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Ecologia vegetal quantittiva de florestas
Tipologia: Notas de estudo
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São Gabriel Edição do Autor
1ª edição
São Gabriel Edição do Autor
A escassez de textos didáticos sobre fitossociologia em língua portuguesa para o curso de Engenharia Florestal foi o maior motivador para a realização deste trabalho, escrito no intuito de servir como guia ao estudante. Não possui a abrangência global da disciplina, que é extremamente complexa e ampla, compondo somente uma breve introdução.
Embora já se tenha realizado estudos fitossociológicos sobre quase todas as comunidades vegetais existentes, esta é uma ciência nova, ainda em formação, tendo começado a tomar corpo durante o Século XX. Em conseqüência, existem muitas controvérsias sobre como devem ser coletados os dados, analisá-los, descrever e comparar as diferentes comunidades vegetais. Portanto, nem tudo o que é dito neste trabalho será aceito por todos os fitossociologistas. A abordagem que se fez neste compêndio tem como objetivo servir de subsídio para o manejo florestal, tendo-se procurado abranger o essencial das metodologias mais utilizadas.
São Gabriel, 26 de agosto de 2014.
Eduardo Pagel Floriano
das comunidades vegetais, procurando estabelecer relações sociais matemáticas e estatísticas entre espécies e comunidades e destas com o ambiente, determinando suas afinidades e forma de agrupamento.
Os métodos abstratos de estudo da vegetação foram configurados e desenvolvidos principalmente durante o Século XX, formando duas correntes: a européia e a norte-americana. Em 1974, Mueller-Dombois e Ellenberg publicaram a obra " Aims and methods of vegetation Ecology "^1 , em que procuram unir as metodologias dos dois continentes, criando uma nova sistemática de estudos da vegetação com objetivos e limites claros. Em sua concepção, os estudos da vegetação incluem a descrição das estruturas horizontal e vertical, da regeneração, das relações entre as espécies e a classificação da vegetação em função desses parâmetros; o que implica em determinar a organização, funcionamento e evolução de uma comunidade vegetal.
Os estudos fitossociológicos têm como objetivo a descrição das características quantitativas das comunidades vegetais naturais de maneira sistematizada, abrangendo a composição florística, a estrutura horizontal e vertical da vegetação, a regeneração natural, as associações e os relacionamentos entre espécies e sua distribuição e a distribuição e relacionamentos entre as associações ou grupos de espécies, a dinâmica populacional, a classificação e as relações das unidades de vegetação com o ambiente e sua evolução ao longo do tempo. Portanto, a fitossociologia deve ser definida como o estudo abstrato das comunidades vegetais nos ecossistemas.
(^1) Objetivos e métodos de ecologia vegetal.
A fitossociologia, por ser baseada em métodos quantitativos de avaliação e inferência, também é chamada de ecologia quantitativa de comunidades vegetais, ou ecologia vegetal quantitativa, sendo estreitamente relacionada com a climatologia e edafologia, a sintaxonomia, a taxonomia vegetal, a fitogeografia e demais ciências ambientais ligadas à biologia (Figura 1). Entre as principais aplicações da fitossociologia estão o embasamento científico para a recuperação de áreas degradadas, o manejo de áreas silvestres e unidades de conservação (UC), a conservação de recursos naturais e o manejo de florestas heterogêneas, tanto para a produção de madeira, quanto para uso múltiplo.
Figura 1 - Relacionamentos com outras disciplinas e as aplicações da fitossociologia.
A sintaxonomia é a ciência que trata da nomenclatura das unidades de vegetação, sendo uma ciência auxiliar da fitossociologia. As unidades sintaxonômicas são hierárquicas, partindo-se das menores e mais simples para as maiores e mais complexas. Um sistema sintaxonômico é uma representação abstrata da vegetação de um determinado território.
Os sistemas de classificação e denominação das unidades de vegetação e seus componentes têm evoluído, mas a despeito da necessidade de
probabilísticos como o de quadrantes, considerados empíricos, e os de parcelas únicas baseados em um só transector.
Este documento tem como objetivo servir de introdução às principais metodologias empregadas em estudos fitossociológicos.
