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fichamento de antropologia, Trabalhos de Antropologia Jurídica

Fichamento da materia de antropologia juridica

Tipologia: Trabalhos

2021
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Compartilhado em 04/03/2021

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Faculdade De Ilhéus
Direito
Edivaldo Dos Santos Oliveira
Alexia Rosário Lima
Antropologia do Direito
Fichamento do Livro Cultura: Um conceito Antropológico
LARAIA, Roque de Barros. Cultura : Um conceito antropológico.14. ed. Rio de
Janeiro, Jorge Zahar, 2001
“O presente trabalho pretende introduzir o leitor ao conceito antropológico de cultura”
(p.7)
Primeira parte – Da natureza da cultura ou da natureza á cultura
“Este volume trata da discussão de um dilema: a conciliação da unidade biológica e
a grande diversidade cultural da espécie humana.” (p. 10)
[...] "A natureza dos homens é a mesma, são os seus hábitos que os mantêm
separados". (p. 10)
“Heródoto estava tomando como referência a sua própria sociedade patrilineal,
agindo de uma maneira etnocêntrica, embora ele próprio tenha teoricamente
renegado esta postura ao afirmar: Se oferecêssemos aos homens a escolha de
todos os costumes do mundo, aqueles que lhes parecessem melhor, eles
examinariam a totalidade e acabariam preferindo os seus próprios costumes, tão
convencidos estão de que estes são melhores do que todos os outros.” (p. 11)
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Faculdade De Ilhéus Direito Edivaldo Dos Santos Oliveira Alexia Rosário Lima Antropologia do Direito Fichamento do Livro Cultura: Um conceito Antropológico LARAIA, Roque de Barros. Cultura : Um conceito antropológico .14. ed. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 2001 “O presente trabalho pretende introduzir o leitor ao conceito antropológico de cultura” (p.7) Primeira parte – Da natureza da cultura ou da natureza á cultura “Este volume trata da discussão de um dilema: a conciliação da unidade biológica e a grande diversidade cultural da espécie humana.” (p. 10) [...] "A natureza dos homens é a mesma, são os seus hábitos que os mantêm separados". (p. 10) “Heródoto estava tomando como referência a sua própria sociedade patrilineal, agindo de uma maneira etnocêntrica, embora ele próprio tenha teoricamente renegado esta postura ao afirmar: Se oferecêssemos aos homens a escolha de todos os costumes do mundo, aqueles que lhes parecessem melhor, eles examinariam a totalidade e acabariam preferindo os seus próprios costumes, tão convencidos estão de que estes são melhores do que todos os outros.” (p. 11)

“Desde a antiguidade, foram comuns as tentativas de explicar as diferenças de comportamento entre os homens, a partir das variações dos ambientes físicos”. (p.

“Contudo, explicações (leste gênero não foram suficientes para resolver o dilema pro posto, tanto é que D'Hol bach replicava em 1774: Será que o sol que brilhou para os livres gregos e romanos emite hoje raios diferentes sobre os seus degenerados descendentes?” (p. 14) “Qualquer um dos leitores que quiser constatar, uma vez mais, a existência dessas diferenças não necessita retornar ao passado, nem mesmo empreender uma difícil viagem a um grupo indígena, localizado nos confins da floresta amazônica ou em uma distante ilha do Pacifico. Basta comparar [...] os costumes de nossos contemporâneos que vivem no chamado mundo civilizado.” P 14 e p 15 “[...] Enfim, todos estes exemplos e os que se seguem servem para mostrar que as diferenças de comportamento entre os homens não podem ser explicadas através das diversidades somatológicas ou mesológicas. Tanto o determinismo geográfico como determinismo biológico, como mostraremos a seguir, foram incapazes de resolver o dilema proposto no início deste trabalho “ p 16 O determinismo biológico “São velhas e persistentes as teorias que atribuem capacidades específicas i natas a "raças" ou a outros grupos humanos.” P 17 “[...] Os antropólogos estão totalmente convencidos de que as diferenças genéticas não são determinantes das diferenças culturais” p 17

