (TCC)

2019

Compartilhado em 28/10/2019

MarioXavier
MarioXavier 🇦🇴

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NATALY CARVALHO DINIZ
GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA:
UM DESAFIO SOCIAL
CAMPOS GERAIS/MINAS GERAIS
2010
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NATALY CARVALHO DINIZ

GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA:

UM DESAFIO SOCIAL

CAMPOS GERAIS/MINAS GERAIS

NATALY CARVALHO DINIZ

GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA

UM DESAFIO SOCIAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família, Universidade Federal de Minas Gerais, para obtenção do Certificado de Especialista.

Orientadora: Professora Kátia Ferreira Costa Campos

CAMPOS GERAIS/MINAS GERAIS

AGRADECIMENTO

Agradeço primeiramente a Deus, meus familiares e pessoas que contribuíram para minha formação.

EPIGRÁFE

Felizes são os que ouvem a palavra de Deus e as guarda!

Lucas 11: 28

ABSTRACT

This work deals with risk factors for teenage pregnancy, which have grown much, and that can be regarded as a problem of major proportions in our society. Is justified by the need for information to healthcare professionals in order to lead them to better understand these factors to find out how best to deal with the risk factors for teenage pregnancy. For the present study used the narrative literature review, and the literature on adolescence and the risk factors for pregnancy at this stage of life. It is this work that the risk factors for teenage pregnancy are linked to family life, neglect to use condoms and contraceptives by teenagers, and that sex education is a determining factor in the prevention of teenage pregnancy contributing to the development of skills and adaptations of behavior bio-psycho-socially healthy, responsible and rewarding.

INDICE

  • I. Introdução .................................................................................................
  • II. Justificativa ..............................................................................................
  • III. Objetivo ....................................................................................................
  • IV. Metodologia..............................................................................................
  • V.1 Gravidez na Adolescência .....................................................................
  • VI.2.Fatores de risco associados a Gravidez na Adolescência ...............
    • 2.1 Fatores Sociais ..................................................................................
    • 2.2 Fatores Psicológicos ........................................................................
  • Considerações Finais ..................................................................................
  • Referencias Bibliográficas ..........................................................................

Acompanhado de alterações hormonais, o comportamento sexual pode ser caracterizado como um produto de fatores culturais presentes no ambiente em que vive e que cada vez mais influencia o comportamento desses adolescentes (CARVALHO, 2000). Dentro deste contexto a gravidez precoce apresenta-se para as jovens sejam elas mais esclarecidas ou não sobre uma relação sexual. Esta por sua vez, tem sido um tema bastante discutido nos debates sobre educação sexual e reprodutiva, pois se configura como uma situação de risco e um elemento que desestrutura a vida de um adolescente e que pode disseminar ainda mais a pobreza, por conta das dificuldades posteriores a gravidez. Ou seja, quando a atividade sexual tem como resultante a gravidez, gera conseqüências a longo prazo (FREITAS,1990). Isto parece acontecer devido a falta de interação entre pais e filhos no que diz respeito a orientação sobre a sexualidade. Segundo Santo Junior, 1999, a família, principalmente na figura dos pais, poderia discutir e orientar seus filhos com relação às dúvidas, angústias, tabus e preconceitos tão freqüentes nessa etapa da vida. A maioria das adolescentes coloca que seus pais têm dificuldade de discutir esses temas em casa. O atual modo de vida da família não propicia que os pais fiquem muito tempo com os filhos, o que podem levar ao distanciamento nessas relações, desde a infância. Por outro lado, a tentativa de resgate quando acontece, se dá na adolescência, surgindo evidências de que algo de “anormal” está ocorrendo com a filha. Outro fato que dificulta a convivência familiar é o processo de modernização das sociedades urbanas. Os adolescentes incorporam mais rapidamente as novas tecnologias, os novos valores sociais e culturais, muito diferentes dos valores dos pais, o que favorece o distanciamento e até a separação precoce da família (SANTO JUNIOR, 1999). Tendo em vista a realidade relacionada à saúde do adolescente, observa-se no dia a dia da equipe de saúde da família da qual faço parte, que os problemas parecem acontecer devido ao contexto familiar, que sofre conturbações por ocasião em que o adolescente inicia a atividade sexual. Observa-se ainda que os adolescentes que iniciam vida sexual

