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FAVELIZAÇÃO CONTEMPORÂNEA. Colégio Pedro II – Departamento de Sociologia Prof. Selmo Nascimento da Silva
Tipologia: Notas de estudo
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O desenvolvimento urbano nas sociedades capitalistas é determinado pelas relações de exploração e dominação de classe (Maricato, 1997). Portanto a expansão e a ocupação das cidades seguem os interesses da burguesia e todo o processo de acumulação de capitais: produção de mercadorias, gestão do capital, circulação de mercadorias e capitais, mobilidade e reprodução da mão- de-obra e a renda do solo urbano. As relações de desigualdades sociais, de opressão e o conflito entre as classes sociais se expressam nas várias formas de segregação dos trabalhadores e das camadas mais pobres da sociedade durante a ocupação do espaço urbano: cortiços, guetos, favelas e periferias. Tendo com referência os estudos de Flávio Villaça (1997), define-se segregação socioespacial urbana como “a alta concentração de camadas sociais em determinada parcela do espaço urbano”. Assim, a segregação socioespacial é um instrumento de dominação do espaço urbano utilizado pelo capital. A segregação espacial permite a apropriação diferenciada da cidade pelas classes sociais, ou seja, a cidade é fruto do trabalho coletivo, mas não é dividida coletivamente. A partir das relações de classe no capitalismo, o espaço urbano é apropriado pela burguesia segundo seus interesses e, consequentemente, a classe trabalhadora é segregada. Essa dinâmica de dominação e reprodução das formas de exploração no espaço urbano assume determinados contornos de acordo com o nível de desenvolvimento do capitalismo e da fase do regime de acumulação, conforme conclui Mike Davis: “Na verdade, o capitalismo neoliberal, a partir de 1970, multiplicou exponencialmente o famoso cortiço Tom- All-Alone de Charles Dickes em A casa soturna. Os favelados, embora sejam apenas 6% da população urbana dos países desenvolvidos, constituem espantosos 78,2% dos habitantes urbanos dos países menos desenvolvidos; isso corresponde a pelo menos um terço da população urbana global”. (Davis, 2006, p. 36).
Portanto, o para entender a favelização no Brasil é necessário considerar que o país possui uma economia de país da semiperiferia do capitalismo de industrialização tardia e dependente. A inserção do Brasil na atual economia globalizada é numa posição subordinada aos interesses do capital
mundializado e oligopolista. Esse é o contexto sócio-econômico que vivem os atuais 52,3 milhões de brasileiros que moram em favelas, o que corresponde a 28% da população, segundo dados de 2005 divulgados pela ONU em seu relatório “O estado das cidades do mundo 2006/ 2007”.
1. Neoliberalismo e favelização
Realizar um estudo do processo de favelização no Brasil a partir dos dados disponíveis não é tarefa fácil, pois os vários institutos de pesquisa e agências governamentais utilizam metodologias diferentes para classificar e identificar as favelas. Para citar um exemplo: o último grande levantamento da população favelada no Brasil foi feito pelo UN-Habitat (Programa de Assentamentos Humanos da ONU) e aponto, no relatório já citado, para mais de 52 milhões favelados em todo o país em 2005; no Censo 2000, realizado pelo IBGE, os dados apontam para 6, milhões de moradores nas favelas, ou melhor, nos “aglomerados subnormais”. E é exatamente o conceito de aglomeração subnormal que provoca essas distorções. Segundo o IBGE, os aglomerados subnormais são formados pelo “conjunto (favelas e assemelhados) constituído por unidades habitacionais (barracos, casas, etc.), ocupando, ou tendo ocupado até período recente, terreno de propriedade alheia (pública ou particular), dispostas, em geral, de forma desordenada e densa, e carentes, em sua maioria, de serviços públicos essenciais”. Seguindo essa definição determinadas áreas da Maré (conhecida favela carioca) não são consideradas aglomerações subnormais, o que provoca uma subestimação dos dados. Apesar das disparidades entre os
