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Geometria Analítica - Coordenadas e Vetores, Resumos de Geometria Analítica e Álgebra Linear

Aula sobre Geometria Analítica - Coordenadas e Vetores no plano

Tipologia: Resumos

2019

Compartilhado em 13/08/2019

joao-paulo-o-nora
joao-paulo-o-nora 🇧🇷

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Coordenadas e vetores no
plano
Sumário
1.1 Introdução ....................... 2
1.2 Coordenadas e distância na reta . . . . . . . . . . . 3
1.3 Coordenadas e distância no plano . . . . . . . . . . 6
1.4 Distância entre pontos do plano . . . . . . . . . . . 8
1.5 Equipolência de segmentos orientados . . . . . . . . 14
1.6 Vetores no plano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.7 Textos Complementares . . . . . . . . . . . . . . . . 22
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Coordenadas e vetores no

plano

Sumário

1.1 Introdução....................... 2 1.2 Coordenadas e distância na reta........... 3 1.3 Coordenadas e distância no plano.......... 6 1.4 Distância entre pontos do plano........... 8 1.5 Equipolência de segmentos orientados........ 14 1.6 Vetores no plano.................... 16 1.7 Textos Complementares................ 22

Unidade 1 Introdução

1.1 Introdução

Nesse capítulo, introduziremos coordenadas na reta e no plano, para repre- sentar pontos por meio de números reais. A linguagem básica que utilizaremos continua com a apresentação dos vetores no plano e de suas principais pro- priedades. A representação dos pontos por suas coordenadas torna possível resolver algebricamente diversos problemas geométricos, e o uso de vetores per- mite o estudo de vários conceitos geométricos de forma mais simples e direta. Para isso, admitiremos que o leitor tenha conhecimento dos axiomas e dos principais resultados da Geometria Euclidiana Plana e Espacial, relativos aos seus elementos básicos: pontos, retas e planos. A partir desses elementos e dos axiomas de ordem, podemos denir dois conceitos fundamentais. Sejam A e B dois pontos distintos. O segmento de reta AB é o conjunto formado pelos pontos A e B e pelos pontos C entre A e B, e a semirreta

AB

é o conjunto formado pelo segmento AB e por todos os pontos D tais que B está entre A e D.

A B D

Figura 1.1: Ponto D na semirreta AB⇀ Vamos rever alguns axiomas e resultados da Geometria Euclidiana que serão úteis na construção da Geometria Analítica:

  • por dois pontos distintos passa uma, e somente uma única reta (axioma de incidência);
  • dados uma reta r e um ponto P não pertencente a r, existe uma, e somente uma reta paralela à reta r que passa por P (axioma das paralelas);
  • dados um ponto P e uma reta r, existe apenas uma reta perpendicular a r que passa por P ;
  • por três pontos do espaço não situados numa mesma reta passa um, e somente um plano (axioma de incidência). Além desses, utilizaremos vários outros resultados da Geometria Euclidiana, como o Teorema de Pitágoras, a Lei dos Cossenos, os casos de congruência entre triângulos etc. Para iniciarmos nosso estudo, devemos lembrar que, na Geometria Eucli-

Unidade 1 Coordenadas e distância na reta

  • a cada ponto X, X 6 = O, da semirreta

OB corresponde o número real negativo x = −d(O, X).

A correspondência

r ←→ R

acima descrita é biunívoca (exercício).

Definição 1 O número real x que corresponde ao ponto X segundo a correspondência acima estabelecida é denominada a coordenada do ponto X.

x = −d(O, X)

X 0

O x = d(O, X)

X

Figura 1.3: Coordenadas dos pontos na reta r

Definição 2 Sejam X e Y pontos da reta r com coordenadas x e y, respectivamente. Dizemos que o ponto Y está à direita do ponto X (ou que o ponto X está à esquerda do ponto Y ) se, e somente se, x < y.

Dessa forma, os pontos da semirreta

OA distintos de O estão à direita de O e os pontos da semirreta oposta a

OA estão à esquerda de O. Assim, semirreta

OA estabelece um sentido de percurso na reta r. Uma reta sobre a qual foi escolhida uma semirreta

OA denominada eixo E de origem O e direção induzida pela semirreta

OA.

Proposição 3 Se x e y são as coordenadas dos pontos X e Y sobre o eixo E, respecti- vamente, então d(X, Y ) = |x − y|.

Demonstração É fácil vericar o resultado quando^ X^ =^ Y^ ou^ X^ =^ O^ ou^ Y^ =^ O. Suponhamos que X, Y e O sejam três pontos distintos. Sem perda de generalidade, suponhamos que X está à esquerda de Y , isto é, x < y. Temos então três casos a considerar: Caso 1. X e Y estão à direita da origem. Isto é, 0 < x < y.

Coordenadas e vetores no plano Unidade 1

0

O x

X y

Y E

Figura 1.4: Caso 1. 0 < x < y Neste caso, X está entre O e Y , pois, caso contrário, Y estaria entre O e X e d(O, Y ) = y seria menor que d(O, X) = x. Logo, d(O, Y ) = d(O, X) + d(X, Y ) ⇐⇒ y = x + d(X, Y ) ⇐⇒ d(X, Y ) = y − x = |y − x|. Caso 2. X está à esquerda de O e Y está à direita de O. Isto é, x < y < 0.

x

X y

Y 0

O E

Figura 1.5: Caso 2. x < y < 0 De maneira análoga ao caso anterior, vericamos que Y está entre X e O. Assim, d(X, O) = d(X, Y ) + d(Y, O) ⇐⇒ −x = d(X, Y ) − y ⇐⇒ d(X, Y ) = y − x = |y − x|. Caso 3. X está à esquerda de O e Y está à direita de O. Isto é, x < 0 < y.

x

X 0

O y

Y E

Figura 1.6: Caso 3. x < 0 < y Neste caso, Y está na semirreta

OA e X está na semirreta oposta a

OA.

Portanto, O está entre X e Y e d(X, Y ) = d(X, O) + d(O, Y ) ⇐⇒ d(X, Y ) = −x + y = y − x = |y − x|.

Pela Proposição 3 temos que, se CD é um segmento do eixo E tal que C está à esquerda de D, então o ponto X pertence ao segmento CD se, e só se, c ≤ x ≤ d, onde c, d e x são as coordenadas de C, D e X, respectivamente. Isto é, há uma correspondência biunívoca entre os pontos do segmento CD e os números reais do intervalo [c, d]:

CD ←→ [c, d]

Coordenadas e vetores no plano Unidade 1

Em todo o seguinte, faremos referência a essa conguração como sistema de eixos ortogonais OXY ou, brevemente, sistema OXY. Uma vez escolhido um sistema de eixos OXY no plano π, o complementar dos eixos no plano consiste de quatro partes denominadas quadrantes e numer- adas como na Figura 1.8: primeiro quadrante (I), segundo quadrante (II), terceiro quadrante (III) e quarto quadrante (IV ), respectivamente. A escolha de um sistema de eixos ortogonais permite estabelecer uma cor- respondência biunívoca entre os pontos do plano π e os pares ordenados de números reais do conjunto R^2 = {(a, b); a, b ∈ R} da seguinte maneira: Ao ponto P ∈ π fazemos corresponder o par ordenado (a, b) se P não está sobre os eixos, a é a abscissa do pé da perpendicular ao eixo-OX por P e b é a ordenada do pé da perpendicular ao eixo-OY por P.

O (^) X

Y

π

(0, 0) (2, 0) (0, −√2)

(4, 2)

(− 3 , 3)

(−√ 3 , −2) (π,^ −2)

Figura 1.9: Pontos no plano π

Os números a, b ∈ R do par or- denado (a, b) associado ao ponto P são as coordenadas cartesianas do ponto P , a é a abscissa ou primeira coordenada de P e b é a ordenada ou segunda coordanada de P. Na Figura 1.9 ilustramos alguns pontos do plano π com suas co- ordenadas em relação ao sistema OXY. Reciprocamente, ao par ordena- do (a, b) ∈ R^2 associamos o ponto P do plano π dado pela interseção da perpendicular ao eixo-OX que passa pelo ponto de abscissa a, com a per- pendicular ao eixo-OY que passa pelo ponto de ordenada b. Sabendo que (a, b) = (a′, b′) em R^2 se, e somente se, a = a′^ e b = b′, é simples vericar que a correspondência

ponto do plano π ←→ par ordenado de R^2

é uma bijeção, isto é, uma correspondência biunívoca. Notação: Se P ∈ π corresponde a (a, b) ∈ R^2 , escrevemos P = (a, b). Observe que os pontos do eixo-OX têm coordenadas (x, 0) e os pontos do eixo-OY tem coordenadas (0, y).

Unidade 1 Distância entre pontos do plano

  • Para Saber Mais - Sistemas de Coordenadas - Clique para ler

1.4 Distância entre pontos do plano

Sejam P = (a, b) e Q = (c, d) pontos no plano π dados pelas suas coorde- nadas em relação a um sistema de eixos ortogonais OXY dado.

O (^) X

Y π

P

Q

R

a

b

c

d

Figura 1.10: Distância entre pontos no plano π

Seja R = (c, b) (Figura 1.11). A distância de P a Q, que desig- namos d(P, Q), é a medida da hi- potenusa P Q do triângulo retân- gulo 4 P QR de catetos P R e QR. Sendo a distância entre dois pon- tos de um eixo medida pelo módulo da diferença das suas coordenadas, as medidas desses catetos são, res- pectivamente, |P R| = |a − c| e |QR| = |b − d|. Do teorema de Pitágoras, obtemos:

d(P, Q) = |P Q| =

|P R|^2 + |QR|^2 =

(a − c)^2 + (b − d)^2. (1.1)

Assim, a distância de P = (a, b) a Q = (c, d) é a raiz quadrada da soma dos quadrados das diferenças das coordenadas correspondentes.

Exemplo 2 Calcule a distância do ponto^ A^ = (−^1 ,^ 2)^ ao ponto^ B^ = (2,^ −3). Solução. Temos: d(A, B) =

(2 − (−1))^2 + (− 3 − 2)^2 =

Exemplo 3 Determine^ m^ ∈^ R^ para que os pontos^ P^ = (m,^ 1)^ e^ Q^ = (2m,^ −m)^ estejam a distância 1. Solução. Temos:

Unidade 1 Distância entre pontos do plano

Exemplo 5 Determine o centro e o raio do círculo dado pela equação: (a) C : x^2 + y^2 − 4 x + 6y = 0. (b) C : x^2 + y^2 + 3x − 5 y + 1 = 0. Solução. (a) Completando os quadrados, obtemos: x^2 − 4 x + y^2 + 6y = 0 (x^2 − 4 x+4) + (y^2 + 6y+9) = 0+4+ (x − 2)^2 + (y + 3)^2 = 13. Portanto, o círculo C tem centro no ponto A = (2, −3) e raio r =

(b) Completando os quadrados, obtemos: x^2 + 3x + y^2 − 5 y = − 1 ( x^2 + 3x+^94

y^2 − 5 y+^254

= −1+^94 +^254

x + (^32)

y − (^52)

Assim, C é o círculo de centro no ponto A =

−^32 , 52

e raio r =

√ 30

No seguinte exemplo veremos que as coordenadas do ponto médio M de um segmento AB no plano π são os valores médios das respectivas coordenadas dos pontos A e B.

Exemplo 6 Se^ A^ = (x^1 , y^1 )^ e^ B^ = (x^2 , y^2 )^ são pontos no plano^ π^ representados pelas suas coordenadas em relação um sistema de eixos ortogonais OXY , então, M =

(x 1 + x 2 2 ,^

y 1 + y 2 2

é o ponto médio do segmento AB.

Coordenadas e vetores no plano Unidade 1

O (^) X

Y (^) π

A

B

C

D

M

x 1 xM x 2

y 1

yM

y 2

Figura 1.12: M é o ponto médio do segmento AB

Solução. Sejam M = (xM , yM ) o ponto médio do segmento AB, C = (xM , y 1 ) e D = (xM , y 2 ). Como 4 AM C e 4 BM D são triângulos congruentes (AAL),

  • d(A, C) = d(B, D) =⇒ |xM − x 1 | = |x 2 − xM | =⇒ xM = valor médio entre x 1 e x 2 =⇒ xM = x^1 + 2 x^2.
  • d(C, M ) = d(D, M ) =⇒ |yM − y 1 | = |y 2 − yM | =⇒ yM = valor médio entre y 1 e y 2 =⇒ yM = y^1 + 2 y^2.

No seguinte exemplo vamos usar coordenadas e a distância no plano para dar uma caracterização algébrica dos pontos que pertencem à mediatriz de um segmento dado.

Seja R o conjunto dos pontos equidistantes dos pontos A e B no plano π: Exemplo 7 R = {P ∈ π | d(P, A) = d(P, B)}. Mostre, algebricamente, que R é a mediatriz do segmento AB, isto é, R é a reta perpendicular ao segmento AB que passa pelo seu ponto médio M.

Solução. Consideremos um sistema de eixos ortogonais OXY de modo que o eixo−OX seja a reta que passa pelos pontos A e B, com origem no ponto médio M do segmento AB e orientada de modo que A esteja à esquerda de B (gura 1.14). Neste sistema de eixos, A e B têm coordenadas (−x 0 , 0) e (x 0 , 0), respec- tivamente, para algum número real x 0 > 0. Então, P = (x, y) ∈ R ⇐⇒ d(P, A) = d(P, B) ⇐⇒ d(P, A)^2 = d(P, B)^2 ⇐⇒ (x − (−x 0 ))^2 + (y − 0)^2 = (x − x 0 )^2 + (y − 0)^2 ⇐⇒ (x + x 0 ))^2 + y^2 = (x − x 0 )^2 + y^2 ⇐⇒ x^2 + 2xx 0 + x^20 + y^2 = x^2 − 2 xx 0 + x^20 + y^2 ⇐⇒ 2 xx 0 = − 2 xx 0 ⇐⇒ 4 xx 0 = 0 ⇐⇒ x = 0 ⇐⇒ P ∈ eixo − OY.

Coordenadas e vetores no plano Unidade 1

P

P ′

X

Y

−y O x

y

x

θ

π

Figura 1.16: Posição dos pontos P e P ′

Convenção: a rotação de 90 ◦ que leva o ponto P = (x, y) no ponto P ′^ = (−y, x) tem sentido positivo e a rotação de 90 ◦^ que leva o ponto P no ponto P ′′^ = (y, −x) tem sentido negativo.

Solução. Como d(P, O)^2 = (x − 0)^2 + (y − 0)^2 = x^2 + y^2 d(P ′, O)^2 = (−y − 0)^2 + (x − 0)^2 = y^2 + x^2 , o triângulo 4 P OP ′^ é isósceles. Além disso, d(P, P ′)^2 = (−y − x)^2 + (y − x)^2 = y^2 + 2xy + x^2 + x^2 − 2 xy + y^2 = 2(x^2 + y^2 ) = (x^2 + y^2 ) + (x^2 + y^2 ) = d(P, O)^2 + d(P ′, O)^2. Pela Lei dos Cossenos, se θ = P OP̂ ′^ (Figura 1.16), d(P, P ′)^2 = d(P, O)^2 + d(P ′, O)^2 − 2 d(P, O) d(P ′, O) cos θ, logo, cos θ = 0 e o triângulo 4 P OP ′^ é retângulo em O. Isso signica que o ponto P ′^ é obtido a partir do ponto P rotacionando o segmento OP de 90 ◦^ em torno da origem (Figura 1.17).

P

P ′

X

Y

−y O x

y

x

π

Figura 1.17: P ′^ obtido rotacionando P de 90 ◦

P

P ′′

X

Y

O x

y

y

−x

π

Figura 1.18: P ′′^ obtido rotacionando P de − 90 ◦ Análogamente, se prova que o ponto P ′′^ = (y, −x) é obtido a partir do ponto P rotacionando o segmento OP de 90 ◦^ em torno da origem no sentido

Unidade 1 Equipolência de segmentos orientados

negativo (Figura 1.14)

  • Para Saber Mais - Fermat e Descartes - Clique para ler

1.5 Equipolência de segmentos orientados

Figura 1.19: Bellavitis (1803-1880)

Os métodos algébricos da Geometria cartesiana de Fermat e Descartes inuenciaram enormemente a matemática ao longo de quase 200 anos até que foram necessários metodos mais diretos e livres de coordenadas na geometria. Em 1832 Giusto Bellavitis publica um tra- balho onde é apresentado o conceito de equipolên- cia entre segmentos que é, basicamente, a noção de vetor que conhecemos e que foi formalizada em 1844 por Hermann Grassmann no seu Die Lin- eale Ausdehnungslehre, ein neuer Zweig der Mathematik (Teoria de Extensão Linear, um novo ramo da Matemática)

  • Para Saber Mais - Sobre paralelogramos. - Clique para ler

A

B

A

B

Figura 1.20: Segmentos com sentidos opostos

Seja AB um segmento orientado de origem A e extremidade B. Isto é, no segmento AB estabelecemos um sen- tido de percurso (orientação) de A para B. Nessa situação, dizemos que o seg- mento BA está orientado com o sentido de percurso oposto ao do segmento AB (Figura 1.20). Bellavitis classicou os segmentos orientados do plano a par- tir da relação de equipolência:

Unidade 1 Vetores no plano

Proposição 7 Dados os pontos A, B e C, existe um único ponto D tal que AB ≡ CD.

  • Para Saber Mais - Prova da Proposição 7. - Clique para ler

Vamos caracterizar a equipolência em termos de coordenadas. Para isso, consideremos um sistema de eixos ortogonais OXY no plano, e sejam A = (a 1 , a 2 ); B = (b 1 , b 2 ); C = (c 1 , c 2 ) e D = (d 1 , d 2 ) pontos do plano expressos em coordenadas com relação ao sistema dado.

Proposição 8 AB ≡ CD ⇐⇒ b 1 − a 1 = d 1 − c 1 e b 2 − a 2 = d 2 − c 2.

Demonstração Pela Proposição 6, AB ≡ CD ⇐⇒ ponto médio de AD = ponto médio de BC ⇐⇒

a 1 + d 1 2 ,^

a 2 + d 2 2

b 1 + c 1 2 ,^

b 2 + c 2 2

⇐⇒ (a 1 + d 1 , a 2 + d 2 ) = (b 1 + c 1 , b 2 + c 2 ) ⇐⇒ a 1 + d 1 = b 1 + c 1 e a 2 + d 2 = b 2 + c 2 ⇐⇒ b 1 − a 1 = d 1 − c 1 e b 2 − a 2 = d 2 − c 2. como queríamos demonstrar.

Exemplo 9 Dados os pontos^ A^ = (1,^ 2),^ B^ = (3,^ −2)^ e^ C^ = (−^2 ,^ 0), determine as coordenadas do ponto D = (x, y) de modo que AB ≡ CD. Solução. Pela proposição 8, temos AB ≡ CD ⇐⇒ 3 − 2 = x − (−2) e − 2 − 2 = y − 0 ⇐⇒ x = − 1 e y = − 4 ⇐⇒ D = (− 1 , −4).

  • Para Saber Mais - Relação de equivalência - Clique para ler

1.6 Vetores no plano

A relação de equipolência permite classicar os segmentos orientados do plano mediante a seguinte denição.

Coordenadas e vetores no plano Unidade 1

Sejam A e B pontos no plano. O vetor −→v = − AB−→ é o conjunto de todos Definição 9 os segmentos orientados equipolentes a AB. Cada segmento equipolente a AB é um representante do vetor − AB−→ (Figura 1.23).

Observação 10

A B

Figura 1.23: Representantes de − AB−→

(a) Os segmentos orientados AB e CD são equipolentes se, e somente se, representam o mesmo vetor. Isto é, AB ≡ CD ⇐⇒ − AB−→ = − CD−→. (b) Dado um ponto A no plano, o vetor −→ 0 = − AA−→ é o vetor nulo. Note que −→ 0 = − BB−→ , qualquer que seja o ponto B no plano. (c) Pela Proposição 7, dado um ve- tor −→v e um ponto qualquer C, existe um único ponto D tal que −→v = − CD−→. Isto é, qualquer ponto do plano é origem de um único segmento orientado representante do vetor −→v.

Na prática, os vetores são manipulados através das suas representações em relação a um sistema de eixos ortogonais dado.

Dados A = (a 1 , a 2 ) e B = (b 1 , b 2 ), os números b 1 − a 1 e b 2 − a 2 são as Definição 11 coordenadas do vetor −→v = − AB−→ e escrevemos −→v = (b 1 − a 1 , b 2 − a 2 ).

Note que, se AB ≡ CD, então, pela Proposição 8, − AB−→ = (b 1 −^ a 1 , b 2 −^ a 2 ) = (d 1 −^ c 1 , d 2 −^ c 2 ) =^

− CD .−→

Isto é, as coordenadas de um vetor são calculadas usando qualquer segmento orientado que o represente.

Sejam A = (1, 2), B = (3, 1) e C = (4, 0). Determine as coordenadas do Exemplo 10 vetor −→v = − AB−→ e as coordenadas do ponto D tal que −→v = − CD−→. Solução. Temos −→v = − AB−→ = (3 − 1 , 1 − 2) = (2, −1). Além disso, se D = (d 1 , d 2 ), segue que

Coordenadas e vetores no plano Unidade 1

Ponto do plano ←→ Vetor do plano ←→ Par ordenado em R^2 P ←→ − OP−→ ←→ (p 1 , p 2 )

Exercícios

  1. Verique que a correspondência que a cada ponto de uma reta r faz corre- sponder a sua coordenada em R é uma correspondência biunívoca.
  2. Usando apenas semirretas construa uma denição do conceito de "Y está à direita de X".
  3. Sejam A e B dois pontos distintos do eixo E com coordenadas a e b, res- pectivamente. Determine as coordenadas dos pontos X 1 , X 2 ,... , Xn− 1 do eixo E que dividem o segmento AB em n segmentos de igual comprimento.
  4. Um ponto G divide o segmento AB do eixo E em média e extrema razão se d d((A, BA, G)) = d d((A, GG, B)). Determine a coordenada g de G em termos das coordenadas a e b de A e B, respectivamente.
  5. Mostre que o conjunto A = {P = (x, y) | x^3 + y^3 = 1} não intersecta o terceiro quadrante do plano.
  6. O círculo C de centro A e raio r > 0 divide o plano em três subconjuntos disjuntos, são estes
    • o conjunto dos pontos do próprio círculo C: P ∈ C ⇐⇒ d(A, P ) = r;
    • o conjunto I dos pontos interiores a C: P ∈ I ⇐⇒ d(A, P ) < r;
    • o conjunto E dos pontos exteriores a C, P ∈ E ⇐⇒ d(A, P ) > r. (a) Determine se os pontos P = (1, 1), Q = (− 3 , 2), R = (− 2 , −2), S = (4, −2) pertencem ao círculo C : x^2 + y^2 − 4 x + 2y = 8, ao seu interior ou ao seu exterior. (b) Determine se o círculo C 1 : x^2 − x + y^2 − 1 = 0 intersecta o círculo C. Caso negativo, decida se C 1 está contido no interior ou no exterior de C.

Unidade 1 Vetores no plano

  1. Um subconjunto A do plano é limitado se consiste de pontos interiores a um círculo. (a) Mostre que A é limitado se, e somente se, A consiste de pontos interiores a um círculo centrado na origem. (b) Um subconjunto A do plano é ilimitado quando não é limitado. Mostre que A é ilimitado se, e somente se, A possui pontos exteriores a qualquer círculo centrado na origem. (c) Mostre que o conjunto A do Exercício 5 é ilimitado.
  2. Um subconjunto A do plano é
    • simétrico em relação ao eixo-OX se (x, y) ∈ A ⇐⇒ (x, −y) ∈ A;
    • simétrico em relação ao eixo-OY se (x, y) ∈ A ⇐⇒ (−x, y) ∈ A;
    • simétrico em relação à origem, se (x, y) ∈ A ⇐⇒ (−x, −y) ∈ A. (a) Mostre que o conjunto A = {P = (x, y) | x^4 + y^4 = 1} é simétrico em relação aos eixos OX e OY e também em relação à origem. (b) Mostre que A é limitado.
  3. Determine o centro e o raio dos círculos cujas equações são: C 1 : x^2 + y^2 = 2x + 4y e C 2 : x^2 + y^2 = 4y − 8 x. Verique que os círculos se intersectam e determine as coordenadas dos pontos de interseção.
  4. Seja 4 ABC um triângulo retângulo de hipotenusa BC. Calculando dis- tâncias em coordenadas mostre que o comprimento da mediana relativa ao lado BC é a metade do comprimento do lado BC.
  5. Seja AB um diâmetro do círculo C e seja C um ponto de C diferente de A e B. Usando a distância em coordenadas, mostre que o triângulo 4 ABC é retângulo.
  6. Determine o vértice C do triângulo equilátero 4 ABC, sabendo que A = (x, 0) e B = (−x, 0).