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Fichamento - O banquete, Resumos de Filosofia do Amor

Um resumo do livro "O Banquete" de Platão

Tipologia: Resumos

2020

Compartilhado em 22/10/2020

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josenes-rocha-eremita 🇧🇷

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Universidade Estadual do Piauí – UESPI
MAJI: Memória, Acesso à Justiça e Identidade dos povos do campo
Josenês Rocha Eremita
FICHAMENTO
PLATÃO. O banquete. Virtual Books Online M&M editores Ltda. Minas Gerais: 2000/2003.
Nascido com o nome de Arístocles em aproximadamente 427 a.C., Platão era filho de
uma família nobre de Atenas, Aríston era seu pai. O período em que Platão nascera fora
marcado pela democracia. Quando o intelectual veio ao mundo o país estava em guerra. Na
juventude conheceu Sócrates, de quem veio a ser discípulo. Indignado com a morte do mestre,
Platão seguiu em frente honrando o seu nome e os seus ensinamentos. Praticou durante muitos
anos os diálogos e tornou-se, acima de tudo, um grande intelectual.
O banquete de Platão é uma obra essencialmente importante para o conhecimento da
filosofia socrática, uma vez que o próprio pai da filosofia ocidental estava presente e se
transforma no centro da discussão. O texto foi escrito em diálogo, tendo como assunto
primordial o amor e, por conseguinte, a amizade.
A história se desenrola em um banquete onde várias personalidades do mundo grego
clássico, nos tempos do auge da democracia grega, estão para comemorar a vitória de
Agatão em um concurso de tragédias e discutir assuntos livremente. Os preletores citados
eram: Sócrates, Fedro, o geógrafo Pausânias, o médico Erixímaco, o dramaturgo Aristófanes,
além do anfitrião Agatão e Alcibíades, uma figura que aparece no final da reunião. Platão não
estava presente, por isso escreveu através da descrição de Apolodoro, um Falerino que
contava o acontecido à um companheiro de viagem.
Apolodoro começa enfatizando que narrará tudo sob a ótica de Aristodemo:
“Conforme me ia contando Aristodemo, também eu tentarei contar-vos. Disse ele que o
encontrara Sócrates, banhado e calçado com as sandálias, o que poucas vezes fazia;
perguntou-lhe então onde ia assim tão bonito. Respondeu-lhe Sócrates: - Ao jantar em casa de
Agatão (...) que tal te dispores a ir sem convite ao jantar? - Como quiseres, tomou-lhe
Aristodemo” (pág. 5).
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Universidade Estadual do Piauí – UESPI MAJI: Memória, Acesso à Justiça e Identidade dos povos do campo Josenês Rocha Eremita FICHAMENTO PLATÃO. O banquete. Virtual Books Online M&M editores Ltda. Minas Gerais: 2000/2003. Nascido com o nome de Arístocles em aproximadamente 427 a.C., Platão era filho de uma família nobre de Atenas, Aríston era seu pai. O período em que Platão nascera fora marcado pela democracia. Quando o intelectual veio ao mundo o país estava em guerra. Na juventude conheceu Sócrates, de quem veio a ser discípulo. Indignado com a morte do mestre, Platão seguiu em frente honrando o seu nome e os seus ensinamentos. Praticou durante muitos anos os diálogos e tornou-se, acima de tudo, um grande intelectual. O banquete de Platão é uma obra essencialmente importante para o conhecimento da filosofia socrática, uma vez que o próprio pai da filosofia ocidental estava presente e se transforma no centro da discussão. O texto foi escrito em diálogo, tendo como assunto primordial o amor e, por conseguinte, a amizade. A história se desenrola em um banquete onde várias personalidades do mundo grego clássico, nos tempos do auge da democracia grega, estão lá para comemorar a vitória de Agatão em um concurso de tragédias e discutir assuntos livremente. Os preletores citados eram: Sócrates, Fedro, o geógrafo Pausânias, o médico Erixímaco, o dramaturgo Aristófanes, além do anfitrião Agatão e Alcibíades, uma figura que aparece no final da reunião. Platão não estava presente, por isso escreveu através da descrição de Apolodoro, um Falerino que contava o acontecido à um companheiro de viagem. Apolodoro começa enfatizando que narrará tudo sob a ótica de Aristodemo: “Conforme me ia contando Aristodemo, também eu tentarei contar-vos. Disse ele que o encontrara Sócrates, banhado e calçado com as sandálias, o que poucas vezes fazia; perguntou-lhe então onde ia assim tão bonito. Respondeu-lhe Sócrates: - Ao jantar em casa de Agatão (...) que tal te dispores a ir sem convite ao jantar? - Como quiseres, tomou-lhe Aristodemo” (pág. 5).