“[.. ] um animal frágil, provido de insignificante força física, dominou toda a natureza e se transformou no mais temível dos predadores. Sem asas, dominou os ares; se m guelras ou membranas próprias, conquistou os mares. Tudo isto porque difere dos outros animais por ser o ú nico que possui cultura. Mas que é cultura?” P 24 Antecedentes históricos do conceito de cultura ‘”O conceito de Cultura, pelo menos como utiliza do atualmente, foi portanto defini do pela primeira vez por Tylor. Mas o que ele fez foi formalizar uma idéia que vinha crescendo na mente humana” p 25 No período que decorreu entre Tylor e a afirmação de Kroeber, em 1950, o monumento teórico que se destacava pela sua excessiva simplicidade, construído a partir de uma visão da natureza humana, elaborada no período iluminista, foi destruído pelas tentativas posteriores de clarificação do conceito. A reconstrução deste momento conceitual, a partir de uma diversidade de fragmentos teóricos, é uma das tarefas primordiais da antropologia moderna. Neste trabalho, entretanto, seguiremos apenas os procedimentos básicos desta elaboração. Pg 29 O desenvolvimento do conceito de cultura [...] cultura pode ser objeto de um estudo sistemático, pois trata-se de um fenômeno natural que possui causas e regularidades, permitindo um estudo objetivo e uma análise capazes ele proporcionar a formulação de leis sobre o processo cultural e a evolução. P 30 Nossos investigadores modernos nas ciências de natureza inorgânica tendem a reconhecer, dentro e fora de [...] seu campo especial de trabalho, a unidade da natureza, a permanência de suas leis, a definida seqüência de causa e efeito através da qual depende cada fato. P 30 e p 31

A noção po p ular do livre-arbítrio h u mano envolve não somente a liberda de de a gir de acordo com motivações, mas ta m bém o poder de quebrar a continuidade e de agir sem causa p 32 [...] a cultura desenvolve-se de maneira u nifor me, de tal forma que era de se esperar que cada socieda de percorresse as etapas que já tinham sido percorridas pelas "sociedades mais avançadas". Desta maneira era fácil estabelecer uma escala evolutiva que não dei xava de ser u m processo discriminatório, através cio qual as diferentes sociedades hu manas eram classificadas hierarquicamente, com nítida vantage m para as culturas e uropéias. Etnocentrismo e ciê ncia marchava m então de mãos juntas. P 34 O ho mem, como parte do reino animal, participa do gra nde processo evolutivo em que m uitas espécies suc u mbiram e só dei xaram al guns poucos vestígios fósseis. P 38 A espécie hu mana sobre viveu. E, no entanto, o fez co m uni e quipamento físico m uito pobre. I ncapaz de correr [...] como um antílope; sem a força de um tigre; sem a acuida de visual de um lince ou as di mensões de u m elefante; mas, ao contrário de todos eles, dotada de u ni i nstru mental extraorgânico de ada ptação, que ampliou a força de seus braços, a sua velocidade, a sua acuidade visual e auditiva etc. E o mais importante, tais modificações ocorreram sem nenhuma (ou quase nenhuma) modificação a natômica p 38 e 3 p 39 o homem criou o seu próprio processo evolutivo. No decorrer de sua história, sem se sub meter a modificações biológicas radicais, ele te m sobrevivido a nu merosas espécies, a daptando-se às mais diferentes co n dições mesológicas.p 41

A cultura desenvolveu-se, pois, simultaneamente com o próprio equipamento biológico e é, por isso mesmo, compreendida como uma das características da espécie, ao lado do bipedismo e de um adequado volume cerebral. P 58 Teorias modernas sobre cultura [...] uma das tarefas da antropologia moderna tem sido a reconstrução do conceito de cultura, fragmentado por numerosas reformulações. P 59 [...] "Culturas são sistemas (de padrões de comportamento socialmente transmitidos) que servem para adaptar as comunidades humanas aos seus embasamentos biológicos. Esse modo de vida das comunidades inclui tecnologias e modos de organização econômica, padrões de estabelecimento, de agrupamento social e organização política, crenças e práticas religiosas, e assim por diante p 59 "[...] Neste ponto, o leitor já deverá ter compreendido que a discussão não terminou — continua ainda —, e provavelmente nunca ter minará, pois uma com preensão exata do conceito de cultura significa a com preensão da própria natureza humana, tema perene da incansável reflexão humana. P 63 [...]: " Os antropólogos sabem de fato o que é cultura, mas divergem na maneira de exteriorizar este conhecimento p 63 [...] Nesta segunda parte pretendemos mostrar, de uma maneira mais prática, a atuação da cultura e de que forma ela molda uma vida "num ser biologicamente preparado para viver mil vidas" p 66 A cultura condiciona a visão de mundo do homem

