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farmacologia CORPO, Trabalhos de Enfermagem

arquivo do trabalho de farmacologia sobre anti-hipertensivo e anti-coagulantes

Tipologia: Trabalhos

2014

Compartilhado em 18/08/2014

sayonara-caroline-10
sayonara-caroline-10 🇧🇷

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1 INTRODUÇÃO
2 FISIOLOGIA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR
2.1 Origem
Com a evolução da vida, os organismos, antes unicelulares simples,
começaram a agregar-se em colônias cooperativas e posteriormente em
organismos multicelulares. Entretanto apenas a camada superficial das células
dos multicelulares estava em contato direto com o meio externo, o que passou
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1 INTRODUÇÃO

2 FISIOLOGIA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR

2.1 Origem

Com a evolução da vida, os organismos, antes unicelulares simples,

começaram a agregar-se em colônias cooperativas e posteriormente em organismos multicelulares. Entretanto apenas a camada superficial das células dos multicelulares estava em contato direto com o meio externo, o que passou

a ser um problema, pois como suprir a necessidade de nutrientes e oxigênio (agora aeróbios) das células mais internas se não havia difusão? E quando havia era lenta à medida que a distancia aumentava? Simples, a alternativa que solucionou o problema da difusão lenta foi o desenvolvimento evolutivo de sistemas circulatórios para alcançar as partes mais profundas desde a superfície corporal (e vice-versa). Em animais simples, apenas a atividade muscular consegue gerar um fluxo de liquido suficiente com a movimentação do animal. Já em animais mais complexos há ainda uma bomba muscular cardíaca conhecida por coração, o qual bombeia sangue em um sistema fechado de vasos. Em outras palavras, desenvolveu-se o sistema cardiovascular (kardia => coração + vasculum => pequeno vaso), ou sistema circulatório ( por permitir a circulação), tal qual nós o conhecemos hoje e que é composto por um coração, vasos sanguíneos e sangue. No embrião do ser humano, com 25 dias, aproximadamente três semanas de gestação, já percebemos o aparecimento do sistema cardiovascular, sendo o coração um único tubo. O sistema surge porque o embrião não consegue mais satisfazer suas necessidades nutricionais apenas por difusão. Com aproximadamente quatro semanas de desenvolvimento, é possível distinguir os átrios e os ventrículos e, a circulação é feita através da ligação entre a placenta e o cordão umbilical.

2.2 Componentes

Para entendermos melhor o sistema cardiovascular, é interessante entender o funcionamento de seus componentes e da circulação sanguínea. Os componentes do sistema cardiovascular são:

  • O coração;
  • Os vasos sanguíneos;
  • O sangue.

muitas outras considerações que poderiam ser feitas sobre este órgão, mas, por enquanto, nos deteremos a estas, porém haja necessidade de informações adicionais sobre o coração serão disponibilizadas.

2.2.2 Os vasos sanguíneos

Vaso, para a prática dos conhecimentos em saúde é todo canal pelo qual circula material orgânico. Portanto, vaso sanguíneo é o canal orgânico onde circula sangue. Uma

característica comum a todos os vasos sanguíneos é que todos são

distensíveis (mesmo que em proporções diferentes) e, isso quer dizer que

todos acomodam o débito pulsátil do coração, permitindo a uniformidade e continuidade do fluxo sanguíneo. Suas paredes são compostas por camadas de músculo liso vascular, tecido conectivo elástico e fibroso. O revestimento interno de todos é uma fina camada de endotélio, porque as células endoteliais secretam muitas substancias parácrinas (substâncias secretadas em região próxima do seu local

de ação e para a qual ela se difunde livremente) e desempenham um papel

importante na regulação da pressão sanguínea, no crescimento de novos vasos (processo conhecido como angiogênese – angeion => vaso + gignesthai => gerar – especialmente depois do nascimento) e absorção de materiais.

2.2.2.1 As artérias

São os vasos responsáveis por conduzir/levar sangue oxigenado/rico em oxigênio sob alta pressão a partir do coração para os tecidos e órgãos. Geralmente dotados de parede rígida e elástica, têm uma camada espessa de músculo liso e grande quantidade de tecido conectivo fibroso e elástico. Têm como padrão dividir / divergir / separar-se em artérias menores para suprir as necessidades de oxigenação e nutricional das células mais intimas, conforme foi dito no item 2.1 deste trabalho, e, com isto, a característica da parede muda, tornando-se menos elástica e mais muscular. Seguem na seguinte ordem: Artérias => Arteríolas => Metarteríolas => Esfíncteres Pré-Capilares => Capilares. Os últimos são os menores

vasos, e é neles que ocorrem as trocas entre o sangue e o líquido intersticial, sua parede consiste em uma camada de endotélio achatado com uma camada de células sustentada pela lâmina basal/ membrana basal. A principal artéria humana é a Artéria Aorta , a qual parte do ventrículo esquerdo ao próprio coração (artérias coronárias) e ao resto do corpo, didaticamente, são representadas na cor vermelha.

2.2.2.2 Veias

São os vasos que levam sangue rico em gás carbônico para o coração. Mais calibrosas, ou seja, maior calibre/diâmetro que as artérias. Armazenam mais de 60% do volume de sangue do sistema circulatório, dai o porquê de sua atuação como reservatório de sangue. Situadas mais superficialmente no corpo do que as artérias e mais numerosas. Têm paredes mais finas do que as artérias e com menos tecido elástico. Têm como padrão convergirem ao coração na seguinte ordem: Capilares-> vênulas -

veias As principais veias são cava superior e cava inferior, que desembocam no átrio direito. Didaticamente são representadas na cor azul.

2.2.2.3 O Sangue

É o liquido responsável pela distribuição sistemática de nutrientes; moléculas sinalizadoras e calor e recolhimento de resíduos metabólicos e dióxido de carbono. Constituído de glóbulos vermelhos (hemácias) e brancos, plaquetas, plasma, hormônios, calor, entre outros. Dependendo do vaso e do lado do coração que ocupa é classificado como arterial (dentro das artérias) e venoso (dentro das veias).

Quando arterial, é indicativo que percorreu o lado esquerdo do coração (átrio ventrículo esquerdo) e venoso é porque percorreu o lado direito (átrio e ventrículo direito). Nas pessoas vivas o sangue bem oxigenado (arterial) é vermelho vivo, e o como pouco oxigênio (venoso) é vermelho-escuro. Sob algumas condições como hipotermia, hemorragia, entre outras, o sangue com baixa quantidade de oxigênio geralmente confere coloração azulada a certas

(circulação pulmonar ou sistêmica), a pressão diminui devido ao átrio entre o sangue e as paredes dos vasos. A pressão mais alta é encontrada na Aorta e outras artérias sistêmicas que recebem sangue dos ventrículos esquerdo. A pressão mais baixa ocorre nas veias cavas antes de desembocarem no átrio direito. Em outras palavras, o sangue flui através/a favor do gradiente de pressão (∆P), de regiões com maior pressão, para regiões com pressão mais baixa. E, mais: a pressão sanguínea representa a força exercida pelo sangue contra qualquer unidade de área da parede vascular, sendo, portanto , a força que impulsiona o sangue pelo vaso. Quando falamos em pressão arterial (P.A), devemos atentar que existem mecanismos intrínsecos responsáveis por seu controle e regulação. Geralmente classificamos em quatro mecanismos que atuam simultaneamente, ou no déficit de outro como tentativa de compensar a atividade ineficaz no padrão circulatório são eles:

