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estagio sobre aquicultura em açudes de alevinos
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Leonardo Junior Perin ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO II PISCICULTURA ORLEAN S 2016
Leonardo Junior Perin ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO II PISCICULTURA Projeto de Estágio Supervisionado, apresentado como requisito parcial para obtenção do título PISCICULTURA em Nome da Formação do Curso de Agronomia do Centro Universitário Barriga Verde – UNIBAVE, sob orientação do Prof. Paulo rocha. ORLEAN S 2016
A piscicultura de água doce é uma atividade praticada pelo homem no continente asiático bem antes de Cristo. Os chineses começaram há cerca de 4.000 anos quando construiu os primeiros viveiros de peixes e os criava a partir da observação dos peixes no seu ambiente natural. O desenvolvimento de tecnologias relacionadas à criação de peixes, no entanto, só se deu a partir da década de 30, quando foram desenvolvidas técnicas para induzir a desova de algumas espécies de peixes em cativeiro. A piscicultura, como modelo de produção, passou a ser desenvolvida a partir da década de 60, quando houve maior popularização da atividade. Na região Nordeste do país, em especial, inúmeros açudes públicos inicialmente construídos para armazenamento de água passaram a ser utilizados pelas populações ribeirinhas para criação de peixes. A criação de peixes em sistemas de tanques-rede também passou a ser uma prática bastante usual dentro da piscicultura brasileira. Na década de 90, o surgimento de diversos pesques pague disseminou ainda mais a atividade. Em pouco tempo vários empreendimentos se espalharam por diversas regiões do país, aumentando a demanda por peixe vivo e estimulando muitos investidores. Diversas espécies exóticas passaram a ser introduzidas no Brasil com a finalidade de desenvolver ainda mais a piscicultura. As principais espécies utilizadas foram as carpas e tilápias. Apesar de contar com pouco mais de 1% da área do Brasil, Santa Catarina é o maior produtor nacional de pescados, sendo destaque tanto na área da aquicultura quanto da pesca. O apoio do Governo do Estado de Santa Catarina, por meio das ações de pesquisa e extensão em pesca e aquicultura da EPAGRI, tem sido fundamental nesse contexto. A piscicultura vem se tornado uma prática comum nas propriedades rurais, trazendo cada vez mais uma fonte de renda importante para o meio agrícola; em alguns casos, adquirindo papel principal na economia da propriedade.
Foram realizadas atividades de pesquisa e práticas da cadeia produtiva de peixe da espécie tilápia. Foram analisadas a qualidade de agua, manejo dos peixes e reprodutores, arraçoamento, e todo o ciclo completo da alevinagem para posteriores comercialização. 4.1 QUALIDADE DA AGUA NA PRODUÇÃO DE TILÁPIAS A alta produtividade depende diretamente da qualidade da água, que é determinada por variáveis físicas, químicas e biológicas: turbidez, pH, florescimento de algas e salinidade. É importante considerar que os ecossistemas apresentam diferenças no que diz respeito a essas variáveis, sendo os índices de produtividade regidos pela interação entre elas. Segue a tabela abaixo os valores dos principais parâmetros de qualidade da água considerados adequados para o bom desempenho produtivo e à manutenção da saúde dos peixes: 4.1.2 TEMPERATURA DA ÁGUA A variação da temperatura da água ao longo do ano deve ser conhecida. De um modo geral, as espécies tropicais não toleram baixas temperaturas da água. A faixa de temperatura e o desempenho esperado estão registrados, abaixo, para os peixes tropicais: 28 à 32º ótimo crescimento. Menos que 24º consumo de alimento reduzido. Menos que 18 deve-se para de alimentar os animais. 15º ou menos já começa a ser letal para alguns peixes.
Outros parâmetros como oxigênio dissolvido, gás carbônico, alcalinidade total, dureza total, pH, amônia e nitrito devem ser conhecidos, mas é importante a consulta a um técnico. 4.1.3 OXIGÊNIO DISSOLVIDO Concentração de oxigênio dissolvido (OD) na água é um fator que está diretamente relacionado à manutenção das funções vitais dos organismos aquáticos. No ambiente aquático, as principais fontes de oxigênio são a atmosfera (difusão) e a fotossíntese. Nessa modalidade de cultivo, a importância dessa variável é fundamental, pois o risco de mortalidade desencadeada por baixas concentrações de oxigênio aumenta à medida que o sistema se intensifica. Para a maioria das espécies cultiváveis, o teor de OD deve ser superior a 5 mg/L. Alevinos de tilápia de 10 a 25 gramas sobreviveram à exposição ao oxigênio dissolvido entre 0,4 a 0,7mg/litro por 3 a 5 horas, até quatro manhãs consecutivas, sem registro de significativa mortalidade. 4.1.4 PH O pH atua diretamente nos processos de permeabilidade da membrana celular, interferindo no transporte iônico intra-celular e extra-celular e entre os organismos e o meio. Valores extremos podem danificar a superfície das brânquias, levando os peixes à morte. Além disso, o pH afeta a toxidez de vários poluentes e metais pesados e a disponibilidade de nutrientes. A oscilação diária do pH é regulada pela concentração de CO2 e atividade fotossintética. Para a maioria das espécies aquáticas, o seu valor ideal está entre 6 e 8,5. Em tanques-rede instalados em corpos d’água lênticos, valores adequados de pH podem ser alcançados mediante os procedimentos normais de melhoria da qualidade da água, como a calagem. 4.1.5 TURBIDEZ A turbidez é uma medida da capacidade da água em dispersar a radiação. É causada por sólidos em suspensão na água, de origem orgânica (bactérias, fitoplâncton) ou inorgânica (argila, silte), como resultado da erosão do solo. Em tanques-rede, a turbidez pode ter influência positiva ou negativa. No primeiro caso, a turbidez está associada ao incremento da produtividade primária, diminuição do
O Projeto GIFT através da seleção da Tilápia Nilótica procurou melhorar o desempenho da produção, aumentando em até 80% comparando a população básica o desempenho de crescimento. A GIFT tem um papel importante na produção da aquicultura nos países em crescente desenvolvimento. Pesquisadores em avaliação de rendimento de filés concluíram um rendimento de até 38%. Os ovos da GIFT possuem um diâmetro de 3,2 milímetros, 96,9 ovos por grama e sua capacidade sucesso na incubação é de 68% de sobrevivência. Ovos grandes terão uma incubação com altos índices de eclosão, maior sobrevivência e maior crescimento. Na Tailândia o Governo executou um papel fundamental em pesquisa com tilápia e a manutenção de estoques. O acesso da GIFT pelos produtores aconteceu por meio de centros regionais em genéticas que são as repensáveis distribuições dos alevinos, feitos pelos técnicos da EPAGRI no caso da propriedade. FOTO 1: Tilápia Gift – Matriz 4.2.1 MANUTENÇÃO DAS MATRIZES As matrizes, são o segredo para sucesso da atividade, é onde são mantidos em 2 tanques com renovação, saída de água controlada e aeração todo o material genético para formação dos reprodutores. São separados por espécies e acondicionados nos tanques com diferentes densidades, isto depende da disponibilidade de locais para realizar este trabalho. Recebem alimentação diária balanceada, com quantidades pré-estabelecidas.
Quando necessário, são realizados manejos como: biometrias e classificação por tamanho para obter lotes homogêneos. Neste processo é onde vai ser formado os lotes de reprodutores, é tirado de um tanque alevinos somente macho e do outro tanque somente fêmea, onde são colocados separados para recria até atingir a maturidade sexual, que leva em torno de 3 a 4 meses de idade. 4.2.2 MANUTENÇÃO E MANEJO DOS REPRODUTORES A concentração de machos na área de reprodução deve ser de 01 macho para cada 02 fêmeas e podendo por algum fator fazer uso de 01 macho para cada 03 fêmeas. A conduta do macho parece servir de estímulo para as fêmeas e, provavelmente, influenciam para que se mantenha a atividade reprodutiva. 4.2.3 REPRODUÇÃO Os hábitos reprodutivos e a organização social das tilápias têm grandes implicações em seu cultivo, estes fatores apresentam estreita relação com sua maturação sexual. O tipo de reprodução é dióica e o sistema endócrino confere um importante papel na regulação da reprodução. A diferenciação das gônadas ocorre entre os 16 e 20 dias de idade (tomando como referência o primeiro dia em que passa a ser um alevino). Posteriormente, as gônadas apresentam uma diferenciação como masculinas ou femininas. As femininas desenvolvem entre 7 a 10 dias antes que as masculinas. No período de reprodução, todas as espécies de tilápias constroem seus ninhos quando as condições são propícias, geralmente até 70 cm de profundidade. Cada macho constrói seu ninho escavando uma depressão de tamanho regular ao seu corpo. Em uma seção transversal estas depressões têm um formato de uma bacia, uma panela e estes ninhos são guardados pelos machos, formando seus territórios.
FOTO 2: Fêmeas de tilápias Oreochromis sp. incubando os ovos na cavidade bucal. As fêmeas com os ovos na boca buscam o isolamento e evita o contato com os outros peixes. O período de incubação tem uma duração de 60 a 72 horas. Os pequenos alevinos (larvas) que as fêmeas levam a sua boca para proteção por um período de 5 a 8 dias, até absorção do saco vitelino. Posteriormente, após este período, as larvas abandonam seu refúgio bucal e retornando em algum momento de perigo. As larvas são liberadas gradativamente dos cuidados do parental, formandos cardumes compacto na superfície da água, em baixa profundidade, isto é uma das características da Oreochromis. Figura 5: Comportamento das larvas saindo e retornando ao seu refúgio. 4.2.4 ALEVINOS As larvas selecionadas são transferidas para os classificadores com uma tela de espessura de 1x1mm, onde somente os que passam por estes classificadores tem o tamanho ideal para a reversão, onde lhes será dado um alimento tratado com hormônio, até que o tecido gonodal tenha se diferenciado em testículos. O momento exato em a reversão termina é exatos 25 dias Durante o tratamento hormonal, a densidade de larvas deve ser alta para otimizar dos tanques e reduzir a quantidade de alimento natural disponível para cada
peixe, aumentando desta maneira, a probabilidade de que todas as larvas irão consumir o alimento tratado com hormônio. Depois do tratamento ter sido completado, nenhuma dieta hormonal adicional é requerida. O hormônio mais utilizado para a reversão sexual é o 17-alfa-metil-testosterona, é insolúvel em água, mas facilmente se dissolve em álcool. Para “fixar” o hormônio no alimento, uma solução álcool-hormônio é misturada ao mesmo e o álcool é subsequentemente perdido por evaporação. É dissolvido exatamente 3 g de 17-alfa- metil-testosterona em exatamente 6 litros de álcool para misturar em 25 Kg de ração pó. Esta quantidade é suficiente para tratar aproximadamente 100.000 larvas. Esta solução-estoque deve ser guardada em uma garrafa escura. Ela pode ser deixada em temperatura ambiente, mas preferivelmente sob refrigeração. O alimento tratado com hormônio deve ser de boa qualidade nutricional e altamente palatável, a fim de assegurar a ingestão da quantidade de hormônio requerida. Níveis de proteína bruta de 56%. Os ingredientes secos devem ser peneirados para remover partículas muito grandes, pois a ração deve ser pó. Benefícios da reversão sexual dos alevinos são que os peixes machos apresentam maior taxa de crescimento (em torno de 30% a mais), a reversão sexual em mais de 95% dos alevinos de tilápia para o sexo masculino permite que os peixes atinjam o peso ideal em menor espaço de tempo. Assim, se as condições do ambiente e de manejo forem satisfatórias, em seis meses, aproximadamente, a tilápia se encontrará no ponto de comercialização. A tilápia é uma espécie de peixe que apresenta uma taxa de reprodução intensa, ou seja, reproduz muito em pouco tempo. Assim, se houver, em um mesmo tanque, um número considerável de machos e fêmeas, a capacidade de suporte dos tanques será ultrapassada em pouco tempo. 4.2.5 COMERCIALIZAÇÃO DOS ALEVINOS Para os alevinos estarem prontos para entrega, eles precisam ter comprimento de 2 a 3 centímetros, terem passado pela reversão sexual, ou seja, mais de 95% dos alevinos deverão ser machos, no caso da Piscicultura Faust são feitas analises em laboratório frequentemente e estão atingindo ótimos resultado, entre 98 a 100% de reversão. Para comercialização dos alevinos de tilápia, estes deverão passar pelo tanque de depuração por pelo menos 24 h, ficando sem receber alimentos para que
desempenhados trabalhos de reprodução de Carpas Coloridas e Carpas Húngaras, onde eram realizadas biometrias, e analises da agua, remanejamento, contagem, separação de animais por tamanho e seleção de peixes para reprodução. Também foram observados o arraçoamento dos peixes e dos alevinos no processo de reversão sexual.
A propriedade já vem se adequando aos poucos com as condições de infraestrutura para gradativamente chegar ao ápice de produtividade, para que possamos aumentar a renda e melhorar a qualidade de vida familiar. Hoje o consumo de carne de peixe cresceu e está crescendo ainda mais, pois tem muito incentivos do consumo da carne, tanto órgãos públicos, quanto médicos que indicam peixe como alimento rico em proteínas e saudável, tende o consumo à estimativa de chegar a 20 milhões de toneladas/ano, tendo a Tilápia como principal espécie, tornando - se uma atividade futura e muito rentável. O período de realização do estágio enquadrou-se em um momento, em que o pico das atividades reprodutivas da espécie de peixes principal, consequentemente foi possível o acompanhamento da reprodução de uma única espécie de peixe, a tilápia. Os trabalhos realizados possibilitaram aprender e colocar em prática os conhecimentos adquiridos ao longo do curso. O tempo de realização do estágio para concretizar as atividades de reprodução, manejo, larvicultura, foi suficiente, permitindo avaliar todas as fases de produção. O local de estágio apresentou infraestrutura e oportunidade para o aprendizado, referente a reprodução, alevinagem, seleção, manejo, de peixes nativos de água doce. O estágio proporciona a integração e transmissão do conhecimento, de uma forma diferente do que a repassada em sala de aula. É muito válida esta experiência para a formação do profissional.