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O DEUS QUÂNTICO (um Deus pra homem nenhum botar defeito, mesmo que esse homem seja um ateu) Gentil, o iconoclasta – 1ª edição - Boa Vista-RR, Edição do autor 2014 Copyrightc 2014 Gentil Lopes da Silva Todos os direitos reservados ao autor. Para adquirir este livro impresso: Site do autor? www.profgentil.com email ? gentil.silva@gmail.com Editoração eletrônica e Diagramação: Gentil Lopes da Silva. Capa: Gentil Lopes da Silva S586d Silva, Gentil Lopes da: O Deus Quântico: um Deus pra homem nenhum
Tipologia: Notas de estudo
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Compartilhado em 14/12/2015
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Copyright ©c 2014 Gentil Lopes da Silva Todos os direitos reservados ao autor Para adquirir este livro impresso: Site do autor → www.profgentil.com email → gentil.silva@gmail.com
Editora¸c˜ao eletrˆonica e Diagrama¸c˜ao: Gentil Lopes da Silva Capa: Gentil Lopes da Silva
Ficha Catalogr´afica
S586d Silva, Gentil Lopes da O Deus Qu^antico: um Deus pra homem nenhum botar defeito, mesmo que esse homem seja um ateu. / Gentil Lopes da Silva.-- Manaus : Grafisa Gr´afica e Editora, 2014. x, 235 p. il. 16x23 cm [Pseud^onimo: Gentil, o iconoclasta.] ISBN 978-85-99122-40-
As duas pinturas nas extremidades do rodap´e da capa s˜ao do artista peruano Pablo Amaringo (1943-2009). Amaringo retrata em suas pinturas as viagens c´osmicas, os processos de cura, a fauna e flora amazˆonicas e o cotidiano dos rituais de consagra¸c˜ao da Ayahuasca. (p. 33)
Boa Vista-RR/27.08. Boa Vista-RR/31.07.2015/Ebook
Pref´acio
A luz e o som n˜ao existem por si mesmos, para existirem necessitam do olho e do ouvido humanos. O sol n˜ao brilha, n˜ao emite luz. Emite ondas eletromagn´eticas que ao interagirem com o olho humano produzem a luz. Pergunto ao leitor: um torr˜ao de a¸c´ucar ´e doce “sem a minha presen¸ca”? Esta ´e uma analogia pela qual afirmamos que Deus n˜ao existe; assim como a luz, Ele surge da intera¸c˜ao de “Algo” com a mente humana − este “Algo” ´e o que denominamos de Absoluto neste livro. Em resumo:
Ondas eletromagn´eticas + olho = Luz
Absoluto + mente humana = Deus
l l l O olho produz a luz, a mente produz Deus.
Assim explicamos as centenas − possivelmente milhares − de Deuses entre os mais diversos povos do Planeta. Sendo estes Deuses produtos do ego humano, eles passam a ter as “cores” (atributos) que o ego lhes conferem, de acordo com a cultura, necessidades e aspira¸c˜oes de cada povo − a prop´osito, existe uma tribo africana cujo Deus ´e um crocodilo. Com efeito, o homem necessita ser amado, ent˜ao Deus deve amar; o homem necessita de prote¸c˜ao, ent˜ao Deus deve ser um socorro nas adver- sidades; o homem julga e condena seus inimigos, ent˜ao ele apela para a “justi¸ca divina”, etc. Existe uma experiˆencia na f´ısica na qual um prisma ao receber a Luz branca a decomp˜oe em um espectro de frequˆencias, “as sete cores do arco-´ıris ” , em nossa analogia (veja como surgem os Deuses):
l
Sol
Sol
(mente) (ego)
Deus
Al´a (Islamismo) Jav´e (Cristianismo) Deus-Parens (Tenrikyo) Tao (Taoismo) Vishnu (vishnuismo) Shiva (shiva´ısmo) Ahura Mazda (mazde´ısmo)
“Luz Branca”
Absoluto + Homem = Deus
Neste livro estamos propondo o Deus “antes do prisma”, isto ´e um Deus antes de ser “contaminado” pelo ego humano − sem as cores que o ego lhe confere. Este ´e o que denominamos de Deus quˆantico, “Um Deus pra homem nenhum botar defeito, mesmo que esse homem seja um ateu!”. Gentil, o iconoclasta
4 Porque as religi˜oes tˆem o incr´ıvel poder de cegar at´e mesmo os gˆenios 139 4.1 Leibniz............................... 140 4.2 Pascal............................... 145 4.3 Santo Agostinho......................... 151 4.4 Os coletores do Deus-Sol..................... 160
5 VIDA AP ´OS A MORTE 175 5.1 A morte ´e mais uma cria¸c˜ao da mente humana........ 176 5.2 Navegar ´e preciso, morrer n˜ao ´e preciso............ 184
No lugar da verdade ou da realidade, temos unicamente o limitado discurso humano, os sistemas de cren¸ca e os atos de interpreta¸c˜ao que cada um de n´os faz na pris˜ao da linguagem ou da cultura. Desafiar essas pretensas “verdades”, desconstruir as suposi¸c˜oes nas quais elas se ap´oiam, ´e a tarefa da nossa ´epoca. (Danah Zohar, f´ısica e fil´osofa/[8], p. 172)
Desafiar essas pretensas “verdades”, desconstruir as suposi¸c˜oes nas quais elas se ap´oiam, ´e a tarefa da nossa ´epoca.
“Costuma-se dizer que, quando algu´em busca um tesouro que por qualquer motivo n˜ao est´a destinado a ele, o ouro e as pedras preciosas se convertem diante de seus olhos em carv˜ao e pedras vulgares.” (Ren´e Gu´enon) (O Reino da Quantidade e os Sinais dos Tempos)
Nota: Este livro (“O Deus Quˆantico”) ´e um tesouro que, aos olhos de muitos, a miopia (ou o ego) converter´a em carv˜ao e pedra vulgar.
De in´ıcio esclare¸co ao leitor deste livro que n˜ao sou ateu, ape- nas n˜ao enxergo Deus com os mesmos olhos das religi˜oes infantis.
E de fato as igrejas atingem seus objetivos atrav´es destes artif´ıcios, vejamos alguns coment´arios que encontrei na internet: − Bom Dia E muito interessante compreender um pouco sobre um aracn´´ ıdio pois, vemos qu˜ao grande ´e o nosso Deus e sua complexidade na cria¸c˜ao de uma criatura como esta. E o mais belo ´e saber que tudo que foi criado faz parte de um todo e tudo o que foi criado possui uma fun¸c˜ao importante na cadeia alimentar. − Que incr´ıvel a perfei¸c˜ao dessa arte de Deus. E nas pequenas criaturas´ tamb´em que o nome de Deus ´e Glorificado. Am´em! − A natureza divina ´e tudo. Como nao glorificar o nome de Deus? Amem! − Saber da perfei¸c˜ao da natureza sempre me fascina, porque o Criador dela ´e Perfeito e isso me ajuda a viver dependendo dEle. Muito obrigada pela not´ıcia da teia de aranha. Se Deus fez algo, que para cada um de nos parece t˜ao insignificante, com tantos niveis de detalhes e perfei¸c˜ao imagine o que Ele n˜ao fara por cada um de n´os que a Biblia menciona que somos a menina dos seus olhos (Zacarias 2:8) − Muito interessante.Vislumbrarmos o poder criador de nosso Deus revelado atrav´es de um ser vivo t˜ao pequeno como a aranha. Apesar de seu pequeno tamanho ela ´e notada por causar uma grande interven¸c˜ao no meio ambiente. Imagina o que Deus quer para nossas vidas! At´e aqui tudo bem, todavia n˜ao esque¸ca que um dos nossos objetivos neste cap´ıtulo ´e mostrar “Porque as religi˜oes tˆem o incr´ıvel poder de cegar as pessoas, mesmo as mais cultas e inteligentes”. Imagine aquelas que n˜ao se enquadram em nenhuma destas categorias. Pois bem, o v´ıdeo (programa) ainda tenta mostrar o poder e inteligˆencia de Deus atrav´es do seguinte enredo:
Uma certa mariposa (borboleta) produz um feromˆonio que ´e capaz de atrair um macho que se encontre possivelmente a quilˆomentros de distˆancia − para efeitos de acasalamento e reprodu¸c˜ao. O mais incr´ıvel ´e que a aranha consegue simu- lar (produzir) o mesmo feromˆonio da mariposa e com isto atrai machos da esp´ecie que caem na ar- madilha (teia) preparada pela aranha.
O v´ıdeo mostra a complexa f´ormula qu´ımica do feromˆonio e a dificul- dade que um cientista teria de reproduz´ı-lo em laborat´orio. Segundo os idealizadores tudo isto prova que Deus existe ou que “Deus ´e o m´aximo”!
1.1 Ast´ucia ´e um dos atributos divinos?
Tudo bem, suponhamos, para efeitos de argumenta¸c˜ao, que Deus real- mente seja o m´aximo, como as igrejas afirmam. Fa¸co-lhes duas perguntas:
1 a^ ) N˜ao seria dif´ıcil enumerarmos em nosso pequeno planeta Terra pelo ao menos uma centena de Deuses; apenas a t´ıtulo de exemplo, numa ligeira pesquisa me deparei com os seguintes:
Deus
Bahai
Hindu´ısmo Gnosticismo Jainismo Confucionismo
Sufismo Tao´ısmo Xinto´ısmo Tenrikyo
Juda´ısmo Islamismo Cristianismo
Zoroastrismo .. .
Os crist˜aos conseguiriam me provar que este Deus que se manifesta na Natureza corresponde exatamente ao Deus crist˜ao e n˜ao a um outro? Ou ainda: seriam capazes de me provar que o Deus da Natureza coincide com o Deus que foi construido (engendrado) em suas cabecinhas?
Por oportuno, tenho visto alguns v´ıdeos na internet nos quais cientistas te´ıstas arrolam uma s´erie de argumentos a favor da existˆencia de Deus; cientistas ateus arrolam tantos outros argumentos contra. Estes debates sempre s˜ao, e ser˜ao, inconclusivos; alguns, n˜ao raro, enfadonhos. Gostaria apenas de deixar uma pergunta a um destes cientistas te´ıstas, como, por exemplo, William Lane Craig: Vamos admitir, por um momento, que seus argumentos s˜ao convincentes e que s˜ao suficientes para provar que Deus existe. Muito bem, agora, conseguiria o senhor me provar que este Deus criador do Universo coincide com o Deus que est´a na sua cabe¸ca?
Com efeito, se a ast´ucia ´e uma das artes disseminadas na Natureza, de minha parte concluo que ´e desta mesma arte que as religi˜oes lan¸cam m˜ao para amealhar simpl´orias ovelhas. Se “devemos glorificar todas as obras de Deus ”, n˜ao esque¸ca que nestas est˜ao incluidas as do gˆenero presa-predador:
Segundo os religiosos Deus ensinou a ast´ucia a cada um destes animais a fim de fisgarem as respectivas presas.
Sabedoria e loucura s˜ao qualidades baseadas em nosso julgamento. O mundo n˜ao est´a cheio de mil coisas que nos parecem loucas? As pessoas, em fun¸c˜ao das quais adoramos pensar que o mundo tenha sido criado, n˜ao s˜ao freq¨uˆentemente insensatas e irracionais? Os maravilhosos ani- mais, exaltados como obras de um Deus imut´avel, n˜ao se alteram con- tinuamente e n˜ao terminam por destruir-se? (Paolo Rossi)
− Corpos mutilados e empilhados em terremoto no Haiti (12.01.2010)
O mundo, segundo nos dizem, foi criado por um Deus n˜ao s´o bom, como onipotente. Antes de ele haver criado o mundo, previu toda dor e toda mis´eria que o mesmo iria conter. E ele, pois, respons´´ avel por tudo isso. E´ in´util argumentar-se que o sofrimento, no mundo, ´e devido ao pecado. Em primeiro lugar, isso n˜ao ´e verdade: n˜ao ´e o pecado que faz com que os rios transbordem ou que os vulc˜oes entrem em erup¸c˜ao. Mas, mesmo que fosse verdade, isso n˜ao faria diferen¸ca. Se eu fosse gerar uma crian¸ca sabendo que essa crian¸ca iria ser um homicida man´ıaco, eu seria respons´avel pelos seus crimes. Se Deus sabia de antem˜ao os pecados de que cada homem seria culpado, Ele foi claramente respons´avel por todas as conseq¨uˆencias de tais pecados, ao resolver criar o homem. (Bertrand Russel/Porque N˜ao Sou Crist˜ao)
N˜ao estou aqui desconhecendo ou desmerecendo as incr´ıveis obras de engenharia que podemos encontrar na Natureza, apenas estou chamando a aten¸c˜ao para um outro vi´es; vejamos uma analogia para que eu me fa¸ca melhor entender, observe a seguinte ilus˜ao de ´otica:
Na figura da esquerda se olharmos de uma certa perspectiva veremos uma bela jovem e de uma outra perspectiva veremos uma velha bruxa. Pois bem, esta esp´ecie de dualidade se estende a toda a Natureza, digo: “E a consciˆ´ encia do observador que escolhe o que quer ver: se o belo ou o feio”.
Claro, poderia-se argumentar: o programa de televis˜ao acima aludido escolheu ver o belo, qual o problema? Respondo: Focar somente naquilo que interessa para ampliar o redil ´e ast´ucia para cooptar simpl´orias ovelhas. As religi˜oes s˜ao especialistas em escamotear o que n˜ao interessa aos seus fins − e at´e a mentir se necess´ario. Reitero: a Natureza nos mostra com sobejos exemplos que um animal ou uma planta s˜ao capazes de engendrar uma mentira para capturar suas presas. A quest˜ao ´e: o leitor por acaso acha que estes artif´ıcios − com estes objetivos − se restringem apenas ao mundo animal ou vegetal? A minha tese ´e a de que se “Deus inspira” uma aranha ou uma planta com este prop´osito n˜ao h´a raz˜ao para que ele n˜ao inspire um padre ou um pastor com o mesmo prop´osito, ou seja, fisgar simpl´orias ovelhas. Ampliando a quest˜ao, uma das leis da Natureza ´e o instinto de sobre- vivˆencia seja do indiv´ıduo (ego) ou seja da instiuti¸c˜ao (igrejas, partidos, etc.), e para isto a Natureza “n˜ao mede esfor¸cos”, mesmo que para isto tenha que mentir, usar de artif´ıcios; ´e por isto que, depois da pol´ıtica, ´e dentro das religi˜oes que vamos encontrar uma maior quantidade de astutos, de velhacos. Refiro-me aos l´ıderes, as ovelhas coitadas, n˜ao tˆem racioc´ınio suficiente − ´e precisamente por isto que s˜ao ovelhas. Ou s˜ao velhacos ou s˜ao cegos − ilus˜oes cognitivas − por n˜ao enxergarem que a “verdade” reduz-se a um mera quest˜ao de perspectiva. “H´a − como diz Stirner − duas verdades: a minha e a tua, meu irm˜ao.”
Reitero, caro leitor, se Deus ´e capaz de inspirar uma simples aranha para capturar uma presa porque n˜ao inspiraria um ser humano a aprisionar outro?
Salva¸
c˜ao?!
De todas as trampas (trapa¸cas) diabolicamente arquitetadas pelas re- ligi˜oes, esta − a necessidade da salva¸c˜ao −, ´e a que mais tem aprisionado seres humanos, mesmo os “mais cultos e inteligentes”, a exemplo de Pascal, citado anteriormente. Ora, se gˆenios da estirpe de Pascal, Newton, Galileu, etc., cairam v´ıtimas de t˜ao diab´olica trampa, o que dizer de outros pobres mortais? Eu me pergunto estupefato!: como, homens reconhecidamente cultos e inteligentes, n˜ao se deram conta − “pelas luzes da raz˜ao” − de t˜ao s´ordida e irracional maquina¸c˜ao?! Caro leitor, reflita sobre a seguinte iluminada par´abola Zen budista: Disc´ıpulo: Qual ´e o caminho para a liberta¸c˜ao? Mestre: Quem est´a te acorrentando? Disc´ıpulo: Ningu´em est´a me acorrentando. Mestre: Ent˜ao, por que queres ser libertado?
Adaptando essa iluminada par´abola para o nosso contexto crist˜ao, temos: Disc´ıpulo: Qual ´e o caminho para a salva¸c˜ao? Mestre: Quem te disse que est´as condenado? Disc´ıpulo: Os padres, os pastores, as igrejas. Mestre: Ent˜ao, te livra dos padres dos pastores e das igrejas.
Em resumo: Todo ser humano precisa se salvar... dos padres, dos pas- tores, das religi˜oes, ´e s´o isto!
No pr´oximo cap´ıtulo (p. 94) estaremos voltando ao tema da “salva¸c˜ao”, conexo ao tema da vida ap´os a morte.
Os crentes me dizem: tu tens que aceitar Jesus para ser salvo. Respondo: salvo de quˆe? quem me condenou? sob que pretexto?
“Veja que a fal´acia (ast´ucia, trampa) da salva¸c˜ao se origina do en- tendimento (interpreta¸c˜ao) que os crist˜aos tˆem do que seja Deus.” Eles dizem: Deus te deu o livre-arb´ıtrio, tu pecou e agora precisas ser salvo! Respondo: Eu simplesmente fui arrastado para a existˆencia, n˜ao fui consultado quanto a isto... de que livre-arb´ıtrio est´as falando? Se Deus ´e onipotente e onisciente, “designer inteligente”, ent˜ao a respon- sabilidade de ter criado o mundo ´e Dele, como ele iria condenar sua pr´opria obra?... n˜ao entendo!?
E por^ ´ falta de inteligˆencia que escutamos os sacerdotes, que acreditamos em suas fic¸c˜oes. (Osho)
Um argumento que j´a ouvi inclusive de certos autores − que tenta justi- ficar o sofrimento no mundo − ´e que Deus ´e amor, e por isto dotou o homem de livre-arb´ıtrio; Deus n˜ao quis criar robˆos mais seres humanos livres. A mim, tais argumentos n˜ao convencem, me parecem sem sentido. Se assim ´e, ent˜ao n˜ao considero isto como um ato de amor de Deus, mas como, antes de tudo, uma mega irresponsabilidade de Deus. Pelo ao menos assim seria considerado um homem que conferisse total “livre-arb´ıtrio” a seus filhos menor de idade − sem um n´ıvel apropriado de consciˆencia. Imagine um pai que deixa 10 filhos pequenos dentro de uma casa e diz- lhes: meus filhos vou me ausentar, deixo-lhes o livre-arb´ıtrio, o que significa que vocˆes podem fazer o que bem entenderem. Ademais, vou preparar um inferno para aqueles de vocˆes que n˜ao procederem bem. Hitler, utilizando do livre-arb´ıtrio que lhe foi dado por Deus, exterminou onze milh˜oes de seres humanos, inclusive crian¸cas − queimadas vivas em cremat´orios. A “Igreja de Deus”, matou, torturou, queimou milhares de “bruxas” nas fogueiras... tudo bem, estavam fazendo uso do livre-arb´ıtrio que Deus lhes deu. Um estuprador e assassino pode − com a permiss˜ao de Deus − invadir uma casa estuprar e matar uma crian¸ca, ao final ele ter´a que prestar contas com Deus... e a dor dos pais como fica? No Brasil assaltantes atearam fogo em uma dentista, morreu queimada; atearam fogo em um ˆonibus, uma crian¸ca morreu e outras ficaram enfermas. Reitero: No meu entendimento, um Deus que concedesse livre-arb´ıtrio a um doente mental perigoso − como o s˜ao a maioria de l´ıderes pol´ıticos e ban- didos − a mim n˜ao estaria provando seu amor, mas sua irresponsabilidade.
Assim como Deus inspirou uma pequena aranha a ser astuciosa − fingir que ´e uma mariposa − da mesma forma pode ter inspirado alguns homens a terem manipulado a B´ıblia em proveito pr´oprio.
Quando afirmo que a B´ıblia ´e uma teia lan¸cada aos p´es dos incautos refiro-me tamb´em `as in´umeras interpreta¸c˜oes que a mesma comporta, uma verdadeira orgia de interpreta¸c˜oes − basta sintonizarmos um canal em nossa televis˜ao para confirmar a veracidade de minhas palavras.
A prop´osito, deixa eu citar-lhes apenas um exemplo que comprova que depois dos pol´ıticos − ou antes deles, sei l´a!− os mais astuciosos, mentirosos, s˜ao os religiosos. Existe um v´ıdeo na novotempo.com “na mira da verdade” (s˜ao astuciosos at´e na escolha dos t´ıtulos) que explica a “verdade” sobre o seguinte verso b´ıblico: A salva¸c˜ao s´o pode ser conseguida por meio dele, Jesus, pois n˜ao h´a no mundo inteiro nenhum outro que Deus tenha dado aos seres humanos por meio do qual possamos ser salvos. (Atos 4:12)
Para mim este enunciado est´a muito claro, n˜ao se necessita fazer nen- huma exegese a seu respeito: A salva¸c˜ao s´o pode dar-se por interm´edio de Jesus. Por sinal como ele mesmo afirma: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ningu´em vem ao Pai, sen˜ao por mim”.
Isto tem como consequˆencia, por exemplo, que crian¸cas nascidas na Africa, em condi¸´ c˜oes sub-humanas e que n˜ao tenham tido a oportunidade de aceitar Jesus, n˜ao ser˜ao salvas.
Veja o rid´ıculo da situa¸c˜ao (imbr´oglio): estas crian¸cas n˜ao pediram pra nascer, n˜ao foram consultadas a este respeito (onde fica o livre-arb´ıtrio?). Ap´os sofrerem mais do que muitos cachorros vira-lata quando morrerem ainda ter˜ao que continuar sofrendo no inferno? Mas n˜ao apenas elas, observe a figura da p´agina 9, judeus, adeptos da f´e Bahai, os hindu´ıstas, os budistas, os jainistas, os mul¸cumanos, os Hare Krishna, etc., nenhum destes aceita Jesus como salvador, o que tem como consequˆencia − segundo o ap´ostolo Paulo, Jesus e crist˜aos em geral − que esta multid˜ao de povos n˜ao ser´a salva, e como quem n˜ao ser´a salvo ir´a para o inferno, este ´e o destino de todos eles. Como fugir ao rid´ıculo desta situa¸c˜ao? (aberra¸c˜ao). Ora, se Deus foi capaz de ensinar ast´ucia a um mero aracn´ıdeo com mais raz˜ao ainda ser´a capaz de ensinar ast´ucia a um pastor. O importante ´e “cair na rede”. Com efeito, o pastor manipula astutamente v´arias passagens b´ıblicas para no final concluir que as crian¸cas poder˜ao ser salvas mesmo sem con- hecer Jesus. S´o n˜ao sei quem mentiu: se o ap´ostolo Paulo, se Jesus ou se o Pastor. A pregui¸ca e a covardia s˜ao as causas pelas quais uma parte t˜ao grande dos homens (.. .) compraz-se em permanecer por toda a sua vida menores; e ´e por isso que ´e t˜ao f´acil a outros institu´ırem-se seus tutores.(Immanuel Kant)
Adendo: Vendo alguns canais − cat´olicos e evang´elicos − tenho cons- tatado ami´ude como os religiosos s˜ao “despreocupados” quanto a ser verdade ou n˜ao o que dizem. Por exemplo, uma mentira que vem sendo repetida a 20 s´eculos, e do conhecimento de todos, ´e a volta de Jesus. Eles dizem com a maior convic¸c˜ao: Jesus est´a chegando! Estamos no tempo do fim! Quantas centenas, possivelmente milhares de crentes ao longo dos s´eculos j´a n˜ao assinalaram uma data para a volta de Jesus... e nada! Inclusive uma religi˜ao (Adventista) foi fundada na sequˆencia de uma destas mentiras. Eu defendo que todos tˆem o direito de crˆe em suas fic¸c˜oes, mas n˜ao de vendˆe-las como se verdade fossem. De formas que quando vejo um padre ou pastor alardeando a volta imi- nente de Jesus, digo: eis a´ı, com alt´ıssima probabilidade, um grande e descarado mentiroso! Eles esquecem, porque s˜ao despreocupadamente desonestos, lˆanguidos, que o pr´oprio Jesus fracassou quanto ao progn´ostico de sua segunda volta. Em verdade vos digo que al- guns h´a, dos que aqui est˜ao, que n˜ao provar˜ao a morte at´e que ve- jam vir o Filho do homem no seu reino. (Mt 16 : 28)
O que um te´ologo conside- ra verdadeiro n˜ao pode n˜ao ser falso: nisso reside praticamente um crit´erio de verdade. E seu pro-´ fundo instinto de conserva¸c˜ao que n˜ao lhe permite honrar ou sequer mencionar a verdade sob qualquer ponto de vista. (Nietzsche)