[...] a cultura é como uma lente através da qual o homem vê o mundo. Homens de culturas diferentes usam lentes diversas e, portanto, têm visões desencontradas das coisas. P 67 “A nossa herança cultural, desenvolvida através de inúmeras gerações, sempre nos condicionou a reagir depreciativamente em relação ao comportamento daqueles que agem fora dos padrões aceitos pela maioria da comunidade p 67 [...] indivíduos de culturas diferentes podem ser facilmente identificados por uma série de características, tais como o modo de agir, vestir, caminhar, comer, sem mencionar a evidência das diferenças lingüísticas, o fato de mais i mediata observação empírica (p.68). [...] cada cultura tem um determinado padrão [...] (p.69) Dentro de uma mesma cultura, a utilização do corpo é diferenciada em função do sexo. As mulheres sentam, caminham, gesticulam etc. de maneiras diferentes das do homem. p 70 O fato de que o homem vê o mundo através de sua cultura tem como conseqüência a propensão em considerar o seu modo de vida como o mais correto e o mais natural. p 72 O etnocentrismo, de fato, é um fenômeno universal. É com u m a crença de que a própria sociedade é o centro da humanidade, ou mesmo a sua única expressão. As autodenominações de diferentes grupos refletem este ponto de vista. p 73

dadeiro nas sociedades complexas com um alto grau de especialização, quanto nas simples, onde a especialização refere-se a penas às determinadas pelas diferenças de sexo e de ida de. P 80 [...] qualquer que seja a socieda de, não existe a possibilidade de um in divíd uo dominar todos os aspectos de sua cultura. Isto porque, como afirmou Marion Levy Jr.,1 "nenhum siste ma de socialização é idealmente perfeito, em nen h u ma sociedade são todos os i ndiví duos i gual mente bem socializados, e ni nguém é perfeitamente socializado. Um indivíduo não pode ser i g ualmente familiarizado com todos os aspectos de sua socie dade; pelo contrário, ele pode permanecer com pleta mente ignorante a res peito de alguns aspectos". P 82 O i mportante, porém, é q ue deve e xistir um mínimo de participação do indivíduo na pauta de con hecimento da cultura a fim de permitir a sua articulação co m os demais mem bros da socieda de. Todos necessitam saber como agir em determina das situações e, tam bém, como pre ver o comportamento dos outros p 82 Embora nenhum indivíduo, repetimos, conheça totalmente o seu sistema cultural, é necessário ter um conheci mento mínimo para operar dentro do mesmo. Além disto, este conhecimento mínimo deve ser partilha do por todos os componentes da socieda de de forma a permitir a convivência dos mesmos. P 86 A cultura tem uma lógica própria Todo sistema cultural tem a sua própria lógica e não passa de u m ato pri mário de et nocentrismo tentar transferir a lógica de um sistema para o utro. Infelizmente, a tendência mais com u m é de considerar lógico ape nas o próprio siste ma e atribuir aos de mais um alto grau de irracionalismo. A coerê ncia de um hábito cultural somente pode ser analisada a partir do siste ma a que pertence. P 87

Nem se m pre as relações de causa e efeito são perce bidas da mesma maneira por homens de c ulturas difere ntes. E hoje todos sabem que o homem só pode com pree nder o mistério da vida q uan do dispõe de i nstrumentos q ue l he permitam des vendar o mundo do i nfinitamente peque no p 89 As explicações encontradas pelos membros das diversas socieda des humanas, portanto, são lógicas e e ncontram a s ua coerê ncia dentro do próprio sistema. P 91 Talvez seja mais fácil para o leitor entender a lógica e a coerê ncia de um siste ma c ultural tratando-o como uma forma de classificação. M uito do q ue s upomos ser uma ordem inere nte da natureza não passa, na verda de, de uma ordenação que é fruto de um procedimento c ultural, mas que nada tem a ver com u ma ordem objetiva. P 91 Qua ndo um etnólogo i nicia o seu est u do de um po vo estranho ele está numa situação a náloga, e no caso de uma socieda de desconhecida ele pode e xata mente ser descrito como cultural mente cego p 92 [..;]todas as sociedades humanas dispõem de u m sistema de classificação para o mundo natural parece não haver mais dúvida, mas é importante reafirmar que esses sistemas divergem entre si porque a natureza não tem meios de determinar ao homem u m só tipo taxionômico p 93 Finalmente, entender a lógica de um siste ma cultural depende da co m preensão das categorias constituídas pelo mesmo p 93 A cultura é dinâmica