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Informações sobre a pinta-preta, uma doença fúngica causada pelo fungo alternaria solani que afeta as culturas de tomate e batata. O texto aborda as características morfológicas dos conídios e conidióforos, o ciclo reprodutivo do patógeno, os sintomas observados nas plantas, as medidas de controle e manejo, e os impactos socioeconômicos da doença. Além disso, são citadas diversas fontes literárias consultadas.
O que você vai aprender
Tipologia: Esquemas
Compartilhado em 07/11/2022
4.5
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Não perca as partes importantes!
A pinta-preta, cujo agente causal é o fungo Alternaria solani , é uma das doenças mais frequentes e importantes da cultura do tomate, responsável por consideráveis perdas de produção em diversas regiões do mundo, podendo atingir 100% da produção caso não sejam empregadas medidas para o seu controle. O aumento de suscetibilidade à pinta-preta está geralmente associado às folhas mais velhas (baixeiras), pois ocorre uma demanda maior de açúcares e nutrientes para a formação de frutos em detrimento da folhagem, o que favorece o processo infeccioso em órgãos exportadores. Por este motivo, os sintomas aparecem primeiramente nas folhas mais velhas e progridem, posteriormente, para as partes mais altas da planta. Quando as condições ambientais são favoráveis, o patógeno também incide sobre as folhas mais novas. A pinta-preta ocorre em regiões onde se cultivam a batata e o tomate, porém, solanáceas como berinjela, pimentão, jiló e a planta daninha Solanum nigrum (maria pretinha, erva moura) também são hospedeiras importantes do patógeno.
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
A pinta-preta é, possivelmente, a espécie fúngica mais cosmopolita, pois se encontra em todo o mundo, tanto em climas temperados quanto em tropicais.
CARACTERÍSTICAS
Os conídios jovens de Alternaria solani são hialinos, geralmente medem 50 x 12 μm, são alongados a ovoides, têm número de septos variável entre 3 a 6. Os conídios maduros geralmente têm comprimento e largura que variam de 90 a 100 x 18 a 24 μm, respectivamente, com 10 a 11 septos transversais e 1 a 2 septos longitudinais. Eles são
Crédito
:^ Ricardo Borges Pereira
Töfoli
lisos e tipicamente ovoides e marrons. O bico tem 5 a 8 μm de largura e 40 a 80 μm de comprimento, podendo atingir até 150 μm. Os conidióforos medem, geralmente, 50 x 10 μm de tamanho (comprimento e largura). Os conídios são inseridos em conidióforos septados retos ou sinuosos que ocorrem isolados ou em grupo. As colônias têm textura frouxa, fina, lisa, aveludada, cotonosa e com micélio submerso. A germinação do patógeno ocorre em ampla faixa de temperatura, de 6 a 32°C. Contudo, as temperaturas mais favoráveis situam-se entre 28 e 30°C.
Conídios de Alternaria solani****.
CICLO REPRODUTIVO
A Alternaria solani sobrevive entre um cultivo e outro em restos de cultura infectados, associada à matéria orgânica do solo, em solanáceas suscetíveis ou ainda nas sementes. Os conídios caracterizam-se por serem altamente resistentes a baixos níveis de umidade, podendo permanecer viáveis nestas condições por até um ano. Uma vez presentes na cultura, os conídios são dispersos pela ação da água, vento e insetos. Além dessa forma de disseminação, trabalhadores, equipamentos, animais, estacas e caixas usadas, em contato com as folhas molhadas, podem disseminar o fungo. Havendo calor e umidade suficientes (temperaturas diárias entre 25 e 32 oC e umidade relativa em torno de 40% durante o dia e 95% à noite), os conídios germinam e infectam as plantas rapidamente podendo o fungo penetrar diretamente pela cutícula, por ferimentos ou através dos estômatos. A colonização é intercelular, invadindo tecidos do hospedeiro e provocando alterações em diversos processos fisiológicos, que se exteriorizam na forma de sintomas. Em condições de campo, as lesões surgem 3 a 5 dias após a inoculação, todavia em condições controladas pontuações negras podem ser verificadas 24 h após a inoculação.
Crédito:
Naturdata
Lesão de pinta-preta na região peduncular do fruto de tomate causada por Alternaria solani****.
CONTROLE E MANEJO
O alto potencial destrutivo da pinta-preta nas culturas de tomate e batata torna obrigatória a adoção de medidas integradas de controle, com o objetivo de garantir a sustentabilidade da produção. Entre as práticas destacam-se: vistoria constante da cultura; plantio de sementes e mudas sadias de cultivares e híbridos tolerantes/resistentes; adubação equilibrada; evitar o plantio em áreas úmidas; utilizar maior espaçamento entre plantas e maior circulação de ar em ambientes de cultivo protegido; minimizar irrigações em períodos críticos; evitar regas próximas ao anoitecer e reduzir o período de molhamento foliar; incorporar os restos culturais logo após a colheita; eliminar plantas voluntárias, hospedeiros alternativos e restos culturais; praticar rotação de culturas por 2 a 3 anos com gramíneas, leguminosas ou pastagem; manter a cobertura do solo com palhada, pois evita que respingos da chuva carreguem conídios do patógeno do solo para a parte aérea da planta; utilizar controle químico com fungicidas registrados. O controle químico da pinta-preta deve ser realizado por meio de aplicações preventivas de fungicidas de contato no início do período vegetativo e do uso alternado de fungicidas sistêmicos e de contato a partir do aparecimento dos primeiros sintomas (florescimento e frutificação).
IMPACTOS NA SOCIEDADE
O tomate é considerado a segunda hortaliça mais consumida no mundo e a principal hortaliça cultivada no Brasil, perdendo apenas para a batata. Essa cultura tem grande importância socioeconômica em todo o país, principalmente nas regiões Sudeste e Centro- Oeste, pois, além de gerar grande número de empregos diretos e indiretos, exige-se
Crédito:
Ricardo Borges Pereira
investimento alto, mão de obra qualificada e elevado nível tecnológico. No entanto, as doenças do tomateiro, como a pinta-preta, são responsáveis por grandes prejuízos econômicos, e seu controle representa o principal custo de produção da cultura.
Literatura consultada
Abreu, C. L. M. de. Controle de Alternaria solani em tomateiro ( Lycopersicon esculentum ) com óleos essenciais. 2006. 71 f. Tese (Doutorado) – Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências Agronômicas, Botucatu, 2006. Agrios, G. N. Plant Pathology. 5. ed. New York: Elsevier /Academic Press, 2005. 919 p. Freitas-Silva, O. Alternaria spp: Detecção do potencial toxígeno em tomate pós-colheita. Rio de Janeiro: Embrapa Agroindústria de Alimentos, 2005. 24 p. (Embrapa Agroindústria de Alimentos. Documentos, 69) Guimarães, M. A. S.; Teixeira, J. H. dos S.; Cardoso, S. C. Ocorrência de doenças do tomateiro na região de Guanambi, BA. Revista Verde , Pombal, v. 10, n. 5, p. 38-42, 2015. Naturdata. Morfologia de Alternaria solani. Disponível em: https://naturdata.com/especie/Alternaria-solani/10989/0/. Pereira, R. B.; Carvalho, A. D. F. de; Pinheiro, J. B. Manejo da pinta preta: Uma ameaça às lavouras de tomateiro a céu aberto. Brasília, DF: Embrapa Hortaliças, 2013. (Comunicado Técnico, 95). Silva, C. de F. B. da. Características culturais e agressividade de isolados de Alternaria solani de batateira e tomateiro. 2006. 58 f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2006.
Töfoli, J. G.; Domingues, R. J. Severa pinta preta. São Paulo: Instituto Biológico, 2008. Disponível em: < http://www.biologico.sp.gov.br/publicacoes/comunicados-documentos-tecnicos/comunicados- tecnicos/severa-pinta-preta>. Töfoli, J. G.; Domingues, R. J.; Ferrari, J. T. Alternaria spp. em oleráceas: Sintomas, etiologia, manejo e fungicidas. Biológico , São Paulo, v. 77, n. 1, p. 21-34, 2015. Töfoli, J. G.; Domingues, R. J.; Ferrari, J. T. Requeima e mancha de alternaria nas culturas da batata e tomate. Biológico , São Paulo, v. 76, n. 1, p. 41-50, 2014.