precocemente ou engravidam nesse período geralmente vêm de famílias cujas mães também iniciaram vida sexual precocemente ou engravidaram durante a adolescência. Outro motivo o qual não pode deixar de ser citado é a interrupção, temporária ou definitiva, no processo de educação formal, acarretando prejuízo na qualidade de vida e nas oportunidades futuras dos adolescentes. Entre os anos de 2007 e 2008, as duas equipes do Programa da Saúde da Família (PSF) do município de Carvalhos, acompanharam 67 gestantes, sendo que 26 delas possuíam idades entre 13 e 17 anos. O mapeamento e o acompanhamento socioeconômico destas gestantes menores de 18 anos revelaram que a maioria mora na Zona Rural e com renda per capita familiar inferior a um quarto do salário mínimo, sendo também o grau de escolaridade baixa, os pais não têm sequer o ensino fundamental e as adolescentes grávidas interrompem os estudos sem completar o ensino médio. Soma-se a essas características, o tabu ainda existente na sociedade carvalhense principalmente na área rural, quando o assunto se trata de afetividade e sexualidade. Trata-se de um problema contundente que as equipes de saúde da família enfrentam, pois os pais ensinuam que se os profissionais de saúde abordam este assunto estaríam contribuindo para piorar a situação, não oferecendo soluções para o problema. Com o apoio da Secretária Municipal de Saúde e Secretária Municipal da Educação, forma realizadas no ano de 2009 no âmbito da atenção básica, palestras nas escolas e reuniões com os pais abordando temas ligados diretamente a afetividade e sexualidade e a gravidez na adolescência. Entende-se que as ações dos profissionais na área de saúde, constituem a base para uma proposta de mudança nessa problemática do município de Carvalhos, porém ainda há muito que lutar por esta causa, mantendo a conscientização da população para alcance do nosso objetivo de reduzir a gravidez precoce no nosso município.

Frente a essa situação, não se pode mais ignorar o fato de que as adolescentes também morrem por complicações evitáveis da gravidez, parto ou puerpério, indicadores inter-relacionados à falta de acesso ao pré-natal de qualidade, ao planejamento familiar, à dificuldade de implementação de prática do parto humanizado, ampliando a possibilidade de risco de morte. Faz-se urgente para os profissionais de saúde da família que lidam diretamente com esta clientela, compreender melhor os riscos que levam a gravidez precoce, no intuito de realizar um trabalho mais efetivo, de prevenção e estimular o cuidado com a saúde nesta faixa etária.

III. OBJETIVO:

Realizar um levantamento bibliográfico acerca dos fatores de risco para a gravidez na adolescência ressaltando a importância que há no conhecimento sobre o assunto e avaliar quais os fatores que levam uma adolescente a ser mãe antes da idade adulta.

V. DESENVOLVIMENTO

V.1 GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA

Nas últimas décadas, a gestação na adolescência tem sido considerada um importante assunto de saúde pública, em virtude da prevalência com que esse fenômeno vem ocorrendo ao redor do mundo. A chamada epidemia da maternidade na adolescência só foi reconhecida por volta de 1970, quando as taxas de fecundidade nesta faixa etária já começavam a cair nos Estados Unidos e em outros países do primeiro mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a gravidez na adolescência como gestação de risco. A grande dificuldade encontrada na análise de trabalhos publicados na literatura nacional e internacional se deve ao fato de se atribuir um possível pior desempenho obstétrico e repercussões sobre o recém-nascido simplesmente à idade materna, com um cortejo de situações de risco como: pobreza, baixa escolaridade, falta de assistência pré-natal adequada, entre outras. O conhecimento dos fatores relacionados à gravidez na adolescência dentro de cada realidade social pode se constituir em um importante caminho para a implementação de medidas que possam modificar esse quadro e favorecer o exercício pleno e saudável da sexualidade desses adolescentes. A preocupação com a gravidez na adolescência vem de longa data, mas a questão da repetição das gestações nesta faixa de idade não recebeu, por muito tempo, a mesma atenção. Assim, são ainda escassos os trabalhos sobre reincidência de gravidez na adolescência, o que dificulta, inclusive, o conhecimento da sua freqüência, com variação entre 25 e 50% na literatura mundial. O empenho em empreender este estudo decorre do fato de que o cuidadoso diagnóstico de situação representa o caminho para orientar intervenções apropriadas capazes de surtir um desejado efeito preventivo. Nesta fase pode ocorrer uma necessidade de experiências novas e então diante desta busca, o uso de drogas, bebidas alcoólicas, cigarros, iniciação da vida sexual, bem como o desenvolver de uma gestação,

enquanto se completa a definição de EU a qual se subordinam as identificações infantis, que diz ser a adolescência “um período de moratória psicossocial por ser uma época na qual o jovem se sente livre para experimentar papéis e estilo de vida adulta" (TAKIUTT, 1986, p. 127 ) Pode-se observar que os meninos e meninas entram na adolescência cada vez mais cedo; o início da ejaculação e da menstruação indica que eles estão começando sua vida fértil, isto é, que chegarão àquela fase da vida e que são capazes de procriar. As transformações físicas não são as únicas que enfrentam e suas mentes também passam por grandes alterações. Referência? Entretanto essa é uma fase de dubiedades: no momento o jovem pode tornar-se mais sonhador ou independente e arrojado, passando a querer experimentar novas possibilidades e vivências. Ao mesmo tempo em que se vê retraído, inseguro, pode achar que não precisa de ninguém, acha que é capaz de tudo, apesar de temer o mundo, acredita que nada pode acontecer.(FREITAS, 1990) A fase onde há modificação do corpo chama-se de puberdade, no caso das garotas, os seios desenvolvem ganha nova tonalidade vocal, as pernas engrossam, os lábios vaginais se tornam foco da experiência e finalmente, a menstruação. Fator preponderante, que a torna uma adolescente e não mais uma garota. No caso dos garotos, surgem as espinhas e a voz engrossa, o pênis se desenvolve, a musculatura define o corpo e o foco de atenção são as novidades do sexo oposto. Inicia-se a masturbação, as fantasias e as historinhas ligadas ao ato sexual. É um período de grandes diferenças individuais e notáveis mudanças físicas. Os hormônios de crescimento e sexuais são produzidos em altas doses pelo organismo e esses impulsos que estavam em repouso agora explodem segundo FREITAS, (1990). Para DUARTE (1990), ao adquirir personalidade própria, o jovem geralmente distancia-se da família, procurando maior autonomia. Com isso, sua vida social se modifica, passa preferir companhia de outros adolescentes, recusando a de irmãos e de pais. Os amigos da mesma idade passam a ser mais importantes, começa a se vestir de acordo com o figurino do grupo e