Chegados na casa de Agatão, o primeiro caso seria se os presentes iriam comer e beber ou apenas comer. Nesse contexto, Erixímaco como médico, recomenda: “é esse um mal terrível para os homens, a embriaguez; e nem eu próprio desejaria beber muito nem a outro eu o aconselharia” (pág. 8). Desse modo, decidem não passar a reunião embriagados, cada um deveria beber a seu bel-prazer. Sob o efeito de bebida, eles fazem uma aposta para descobrir quem melhor discursa em louvor ao amor, ocorrendo assim de maneira profunda, porém despretensiosa e desinteressada. O primeiro vai ser Fedro – presente em outros diálogos de Platão – a exaltar o amor, por ser o pai da ideia (aposta). Fedro trata o amor representado pelo deus mais antigo, o único no mundo que faz nascer beleza e causa o que há de melhor entre os seres humanos. Para exemplificar isso, ele cita casos como Alceste que foi recompensada pelos deuses por consentir em morrer pelo marido. Assim, para Fedro, o amor é um dom que emana naturalmente dos amantes capacitando-os aos maiores sacrifícios. Nas suas palavras: “quanto a morrer por outro, só o consentem os que amam” (pág. 10). Portanto é uma visão idealizada e centralizada do amor. Neste instante, chega então o discurso de Pausânias, ele vai discordar de Fedro quando diz que o amor não é um deus, e sim dois, que representam duas formas diferentes, uma a pandêmia, a vulgar, popular ou carnal e a outra, referente a algo celeste. À vista disso, era preciso tomar conhecimento de cada uma delas para saber qual deve ser louvada. Pausânias aponta que o amar e o amor em si não é bom e nem ruim, conforme o trecho: “Ora, é indecentemente (o amor) quando é a um mau e de modo mau que se aquiesce, e decentemente quando é a um bom e de um modo bom. E é mau aquele amante popular, que ama o corpo mais que a alma; pois não é ele constante, por amar um objeto que também não é constante. (...) Ao contrário, o amante do caráter, que é bom, é constante por toda a vida, porque se fundiu com o que é constante.” (págs. 14-15). Logo para que o amor seja bom, deve-se fundamentar na decência; seria belo apenas em vista da virtude, sendo este o amor mais velho e quase inteligível da deusa celeste. O restante são todos da deusa popular que estão ligados aos caprichos da matéria, equivalendo ao amor dos jovens por ser inconstante, sem respeito a muitas palavras e promessas feitas. Após isso, é chegada a hora de Aristófanes falar, porém estava com um surto de soluço e cedeu sua vaga para Erixímaco que propõe um remate ao discurso de Pausânias. Mesmo concordando com este último quanto a ser duplo o amor, por ser médico, Erixímaco vai se remeter a algo além do sentimento de uma pessoa pela a outra. Para ele, o amor é uma força que move todos os seres e a natureza por completa em uma harmonia entre os

