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Estudo de caso de um parque florestal, Notas de estudo de Urbanismo

EFEITOS POSITIVOS GERADOS PELOS PARQUES URBANOS: UM ESTUDO DE CASO ENTRE O PARQUE DO ING? E O PARQUE FLORESTAL DAS PALMEIRAS NO MUNIC?PIO DE MARING?/PR1

Tipologia: Notas de estudo

2010

Compartilhado em 17/03/2010

emerson-costa-13
emerson-costa-13 🇧🇷

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EFEITOS POSITIVOS GERADOS PELOS PARQUES URBANOS: UM ESTUDO DE CASO
ENTRE O PARQUE DO INGÁ E O PARQUE FLORESTAL DAS PALMEIRAS NO
MUNICÍPIO DE MARINGÁ/PR1
BOVO, Marcos Clair2 - Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão/ Universidade Estadual
Paulista – Campus Presidente Prudente, mcbovo@yahoo.com
AMORIM, Margarete Cristiane de Costa Trindade3 – Universidade Estadual Paulista – Campus Presidente
Prudente, mccta@fct.unesp.br
Resumo: A presença de parques no espaço urbano visa minimizar a deterioração da qualidade de vida
e os processos de degradação ambiental por meio da manutenção das condições bióticas, favoráveis ao
conforto térmico, à saúde e ao bem estar da população e da vida biológica das cidades, além de
oferecer práticas de lazer. Para Carneiro e Mesquita (2000, p.20) parque urbano é definido como:
espaços livres públicos com função predominante de recreação, ocupando na malha urbana uma área
em grau de equivalência superior a uma quadra típica urbana, em geral apresentando componentes da
paisagem natural, vegetação, topografia, elemento aquático, como também edificações destinadas a
atividades recreativas, culturais e/ou administrativas. É neste contexto, que a presente pesquisa teve
como objetivo analisar os efeitos positivos gerados pelos parques do Ingá e das Palmeiras no
município de Maringá/PR, identificando as principais funções, seguidos de um diagnóstico referente à
sua qualidade ambiental. A metodologia adotada na pesquisa consistiu em levantamento bibliográfico,
seguido de pesquisa in locu nas duas áreas investigadas e também de levantamento qualitativo e
quantitativo através de um questionário, no que diz respeito a sua infra-estrutura e a qualidade
paisagística. Também se utilizou o registro fotográfico para identificar alguns efeitos tanto positivos
como negativos dos dois parques em estudo. Foram detectados vários efeitos positivos, dentre eles: a
presença da cobertura vegetal, que contribui para a amenização das altas temperaturas tornando-a mais
agradável para a população; diminuição da poluição do ar e diminuição da intensidade de ruídos. Além
dos efeitos ambientais positivos, constataram-se os benefícios gerados pelos parques no bem estar
público local, atuando significativamente na saúde física e mental, contribuindo para a melhoria da
qualidade de vida.
Palavras-Chave: parques urbanos, vegetação, qualidade de vida.
POSITIVE EFFECTS GENERATED BY THE URBAN PARKS: A CASE STUDY BETWEEN
INGÁ PARK AND PALMEIRAS FOREST PARK IN MARINGÁ-PR CITY
Abstract: The presence of parks in the urban space aims to minimize the deterioration of the life
quality and the process of environmental degradation by means of the maintenance of the biotic
conditions, favorable to the thermal comfort, health and well being of the population and the biological
life in the cities, besides offering leisure practices. According to Carneiro and Mesquita (2000, p.20)
urban park is defined as: free public spaces with predominant function of recreation, occupying in the
urban net an area in higher equivalence degree to a typical urban block, in general presenting
components of the natural landscape, vegetation, topography, aquatic element, as well as edifications
aimed at recreation, cultural and/or administration activities . It is in this context, that the present
research had the objective of analyzing the positive effects generated by the Ingá and Palmeiras parks
in Maringá_PR city, identifying the main functions, followed by a diagnosis referring to their
environmental quality. The adopted methodology in the research constituted of a bibliographical
survey, followed by an in locu research in the two investigated areas and also a qualitative and
quantitative survey through a questionnaire, concerning their infra-structure and landscape quality. We
1 - Eixo Temático 8 – Clima e Planejamento Urbano/Rural
2 -Professor Assistente do Departamento de Geografia da Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão/
Doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia da UNESP (Faculdade de Ciências e Tecnologia - Campus de
Presidente Prudente - SP).
3- Professora Doutora do Departamento de Geografia Faculdade de Ciência e Tecnologia Campus de Presidente
Prudente – Rua Roberto Simonsen, 305 – TEL. (18) 32295375 – FAX. (18) 32218212 – CEP. 19060.900 – Presidente
Prudente – SP.
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EFEITOS POSITIVOS GERADOS PELOS PARQUES URBANOS: UM ESTUDO DE CASO

ENTRE O PARQUE DO INGÁ E O PARQUE FLORESTAL DAS PALMEIRAS NO

MUNICÍPIO DE MARINGÁ/PR^1

BOVO, Marcos Clair^2 - Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão/ Universidade Estadual Paulista – Campus Presidente Prudente, mcbovo@yahoo.com AMORIM, Margarete Cristiane de Costa Trindade^3 – Universidade Estadual Paulista – Campus Presidente Prudente, mccta@fct.unesp.br Resumo: A presença de parques no espaço urbano visa minimizar a deterioração da qualidade de vida e os processos de degradação ambiental por meio da manutenção das condições bióticas, favoráveis ao conforto térmico, à saúde e ao bem estar da população e da vida biológica das cidades, além de oferecer práticas de lazer. Para Carneiro e Mesquita (2000, p.20) parque urbano é definido como: espaços livres públicos com função predominante de recreação, ocupando na malha urbana uma área em grau de equivalência superior a uma quadra típica urbana, em geral apresentando componentes da paisagem natural, vegetação, topografia, elemento aquático, como também edificações destinadas a atividades recreativas, culturais e/ou administrativas. É neste contexto, que a presente pesquisa teve como objetivo analisar os efeitos positivos gerados pelos parques do Ingá e das Palmeiras no município de Maringá/PR, identificando as principais funções, seguidos de um diagnóstico referente à sua qualidade ambiental. A metodologia adotada na pesquisa consistiu em levantamento bibliográfico, seguido de pesquisa in locu nas duas áreas investigadas e também de levantamento qualitativo e quantitativo através de um questionário, no que diz respeito a sua infra-estrutura e a qualidade paisagística. Também se utilizou o registro fotográfico para identificar alguns efeitos tanto positivos como negativos dos dois parques em estudo. Foram detectados vários efeitos positivos, dentre eles: a presença da cobertura vegetal, que contribui para a amenização das altas temperaturas tornando-a mais agradável para a população; diminuição da poluição do ar e diminuição da intensidade de ruídos. Além dos efeitos ambientais positivos, constataram-se os benefícios gerados pelos parques no bem estar público local, atuando significativamente na saúde física e mental, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida. Palavras-Chave: parques urbanos, vegetação, qualidade de vida. POSITIVE EFFECTS GENERATED BY THE URBAN PARKS: A CASE STUDY BETWEEN INGÁ PARK AND PALMEIRAS FOREST PARK IN MARINGÁ-PR CITY Abstract: The presence of parks in the urban space aims to minimize the deterioration of the life quality and the process of environmental degradation by means of the maintenance of the biotic conditions, favorable to the thermal comfort, health and well being of the population and the biological life in the cities, besides offering leisure practices. According to Carneiro and Mesquita (2000, p.20) urban park is defined as: free public spaces with predominant function of recreation, occupying in the urban net an area in higher equivalence degree to a typical urban block, in general presenting components of the natural landscape, vegetation, topography, aquatic element, as well as edifications aimed at recreation, cultural and/or administration activities. It is in this context, that the present research had the objective of analyzing the positive effects generated by the Ingá and Palmeiras parks in Maringá_PR city, identifying the main functions, followed by a diagnosis referring to their environmental quality. The adopted methodology in the research constituted of a bibliographical survey, followed by an in locu research in the two investigated areas and also a qualitative and quantitative survey through a questionnaire, concerning their infra-structure and landscape quality. We (^1) - Eixo Temático 8 – Clima e Planejamento Urbano/Rural (^2) - Professor Assistente do Departamento de Geografia da Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão/ Doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia da UNESP (Faculdade de Ciências e Tecnologia - Campus de Presidente Prudente - SP). (^3) - Professora Doutora do Departamento de Geografia – Faculdade de Ciência e Tecnologia – Campus de Presidente Prudente – Rua Roberto Simonsen, 305 – TEL. (18) 32295375 – FAX. (18) 32218212 – CEP. 19060.900 – Presidente Prudente – SP.

also used the photographical register to identify some effects both positive and negative in the two studied parks. We detected several positive effects such as: presence of vegetation cover, which contributes to the softening of the high temperatures making them nicer to the population; decrease of the air pollution and decrease of the intensity of noise. Besides the positive environmental effects, we noticed benefits generated by the parks in the well being of the local public, acting significantly in the physical and mental health, contributing to the improvement in the life quality. Key-words: urban parks, vegetation, life quality. Introdução Em tempos imemoriais, nossos antepassados foram homens das florestas. Hoje somos homens dos edifícios de apartamentos. Apenas isto basta por explicar a atração irreversível que a natureza exerce sobre o morador da metrópole moderna, sempre seduzido pelo verde, um verdadeiro refúgio contra o moinho de poeira deste oceano de moradias. Isto justifica que o indivíduo urbano, ávido da natureza, manifeste grande respeito por cada árvore, por cada pequeno gramado, ou cada vaso de flores à sua volta; de acordo com esse sentimento popular, nem sequer um arbusto poderia ser sacrificado em nome das inventáveis construções na cidade – ao contrário, toda a vegetação existente deveria ser ampliada através de novas arborizações (SITTE, 1992, p.165). Neste artigo buscaremos analisar os efeitos positivos gerados pela vegetação, tendo como objeto de investigação os parques do Ingá e das Palmeiras localizados no município de Maringá/PR. Também serão identificadas as funções exercidas por esses parques, seguido de um diagnóstico referente à sua qualidade ambiental. Atualmente o crescimento acelerado das cidades brasileiras e as conseqüências geradas pela falta ou pelo inadequado planejamento urbano despertam atenção de vários pesquisadores, dentre eles, geógrafos, arquitetos, urbanistas, ecólogos e também da população, no sentido de perceber a vegetação como componente essencial ao espaço urbano. Neste sentido, a arborização passou a ser vista nas cidades como importante elemento natural atuando como reestruturador do espaço urbano, pois as áreas bastante arborizadas apresentam uma aproximação maior das condições ambientais normais em relação ao meio urbano, que apresentam temperaturas mais elevadas, particularmente nas áreas de maiores índices de construção e desprovidas de cobertura vegetal, conforme afirma Carvalho (1982). Para compreendermos a inserção da vegetação nas cidades brasileiras, vamos retroceder ao século XIX, neste período, a vegetação nas cidades brasileiras não era considerada tão relevante porque a cidade aparecia como uma expressão oposta ao rural. Neste século, valorizava-se o espaço urbano construído, afastado completamente da imagem rural que compreendia os elementos da natureza. Porém, para Marx (1980) é somente no século XIX e no início do século XX, com o país independente e enriquecido com a cultura cafeeira, é que apareceram os jardins, parques e praças ajardinadas em maior número e muito bem conservados. Essa nova concepção urbana contribuiu com a prática do paisagismo e, consequentemente, introdução da arborização nos espaços públicos. Neste sentido, afirma Marx (1980, p.67). Bem depois da criação dos primeiros jardins públicos, e coincidindo com a sua difusão pelas povoações de porte menor e interiorana, começaram os cuidados em arborizar e em ajardinar os

Entre as décadas de 1960 e 1970, os parques urbanos passaram por inúmeras transformações, dentre elas destacamos as suas diferentes funções sociais, servindo como instrumento de socialização comunitária, assumindo novas configurações sócio-ambientais, com a intervenção e iniciativa pública, ou ainda a finalidade de lazer e recreação e também a conservação e preservação da natureza. Para Macedo e Sakata (2003, p. 14), os parques urbanos são “todo espaço de uso público destinado à recreação de massa, qualquer que seja o seu tipo, capaz de incorporar intenções de conservação e cuja estrutura morfológica e auto-suficiente, isto é, não é diretamente influenciada em sua configuração por nenhuma estrutura construída em seu entorno”. Neste caso, além dos tipos de uso, funções e morfologia deve-se incluir a obrigatoriedade da presença da vegetação arbórea, pois a massa vegetal e seus efeitos positivos no ambiente urbano é que fazem à diferença do parque em relação a outras áreas verdes. Esses parques urbanos brasileiros representam na dinâmica da cidade, um “espaço verde” fundamental no crescimento e desenvolvimento econômico e urbano, pois através deles proporcionam um espaço destinado ao lazer, ao contato com a natureza, contribui com a qualidade de vida da população, despertando novos valores sociais, humanos, ambientais e proporcionando uma postura mais consciente aos indivíduos em relação à importância da natureza para os seres vivos. Dessa forma a vegetação foi conquistando aos poucos o espaço urbano brasileiro, tanto em decorrência da monotonia das cidades quanto em conseqüência das necessidades ambientais que se faziam presentes, em virtude da expansão urbana e dos problemas emergentes. Para Marx (1980, p. 67), a relação entre a arborização e a cidade brasileira ao longo da nossa sociedade, pode ser entendida quando afirma que: A arborização e o ajardinamento dos espaços públicos principiam na segunda metade do século passado, época que difunde como nova exigência pelo mundo. Há poucas gerações, portanto, que as plantas passaram a ornar e amenizar as nossas ruas e praças. Além dos jardins comuns, raros e criados apenas nas cidades principais, a imagem urbana desconhecia a árvores e canteiros nas vias e nos largos. De tratamento muito pobre, estes conheciam a sombra dos beirais e de uma ou outra árvore plantada por trás dos muros de algum terreno particular. O que pode parecer hoje uma atmosfera árida e causticante ao sol de meio dia era então a expansão clara da vida não rural e muito menos sertaneja. As matas, os matos, os campos, as roças ficavam fora do perímetro urbano que guardava o chão limpo e batido de terra. As plantas, as suas flores e frutos, fartos por toda a redondeza só entravam na cidade para satisfazer a necessidade e o gosto do dono de alguma propriedade. Porém, hoje essa situação é bem diferente da apresentada na citação, e ganha outras dimensões, pois, com o crescimento populacional, as cidades deparam-se com um planejamento urbano, onde a valorização da vegetação, como um todo, não tem sido considerada pela sua grande importância que desempenha no ambiente urbano, ficando na maioria das vezes em segundo plano. Para Scifoni (1994, p.40), a vegetação age purificando o ar por fixação de poeiras e materiais residuais e pela reciclagem de gases através da fotossíntese, regula a umidade do ar e, temperatura do ar, mantém a permeabilidade, fertilidade e umidade do solo e protege contra a erosão. Também contribuem com o ponto de vista psicológico e social, influenciando no estado de ânimo dos

indivíduos que vivem nas cidades, além de propiciarem um ambiente agradável para a prática de esportes, exercícios físicos e recreação em geral. Para Lombardo (199 0 ), a vegetação contribui com o ambiente urbano através: Composição Atmosférica  Ação purificadora por fixação de poeiras e materiais residuais;  Ação purificadora por depuração bacteriana e de outros microorganismos;  Ação purificadora por reciclagem de gases através de mecanismos fotossintéticos;  Ação purificadora por fixação de gases tóxicos. Equilíbrio Solo - Clima-Vegetação  Luminosidade e temperatura: a vegetação ao filtrar a radiação solar, suaviza as temperaturas externas;  Umidade e temperatura: a vegetação contribui para conservar a umidade do solo, atenuando sua temperatura;  Redução da velocidade do vento;  Mantém as propriedades do solo: permeabilidade e fertilidade;  Abrigo à fauna existente;  Influencia no balanço hídrico; Níveis de Ruído Amortecimento dos ruídos de fundo sonoro contínuo e descontínuo de caráter estridente, ocorrentes em grandes cidades. Estético  Quebra da monotonia da paisagem das cidades, causada pelos grandes complexos de edificações;  Valorização visual e ornamental do espaço urbano;  Caracterização e sinalização de espaços, constituindo-se em um elemento de interação entre as atividades humanas e o meio ambiente. Fonte: Lombardo (1990). Assim, observamos que a vegetação no espaço urbano é de interesse da maioria da população. O que preocupa é que esta mesma população, muitas vezes, não se sente responsável pela manutenção dessas áreas verdes. Neste sentido, verifica-se a importância de se criar instrumentos teóricos e práticos que possam levar informações para a população com o objetivo de conscientizá-la, pois é a beneficiada pela existência do verde urbano. Podemos considerar as áreas verdes urbanas como um dos elementos da natureza mais expressivos no ambiente urbano. Até mesmo em cidades onde os elementos da natureza não são muito considerados, frente aos problemas existentes ainda assim podemos identificá-los. O espaço urbano é continuamente transformado dado, à dinâmica social e econômica. Assim, surgem novas necessidades junto ao desenvolvimento tecnológico e as novas formas de organização da sociedade. Mas, neste processo de transformação a vegetação urbana compreendida principalmente nas áreas verdes públicas constituem num elemento da natureza que pode servir de referencial no espaço urbano, funcionando como micro espaço colaborando com a qualidade de vida da população como também mudando a relação das pessoas, pois é importante destacar que os parques urbanos e as praças públicas representam uma célula no espaço urbano, constituindo importante referencial para muitos indivíduos. Cercada de encontros e desencontros os parques e as praças envolvem muitas gerações

É importante destacar que a escassez de serviços econômicos aplicados a novos projetos desenvolvidos nos parques urbanos tornou os mesmos mais modestos e o uso pelo freqüentador, é bem diferente daquele desenvolvido no século XIX. Neste sentido, afirma Macedo e Sakata (2003, p. 46): ... o público a ser atendido é outro...Muito maior e menos exigente que as elites do império e a Primeira República. As referências da elite eram as cidades de Paris e Londres, e o seu sonho era construir a Europa Tropical. O novo público possui menos referências culturais, mora em subúrbios densamente construídos, ás vezes, muito pobres, não tem acesso a clubes, e o espaço público, seja rua, a praça, praia ou parque, é o único local onde pode desenvolver atividades ao ar livre. Desta forma o parque contemporâneo brasileiro, do final do século XX e dessa primeira década do século XXI, possui ampla liberdade de concepção de desenho, bem como na programação de atividades a serem sugeridas pelos seus freqüentadores. Após essa breve apresentação sobre a origem dos parques urbanos, centramos a discussão em dois parques do município de Maringá/PR, o Parque do Ingá e o Parque Florestal das Palmeiras. Essa pesquisa teve como propósito analisar os efeitos positivos gerados pelos parques identificando suas principais funções, seguido de um diagnóstico referente à sua qualidade ambiental. No caso de Maringá, o “verde” das ruas, das praças, das avenidas, dos parques são visto como “sinônimo de qualidade de vida”, apresenta valor sentimental e estético e contribui com a qualidade ambiental. Quanto aos parques esses adquirem valor ecológico/humanístico, pois se tornaram a representação do lugar no urbano, ou seja, da natureza presente entre os cidadãos maringaense. A metodologia A metodologia adotada na pesquisa consistiu em levantamento bibliográfico em teses, dissertações, livros referente à vegetação e seus efeitos positivos sobre o ambiente urbano. Na seqüência realizamos pesquisa in locu nas duas áreas investigadas seguido de levantamento qualitativo e quantitativo através de um questionário, no que diz respeito a sua infra-estrutura e a qualidade paisagística. Também se utilizou o registro fotográfico para identificar alguns efeitos tanto positivos como negativos dos dois parques em estudo. Estudo de Caso: o Parque do Ingá e o Parque das Palmeiras As áreas de estudo foram analisadas a partir dos seus aspectos históricos, sociais, ambientais, levando em consideração a sua função, a localização e a manutenção de suas estruturas e o estado de conservação e uso das respectivas áreas. a) Localização da Área de Estudo O Parque do Ingá localiza-se na região central do município de Maringá/PR, entre as Avenidas São Paulo e Avenida Laguna, nas coordenadas geográficas 23º 2528``de latitude sul e 51º 5559`` de longitude oeste, com altitude de 557 metros, apresentando uma área de 474.300 m 2 .

Já o Parque Florestal Municipal das Palmeiras encontra-se localizado na Avenida São Judas Tadeu com a Rua Flamboyant, nas coordenadas geográficas de 23º2308``de latitude sul e 51º 5621`` de longitude oeste, com uma altitude de 499 metros e área de 61.434,48 m2 (Figura 01). Figura 01: Localização da área de estudo. Org. BOVO, M, C; MENEZES, H. R. 2009. B) Parque do Ingá Esse parque foi projetado pelo urbanista Jorge Macedo Vieira, na sua fase inicial foi conhecido como Bosque I ou Bosque Dr. Etelvino Bueno de Oliveira, porém através da Lei Municipal n 880/1971, foi denominado oficialmente como Parque do Ingá, devido à grande quantidade de árvores da espécie “ingá” inga marginata que existia em seu interior (JABUR, 2002). Anos depois se tornou área de preservação permanente, através da Lei Orgânica do Município pelo artigo 174, de 17/04/1990. O Parque do Ingá foi aberto ao público em 10/10/1971, servindo de orgulho para a maioria dos maringaense e é considerada uma das mais importantes áreas recreativas da região noroeste do Estado Paraná, sendo visitado constantemente por turistas que passam por Maringá, sendo a área recreativa mais importante do município (figura 02).

através de trilhas (figura 4 ). Na parte externa encontramos a pista de caminhada, a academia de terceira idade e equipamentos para exercícios físicos (figuras 0 5 ). Figura 0 3 : Jardim Japonês no interior do Parque do Ingá. Foto: BOVO, M, C. 2008. Figura 0 4 : Pista de caminhada no interior do Parque do Ingá. Foto: BOVO, M, C. 2007. Figura 0 5 : Vista parcial da academia da Terceira Idade – Parque do Ingá Foto: BOVO, M. C. 2008

Quanto aos aspectos ambientais foram constatados vários aspectos negativos, dentre eles destacamos: a) escoamento das galerias pluviais no interior do parque contribuído com os processos de ravinamento e erosão; b) presença de resíduos sólidos que são trazidos pelas galerias das águas pluviais; c) impermeabilização do solo no seu entorno, contribuindo para o rebaixamento do lençol freático; d) diminuição da oxigenação da água, tornando-a imprópria para a vida animal; e) deposição de sedimentos no interior do lago diminuindo a profundidade e comprometendo total mente as atividades de lazer; f) zoológico com instalações inadequadas comprometendo a qualidade de vida dos animais; g) uso intensivo da área, sem controle efetivo dos impactos gerados pela visitação; h) depredação do patrimônio público por alguns usuários dentre outros problemas ambientais (Figura 0 6 ). Figura 0 6 : Vista do rebaixamento do espelho de água do Parque do Ingá. Foto: BOVO, M.C. 2007. Quanto à estrutura física e equipamentos, o Parque do Ingá possui: bancos, lixeiras, iluminação alta e baixa, sanitários, bebedouro, parque infantil, pista de cooper em paralelepípedo, telefone público, todos apresentando estado regular de conservação. Esses equipamentos necessitam de manutenção e alguns precisam ser substituídos. Já os equipamentos instalados na parte externa do parque se apresentam em ótimo estado de conservação, dentre eles destacamos a pista de caminhada, equipamentos para exercícios físicos e ATIs (acadêmica de terceira idade). C) Parque Florestal Municipal das Palmeiras O Parque Florestal Municipal das Palmeiras (figura 7 ) possui uma vegetação constituída de várias espécies nativas que se enquadra na região fitogeográfica denominada floresta estacional semidecidual e algumas exóticas na sua parte externa. Dentre as espécies nativas destacamos: alecrim ( Holocalyx balansae ), peroba (aspidosperma polyphylla), cedro (Cedrela fissilis), canela (Ocotea sp) , feijão cru (Lonchocarpus guilleminianus), Gorucaia (Parapiptadenia rígida), algodoeiro

Figura 0 8 : Vista parcial das estruturas do Parque das Palmeiras Foto: BOVO, M, C. 2008. Figura 0 9 : Vista parcial da lanchonete instalada no Parque das Palmeiras. Foto: BOVO, M, C. 2008. Figura 10 : Vista parcial da estrutura física do Parque das Palmeiras Foto: BOVO, M. C.2008.

O Parque das Palmeiras apresenta uma estrutura física de excelente qualidade se comparados com os demais parques maringaense. Todos os equipamentos apresentam bom estado de conservação visando o melhor atendimento dos usuários e foram planejados para atender as diferentes faixas etárias da população desde as crianças até idosos. Quanto à qualidade paisagística apresenta-se em bom estado, bem como, a limpeza e conservação da área, também apresenta segurança aos usuários. A densidade da vegetação é de 90% pertencente ao extrato arbóreo e 05% arbustivo e 05% rasteiro e o aspecto sanitário da vegetação são caracterizados como bom. Considerações Finais No transcorrer dessa investigação foi necessário abordarmos a origem dos primeiros parques urbanos no século XVIII, que a partir das necessidades locais para o embelezamento e lazer, estavam diretamente vinculados à aristocracia européia. Já no século XX, os parques urbanos popularizados nos EUA, serviam como objetos de ações sociais. Neste sentido, ficaram evidentes que os parques urbanos são frutos de influências e estilos de diferentes épocas. Diante do exposto nesta pesquisa, podemos perceber que tanto o Parque do Ingá como o Parque das Palmeiras têm desempenhado diferentes funções gerando vários efeitos positivos para a população maringaense. Dentre as funções estão presentes, a ecológica, a estética e a social. A ecológica, é desempenhada principalmente pela vegetação existente nos parques que contribuem, através da fixação das poeiras e materiais residuais existente no ar, filtra a radiação solar e suaviza as temperaturas externas, reduz a velocidade do vento, influencia no balanço hídrico e ameniza os ruídos existentes nos no espaço urbano. Quanto à estética, quebra a monotonia existente na paisagem urbana causada pelos grandes complexos de edificações existentes na malha urbana. Já o social contribui com a oferta de espaços para o lazer e para a prática de atividades físicas. Neste contexto, para que haja uma perspectiva de preservação dos parques urbanos, faz – se necessário a valorização da memória, seja ela, individual, coletiva ou histórica, pois desta forma a cidade se torna dinâmica, em constante transformações, visto que a memória não é somente algo do passado, e sim da cultura que irá influenciar as relações sociais. É neste sentido, que o parque urbano precisa ser percebido como um lugar para a cidade, que integra a paisagem. Frente a esse questionamento, qual o futuro do Parque do Ingá e do Parque das Palmeiras? Eles permanecem com essas características ou se modificam completamente, perdendo a essência de espaço livre público? Isso compete às novas pesquisas a responderem essas indagações. Referências CARNEIRO, A. R.; MESQUITA, L. B. Espaços Livres do Recife. Recife: Prefeitura da Cidade de Recife/Universidade Federal de Pernambuco, 2000.