incidência aumentada de patologias para ambas as partes. Os fatores socioeconômicos implicados no problema da adolescente grávida, que ocasionam o abandono definitivo da escola em 90% das vezes, fará com que a mãe não esteja preparada para enfrentar e conquistar um lugar adequado e bem remunerado no mundo adulto (MANDU, 2000. Para GOMES, (2000) os conceitos em relação à saúde reprodutiva da adolescente vem mudando nos últimos 30 anos. Inicialmente, considerava-se toda mulher grávida como sendo de "risco", em virtude da possibilidade de ocorrer algum dano binômio mãe-filho. Além do elevado índice de complicações como toxemia, é freqüente a prematuridade ou o nascimento de bebês de baixo peso em mães adolescentes. Ocorre até mesmo uma competição feto-materno por nutrientes, já que ambos precisam de substâncias especiais para o desenvolvimento. De acordo com SANTOS, (2000) havia pouca preocupação com contexto social no qual a mãe adolescente vivia, mas isto mudou nos anos 70. Os especialistas reconheceram que as jovens do ponto de vista biológico poderiam ter um filho por ano, já que a partir dos 15 a 16 anos, sem representar qualquer risco reprodutivo, mas alertam para o fato de maior risco por conta das precárias condições sociais em que, via de regra, vivem as adolescentes. A população alvo passou a ser mulheres em idade reprodutiva, pertencentes às classes sociais menos favorecidas economicamente.

“Mais recentemente, o critério para definir risco não é mais o nível de renda, pois se considera somente que o fator econômico não explica as determinações do processo saúde- doença. Na maioria dos casos, a caracterização de gravidez de alto risco está ligada a pressão psicológica por que passa a jovem e as dificuldades psíquicas e financeiras de acesso a profissionais de saúde. Do ponto de vista psicológico, a jovem precisa de uma atenção maior, e a falta de orientações gera riscos”. (CAVALCANTI, 2000,p.124).

Na prática médica associa-se à gravidez na adolescência a probabilidade de aumento das intercorrências clínicas e morte materna, assim como os índices maiores de prematuridade, mortalidade neonatal e baixo peso de recém-nascidos, entre outras. Quando indesejadas ou sem apoio social e familiar, a gravidez freqüentemente leva adolescentes a práticas de

abortos ilegais e em condições impróprias, constituindo-se esta em uma das principais causas de óbitos por problemas relacionados à gravidez. Só no ano de 1998, mais de 50 mil adolescentes foram atendidas em hospitais públicos para curetagem pós-aborto, sendo cerca de três mil realizados entre jovens de 10 a 14 anos (GOMES, 2000). A literatura indica que as intercorrências do âmbito físico mais comuns nas adolescentes gestantes são as anemias, toxemias gravídicas, a infecção urinária, a doença hipertensiva, amniorresce pré-matura, trabalho de parto prematuro, os partos operatórios e a infecção puerperal. Com relação aos recém nascidos, os principais problemas são o baixo peso, índices de Apgar, a icterícia fisiológica e a infecção do coto umbilical. Presume-se que esta última esteja relacionada a cuidados inadequados com o recém-nascido.

V.2 FATORES DE RISCO ASSOCIADOS A GRAVIDEZ NA

ADOLESCÊNCIA

A maternidade no início da vida reprodutiva antecipa a maturidade biológica, e precipita momentos socialmente institucionalizados para a reprodução, com claras implicações para a constituição de família e a organização social dominante. As expectativas sociais diante da idade para o início da reprodução, no entanto, alteram-se cultural e historicamente, e a gravidez, no período modernamente chamado de adolescência, é abordada de modo diferente de décadas passadas.

V.2.1 FATORES SOCIAIS

As atitudes individuais são condicionadas tanto pela família quanto pela sociedade. A sociedade tem passado por profundas mudanças em sua estrutura, inclusive aceitando melhor a sexualidade na adolescência, sexo antes do casamento e também a gravidez na adolescência. Portanto tabus, inibições e estigmas estão diminuindo e a atividade sexual e a gravidez aumentando. (FREITAS, 1990). BALEERIO (1999), afirma que quando se chega à puberdade, ali pelos