nem mesmo os outros deuses e finaliza poetizando: “pródigo de bem-querer e incapaz de malquerer; propício e bom; contemplado pelos sábios e admirado pelos deuses; invejado pelos desafortunados e conquistado pelos afortunados; do luxo, do requinte, do brilho, das graças, do ardor e da paixão, pai; diligente com o que é bom e negligente com o que é mau; no labor, no temor, no ardor da paixão, no teor da expressão, piloto e combatente, protetor e salvador supremo, adorno de todos os deuses e homens, guia belíssimo e excelente, que todo homem deve seguir, celebrando-o em belos hinos, e compartilhando do canto com ele encanta o pensamento de todos os deuses e homens.” (pág. 28). Ao ouvir as belas palavras de Agatão, todos o aplaudem pela sensibilidade. Então Sócrates manifesta interesse em questioná-lo sobre seu discurso – princípio da maiêutica, onde é possível encontrar uma verdade a partir de perguntas simples, porém perspicazes. Nesse vai e vem de indagações, todos começam a concordar que o amor é carência, pois só se ama, na concepção de Sócrates, aquilo que não se tem, mas que se deseja; ou quer que, o que se possui agora, também no futuro se tenha. Logo o amor não é belo, visto que ele carece de beleza justamente por não tê-la. Seguindo esse raciocínio, Sócrates não faz um discurso retórico, mas ele narra um diálogo dele com uma mulher que lhe ensinou as coisas do amor, essa mulher se chama Diotima, de Mantinéia. Diotima vai dizer o seguinte: o amor não é belo, mas também não é feio; é algo entre esses dois extremos. Como argumento ela discorreu: “O opinar certo, mesmo sem poder dar razão, não sabes, que nem é saber – pois o que é sem razão, como seria ciência? – nem é ignorância – pois o que atinge o ser, como seria ignorância? – e que é sem dúvida alguma coisa desse tipo a opinião certa, um intermediário entre entendimento e ignorância.” (pág. 34). Comparando o opinar (filosofar) ao amor, Diotima aponta que este último não é um deus, e sim um gênio; uma entidade mediadora, intermediária entre deuses e humanos. O seu pai é Recurso por esse motivo ele é “corajoso, decidido e energético, caçador terrível, ávido de sabedoria e cheio ele recursos, a filosofar por toda a vida” (pag. 36), sua mãe é a Pobreza por isso “longe está de ser delicado e belo, mas é duro e seco, descalço e sem lar” (pág. 36) e sua companheira a Afrodite, por ter sido concebido no dia que ela nasceu. Sócrates acredita que o amor desperta nos humanos um desejo de imortalidade. Esse desejo dispõe duas vertentes: a imortalidade do ponto de vista físico que é quando os seres buscam uma imagem de “algo de perpétuo e imortal para um mortal” (pág. 41) através das gerações, para deixar um ser novo no lugar de um velho, mantendo vivos os costumes, a cultura, os desejos. Por outro lado, o amor também coloca em nós um impulso pela imortalidade por meio do desejo pelo conhecimento e, a partir daí, os humanos acendam ao

plano das ideias, de modo a subir sempre e conhecer “todos os belos corpos, e dos belos corpos para os belos ofícios, e dos ofícios para as belas ciências até que das ciências acabe naquela ciência, que de nada mais é senão daquele próprio belo, e conheça enfim o que em si é belo.” (pág. 45). Só alcançando esse estágio de beleza, é que poderia o ser produzir não sombras de virtudes, mas reais virtudes. Depois que Sócrates assim falou, ouviram um barulho no pátio e era a chegada de Alcibíades, estando ele embriagado com a intenção de homenagear Agatão que o convida para reclinar-se com eles. Alcibíades senta-se entre Agatão e Sócrates e ao tomar ciência de que Sócrates lá está, fica surpreso. Sócrates deixa claro que sua atitude de espanto era uma clara demonstração de ciúmes, uma vez que Sócrates (querido por Alcibíades) estava ao lado do jovem anfitrião Agatão. Erixímaco propôs que Alcibíades falasse sobre o amor, mas ele resolve fazer um elogio a Sócrates, ao mesmo tempo que o critica por dele não ter-se enamorado. Aponta para a capacidade de musicista e de orador que ele possuía, ao ponto de hipnotizar todos com o seu discurso, além de ser invulnerável ao dinheiro, a beleza física e às coisas materiais. Relata quantas investidas intentou contra Sócrates: convidou-o para a ginástica e Sócrates não quis nada; certa vez, ficou a sós com ele, mas este se negou ao amor erótico; ofereceu dinheiro, mas este novamente recusou. Por mais que insistisse em seus galanteios para alcançar o seu amor, ele o despreza. É a fala de um apaixonado, tomado pelos excessos discutidos anteriormente que enxerga no amado uma beleza diferente da formosura que há em si. O diálogo se finda com todos caindo no sono, exceto Sócrates.