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Exercício resolvido de teoria dos números, Exercícios de Matemática

MAT1513 - Laboratório de Matemática - Diurno Professor David Pires Dias - 2013 TI4 - Trabalho Individual IV

Tipologia: Exercícios

2019

Compartilhado em 02/12/2019

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MAT1513 - Laboratório de Matemática - Diurno
Professor David Pires Dias - 2013
TI4 - Trabalho Individual IV
INDUÇÃO FINITA
O método da indução finita é um procedimento matemático para provar propriedades que são ver-
dadeiras para uma seqüência de objetos. É um método bastante utilizado em teoria dos números,
geometria, análise combinatória, etc.. Mas trata-se de um tipo de demonstração que pode aparecer em
qualquer domínio da Matemática.
Exemplo 1 Os seguintes resultados podem ser provados por indução.
i) Dado nIN vale 2n< n!, se n>4.
ii) O número de diagonais de um polígono de nlados é n(n3)
2.
iii) Todo número natural maior ou igual a dois admite decomposição em fatores primos, única a menos
da ordem dos fatores.
Observemos que os três resultados acima falam de propriedade associadas a números naturais e
que são afirmadas valer a partir de algum natural inicial (4 no primeiro, 3 no segundo e 2 no terceiro
exemplo). Generalizando, o método se aplica para a prova de afirmações que contém no seu enunciado
a descrição de alguma propriedade P(n)que é afirmada valer para todo natural nn0, onde n0é
dado explicitamente ou fica evidente pelo contexto do enunciado.
Princípio da Indução Finita - 1a
¯Forma
Seja P(n)um enunciado que descreve uma propriedade sobre um número natural nmaior ou igual a
um número natural n0fixado.
Definição 2 (PIF 1a
¯forma) Se pudermos provar que valem as duas condições:
C1: P(n0)é verdadeira (ou seja, vale a propriedade para n0);
C2: É verdadeira a implicação P(n)P(n+ 1) para todo nn0.
Então podemos afirmar que a propriedade P(n)é verdadeira para todo nn0.
No uso prático, para provar um teorema por indução finita devemos assim mostrar que as duas condições
do princípio acima estão satisfeitas. Isso nos garante a validade da propriedade para a infinidade de
casos aos quais o teorema faça referência.
No caso da segunda condição, como uma implicação é falsa se sua premissa for verdadeira e a
conclusão falsa, basta excluir essa possibilidade para termos a validade da implicação desejada. Assim
o que normalmente se faz é tomar um kgenérico qualquer maior ou igual a n0e admitindo que P(k)
seja verdadeiro, mostrar que necessariamente P(k+ 1) também deve ser verdadeiro. Feita também
a prova de que vale a propriedade para o primeiro natural n0, o princípio da indução nos garante a
validade da propriedade em todos os casos afirmados.
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MAT1513 - Laboratório de Matemática - Diurno Professor David Pires Dias - 2013 TI4 - Trabalho Individual IV

INDUÇÃO FINITA

O método da indução finita é um procedimento matemático para provar propriedades que são ver- dadeiras para uma seqüência de objetos. É um método bastante utilizado em teoria dos números, geometria, análise combinatória, etc.. Mas trata-se de um tipo de demonstração que pode aparecer em qualquer domínio da Matemática.

Exemplo 1 Os seguintes resultados podem ser provados por indução.

i) Dado n ∈ IN vale 2 n^ < n!, se n > 4.

ii) O número de diagonais de um polígono de n lados é n(n 2 − 3).

iii) Todo número natural maior ou igual a dois admite decomposição em fatores primos, única a menos da ordem dos fatores.

Observemos que os três resultados acima falam de propriedade associadas a números naturais e que são afirmadas valer a partir de algum natural inicial (4 no primeiro, 3 no segundo e 2 no terceiro exemplo). Generalizando, o método se aplica para a prova de afirmações que contém no seu enunciado a descrição de alguma propriedade P (n) que é afirmada valer para todo natural n ≥ n 0 , onde n 0 é dado explicitamente ou fica evidente pelo contexto do enunciado.

Princípio da Indução Finita - 1a¯ Forma

Seja P (n) um enunciado que descreve uma propriedade sobre um número natural n maior ou igual a um número natural n 0 fixado.

Definição 2 (PIF 1a¯ forma) Se pudermos provar que valem as duas condições:

C1: P (n 0 ) é verdadeira (ou seja, vale a propriedade para n 0 );

C2: É verdadeira a implicação P (n) → P (n + 1) para todo n ≥ n 0.

Então podemos afirmar que a propriedade P (n) é verdadeira para todo n ≥ n 0.

No uso prático, para provar um teorema por indução finita devemos assim mostrar que as duas condições do princípio acima estão satisfeitas. Isso nos garante a validade da propriedade para a infinidade de casos aos quais o teorema faça referência.

No caso da segunda condição, como uma implicação só é falsa se sua premissa for verdadeira e a conclusão falsa, basta excluir essa possibilidade para termos a validade da implicação desejada. Assim o que normalmente se faz é tomar um k genérico qualquer maior ou igual a n 0 e admitindo que P (k) seja verdadeiro, mostrar que necessariamente P (k + 1) também deve ser verdadeiro. Feita também a prova de que vale a propriedade para o primeiro natural n 0 , o princípio da indução nos garante a validade da propriedade em todos os casos afirmados.

Exemplo 3 Como 24 = 16 e 4! = 4. 3. 2 .1 = 24, então vale que 24 < 4! e portanto (C1), a primeira condição do P IF , está satisfeita.

Admitindo que 2 k^ = k!(∗) para um k genérico maior do que 4 , como

  • 2 k+1^ = 2. 2 k^ • (k + 1)! = (k + 1)k! • (k + 1) > 2 , se k > 4

a partir da desigualdade (*) obtemos que

2 k+1^ = 2. 2 k^ < 2 .k! < (k + 1).k! = (k + 1)!

Fica assim estabelecida a validade de (C2), a segunda condição do P IF.

Portanto o princípio da indução finita garante que vale 2 n^ < n!, para todo n > 4.

Princípio da Indução Finita - 2a¯ Forma

Seja P (n) um enunciado que descreve uma propriedade sobre um número natural n maior ou igual a um número natural n 0 fixado.

Definição 4 (PIF 2a¯ forma) Se pudermos provar que valem as duas condições:

CC1: P (n 0 ) é verdadeira (ou seja, vale a propriedade para n 0 );

CC2: Para todo n ≥ n 0 , é verdadeira a implicação

P (n 0 ) ∧ P (n 0 + 1) ∧ ... ∧ P (n − 1) ∧ P (n) → P (n + 1).

Então podemos afirmar que a propriedade P (n) é verdadeira para todo n ≥ n 0.

Na prática, para provar uma propriedade utilizando a segunda forma de indução, devemos provar que a propriedade P vale para n 0 e a seguir, dado um n qualquer maior do que n 0 admitindo que a propriedade P vale para todos os números entre n 0 e n (inclusive), devemos provar que P também vale para n + 1. Ou ainda, devemos comprovar a seguinte implicação:

P (k) verdadeira para n 0 ≤ k ≤ n → P (n) verdadeira.

Essa segunda forma pode ser necessária algumas vezes, como por exemplo no Teorema Funda- mental da Aritmética enunciado no item (iii) do primeiro exemplo e cuja existência da decomposição provaremos a seguir (só provaremos a existência neste texto, a unicidade a menos de ordem dos fatores não será feita aqui).

Exemplo 5 O primeiro número é o 2, que é primo. Como 2 = 2, podemos dizer que 2 admite uma "fatoração"/ única em primos. E portanto (CC1) está satisfeita.

Admitamos que todos os números entre 2 e n, incluindo 2 e n, admitem uma fatoração em números primos, única a menos da ordem dos fatores. Consideremos o número n + 1. Existem duas possibili- dades:

a) n+1 é primo, e nesse caso a sua "fatoração" é evidentemente única contendo como único "fator" o próprio primo n + 1, como no caso do número 2.

Dem: Obviamente vale P (1), ou seja, temos a veracidade de C1 ou CC1. Assuma que a proposição é válida para P (n) e seja A = {x 1 , ..., xn, xn+1}, então x 1 = x 2 =... = xn e x 2 = x 3 =... = xn = xn+1, logo x 1 = x 2 = ... = xn+1 e temos a validade de P (n + 1).



  1. O que está errado no seguinte argumento:

Proposição 7 Se a 6 = 0 então an−^1 = 1 para todo n natural.

Dem: P (1) : a^1 −^1 = 1 vale sempre. Assumindo ak−^1 = 1, temos ak^ = ak a akk−−^22 = ak− a^1 kaa− 2 k −^2 = ak− a^1 ka−k 2 − 1 = 11.^1 = 1.



  1. Seja a 0 = 1 e, para n > 0 , seja an = 2an− 1 + 1. Os primeiros termos da sequência a 0 , a 1 , a 2 , a 3 ,... são 1 , 3 , 7 , 15 ,... Quais são os próximos três termos? Prove que an = 2n+1^ − 1.
  2. Seja b 0 = 1 e, para n > 0 , seja bn = 3bn− 1 − 1. Quais são os cinco primeiros termos da sequência

b 0 , b 1 , b 2 ,.. .? Prove que bn =

3 n^ + 1

Instruções para os exercícios a serem entregues:

  • quatro itens do primeiro exercícios;
  • os exercícios 2 , 3 , 4 e 5 ;
  • um dentre os exercícos 6 e 7 ;
  • um dentre os exercícos 8 e 9.