Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Estudo da teoria da Probabilidade, Notas de estudo de Probabilidade

Conceitos Básicos e Definições. Estudos de fenômenos ou experimentos aleatórios.

Tipologia: Notas de estudo

2020

Compartilhado em 27/01/2020

renata-fonseca-6
renata-fonseca-6 🇧🇷

5

(3)

11 documentos

1 / 86

Toggle sidebar

Esta página não é visível na pré-visualização

Não perca as partes importantes!

bg1
Probabilidade 1
José Carlos Fogo
Junho 2014
pf3
pf4
pf5
pf8
pf9
pfa
pfd
pfe
pff
pf12
pf13
pf14
pf15
pf16
pf17
pf18
pf19
pf1a
pf1b
pf1c
pf1d
pf1e
pf1f
pf20
pf21
pf22
pf23
pf24
pf25
pf26
pf27
pf28
pf29
pf2a
pf2b
pf2c
pf2d
pf2e
pf2f
pf30
pf31
pf32
pf33
pf34
pf35
pf36
pf37
pf38
pf39
pf3a
pf3b
pf3c
pf3d
pf3e
pf3f
pf40
pf41
pf42
pf43
pf44
pf45
pf46
pf47
pf48
pf49
pf4a
pf4b
pf4c
pf4d
pf4e
pf4f
pf50
pf51
pf52
pf53
pf54
pf55
pf56

Pré-visualização parcial do texto

Baixe Estudo da teoria da Probabilidade e outras Notas de estudo em PDF para Probabilidade, somente na Docsity!

Probabilidade 1

José Carlos Fogo

Junho 2014

Teoria da Probabilidade Sumário

  • 1 Conceitos Básicos e Definições Sumário
    • 1.1 Relações entre conjuntos
    • 1.2 Algumas definições em probabilidade:
    • 1.3 Medidas de probabilidade
      • 1.3.1 Axiomas de Kolmogorov e espaço de probabilidade
    • 1.4 Propriedades das probabilidades
    • 1.5 Probabilidade condicional e teorema de Bayes
      • 1.5.1 Probabilidade condicional
      • 1.5.2 Teorema de Bayes
      • 1.5.3 Independência de eventos
    • 1.6 Contagem
      • 1.6.1 Amostras ordenadas
      • 1.6.2 Permutações
      • 1.6.3 Amostras Desordenadas
      • 1.6.4 Partições
  • 2 Variáveis Aleatórias
    • 2.1 Variáveis Aleatórias Discretas
    • 2.2 Principais modelos de discretos
      • 2.2.1 Variável Aleatória Constante
      • 2.2.2 Distribuição uniforme discreta
      • 2.2.3 Distribuição de Bernoulli
      • 2.2.4 Distribuição binomial
      • 2.2.5 Distribuição geométrica
      • 2.2.6 Distribuição binomial negativa
      • 2.2.7 Distribuição hipergeométrica
      • 2.2.8 Distribuição de Poisson
      • 2.2.9 Distribuições discretas no R
  • 3 Valor esperado e momentos de uma v.a. discreta
    • 3.1 Valor esperado de uma v.a. discreta
    • 3.2 Propriedades de Esperança
    • 3.3 Variância de uma v.a. discreta
      • 3.3.1 Propriedades de Variância
      • 3.3.2 Covariância e coeficiente de corelação

vi) CONJUNTOS DISJUNTOS: dois conjuntos A e B são disjuntos, ou mutuamente exclu- sivos, se a intersecção entre eles é vazia, ou seja, A ∩ B = ∅;

vi) PARTIÇÃO: os conjuntos A 1 , A 2 ,... , Ak ⊂ Ω formam um partição de Ω se são disjuntos

dois-a-dois e se a união entre eles é igual a Ω, ou seja

  • Ai ∩ Aj = ∅, ∀ i 6 = j;

⋃^ k

i=

Ai = Ω.

vi) LEIS DE MORGAN: considere uma sequência qualquer de eventos A 1 , A 2 ,.. ., então,

segundo as leis de Morgan, valem as relações ( (^) ∞ ⋃

i=

Ai

)c

⋂^ ∞

i=

Aci ;

( (^) ∞ ⋂

i=

Ai

)c

⋃^ ∞

i=

Aci.

DEMONSTRAÇÃO VISUAL DAS LEIS DE MORGAN:

Ω A B

C

AUBUC

(AUBUC)c

Figura 1.1: Diagrama de Venn para a união ( A ∪ B ∪ C )c

Ω

Ac

A

Ω B

Bc

Ω

C

C c

Figura 1.2: Eventos complementares Ac, Bc^ e Cc, respectivamente

Ω A B

C

Figura 1.3: Diagrama de Venn para a intersecção Ac^ ∩ Bc^ ∩ Cc

DEMONSTRAÇÃO FORMAL DAS LEIS DE MORGAN: 1 a^ parte (Magalhães ou Hoel)

IDEIA: mostrar que

i)

i=

Ai

)c ⊂

⋂^ ∞

i=

Aci ;

ii)

i=

Ai

)c ⊃

⋂^ ∞

i=

Aci.

RESULTADO: Sejam A e B conjuntos quaisquer, então, se A ⊂ B e A ⊃ B =⇒ A = B.

Prova da parte (i):

Seja w ∈ (

⋃^ ∞

i=

Ai)c^ =⇒ w /∈

⋃^ ∞

i=

Ai =⇒ w /∈ Ai, ∀ i = 1, 2 ,...

Desta forma, w ∈ Aci , ∀i = 1, 2 ,... =⇒ w ∈

⋂^ ∞

i=

Aci ,

o que prova a parte (i).

Prova da parte (ii):

Seja w ∈

⋂^ ∞

i=

Aci =⇒ w ∈ Aci =⇒ w /∈ Ai, ∀ i = 1, 2 ,...

Desta forma, w /∈

⋃^ ∞

i=

Ai, ∀ i = 1, 2 ,... =⇒ w ∈ (

⋃^ ∞

i=

Ai)c,

i) Evento Complementar: Seja um evento qualquer A ⊂ Ω, então, seu evento com- plementar Ac^ será definido pelos elementos de Ω que não estão em A. Um evento A e seu complementar Ac^ são tais que A ∪ Ac^ = Ω.

ii) Eventos Disjuntos: Dois eventos quaisquer A e B são disjuntos, ou mutuamente exclusivos se A ∩ B = ∅.

iii) Eventos Elementares: Seja um espaço amostral finito Ω = {ω 1 , ω 2 ,... , ωN }, em que ωi, i = 1, 2 ,... , N são resultados elementares. Um evento formado por um resultado elementar é chamado evento elementar. Neste caso, Ai = {ωi}, i = 1, 2 ,... , N ,

são eventos elementares.

Notas:

  1. Sejam dois eventos elementares Ai e Aj , i 6 = j, então, Ai ∩ Aj = ∅;
  2. Qualquer evento pode ser escrito como uniões de eventos elementares. Particularmente, Ω = A 1 ∪ A 2 ∪... ∪ AN.

Como o espaço amostral é finito, será associada uma probabilidade pi = 1/N para cada ωi, i = 1, 2 ,... , N. É intuitivo que 0 ≤ pi ≤ 1 e que p 1 + p 2 +... + pN = 1. Se, além disso, o espaço amostral for equiprovável (ou homogêneo), então,

pi =

N

∀ ωi ∈ Ω, i = 1, 2 ,... , N.

d) σ-ÁLGEBRA:

Seja uma coleção não vazia A de subconjuntos de Ω aos quais desejamos associar probabilidades. Então A deve ser tal que, se A e B ∈ A , faz sentido calcular probabi- lidades de que

i) A ou B ocorra, ou seja, (A ∪ B); ii) A e B ocorram, ou seja, (A ∩ B); iii) não ocorra A, ou seja, Ac.

Portanto, para A e B ∈ A , se A atender às propriedades:

i) Ω ∈ A ; ii) se A ∈ A =⇒ Ac^ ∈ A ; iii) se A ∈ A e B ∈ A =⇒ (A ∪ B) ∈ A.

então A é dita ser uma álgebra de subconjuntos (eventos) de Ω.

Além disso, deseja-se que A seja fechada também para um número infinito e enumerável de operações (uniões e intersecções).

Definição: A é uma σ-álgebra de subconjuntos (eventos) de Ω se, e só se

i) Ω ∈ A ;

ii) se A ∈ A =⇒ Ac^ ∈ A ;

iii) se A 1 , A 2 ,... ∈ A =⇒

⋃^ ∞

i=

Ai ∈ A.

Notas:

  1. toda σ-álgebra é uma álgebra, porém, nem toda álgebra é uma σ-álgebra;

  2. Seja A uma σ-álgebra de Ω, então, se A 1 , A 2 ,... ∈ A =⇒

⋂^ ∞

i=

Ai ∈ A.

Exemplo: 1) Considere o lançamento de uma moeda, então Ω = { cara, coroa }

  • A 1 = { ∅, Ω } → menor σ-álgebra;
  • A 2 = { ∅, {cara}, {coroa}, Ω } → σ-álgebra, classe de todos os subconjuntos de Ω.

Exemplo: 2) Considere o espaço amostral Ω = { 1 , 2 , 3 }

  • A 1 = { ∅, Ω, { 1 }, { 2 , 3 } } → é uma σ-álgebra (todos os complementares e uniões estão presentes).
  • A 2 = { ∅, Ω, { 1 }, { 2 }, { 1 , 3 }, { 2 , 3 } } → não é σ-álgebra pois: { 1 } ∪ { 2 } ∈/ A 2 (todos os complementares estão presentes, mas não todas as uniões).

iii) se A 1 , A 2 ,... formam uma seqüência disjunta, então P

i=

Ai

∑^ ∞

i=

P (Ai).

A trinca formada por (Ω, A , P ) é chamada de ESPAÇO DE PROBABILIDADE.

Um espaço de probabilidade é formado por um espaço amostral Ω, uma σ-álgebra de

eventos de Ω e uma medida de probabilidade P (A) ∀ A ∈ A.

Exemplo: 1) Número de ocorrências de um fenômeno.

Espaço amostral: Ω = { 1 , 2 , 3 ,... };

σ-álbegra: A = classe dos subconjuntos de Ω;

Medida de probabilidade: P (k) =

2 k^

, k = 1, 2 ,...

Checar os axiomas:

i) P (A) é dada pela soma de probabilidades de eventos elementares ωi ∈ A, i = 1, 2 ,... =⇒ P (A) ≥ 0 , ∀ A;

ii)

∑^ ∞

i=

P (k) =

= 1 =⇒ P (Ω) = 1;

iii) A união de eventos disjuntos, forma um conjunto ao se aplica o resultado (i), que equi- vale à soma das suas probabilidades individuais.

Exemplo: 2) Tempo de vida de pacientes.

Espaço amostral: Ω = { T ∈ R | 0 ≤ T < ∞ };

σ-álbegra: A = σ-álbegra de Borel;

Medida de probabilidade: P (A) =

A

e−xdx, em que A ⊆ Ω são intervalos no conjunto

dos reais.

1.4 Propriedades das probabilidades

Considere que os conjuntos abaixo seja, eventos no espaço de probabilidade (Ω, A , P ). Então, tem-se que

a) P (A) = 1 − P (Ac); Nota: caso especial P (∅) = 1 − P (Ω) = 0.

b) Sejam A e B eventos quaisquer, então P (B) = P (B ∩ A) + P (B ∩ Ac).

PROVA: i) para todo conjunto A tem-se que A ∪ Ac^ = Ω. ii) Como B = B ∩ Ω = B ∩ (A ∪ Ac) = (B ∩ A) ∪ (B ∩ Ac) iii) e como (B ∩ A) e (B ∩ Ac) são disjuntos, segue-se que P (B) = P (B ∩ A) + P (B ∩ Ac).

Nota: Se A ⊂ B, então A ∩ B = A e P (B) = P (A) + P (B ∩ Ac).

c) Se A ⊂ B, então P (A) ≤ P (B). PROVA: Sai direto da relação anterior e dos axiomas.

d) Se A e B são eventos quaisquer, então P (A ∪ B) = P (A) + P (B) − P (A ∩ B).

Ω

A

A ∩ B c

B

A ∩ B A c^ ∩ B

Figura 1.4: (A ∪ B) como união de conjuntos disjuntos

→ para n ≥ 2 , seja Bn o conjunto de pontos que estão em An mas não estão em An− 1 , ou seja Bn = An ∩ Acn− 1 ; → os conjuntos Bn, n = 1, 2 ,... são todos mutuamente exclusivos e, ainda An =

⋃^ n

i=

Bi e A =

⋃^ ∞

i=

Bi;

→ conseqüentemente: a) P (An) =

∑^ n

i=

P (Bi) ,

b) P (A) =

∑^ ∞

i=

P (Bi).

Desta forma, aplicando-se o limite para n → ∞ em (a), tem-se

lim n→∞ P (An) = lim n→∞

∑^ n

i=

P (Bi)

∑^ ∞

i=

P (Bi) de (b) = P (A) ,

o que completa a prova.

PROVA: (PARTE 2) Exercício. → observar que A 1 ⊃ A 2 ⊃... ⇒ Ac 1 ⊂ Ac 2 ⊂.. ..

Exemplo: 1) Um dado equilibrado é lançado k = 2 vezes e os resultados anotados. O espaço amostral para o experimento é:

ω = (i, j) ∈ R^2 | i = 1,... 6 e j = 1,... , 6

Sejam:

A = classe de todos os subconjuntos de Ω e

P = probabilidade uniforme para todos os pontos de Ω, ou seja, P ({ω}) =

card(Ω) .

O número de eventos elementares w’s é dado por card(Ω) = nk, em que → n total de resultados possíveis em uma realização do experimento, no caso n = 6, → k é o número de realizações do experimento, no caso k = 2.

Nesse caso, tem-se: card(Ω) = 36 ⇒ P ({ω}) =

, ∀ ω ∈ Ω.

Considere os eventos: A = a soma dos resultados é um número ímpar;

B = o resaultado do primeiro lançamento é um número ímpar; C = o produto é um número ímpar. Encontrar P (A ∪ B) e P (A ∪ B ∪ C).

Pontos favoráveis a cada um dos eventos: A = { (1,2), (1,4), (1,6), (3,2), (3,4), (3,6), (5,2), (5,4), (5,6), (2,1), (4,1), (6,1), (2,3), (4,3), (6,3), (2,5), (4,5), (6,5) }; B = { (1,1), (1,2), (1,3), (1,4), (1,5), (1,6), (3,1), (3,2), (3,3), (3,4), (3,5), (3,6), (5,1), (5,2), (5,3), (5,4), (5,5), (5,6) }; C = { (1,1), (1,3), (1,5), (3,1), (3,3), (3,5), (5,1), (5,3), (5,5) }.

Resultados:

I card(A) = 18 =⇒ P (A) =

;

I card(B) = 18 =⇒ P (B) =

;

I card(C) = 9 =⇒ P (C) =

.

Intersecções:

i) A ∩ B = { (1,2), (1,4), (1,6), (3,2), (3,4), (3,6), (5,2), (5,4), (5,6) } ⇒ P (A ∩ B) =

;

ii) A ∩ C = { ∅ } ⇒ P (A ∩ C) = 0;

iii) como C ⊂ B, segue-se que B ∩ C = C, ⇒ P (B ∩ C) = P (C) =

;

iv) de (ii), tem-se que A ∩ B ∩ C = { ∅ } ⇒ P (A ∩ B ∩ C) = 0;

Da propriedade (d), tem-se que:

P (A ∪ B) = P (A) + P (B) − P (A ∩ B) =

Para encontrar P (A ∪ B ∪ C) utiliza-se, ainda, a propriedade (d) fazendo:

P (A ∪ B ∪ C) = P [(A ∪ B) ∪ C] = P (A ∪ B) + P (C) − P [(A ∪ B) ∩ C] = P (A) + P (B) − P (A ∩ B) + P (C) − P [(A ∩ B) ∪ (B ∩ C)] = P (A) + P (B) + P (C) − P (A ∩ B) − P (A ∩ C) − P (B ∩ C) + P (A ∩ B ∩ C) = 12 +^12 +^14 − 14 − 14 =^34

Esquematicamente:

Ω

A A^ ∩^ B B

Figura 1.5: Evento condicional.

1.5.1 Probabilidade condicional

Sejam os eventos A e B tais que P (B) > 0 , então, define-se a probabilidade condicional

de B dado que ocorreu A por

P (A|B) =
P (A ∩ B)
P (B)

Notas: 1) Se P (B) = 0 =⇒ P (A|B) = P (A) (Magalhães, 2004);

  1. Da definição de probabilidade condicional tem-se a relação P (A∩B) = P (A|B)P (B), conhecida como regra do produto das probabilidades.

Exemplo 1) Uma caixa comtém r bolas vermelhas numeradas de 1 a r e b bolas brancas, numeradas de 1 a b. Uma bola é extraída, sua cor observada. Sabendo que a bola é vermelha, qual a probabilidade de que seja a de número 1?

A caixa contém (r + b) bolas logo, a probabilidade de uma bola qualquer é

(r + b) .

Censidere os eventos:

A = { a bola extraída é vermelha }, logo, P (A) = r (r + b)

B = { a bola extraída é a de número 1 }, logo, P (B) =

(r + b)

Como P (B ∩ A) =

(r + b)

, então,

P (B|A) =
P (B ∩ A)
P (A)

1 /(r + b) r/(r + b)

r

Exemplo 2) Duas moedas idênticas são lançadas. Determine:

a) A probabilidade de se obter 2 caras sabendo que se obteve cara na primeira moeda.

Espaço amostral =⇒ Ω = {(c, c); (c, ¯c); (¯c, c); (¯c, ¯c)}, em que c = cara e ¯c = coroa. Sejam os eventos: C 1 = { cara na 1 a^ moeda } =⇒ P (C 1 ) = P [(c, c); (c, ¯c)] =

;

C 2 = { cara na 2 a^ moeda } =⇒ P (C 2 ) = P [(c, c); (¯c, c)] =

.

Como P (C 2 ∩ C 1 ) = P [(c, c)] =

, logo, P (C 2 |C 1 ) =

P (C 2 ∩ C 1 )
P (C 1 )

P [(c, c)] P [(c, c); (c, ¯c)]

b) A probabilidade de se obter 2 caras sabendo que se obteve pelo menos uma cara.

Neste caso os eventos são definidos por: =⇒ {sair duas caras} = C 1 ∩ C 2 ; =⇒ {sair ao menos um cara} = C 1 ∪ C 2 ;

Desta forma:

P (C 1 ∩ C 2 |C 1 ∪ C 2 ) =
P (C 1 ∩ C 2 )
P (C 1 ∪ C 2 )

P [(c, c)] P [(c, c); (c, ¯c); (¯c, c)]

Exemplo 3) (Urna de Polya) Uma caixa comtém r bolas vermelhas e b bolas brancas. Uma bola é extraída, sua cor observada e, a seguir, a bola é recolocada na caixa com mais c > 0 bolas da mesma cor. Esse procedimento é repetido m vezes.

O interesse aqui consiste em saber qual a probabilidade de se extrair uma bola vermelha (ou branca) em cada uma das m retiradas.

i) P (R 2 ) = P (R 1 ) = r b + r ,

ii) P (B 2 ) = P (B 1 ) = b b + r

.

Para j = 3: Qual a probabilidade de vermelha na 3 a^ extração?

Possibilidades:

i) R 1 R 2 R 3 ⇒ P (R 1 R 2 R 3 ) = P (R 3 |R 1 R 2 )P (R 2 |R 1 )P (R 1 );

ii) R 1 B 2 R 3 ⇒ P (R 1 B 2 R 3 ) = P (R 3 |R 1 B 2 )P (B 2 |R 1 )P (R 1 );

iii) B 1 R 2 R 3 ⇒ P (B 1 R 2 R 3 ) = P (R 3 |B 1 R 2 )P (R 2 |B 1 )P (B 1 );

iv) B 1 B 2 R 3 ⇒ P (B 1 B 2 R 3 ) = P (R 3 |B 1 B 2 )P (B 2 |B 1 )P (B 1 ).

Com um pouco de esforço algébrico obtêm-se:

i) P (R 3 ) = P (R 1 ) = r b + r ,

ii) P (B 3 ) = P (B 1 ) =

b b + r .

Enfim, pode-se provar por indução que, P (Rj ) = P (R 1 ) e P (Bj ) = P (B 1 ), ∀ 1 ≤ j ≤ m.

1.5.2 Teorema de Bayes

Sejam os eventos E 1 , E 2 ,... , Em em (Ω, A , P ) formando uma partição em Ω tal que todos

têm probabilidades positivas, ou seja, P (Ei) > 0 , ∀ i = 1, 2 ,... , m. Considere, ainda, um evento A qualquer, P (A) > 0 , ocorrendo sobre a partição de Ω. O objetivo, nesta situação, consiste em determinar a probabilidade de ocorrência de uma

das partes de Ω dado que ocorreu o evento A, ou seja, P (Ek|A), k = 1, 2 ,... , m. Cmo pode-se observar pela Figura (1.6), o evento A pode ser escrito como união de partes disjuntas, formadas pela intersecção de A com as partes de Ω, ou seja

A = (A ∩ E 1 ) ∪ (A ∩ E 2 ) ∪ (A ∩ E 3 ) ∪ (A ∩ E 4 ) ∪ (A ∩ E 5 ) ∪ (A ∩ E 6 ) =
⋃^6

i=

(A ∩ Ei)

Figura 1.6: Ocorrência de um evento A sobre uma partição de Ω com m = 6.

Para um m qualquer,

A = (A ∩ E 1 ) ∪ (A ∩ E 2 ) ∪... ∪ (A ∩ Em) =

⋃^ m

i=

(A ∩ Ei),

logo, a probabilidade do evento A é dada por

P (A) = P

[ (^) m ⋃

i=

(A ∩ Ei)

]

∑^ m

i=

P (A ∩ Ei).

Pela regra do produto, tem-se que

P (A) = P

[ (^) m ⋃

i=

(A ∩ Ei)

]

∑^ m

i=

P (A|Ei)P (Ei).

O resultado acima é conhecido como lei da probabilidade total.

Para um Ek qualquer, k = 1, 2 ,... , m, pode-se escrever P (A ∩ Ek) = P (A|Ek)P (Ek),

logo, a probabilidade de ocorrência de Ek dado que ocorreu A, é dada por:

P (Ek|A) = P (Ek ∩ A) P (A)

P (Ek|A) = P (A|Ek)P (Ek) ∑^ m

i=

P (A|Ei)P (Ei)

, k = 1, 2 ,... , m, (1.1)

o resultado em (1.1) é conhecido como teorema de Bayes. Foi obtido pelo Reverendo Thomas Bayes e publicado em 1763, sendo um dos teoremas mais importantes da teoria estatística.

Exemplo 1) Numa população adulta 40% são homens e 60% mulheres. Sabe-se, ainda, que 50% dos homens e 30% das mulheres são fumantes. Determine: