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Apostila completa sobre Ergonomia
Tipologia: Notas de estudo
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Não perca as partes importantes!
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA E TELECOMUNICAÇÕES
LUANDA, OUTUBRO DE 2013
No contexto atual em que vivem as mais diversas categorias profissionais, de redefinição das relações de trabalho, de reestruturação produtiva, impõe aos profissionais um acelerado ritmo de trabalho, se expondo a situações diversas que podem comprometer a sua saúde. A concorrência desenfreada no mercado de trabalho, inclusive, causada pelo uso de novas tecnologias, a qual tem proporcionado, em diversas áreas, a eliminação de postos de trabalho entre outras tantas situações, formam um conjunto de fatores que exigem cada vez mais tempo, dedicação, comprometimento e qualificação, bem como um aprofundamento do conhecimento sobre o gerenciamento dos riscos e o importante papel que cabe a cada profissional na busca de um ambiente de trabalho cada vez mais seguro para todos. Levando-se em consideração os fatores iniciais sobre as transformações na forma de trabalho, exigindo ao profissional, cada vez mais habilidades e competências que vão além das técnicas habituais adquiridas durante a sua formação, e os ambientes oferecidos pelas instituições empregadoras, que nem sempre favorecem as condições mínimas de conforto e segurança para o desenvolvimento das tarefas, indicam uma forte convergência temática da presente pesquisa.
Palavras-chave : Ergonomia, trabalhador, profissional, trabalho, condições de trabalho, adaptar.
O termo “Ergonomia” deriva de duas palavras gregas: ergo (trabalho) e nomos (leis, normas ou regras). É, portanto uma ciência que pesquisa, estuda, desenvolve e aplica regras e normas a fim de organizar o trabalho, tornando este último compatível com as características físicas e psíquicas do ser humano. A Ergonomia visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas do trabalhador, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do posto de trabalho, e à própria organização do trabalho. Para que isto seja possível, uma infinidade de outras ciências é usada pela Ergonomia, tais como a Fisiologia, a Psicologia, a Sociologia, a Linguística e práticas profissionais como a Medicina do Trabalho, o Design e as Tecnologias de Estratégia e Organização, para que o profissional que desenvolve projetos Ergonômicos obtenha os conhecimentos necessários e suficientes e resolva uma série de problemas identificados num ambiente de trabalho, ou no modo como o trabalho é organizado e executado (Fig. 1 – ANEXO A).
Pode-se dizer que a ergonomia é tão antiga quanto a humanidade, mesmo tratada de forma empírica tem sido uma preocupação do ser humano desde tempos remotos, já que a adaptação das atividades às suas limitações e potencialidades foi sempre um processo natural e pertinente à própria execução das mesmas. Pode-se, também, dizer que o início de sua prática surgiu a partir do momento em que os homens primitivos, usando apenas sua intuição e criatividade, para suprir suas necessidades, desenvolveram os primeiros artefatos para garantir sua sobrevivência.
Remotamente o homem, em decorrência de sua evolução, esteve sempre preocupado em desenvolver suas armas e ferramentas de trabalho de acordo com as suas características e necessidades, buscando adaptá-las a sua realidade e nessas situações já estava a usar uma forma de abordagem ergonômica, dando início, mesmo que intuitivamente, através desses esforços, ao que mais tarde seria um novo ramo do conhecimento.
Segundo Lida (1990, p.2), o termo “ergonomia” foi empregado pela primeira vez em 1857, pelo polonês Woitej Yastembow, através da publicação de um artigo intitulado “Ensaios de ergonomia ou ciência do trabalho, baseada nas leis objetivas da ciência sobre a natureza”. Mesmo assim só se tornou conhecido, no mundo industrializado, após a fundação, na Inglaterra, da Ergonomics Research Society, primeira sociedade de pesquisa em ergonomia do mundo. Oficialmente, a Ergonomia nasceu na Inglaterra em 12 de Julho de 1949, derivada da época da 2ª Guerra Mundial. Durante a guerra, centenas de aviões, tanques, submarinos e armas foram rapidamente desenvolvidas, bem como sistemas de comunicação mais avançados e radares. Ocorre que muitos destes equipamentos não estavam adaptados às características perceptivas daqueles que os operavam, provocando erros, acidentes e mortes. De modos a suprir essas faltas, estudos e pesquisas foram iniciados por engenheiros, médicos e cientistas, a fim de que projetos fossem desenvolvidos para modificar comandos (alavancas, botões, pedais, etc.) e painéis, além do campo visual das máquinas de guerra. Iniciava-se, assim, a adaptação de tais equipamentos aos soldados que tinham que utilizá-los em condições críticas, ou seja, em combate. Após a guerra, diversos profissionais envolvidos em tais projetos reuniram- se na Inglaterra, para trocar idéias sobre o assunto. Na mesma época, a marinha e a força aérea dos Estados Unidos montam laboratórios de pesquisa de Ergonomia (lá conhecida por Human Factors, ou Fatores Humanos), com os mesmos objetivos.
Segundo a International Ergonomics Association existem três tipos de ergonomia: a. Ergonomia física - refere-se aos aspectos relacionados à anatomia humana, antropometria, fisiologia e biomecânica em sua relação com fatores físicos, tais como a temperatura, humidade, ruído e luminosidade;
b. (^) Ergonomia cognitiva - refere-se aos processos mentais como percepção, memória, raciocínio e resposta motora, conforme afetam interações entre seres humanos e outros elementos do sistema;
c. Ergonomia organizacional - relacionada à otimização dos sistemas sócio-técnicos, tais como o tipo de produção, a repetitividade, a postura, o ritmo de trabalho, incluindo suas estruturas organizacionais, políticas e processos.
A ergonomia tem por objetivo principal a adaptação das condições de trabalho às características físicas e psicológicas do homem, tais como: a capacidade física, as dimensões corporais, força muscular, possibilidades de interpretação de informações pelo aparelho sensorial (visão, audição), capacidade de tratamento das informações pelo cérebro em termos de rapidez e complexidade, etc.
A ergonomia analisa as exigências da tarefa confiada a um operador e os diferentes fatores que influenciam as relações entre este e o trabalho, buscando aumentar o rendimento (produtividade), visando à execução de suas tarefas com o mínimo de risco (menos acidentes), erro e esforço (menor fadiga).
A ergonomia está presente em todas as áreas de atuação humana, porém, é no trabalho onde ela oferece sua maior contribuição, conforme implícito nos termos que determinaram sua origem, ergo , que significa trabalho, que pode ser entendido, no sentido restrito como atividade e, nomos , que corresponde a normas, regras, ou seja, as regras de organização e do trabalho.
Exemplos de aplicação da ergonomia : indústria; agricultura e mineração; setor de serviços; vida diária; transportes e mobilização de cargas; construção civil e outras.
Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a Análise Ergonômica do Trabalho. A Análise Ergonômica do Trabalho refere-se à Ergonomia de forma abrangente, incluindo um estudo detalhado dos postos de trabalho, a fim de detectar os fatores de riscos ocupacionais capazes de fornecer subsídios para as soluções ergonômicas para a empresa. A análise ergonômica de um posto de trabalho realiza-se em distintas etapas, que podem ser denominadas de etapas para a implementação da Ergonomia : a
O levantamento e o transporte manual de cargas pesadas devem ser evitados, devendo ser realizados por equipamentos mecânicos. Se isto não for possível, várias pessoas devem trabalhar juntas. O levantamento de peso deve ser realizado com o auxílio das pernas e não das costas. O peso deve ser mantido o mais próximo possível do corpo. Para levantar a carga, manter as costas retas e, aos poucos, esticar as pernas, observando:
Durante tarefas que não exigem muita força muscular e que podem ser executadas em áreas limitadas, o trabalhador deve estar sentado. Toda a área deve estar ao alcance do trabalhador, sem que ele necessite esticar ou torcer o corpo. Desta forma, sempre que o trabalho puder ser executado na posição sentada, o posto de trabalho deve ser planejado ou adaptado para esta posição. Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito em pé, as bancadas, mesas, escrivaninhas e os painéis devem proporcionar ao trabalhador condições de boa postura, visualização e operação e devem atender aos seguintes requisitos mínimos:
Uma boa postura para quem trabalha sentado é estar próximo da mesa de trabalho, com as costas eretas. A mesa e a cadeira devem ser desenhadas de forma que a superfície de trabalho esteja no mesmo nível dos cotovelos e que o trabalhador fique com as costas eretas e os ombros relaxados. Para o trabalho de precisão deverá haver apoio ajustável para os cotovelos, antebraços ou mãos. Para trabalho que necessite também da utilização dos pés, além dos requisitos estabelecidos acima, os pedais e demais comandos para acionamento pelos pés devem ter posicionamento e dimensões que possibilitem fácil alcance. Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender aos seguintes requisitos mínimos de conforto:
Todos os equipamentos que compõem um posto de trabalho devem estar adequados às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado. Nas atividades que envolvam leitura de documentos para digitação, datilografia ou mecanografia deve:
Em todos os locais de trabalho deve haver iluminação adequada, natural ou artificial, geral ou suplementar, apropriada à natureza da atividade. A iluminação geral deve ser uniformemente distribuída e difusa. A iluminação geral ou suplementar deve ser projetada e instalada de forma a evitar ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos.
A organização do trabalho deve ser adequada às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado. A organização do trabalho deve levar em consideração, no mínimo:
Nas atividades que exijam sobrecarga muscular, estática ou dinâmica do pescoço, ombros, dorso e membros superiores e inferiores, e a partir da análise ergonômica do trabalho, deve ser observado o seguinte:
De posse de um diagnóstico ergonômico é preciso agir para adequar as diferentes interfaces. A ação ergonômica, a partir dos elementos que o diagnóstico ergonômico lhe fornece, lida com problemas como:
Uma intervenção ergonômica representa vantagens associadas à:
A falta de intervenção ergonômica numa empresa acarreta consigo prejuízos, tais como:
A ENANA – Empresa Nacional de Navegação Aérea – considera que os fatores ergonômicos podem influenciar de maneira negativa no desempenho de um controlador de tráfego aéreo (CTA), propiciando o erro. Segundo António Pascoal Domingos, chefe de Departamento de Navegação Aérea da ENANA, a Ergonomia é a ciência que estuda a relação entre o homem e a máquina.. “A ausência desta revelará a falta de harmonia, o que facilmente conduz ao cansaço e stress que são bastante negativos para a atividade de um CTA, uma vez que interfere no raciocínio e pode conduzir a ocorrência de um acidente fatal”, afirmou o responsável. O responsável considera ainda que, o ambiente na torre de controle deve ser o de perfeita harmonia em todos os pormenores, dos mais complexos como o conhecimento perfeito do equipamento a ser manuseado, aos mínimos, como por exemplo, a cadeira que deve poder ser usada por qualquer trabalhador independentemente da sua estatura física. Ainda de acordo com o responsável, a relação com os colegas, as condições de iluminação e a carga laboral, também podem influenciar de maneira negativa na principal atividade do CTA que é o de evitar colisões entre aeronaves.
Segundo José Manuel Augusto Ganga Júnior, Diretor Geral da Sociedade Mineira de Catoca LDA, a Gestão de Topo da empresa, acredita que o Sistema Integrado de Qualidade, Ambiente, Segurança e Saúde Ocupacional é a melhor garantia para os seus clientes, acionistas, trabalhadores, parceiros e sociedade em geral, a fim de alcançar os mais altos níveis de confiabilidade, qualidade e competitividade econômica do produto. Para garantir estes princípios a Sociedade Mineira de Catoca estabelece, dentre outras, as seguintes diretrizes: