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GESTÃO ESTRATÉGICA DA MANUTENÇÃO: UMA OPORTUNIDADE PARA MELHORAR O RESULTADO OPERACIONAL
Tipologia: Teses (TCC)
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Compartilhado em 14/08/2019
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Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Faculdade de Engenharia da Universidade Federal de Juiz de Fora, como requisito parcial para a obtenção do título de Engenheiro de Produção.
Orientador: DSc., Luiz Henrique Dias Alves
Costa, Mariana de Almeida. Gestão estratégica de manutenção : uma oportunidade para melhorar o resultado operacional / Mariana de Almeida Costa. – 2013. 103 f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Engenharia de Produção)–Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2013.
CDU 658.
Agradeço a Deus por iluminar meus caminhos, me mostrando as escolhas corretas e me guiando às pessoas certas. A minha mãe pelo amor, pela compreensão, pela dedicação, pelos exemplos e virtudes que me foram passados ao longo da minha vida. Ao meu pai, pelos conselhos e pela ajuda, e ao meu irmão, pelo carinho e pelo apoio incondicional. A toda minha família e amigos, pela torcida, pela expectativa, pela união e alegria. A escola de Engenharia, em especial aos professores e colegas que muito contribuíram para a minha formação acadêmica nesses bons e intensos anos de faculdade. Ao meu orientador Luiz, por acreditar em mim, pelo suporte, idéias e presença ao longo do desenvolvimento de todo este trabalho.
Strategic maintenance management involves the integrated knowledge of the companie, in every sector and equipment, deciding where, when and why to apply each type of maintenance. The increasing complexity and diversity of physical assets within an organization increases even more the demand for more efficient and economically viable maintenance systems. This study aims to investigate an approach to developing an effective industrial maintenance management, through literature review, research and analysis, describing technical information, criteria and practices for a maintenance management with a focus on excellence. This study aimed an approach to developing an effective management of industrial maintenance, or a “State of Art”, through literature, research and analysis, describing, comprehensively, technical details, criteria and practices, for a maintenance management focusing on the pursuit of excellence. It also aimed to identify, among major industries in Brazil, through survey research, some patterns that revealed accordance with such criteria studied. The results showed that these organizations are moving towards a favorable scenario, having maintenance an increasingly more participative role in the results and strategic objectives. Also, they pointed out the main points of improvement to reach the “State of Art”.
Keywords: Strategic Management, Maintenance Planning, State of Art, Excellence.
ABRAMAN – Associação Brasileira de Manutenção CCQ – Círculo de Controle da Qualidade FMEA – Failure Mode and Effect Analysis (Análise do Tipo e Efeito de Falha) JIPM – Japan Institute of Plant Maintenance (Instituto Japonês de Manutenção de Planta) OEE – Overall Equipment Effectiveness (Eficácia Global dos Equipamentos) PCM – Planejamento e Controle da Manutenção RCFA – Root Cause Failure Analysis (Análise da Causa Raiz da Falha) RCM – Reliability-Centered Maintenance (Manutenção Centrada à Confiabilidade) TMPF (MTTF) – Tempo Médio entre as Falhas ( Mean Time Between Failures) TMPR (MTTR) – Tempo Médio para Reparo ( Mean Time To Repair) TPM – Total Productive Maintenance (Manutenção Produtiva Total) TQC – Total Quality Control (Controle de Qualidade Total)
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1. INTRODUÇÃO
A expansão tecnológica, a globalização, o desaparecimento das fronteiras e a incorporação da sustentabilidade e responsabilidade social dentro das empresas são, certamente, grandes indicativos da evolução da economia mundial. Ao mesmo tempo, acirra- se a concorrência entre as organizações e estas se vêem obrigadas a melhorar a agilidade a que respondem ao mercado, inovando e efetuando melhorias contínuas. Neste cenário, é preciso que a atividade de manutenção se integre de maneira eficaz ao processo produtivo, contribuindo para que a empresa caminhe rumo à excelência. A grande interseção do setor de manutenção com o de produção, influenciando diretamente a qualidade e produtividade, faz com que o mesmo desempenhe um papel estratégico fundamental na melhoria dos resultados operacionais e financeiros dos negócios (XENOS, 1998). Portanto, a manutenção deve se configurar como agente proativo dentro da organização. Para isso, a gestão da empresa deve ser sustentada por uma visão de futuro e os processos gerenciais devem focar na satisfação plena dos clientes, através da qualidade intrínseca de seus produtos e serviços, tendo como balizadores a qualidade total dos processos produtivos (KARDEC & NASCIF, 2009). De acordo com KARDEC & NASCIF (2009, p. 11):
“a atividade de manutenção precisa deixar de ser apenas eficiente para se tornar eficaz; ou seja, não basta, apenas, reparar o equipamento ou instalação tão rápido quanto possível, mas, principalmente, é preciso manter a função do equipamento disponível para a operação, evitar a falha do equipamento e reduzir os riscos de uma parada de produção não planejada”
Para TAVARES (2005, p. 20) os gestores de manutenção devem ter ampla visão e atuação sistêmica dentro de suas organizações, de tal forma que a diversidade de modelos e fundamentações do planejamento e controle da manutenção, plenamente consolidados, sejam úteis à maximização dos equipamentos, assim como os lucros da organização. A manutenção, vista como função estratégica, responde diretamente pela disponibilidade e confiabilidade dos ativos físicos e qualidade dos produtos finais, representando, portanto, importância capital nos resultados da empresa. Entender o tipo de
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1.2 JUSTIFICATIVA
O aumento dos níveis de competitividade teve como uma de suas consequências mais expressivas a maior importância concedida ao gerenciamento da produção. Ao mesmo tempo, os avanços tecnológicos e a introdução dos mesmos dentro das indústrias levam a uma reavaliação de vários conceitos e práticas antes tidas como verdades absolutas. Neste sentido, novos sistemas, práticas e inovações surgem para a aplicação no setor de manutenção, associando a isso, uma mudança brusca nos paradigmas desta atividade, como já explanado nas considerações iniciais. A proposta deste trabalho é justificada pela grande janela de oportunidades que rodeiam o setor de manutenção, haja vista, a gestão estratégica do mesmo ainda é pouco praticada no Brasil, e muitas empresas sequer possuem controle de suas atividades neste âmbito, concentrando suas práticas em manutenções corretivas, ao acaso do tempo, sem indagar se realmente tais práticas otimizam seus ganhos. Há grande demanda por sistemas de manutenção eficientes e economicamente viáveis e pouca informação. Além disso, há grande motivação por parte da autora em se aprofundar no assunto, haja vista, foi um tema não muito tratado durante o exercício de sua graduação e a mesma reconhece importância fundamental em discutir o setor.
O trabalho será delineado a partir da apresentação de referencial teórico abrangendo os principais conceitos acerca da manutenção. A partir disso será dado foco em desenvolvimento de uma abordagem para gestão de manutenção industrial, que traga diferencial competitivo e melhoria dos resultados operacionais da organização, e que seja alinhada com a estratégia da empresa. O trabalho será dirigido para o setor industrial, com foco no levantamento das melhores práticas, pesquisa, análise e classificação das informações e critérios de manutenção, unificando de maneira abrangente as informações técnicas, visando transmitir uma consistência na gestão da manutenção que seja aplicável ao ambiente da indústria. O resultado do trabalho pode ser assimilado como uma oportunidade para as organizações, que buscam a excelência operacional, repensarem sua gestão de manutenção e melhorarem seu desempenho operacional.
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1.4 ELABORAÇÃO DOS OBJETIVOS
A manutenção deve trabalhar para manter o pleno funcionamento do sistema e, portanto, apenas a adoção de uma abordagem que seja ideal para a empresa, no sentido de estar alinhada com suas particularidades, missão e visão, irá garantir maior aderência e atendimento das expectativas relacionadas à manutenção. As ações de manutenção devem ser estrategicamente planejadas, segundo SOUZA (2008, p. 20), “para assegurar as operações corretas dos equipamentos e obter dos equipamentos a maior disponibilidade possível, ou seja, sustentação do sistema sem desviar o objetivo da elevação das receitas (rentabilidade)”. A atuação da manutenção moderna não é restrita apenas à ação corretiva, mas, ao contrário, está fundamentalmente ligada à gestão dos ativos industriais, garantindo disponibilidade e confiabilidade a um custo reduzido e, portanto, impactando diretamente no resultado operacional da empresa. Determinar uma gestão estratégica da manutenção ideal é estudar e aprofundar-se nas variáveis relacionadas ao processo produtivo e características gerenciais das mais diversas empresas, e, portanto, não é tarefa trivial. Dificilmente encontrar-se-ia um padrão que fosse passível da afirmação: este é o melhor. No entanto, o estudo técnico da manutenção, associado a um levantamento das melhores práticas, consegue abrir um leque de informações, padrões e práticas que permitam afirmar qual é o “Estado da Arte” da Manutenção Moderna e como o mesmo pode ser alcançado e implementado no setor industrial. Assim, o objetivo principal deste trabalho é sugerir e delinear as etapas do planejamento da Manutenção no âmbito industrial, com o propósito de tornar o setor parte estratégica da gestão da empresa, configurando-se como um diferencial competitivo para a mesma. Para suportar este objetivo principal, torna-se necessário:
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1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO
O trabalho está dividido em cinco capítulos. No capítulo 1 é apresentado o problema, ou seja, como a manutenção pode contribuir de forma efetiva e constante para melhoria do desempenho operacional de uma organização, o objetivo principal e os objetivos da pesquisa, a delimitação do tema, as possíveis contribuições da pesquisa, bem como a metodologia aplicada para seu desenvolvimento. O capítulo 2 apresenta uma revisão bibliográfica sobre os principais conceitos acerca do tema do trabalho, possibilitando embasamento teórico. No capítulo 3 será realizado o desenvolvimento do trabalho, com estudo mais técnico da manutenção e utilização de metodologia de pesquisa para definir o “estado da arte” em manutenção industrial. No capítulo 4 serão apresentados os resultados dos levantamentos e pesquisas, com proposta do modelo de manutenção. Por fim, no capítulo 5 será apresentada a conclusão do trabalho, orientada para a comparação entre o estudo teórico e o prático.
Este capítulo apresenta o embasamento teórico estudado para inicialização do trabalho. Muitos dos conceitos aqui apresentados serão referenciados ao longo do desenvolvimento deste trabalho.
De acordo com MONCHY (1987, p. 3), “o termo manutenção tem sua origem no vocábulo militar, cujo sentido era manter nas unidades de combate o efetivo e o material num nível constante de aceitação”. KARDEC & NASCIF (2009, p. 23) define o ato de manter ou a manutenção industrial como “garantir a disponibilidade da função dos equipamentos e instalações de modo a atender a um processo de produção e a preservação do meio ambiente, com confiabilidade, segurança e custos adequados”. Em 1975, a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, pela norma TB-116, definiu o termo manutenção como sendo o conjunto de todas as ações necessárias para que
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um item seja conservado ou restaurado de modo a poder permanecer de acordo com uma condição desejada. Anos mais tarde, em 1994, a NBR-5462 trazia uma revisão do termo como sendo a combinação de todas as ações técnicas e administrativas, incluindo as de supervisão, destinadas a manter ou recolocar um item em um estado no qual possa desempenhar uma função requerida (ABNT, 1994). Existem diversas definições e conceitos apresentados para a manutenção, a maioria com enfoque nos aspectos preventivos, conservativos e corretivos da atividade; mas é interessante observar a mudança, mais recente, que incluiu nas definições os aspectos humanos, de custos e de confiabilidade da função manutenção, como consequência do aumento da importância e responsabilidades do setor dentro das organizações.
Formas simples de manutenção, como conservação de objetos e ferramentas de trabalho, estendendo-se até pequenas atividades de reparo, podem ser observadas desde os primórdios das civilizações. No entanto, foi apenas com a Revolução Industrial do século XVIII, aliada a um grande avanço tecnológico, que a função manutenção emergiu na indústria, como forma de garantir a continuidade do trabalho. Neste caso, o próprio operador da máquina era responsável pela sua manutenção, sendo treinado para realizar reparos (WIREBSK, 2007). Esse cenário, com manutenção e produção realizadas pelo próprio operador, predominou até a I Guerra Mundial, onde as linhas de montagem introduzidas por Henry Ford iniciaram a demanda por sistemas de manutenção mais ágeis e eficazes, predominantemente direcionados para o que hoje se denomina manutenção corretiva (FILHO, 2008). Apesar de existirem na indústria pessoas responsáveis pela manutenção, estes ainda eram subordinados à função operação e executavam manutenção corretiva emergencial, o que implicava em conserto após falha e eventual indisponibilidade de máquina. Apenas com a II Guerra Mundial, no final da década de 30, e com a necessidade de produções cada vez maiores e mais enxutas, é que se começou a praticar o monitoramento de máquinas e equipamentos com base no tempo, caracterizando o que hoje se conhece por manutenção preventiva. Assim, a função manutenção, corretiva e preventiva, viria a assumir dentro da indústria posição hierárquica igual à da função produção (FILHO, 2008).