  • Regulação local −O controle local do fluxo sanguíneo pode ser dividido em duas fases: controle agudo (realizado por meio de rápidas variações da vasodilatação local das arteríolas, metarteríolas e esfíncteres pré- capilares, ocorrendo em segundos ou minutos, para manter o fluxo sanguíneo tecidual local apropriado) ou controle a longo prazo ( consiste em variações lentas e controladas do fluxo ao longo de dias, semanas e, em alguns casos, meses, resultam do aumento ou diminuição nas dimensões físicas e no número de vasos sanguíneos que suprem os tecidos. É explicada através do mecanismo de autor regulação ( capacidade que um tecido tem de ajustar automaticamente, seu fluxo de sangue para se adequar ás demandas metabólicas ), ou seja, em cada leito capilar, variações locais ( algumas substâncias como K+, H, lactato, adenosina, NO – óxido nítrico − , tromboxano, PGL2, endotelina, etc. ) podem regular a vasomotricidade. Quando os vasodilatadores produzem dilatação local das arteríolas e relaxamento dos esfíncteres pré-capilares, o fluxo de sangue nas redes capilares é intensificado, o que aumenta a concentração de O² no tecido ou órgão- alvo. Os vasoconstritores exercem efeito oposto.
  • Regulação hormonal − Ou humoral, diversos hormônios atuam na regulação da pressão arterial e do fluxo sanguíneo, alterando o débito cardíaco, modificando a resistência vascular sistêmica ou ajustando o volume total de sangue. É feito por substâncias secretadas ou absorvidas pelos líquidos corporais – como hormônios e fatores produzidos localmente. Algumas dessas substâncias são formadas por glândulas especiais e transportadas pelo sangue para todo o corpo. Outras são formadas em tecidos locais, causando efeito apenas local. Os principais fatores humorais são os vasoconstritores e os vasodilatadores, resumidos na tabela a seguir:

Fator Hormônio Efeito na P.A (Pressão arterial) Débito cardíaco

Aumento na contratilidade e frequência cardíaca

Norepinefrina Epinefrina (Vasoconstritores) (^) Aumento Resistência vascular sistêmica

Vasoconstrição

Angiotensina ll Hormônio antidiurético (Vasopressina) Norepinefrina e Epinefrina

Aumento

Vasodilatação

Peptídeo natriurético atrial Epinefrina óxido nítrico (NO) Bradicinina Histamina

Diminuição

Volume sanguíneo Aumento no volume sanguíneo

Aldosterona hormônio antidiurético (Vasopressina)

Aumento

Redução no volume sanguíneo

Peptídeo natriurético atrial Diminuição

Geralmente significa o volume/ quantidade de sangue que passa por determinado ponto da circulação durante certo intervalo de tempo. Expresso em litros por minuto (l/min) ou mililitros por minuto (ml/min), ou seja, determina o quanto de sangue (volume) passa por um ponto em um dado período de tempo, sendo que, a velocidade é maior em partes mais estreitas e mais lentas em partes mais largas. O fluxo sanguíneo por um vaso é determinado por dois fatores: A diferença da pressão sanguínea entre as duas extremidades do vaso e a Resistência vascular (será discutida no próximo item). Tal relação é dada pela Lei de Ohm: F =∆P x R

Tal que, F = fluxo sanguíneo, ∆P= gradiente de pressão; R = resistência vascular. O fluxo total na circulação do adulto em repouso é de cerca de 5000 ml/min. Isso é referido como débito cardíaco, por ser a quantidade de sangue bombeada pelo coração para a aorta, a cada minuto. O fluxo pode ainda ser do tipo laminar ou turbulento. Laminar porque o sangue flui estável por vaso sanguíneo longo e uniforme, com camadas de sangue equidistantes da parede do vaso e a porção mais central do sangue no centro do vaso. Turbulento porque a intensidade do fluxo é muito elevada, ou quando o sangue por obstrução no vaso, ângulo fechado ou superfície áspera, logo, flui horizontal e perpendicularmente, formando redemoinhos. Geralmente provoca muito atrito do fluxo no vaso. A distribuição de sangue no corpo em repouso depende dos órgãos que estão sendo irrigados e/ou drenados, de acordo com sua função e, geralmente é representada de três maneiras: Como uma porcentagem do fluxo total, como voluma por 100 gramas de tecidos por minuto e como uma taxa absoluta de fluxo (em l/min). Por exemplo:

Órgão Porcentagem do fluxo total (%)

Volume por 100 gramas de tecido por minuto (xml/ 100g/min

Fluxo absoluto (xl/min)

Cérebro 14% 55 ml/100g/min 0,70 l/ min

Coração 4% 70 ml/100g/min 0,20 l/ min

Pulmões 100% 5l /100g/min 5,0 l/ min

Brônquios 2% 25 ml/100g/min 0,10 l/ min

Rins 20%-22% 400 ml/100g/min 1,00 l/ min

Fígado e TGI 27% 100 ml/100g/min 1,35 l/ min

Musculo esquelético

21% 5 ml/100g/min 1,05 l/ min

Pele 5%-6% 10-30 ml/100g/min 0,25-0,30 l/ min

Ossos e outros tecidos.

9% 3 ml/100g/min 0,45 l/ min

(Os dados são aproximadamente estes, podendo variar de acordo com o estado geral do individuo. Adaptado SILVERTHON, 2010 e GUYTON, 2011.)

2.3.3 Resistência Vascular A resistência vascular é a tendência que o sistema circulatório de se opor ao fluxo sanguíneo. Tal tendência é evidenciada pela influencia de três componentes: O raio do tubo ( r ), o comprimento do tubo (l ) e a viscosidade ( espessura do liquido ) , dada através da letra grega eta n. A lei de Poiseuille : R x ln/n 4

E isso quer dizer que a resistência oferecida por um tubo ao fluxo do liquido aumenta quando o comprimento do tubo aumenta, e a resistência aumenta à medida que aumenta a viscosidade do liquido, porém, a resistência diminui quando o raio do tubo aumenta. Sendo que: o comprimento da circulação é determinado pela anatomia do sistema, a viscosidade é determinada pela razão entre eritrócitos (hemácias, glóbulos vermelhos do sangue, que proporcionalmente são chamados de hematócritos, sendo, em media, 42 em homens adultos e 38 em mulheres) e o plasma, bem como pela quantidade de proteínas plasmáticas, lembrando que, a viscosidade do sangue normal é cerca de três vezes maior que a da água. Normalmente

gravidez, distúrbios neurológicos, uso de drogas injetáveis e abuso de álcool. A hipertensão arterial deve ser tratada como uma síndrome (conjunto de sinais, sintomas, lesões e modificações funcionais ou bioquímicas que formam uma identidade reconhecível em virtude de sua associação constante, seja por ter sempre a mesma causa, seja porque traduzem o acometimento de um órgão ou sistema bem definidos), e não somente como níveis pressóricos elevados. Até porque existem alguns órgãos que são afetados pela hipertensão arterial. Por exemplo, o Cérebro pode ser acometido de isquemia (causada pelo baixo fluxo sanguíneo devido ao estreitamento das artérias e veias, seja por aterosclerose ou arteriosclerose, seja por aumento nos fatores de coagulação), ou hemorragia (causada pelo aumento da pressão diretamente nos vasos); os Olhos são afetados porque as veias da retina ficam mais finas e com o aumento da pressão, o sangue não tem como circular e fica preso, podendo levar à hemorragia na retina, seguida por cegueira; nos Rins , por serem os órgãos responsáveis por filtrar os líquidos do nosso corpo, à medida que a pressão arterial aumente, ela força os rins a filtrarem cada vez mais, o que desgasta os componentes renais mais rápido e, depois de muito tempo os rins param de funcionar; nos Pulmões há o acumulo de líquidos tanto intra quanto extra pleural, porque os rins já não eliminam tanto liquido, o que acumula sangue, que não pode ser bombeado totalmente pelo coração devido seu volume excessivo, causando dificuldade de respirara; no Coração, há principalmente a Hipertrofia do ventrículo esquerdo, porque há excesso de sangue, o que pode gerar uma insuficiência cardíaca. Classificação da Pressão Arterial com base nos níveis pressóricos:

Nível da Pressão Arterial Sistólica Diastólica Classificação ˂ 120 ˂ 80 Ideal ˂ 130 ˂ 85 Normal 130 – 139 86 − 89 Normal alta

140 – 159 90 – 99 Hipertensão estagio 1 160 – 179 100 – 109 Hipertensão estagio 2 ˃ 180 ˃ 110 Hipertensão estagio 3 ˃ 140 Normal Hipertensão sistólica isolada

4 FARMACOS ANTI- HIPERTENSIVOS

4.1 Conceito

São medicamentos que vão impedir ou controlar a pressão sanguínea elevada. 4.2 Objetivos do Tratamento Farmacológico O objetivo básico de controlar a hipertensão é reduzir a frequência de doença cardiovascular (angina, infarto agudo do miocárdio−IAM−, insuficiência cardíaca, acidente vascular, insuficiência renal, retinopatia, entre outras). Para isso, a pressão arterial deve ser controlada e mantida. 4.3 Classes de Fármacos Os medicamentos utilizados no tratamento da hipertensão podem ser subdivididos em várias categorias de agentes terapêuticos baseados em seus locais e/ou mecanismos de ação. Podemos agrupa-los assim:

Local de ação (órgão alvo)

Droga Mecanismo Resposta Fisiológica

Coração

β – Bloqueadores (Bloqueadores beta-adrenérgicos) Simpatolíticos de

Diminuição da força de contração e da frequência cardíaca

Diminuição do Debito Cardíaco

cálcio

Preferenciais

Diuréticos Bloqueadores beta- adrenérgicos

Diminuição do Debito Cardíaco

Adjuvantes

Simpatolíticos de ação central

Simpatolíticos de ação periférica Vasodilatadores diretos

Diminuição do Debito Cardíaco e da Resistencia Periférica Total

(Adaptado de CLAYTON, 2012 e SILVERTHON, 2011). Em resumo, as principais classes são:

  • Diuréticos;
  • Inibidores da Enzima Conversora da Angiotensina (ECA);
  • β – Bloqueadores (Bloqueadores beta-adrenérgicos)
  • Simpatolíticos de ação central (agonistas alfa−2 de ação central);
  • Simpatolíticos de ação periférica (antagonistas adrenérgicos de ação periférica);
  • Bloqueadores do canal de cálcio;
  • Vasodilatadores diretos.

4.3.1 Diuréticos Classe que causa excreção de Na+ e reduz o volume de líquidos através da inibição do transporte através da inibição do transporte de eletrólitos nos túbulos renais. Em outras palavras, aumentam a eliminação de sal (NaCl ou

NaHCO 3 ) e água, agindo diretamente na função

renal. São frequentemente prescritos pois reduzem a morbi-mortalidade cardiovascular associada com a hipertensão; comumente prescritos na terapia combinada, por potencializarem a atividade hipotensiva dos não-diuréticos; têm baixa incidência de efeitos adversos e geralmente mais baratos, em relação à outros fármacos. Podem ser classificados em grandes categorias relacionadas aos seus locais e mecanismos de ação.

4.3.1.1 Diuréticos de alça

Causam abundante produção de urina. Inibem o cotransportador Na+/ K+/2Cl- no ramo ascendente espesso da alça de Henle. Absorvidos no trato gastrintestinal e geralmente administrados por via oral, podendo ser administrados por via intravenosa em situações de emergência. Ligam-se fortemente às proteínas plasmáticas e não passam diretamente ao filtrado glomerular. Chegam ao seu sitio de ação - membrana luminal das células do ramo ascendente espesso− por serem secretados no túbulo contorcido proximal pelo mecanismo de transporte de ácidos orgânicos; a fração assim secretada é eliminada na urina. Usados no tratamento da hipertensão, insuficiência cardíaca, pacientes com função renal comprometida, pacientes resistentes à ação dos tiazídicos (serão falados mais a frente), e outras doenças complicadas por retenção de sal e agua. Hipovolemi a (diminuição do volume de sangue) e hipocalemia (diminuição dos valores do potássio no sangue) são importantes efeitos indesejáveis, que só ocorrem se as doses estiverem muito mais altas do que as que provocam diurese. Exe mplos: Furosemida (Furosem; Furosetron; Furosix; Lasix; Lasix Long) e Bumetanida (Burinax).

4.3.1.2 Diuréticos tiazídicos

plasmático. Exemplos: Espironolactona (Aldactone; Aldosterin; Spiroctan); Triantereno (Disponível apenas em associações −Pteridina−); Amilorida (Disponível apenas em associações −Pirazina−) entre outros. 4.3.1.4 Diuréticos inibidores da anidrase carbônica A anidrase carbônica é uma enzima que ativa a desidratação reversível do anidrido carbônico (dióxido de carbono) presente em um grande numero de tecidos animais e nos glóbulos vermelhos, nos quais desempenha um papel importante, pois favorece as trocas gasosas nos pulmões. Esta classe de diurético atua aumentando a eliminação de bicarbonato acompanhado de Na +^ , K +^ e água, resultando em aumento do fluxo de urina alcalina e acidose metabólica. São aplicados no tratamento de glaucoma e também em alguns tipos de epilepsia infantil. Tem efeito autolimitado, pois a perda de bicarbonato causa depleção do bicarbonato extracelular. Exe mplos: Acetazolamida (Diamox; Sulfonamida) entre outros. 4.3.1.5 Diuréticos osmóticos

São substancias farmacologicamente inertes(paradas, inativas), proteínas, por exemplo, filtradas no glomérulo, mas não reabsorvidas pelo néfron, ou seja, aumentam a quantidade de água eliminada, com menor aumento da eliminação de Na+^. Não se relacionam

diretamente com os rins, mas, por se basear no aumento da osmolaridade plasmática por solutos que não penetram no cérebro ou olhos e o resultado ser o efluxo de água desses compartimentos, é caracterizado como diurético. Atuam dentro do néfron indiretamente modificando o conteúdo filtrado, ou seja, reduzem a reabsorção passiva de água pela presença de soluto não reabsorvível dentro das partes do néfron que são livremente permeáveis à

água: o túbulo proximal, o ramo descendente da alça e os túbulos coletores; consequentemente um volume maior de liquido continua no túbulo proximal, o que secundariamente reduz a reabsorção de Na+^. Usados na insuficiência renal aguda decorrente de hemorragia, trauma ou infecção sistêmica, ou no tratamento de emergência para aumento súbito da pressão intracraniana ou intraocular. Os principais efeitos adversos são expansão transitória do volume do liquido extracelular ( com risco de causar insuficiência do ventrículo esquerdo) e hiponatremia( diminuição de sódio no sangue). Podendo ocorrer cefaleia, náuseas e vômitos. Exemplos: Manitol.

4.3.2 Inibidores da Enzima Conversora da Angiotensina (ECA)

Causam queda/diminuição da pressão arterial, por afetarem os vasos de capacitância e de resistência e reduzirem a carga cardíaca. Não afetam a contratilidade cardíaca, mas aumentam/preservam (depende do individuo) o debito cardíaco e aumentam o fluxo sanguíneo. Agem sobre os leitos vasculares sensíveis à angiotensina, que incluem coração, rim e cérebro. As vantagens do uso de inibidores da ECA incluem a baixa frequência da hipotensão ortostática; ausência de depressão do SNC e de efeitos adversos de disfunção sexual; não agravem doença como asma, doença pulmonar obstrutiva, gota, níveis de colesterol ou diabetes; tem efeito aditivo com diuréticos; são eficientes no tratamento da insuficiência cardíaca e pós-infarto do miocárdio; são usados rotineiramente para retardar a progressão da nefropatia diabética. Seus efeitos adversos incluem hipotensão (principalmente após a primeira dose), tosse seca, aparecimento de angioedema (edema doloroso em tecidos que pode ser letal se envolver vias aéreas), desenvolvimento de insuficiência renal, a qual pode ser reversível se reconhecida prontamente e suspenso o