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Fenologia do cafe, Notas de estudo de Engenharia Agronômica

Fenologia do cafe

Tipologia: Notas de estudo

Antes de 2010

Compartilhado em 11/11/2009

marcelo-agua-nova-da-rocha-12
marcelo-agua-nova-da-rocha-12 🇧🇷

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2.2 Fenologia do cafeeiro
A natureza fisiológica da bienalidade da produção do cafeeiro pode ser explicada
pela concorrência entre as funções vegetativas e reprodutivas. Nos anos de
grande produção, o crescimento dos frutos absorve a maior parte da atividade
metabólica da planta, reduzindo o desenvolvimento vegetativo. Como, no cafeeiro
arábica, o fruto se desenvolve nas partes novas dos ramos do ano anterior, há,
conseqüentemente, produção menor. O crescimento dos ramos novos depende da
quantidade de frutos em desenvolvimento, e o volume de produção é proporcional
ao vigor vegetativo, ao número de nós e gemas florais formadas na estação
vegetativa anterior (Camargo & Fahl, 2001).
Um esquema detalhado da fenologia do cafeeiro é apresentado na Figura 41
conforme Camargo et al. (2001). São seis fases fenológicas distintas, sendo duas
vegetativas e quatro reprodutivas que ocorrem em dois anos consecutivos.
Período vegetativo
Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago
Vegetação e formação das gemas florais Indução e maturação das gemas florais
Repouso
Período reprodutivo
Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago
Florada, chumbinho e expansão Granação dos Maturação dos Repouso, senes-
dos frutos frutos futos cência ramos 3° e
Período reprodutivo (novo período vegetativo) Autopoda
Figura 41. Vegetação e frutificação do cafeeiro arábica abrangendo seis fases
fenológicas durante 24 meses (Adaptado de Camargo et al., 2001).
1a. fase – Vegetação e formação de gemas foliares: é uma condição
fotoperiódica, ocorrendo de setembro a março, em dias longos.
2a. fase – Indução, desenvolvimento, maturação e dormência das gemas
florais: ocorre em dias curtos, de abril a agosto, também uma condição
fotoperiódica. As gemas maduras entram em dormência no final e ficam aptas
para se transformarem em botões florais e florescer após um choque hídrico na
3a. fase (Gouveia, 1984). Essa fase se completa quando o somatório de
evapotranspiração potencial (EP) acumula cerca de 350 mm a partir do início de
abril. Nos dois meses finais, julho a agosto, as gemas entram em dormência e
produzem um par de folhas pequenas, que separam o primeiro ano fenológico do
segundo.
3a. fase – Florada e expansão dos frutos: segundo ano fenológico, de setembro
a dezembro. Após um choque hídrico, por chuva ou irrigação, as gemas maduras
intumescem, transformam-se em botões florais e florescem após cerca de uma
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2.2 Fenologia do cafeeiro

A natureza fisiológica da bienalidade da produção do cafeeiro pode ser explicada pela concorrência entre as funções vegetativas e reprodutivas. Nos anos de grande produção, o crescimento dos frutos absorve a maior parte da atividade metabólica da planta, reduzindo o desenvolvimento vegetativo. Como, no cafeeiro arábica, o fruto se desenvolve nas partes novas dos ramos do ano anterior, há, conseqüentemente, produção menor. O crescimento dos ramos novos depende da quantidade de frutos em desenvolvimento, e o volume de produção é proporcional ao vigor vegetativo, ao número de nós e gemas florais formadas na estação vegetativa anterior (Camargo & Fahl, 2001). Um esquema detalhado da fenologia do cafeeiro é apresentado na Figura 41 conforme Camargo et al. (2001). São seis fases fenológicas distintas, sendo duas vegetativas e quatro reprodutivas que ocorrem em dois anos consecutivos.

Período vegetativo Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Vegetação e formação das gemas florais Indução e maturação das gemas florais Repouso

Período reprodutivo Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Florada, chumbinho e expansão Granação dos Maturação dos Repouso, senes- dos frutos frutos futos

cência ramos 3° e 4°

Período reprodutivo (novo período vegetativo) Autopoda

Figura 41. Vegetação e frutificação do cafeeiro arábica abrangendo seis fases fenológicas durante 24 meses (Adaptado de Camargo et al., 2001).

1 a. fase – Vegetação e formação de gemas foliares : é uma condição fotoperiódica, ocorrendo de setembro a março, em dias longos.

2 a. fase – Indução, desenvolvimento, maturação e dormência das gemas florais : ocorre em dias curtos, de abril a agosto, também uma condição fotoperiódica. As gemas maduras entram em dormência no final e ficam aptas para se transformarem em botões florais e florescer após um choque hídrico na 3 a. fase (Gouveia, 1984). Essa fase se completa quando o somatório de evapotranspiração potencial (EP) acumula cerca de 350 mm a partir do início de abril. Nos dois meses finais, julho a agosto, as gemas entram em dormência e produzem um par de folhas pequenas, que separam o primeiro ano fenológico do segundo.

3 a. fase – Florada e expansão dos frutos : segundo ano fenológico, de setembro a dezembro. Após um choque hídrico, por chuva ou irrigação, as gemas maduras intumescem, transformam-se em botões florais e florescem após cerca de uma

semana. Em seguida, vêm as fases de frutos chumbinhos e expansão rápida. Um estresse hídrico nessa fase pode prejudicar o crescimento dos frutos, resultando em peneira baixa.

4 a. fase – Granação dos frutos : de janeiro a março do ano seguinte, quando há formação dos grãos. Um estresse hídrico pode prejudicar a granação, produzindo frutos mal granados que causam os defeitos preto, verde e ardido, como também causar chochamento de grãos.

5 a. fase – Maturação dos frutos : de abril a junho, depende da precocidade da cultivar e da acumulação de energia solar, ou seja, do somatório de EP, em torno de 700 mm, após a florada.

6 a. fase – Senescência : em julho-agosto. Muitos ramos produtivos, geralmente terciários e quaternários, secam e morrem, limitando o crescimento do cafeeiro, é a chamada autopoda.

A fim de detalhar o período reprodutivo, na Figura 42, é apresentada uma escala de avaliação de desenvolvimento dos estágios fenológicos do cafeeiro arábica, conforme proposto por Pezzopane et al. (2003). Esta escala de avaliação se baseia em fotografias de cada fase, desde o estádio de gemas dormentes até o estádio de grão seco, onde foram atribuídas notas variando de 0 a 11. Esses autores observaram que após o período de repouso das gemas dormentes nos nós dos ramos plagiotrópicos (0) ocorre um aumento substancial do potencial hídrico nas gemas florais maduras, devido principalmente à ocorrência de um “choque” hídrico provocado por chuva ou irrigação. Neste estádio, as gemas entumecem (1) e os botões florais crescem devido a grande mobilização de água e nutrientes (2) , se estendendo até a abertura das flores (3) , e posterior queda das pétalas (4).

Após a fecundação principia a formação dos frutos, fase essa denominada de “chumbinho” (5) , onde os frutos não apresentam crescimento visível. Posteriormente, os frutos se expandem (6) rapidamente. Atingindo seu crescimento máximo, ocorre a formação do endosperma, quando segue a fase de grão verde (7) , onde ocorre a granação dos frutos. Para a diferenciação do final da fase 6 e início da fase 7 é necessário realizar um corte transversal em alguns frutos para se verificar o início do endurecimento do endosperma. A partir da fase “verde cana” (8) se caracteriza o início da maturação, quando os frutos começam a mudar de cor (verde para amarelo), evoluindo até o estádio “cereja” (9) , já podendo diferenciar a cultivar de fruto amarelo ou vermelho. A seguir, os frutos começam a secar (10) até atingir o estádio “seco” (11).