dados disponíveis, é possível fazer uma análise do processo de favelização, interpretando sua dinâmica, identificando e compreendo seus aspectos estruturais. Considerando as informações oficiais do Censo 2000, observa-se que de 1991 a 2000, a população que mora em favelas teve um crescimento de 4,32%, passando de 4,4 milhões para 6,5 milhões. Um crescimento 2,6 vezes maior do que o crescimento da população do país no mesmo período, que foi de apenas 1,64% (146 milhões para 169 milhões). Os fatores responsáveis por esse crescimento se reproduzem há décadas: concentração fundiária, baixos salários, especulação imobiliária, falta de investimentos em habitações populares. Sendo a década de 1990 a “década neoliberal”, é necessário considerar as consequências do neoliberalismo que contribuem para o crescimento das favelas: o desemprego estrutural, ampliação das desigualdades sociais, empobrecimento da população, em especial das camadas médias, e aumento da superexploração dos trabalhadores por causa da flexibilização das relações de trabalho. É importante ressaltar que outros fatores responsáveis pela expansão das favelas em décadas passadas hoje têm um impacto menor. A exemplo do êxodo rural e do fluxo migratório nordeste-sudeste, que no último período reduziram significativamente. Segundo dados da Pnad/2007, do IBGE, entre 1995 e 2004 a migração para o estado de São Paulo caiu consideravelmente: de 1994 a 2000 os migrantes somavam 1,2 milhões e de 1999 a 2004 o volume diminui para 870 mil. Sendo que no mesmo período aumentou em 19% a migração do sudeste para o nordeste. O impacto da ampliação das
Colégio Pedro II – Departamento de Sociologia Prof. Selmo Nascimento da Silva
Favela da cidade de Belém-PA, sobre palafitas
desigualdades sociais em virtude da reestruturação produtiva e das políticas neoliberais sobre o índice de favelização é nítido no estuda de alguns capitais, como São Paulo e Belém. Entre 1991 e 2000 a população favelada do município de São Paulo cresceu cerca de 30%, enquanto que a população total da cidade cresceu apenas 8%¨. No mesmo período a renda média do chefe de família caiu mais de 10% e o percentual de pobres passou de 8% para 12,6%. Na capital paraense, a população mais pobre constrói suas casas sobre os rios e canais que contam a cidade. As favelas de palafitas expressam a pobreza e a segregação urbana de Belém. As aglomerações subnormais já ocupam 25% da cidade e abrigam mais de um terço da população. Em 1991 o censo registrou 18 favelas, mas em 2000 os registros aumentaram para 93 favelas. Esse aumento foi acompanhado pela ampliação da concentração de renda, pois o índice de Gini de Belém de 0,60 para 0,65. O cruzamento dos indicadores socioeconômicos com a expansão das favelas comprova que o processo de acumulação de capitais provoca uma taxa crescente de desigualdade social. Ao impor novas formas de trabalho precarizado, ampliando a superexploração da força de trabalho, a reestruturação produtiva e as políticas neoliberais tornam-se importantes fatores responsáveis pela expansão da segregação socioespacial nesse início do século XXI. Assim, se reforça a dualidade das metrópoles brasileiras, conforme argumenta a pesquisadora Marta Dora Grostein: “A significativa concentração da pobreza nas metrópoles brasileiras tem como expressão um espaço dual: de um lado, a cidade formal, que concentra os investimentos públicos e, de outro, o seu contraponto absoluto, a cidade informal relegada dos benefícios equivalentes e que cresce exponencialmente na ilegalidade urbana que a constitui, exacerbando as diferenças socioambientais. A precariedade e a ilegalidade são seus componentes genéticos e contribuem para a formação de espaços urbanos sem atributos de urbanidade”. (GROSTEIN, 2001, p. 14).
2. A favelização do Rio de Janeiro
O Rio de Janeiro é o estado com a maior percentual de população morando em favelas, cerca de 10%, segundo o Censo 2000. Um dado que chama atenção é a interiorização do processo de favelização, pois as cidades de Rio das Ostras e Teresópolis possuem os maiores percentuais de população favelizada. Rio das Ostras possui 40,1% de sua população vivendo em favelas. Essa cidade da Região dos Lagos, tem no turismo sua
principal atividade econômica e nos royalties do petróleo a principal fonte de arrecadação. O crescimento rápido e desordenado da população (a população dobrou em 1991 e 2000), a ampliação da concentração de renda (o índice de Gini passou de 0,55 para 0,58 entre 1991 e 2000) e a falta de programas habitacionais e de expansão das redes de serviços públicos (água, esgoto, luz, coleta de lixo, etc) foram decisivos para a expansão das favelas no município. Localizada na Região Serrana, a cidade de Teresópolis tem 24% de seus habitantes morando em favelas. As atividades econômicas predominantes no perímetro urbano do município são do setor terciário (comercio e serviços, incluindo turismo) e construção civil, com maior concentração da população economicamente ativa no terceiro setor. Essas atividades econômicas não oferecem ganhos salariais que permitam a população de Teresópolis arcar com os autos custos impostos pelo mercado imobiliário. 65,6% da população economicamente ativa do município recebe até 3 salários mínimos (informações do Censo 2000). Os baixos salários e a forte especulação imobiliária são os fatores responsáveis pela favelização da cidade. O município do Rio de Janeiro, terceiro mais favelizado do estado, tem 18,8% de sua população vivendo em favelas, segundo o Censo 2000 (em 1991 o percentual era de 17,19%). Como a favelização é um processo antigo na cidade do Rio, desde o final do século do XIX, já passou por muitas fases e possui características próprias. Os estudos de Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro e Luciana Corrêa do Lago (2001) mostram que entre 1950 e 1991 a favelização passou por um período de crescimento nas décadas de 1950 e 60, resultante do crescimento urbano-industrial desordenado; outro de decréscimo nas décadas de 1960 e 70, por causa da diminuição do fluxo migratório, do crescimento da periferia
metropolitana e das políticas de remoção de favela durante a ditadura militar; mas a partir de 1980 começa uma nova fase de crescimento, tanto pela densificação das antigas favelas quanto pelo surgimento de novas áreas favelizadas. Ribeiro e Luciana Lago apontam as seguintes causas da nova fase de crescimento das favelas cariocas: “o crescimento extensivo-periférico, que gerou oportunidades de acesso à casa própria para amplos segmentos sociais, entrou em colapso, entre outras razões, pelo encarecimento da terra e pela perda da capacidade de endividamento dos trabalhadores em geral, atingindo aqueles com menor qualificação e sem proteção das leis trabalhistas” (p.147). Percebe-se aqui que a especulação imobiliária (encarecimento da terra), as políticas neoliberais e a reestruturação produtiva (flexibilização das leis trabalhistas e exigência de maior qualificação) são causas determinantes desse processo de crescimento das favelas. O Instituto Pereira Passos (IPP), da prefeitura do Rio de Janeiro, lançou um estudo no início de 2009 afirmando que entre 1999 e 2008 a expansão horizontal (em metros quadrados) das favelas cariocas foi de 7%. Em 2004 eram 750 favelas registradas pelo IPP, em 2008 esse número passou para 968, que ocupam 3,7% do território do município (o equivalente a 45,8 milhões de metros quadrados). Os estudos de Ribeiro e Luciano Lago e do IPP apontam para a zona oeste da cidade como a área de maior crescimento
A fábrica da CCPL, em Benfica, após o abandono foi convertida em favela.
Favelização no início do século XXI - 2
3. Planeta favela: a generalização das favelas - Adaptação de Davis, Mike. Planeta favela. São Paulo, Boitempo, 2006, pp 33-
Um terço da população urbana do mundo (um bilhão de pessoas) vive em favelas, de acordo com um relatório da ONU sobre habitação divulgado no dia 16 de junho de
3.1. Um recenseamento global das favelas Os autores deO desafio das favelas (UN- Habitat, 2003) conservam a definição clássica da favela, caracterizada por excesso de população, habitações pobres ou informais, acesso inadequado à água potável e condições sanitárias e insegurança da posse da moradia. Essa definição operacional, adotada oficialmente numa reunião da ONU em Nairóbi, em outubro de 2002, está “restrita às características físicas e legais do assentamento” e evita as “dimensões sociais”, mais difíceis de medir, embora igualem-se, na maioria das circunstâncias, à marginalidade econômica e social. Englobando tanto as áreas periurbanas pobres quanto o arquétipo dos cortiços das regiões decadentes do centro da cidade, essa abordagem multidimensional é, na prática, um gabarito bem conservador do que se classifica como favela; muitos leitores ficarão surpresos com a conclusão nada empírica dá ONU de que somente 19,6% dos mexicanos urbanos moram em favelas (em geral os especialistas locais admitem que quase dois terços dos mexicanos moram emcolonias populares ou cortiços mais antigos). Mesmo utilizando essa definição restritiva, os pesquisadores da ONU estimam que havia pelo menos 921 milhões de favelados em 2001 e mais de 1 bilhão em 2005: quase a mesma população do mundo em 1844. De acordo com o UN-Habitat, os maiores percentuais de favelados do mundo estão na Etiópia (espantosos 99,4% da população urbana), Tchade (também 99,4%), Afeganistão (98,5%) e Nepal (92%). Mumbai, com 10 a 12 milhões de invasores de terrenos e moradores de favelas, é a capital global dos favelados, seguida por Cidade do México e Daca (9 a 10 milhões cada) e depois Lagos, Cairo, Karachi, Kinshasa-Brazzaville, São Paulo, Xangai e Délhi (6 a 8 milhões cada). As favelas cujo crescimento é mais rápido encontram-se na Federação Russa (principalmente nas antigas “cidades de empresas socialistas”, que dependiam de uma única fábrica fechada atualmente) e nas ex-repúblicas soviéticas, onde a decrepitude urbana vem brotando na mesma velocidade vertiginosa da desigualdade econômica e do
desinvestimento municipal. Em 1993, o Programa de Indicadores Urbanos da ONU citou taxas de pobreza de 80% ou mais tanto em Baku (Azerbaijão) quanto em Erevan (Armênia)15. Do mesmo modo, Ulaanbaatar (Mongólia), núcleo urbano de concreto e aço da época soviética, está hoje cercada por um mar de 500 mil ou mais ex-pastores empobrecidos que moram em tendas chamadasguers, e poucos deles conseguem comer mais de uma vez ao dia. No entanto, é provável que a população urbana mais pobre esteja em Luanda, Maputo (Moçambique), Kinshasa e Cochabamba (Bolívia), onde dois terços ou mais dos moradores ganham menos que o custo da nutrição mínima necessária por dia. Em Luanda, onde um quarto das famílias tem um consumoper capita de menos de 75 centavos de dólar por dia, a mortalidade infantil (crianças com menos de 5 anos) foi de horrendos 320 a cada 1.000 em 1993 - a mais alta do mundo. Claro que nem todos os pobres urbanos moram em favelas e nem todos os favelados são pobres; na verdade,O desafio das favelas ressalta que, em algumas cidades, a maioria dos pobres mora, na verdade, fora da favela propriamente dita. Embora, obviamente, as duas categorias se sobreponham, o número de pobres urbanos é consideravelmente maior: pelo menos metade da população urbana do mundo, definida pelos patamares de pobreza nacional relativa. Além disso, aproximadamente um quarto dos habitantes urbanos (conforme pesquisa de 1988) vive em pobreza “absoluta”, difícil de imaginar, sobrevivendo - não se sabe como - com um dólar ou menos por dia. Se os dados da ONU são precisos, a diferença de rendaper capita entre as famílias de uma cidade rica como Seattle e de uma cidade paupérrima como lbadan (Nigéria) chega a 739 para 1 - desigualdade inacreditável. Na verdade, é difícil conseguir estatísticas exatas, pois é comum a população pobre e favelada ser subcalculada, de forma deliberada e às vezes maciça, pelos órgãos públicos. No final dos anos 1980, por exemplo, Bangcoc tinha uma taxa oficial de pobreza de apenas 5%, mas as pesquisas verificaram que quase um quarto da população (1,16 milhão) mora em mil favelas e acampamentos de invasores.
3.2. Uma classificação das favelas Existem provavelmente mais de 200 mil favelas, cuja população varia de algumas centenas a mais de 1 milhão de pessoas em cada uma delas. Sozinhas, as cinco grandes metrópoles do sul da Ásia (Karachi, Mumbai, Délhi, Kolkata e Daca) contêm cerca de 15 mil comunidades faveladas distintas, cuja população total excede os 20 milhões de habitantes. As “megafavelas” surgem quando bairros pobres e comunidades invasoras fundem-se em cinturões contínuos de moradias informais e pobreza, em geral na periferia urbana. A Cidade do México, por exemplo, tinha, em 1992, estimados 6, milhões de pessoas vivendo aglomeradas em
348 quilômetros quadrados de moradias informais. Do mesmo modo, a maioria dos pobres de Lima mora em três grandesconos periféricos que se irradiam da cidade central; essas imensas concentrações espaciais de pobreza urbana também são comuns na África e no Oriente Médio. No sul da Ásia, pelo contrário, os pobres urbanos tendem a viver em um número muito maior de favelas distintas, dispersas com mais amplitude por todo o tecido urbano, com padrões quase fractais de complexidade. Em Kolkata, por exemplo, milhares dethika bustees - nove aglomerados de cinco cabanas cada, com cômodos de 45 metros quadrados compartilhados, na média, por incríveis 13, pessoas - misturam-se a uma variedade de outras condições residenciais e tipos de uso da terra29. Em Daca, é provável que faça mais sentido considerar as áreas que não são favelas como enclaves numa matriz dominante de extrema pobreza. Embora algumas favelas tenham uma longa história - a primeira favela do Rio de Janeiro, no morro da Providência, surgiu na década de 1880 -, a maioria das megafavelas cresceu a partir da década de 1960. Ciudad Nezahualcóyotl, por exemplo, mal tinha 10 mil moradores em 1957; hoje, esse subúrbio pobre da Cidade do México tem 3 milhões de habitantes. A cada vez maior Manshiet Nast, junto do Cairo, surgiu na década de 1960 como acampamento dos operários que construíam o subúrbio de Cidade Nasr, enquanto a imensa favela de Orangi/Baldia, nos morros de Karachi, com sua população mista de refugiados muçulmanos da Índia e patanes provindos da fronteira afegã, foi criada em 1965. Villa El Salvador, uma das maioresbarriadas de Lima, surgiu em 1971 sob o patrocínio do governo militar do Peru e, em poucos anos, tinha uma população de mais de 300 mil habitantes.
4. Bibliografia: DAVIS , Mike. Planeta favela. São Paulo. Boitempo, 2006. GROSTEIN , Marta Dora. Metrópole e expansão urbana: a persistência de processos “insustentáveis”. São Paulo em Perspectiva , 15(1) 2001. MARICATO , Ermínia. Habitação e cidade. São Paulo, Editora Atual, 1997. MARQUES , E., TORRES , H. da G. e SARAIVA , Camila. Favelas no Município de São Paulo: estimativas de população para os anos de 1991, 1996 e 2000. MARQUES , Edmilson. A base da violência. Revista Sociologia , número especial 1, 2007. MATTOS , Rômulo Costa. “Aldeias do mal”. Biblioteca Nacional , n. 25, out. 2007. PNUD Brasil. Atlas do desenvolvimento humano no Brasil. Rio de Janeiro, 2003. VILLAÇA , Flávio. Efeitos do espaço sobre o social na metrópole brasileira. VII Encontro Nacional da ANPUR , Recife, 1997. RIBEIRO , Luiz C de Q e LAGO , Luciana C do. A oposição favela-bairro no espaço social do Rio de Janeiro. São Paulo em Perspectiva , 15(1), 2001.
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