A fitossociologia tratava inicialmente da listagem florística detalhada das comunidades vegetais, posteriormente passou a abranger o estudo da sua estrutura, da relação entre as plantas de uma mesma espécie e entre as populações de diferentes espécies e dessas com o ambiente em que vivem, além de sua distribuição geográfica. Embora, a maioria dos estudos fitossociológicos se refira a uma situação temporal estática, um estudo fitossociológico completo na atualidade deve abranger a relação entre as plantas de uma comunidade considerando as dimensões espacial e temporal.
Os precursores da fitossociologia como Henri Lecocq, Charles Flahaut e Emile Castelo observaram que as diferentes espécies de plantas não são distribuídas de forma aleatória e muitas vezes uma mesma espécie é encontrada no mesmo tipo de ambiente em diferentes locais; assim, definiram as associações de espécies como unidades florístico-fisionômicas fundamentais da cobertura vegetal. Durante o Século XIX e início do Século XX, os primeiros
apresentado o rol das principais Escolas de Fitossociologia que se formaram, a partir de seus principais pesquisadores, ao longo do tempo (WIKIPEDIA/FR, 2009):
Entre as escolas mais importantes que consideram as formas de vegetação como equilibradas e aparentemente estáticas estão as de Uppsala e Zurique-Montpellier, enquanto que entre as que têm por base a dinâmica da vegetação estão a Escola das Comunidades Seriais e a Escola de Toulouse, descritas a seguir.
1.1.1 Escola de Uppsala
A escola de fitossociologia de Uppsala, iniciada em 1921, foi desenvolvida por uma equipe de fitossociologistas liderados por G. E. du Rietz, consistindo de um conjunto de métodos com a finalidade principal de classificação das comunidades vegetais. A escola de Uppsala usava a classificação com ênfase nas espécies preferenciais de alta constância ou dominância (ENCYCLOPEDIA, 2009).
Segundo a escola de Uppsala, a associação é baseada no princípio da constância-dominância, constituindo uma fitocenose estável, de composição florística homogênea, em que cada estrato é caracterizado por espécies constantes dominantes. As formações representam o nível mais alto de classificação, sendo compostas pelas diferentes associações da fisionomia considerada. As formações, portanto são definidas com base na fisionomia e as associações na composição florística.
A nomenclatura das associações é determinada pelo nome científico do gênero botânico da espécie dominante ou característica, acrescida do sufixo etum , seguido do nome da espécie; por exemplo, para representar uma associação em que o Espinilho ( Acacia caven (Mol.) Mol.) é dominante, tem-se a seguinte denominação: Associação Acaci etum caven.
1.1.2 Escola de Zurique-Montpellier
A escola de fitossociologia de Zurich–Montpellier foi formada por um grupo de fitossociologistas liderados por Josias Braun-Blanquet que, a partir de 1927,
base da classificação natural dos agrupamentos vegetais no seu sistema, baseado no desenvolvimento da vegetação, que é separado em estágios temporais característicos denominados de série (ou sere) (WIKIPEDIA/FR, 2009).
As séries podem ser secas ou úmidas, recebendo as denominações de xerosérie e hidrosérie, respectivamente.
O sistema considera dois tipos de sucessão, que recebem as denominações a seguir:
Exemplo de classificação para associações existentes nos EUA: Formação de Quercus-Fagus: florestas de folhas caducas das planícies.
Associação de subunidades devido ao clima regional: a) Quercus - Castanea dentula; b) Fagus - Acer saccharum; c) Quercus – Carya.
1.1.4 Escola de Toulouse
Henry Marcel Gaussen é considerado o fundador da fitogeografia e desenvolveu várias técnicas para mapeamento da vegetação. Gaussen também é um dos cientistas que desenvolveram o conceito de fases sucessionais da vegetação, além das bases para o entendimento da xerotermia e ombrotermia.
O sistema fitossociológico de Gaussen foi desenvolvido em regiões temperadas (Pirineus) em sucessões secundárias que conduzem ao clímax potencial (plesioclímax) e se estabeleceram após a ação humana (SMITH, 2007; WIKIPEDIA/FR, 2009). Nesse sistema existem dois tipos de séries: