Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Epidemiologia e Manejo de Doenças Causadas por Phytopthora capsici em Cucurbitáceas, Notas de estudo de Epidemiologia

Epidemiologia e Manejo de Doenças Causadas por Phytopthora capsici em Cucurbitáceas

Tipologia: Notas de estudo

2011

Compartilhado em 02/12/2011

marcelo-agua-nova-da-rocha-12
marcelo-agua-nova-da-rocha-12 🇧🇷

4.5

(50)

56 documentos

1 / 5

Toggle sidebar

Esta página não é visível na pré-visualização

Não perca as partes importantes!

bg1
ISSN 1414-9850
Junho, 2008
Brasília, DF
Comunicado
Técnico
57
Ailton Reis1
Gilmar Paulo Henz2
Epidemiologia e Manejo
de Doenças Causadas por
Phytopthora capsici em
Cucurbitáceas
1 Eng. Agr., DSc, Embrapa Hortaliças, Brasilia-DF. E-mail: ailton@cnph.embrapa.br
2 Eng. Agr., DSc, Embrapa Hortaliças, Brasilia-DF. E-mail: gilmar@cnph.embrapa.br
A família botânica Cucurbitaceae apresenta
vários representantes de importância como
hortaliças, dentre elas destacam-se o melão
(Cucumis melo L.), a melancia [Citrillus lanatus
(Thunb.) Matsun et Nakai], as abóboras
[Cucurbita maxima Duchesne, C. moschata
(Duchesne) Duchesne ex Poiret, C. pepo L. e
diversos híbridos interespecíficos] e o pepino
(Cucumis sativus L.) (FILGUEIRA, 2003).
As doenças são constantes desafios
aos produtores de hortaliças da família
Cucurbitaceae principalmente porque são
cultivadas sob condições de altas temperaturas
e, às vezes, alta umidade do solo e do ar.
Essas doenças normalmente são causadas
por bactérias, fungos, nematóides e vírus.
Podem ser também provocadas por fatores
abióticos, como deficiência ou excesso de
nutrientes, fitotoxicidez por agrotóxicos
e luminosidade inadequada; neste caso,
são também conhecidas como distúrbios
fisiológicos. Entretanto, os fungos e oomicetos
são de longe o grupo mais numeroso entre os
patógenos de hortaliças e, provavelmente, os
mais importantes.
O oomiceto Phytophthora capsici causa
tombamentos de mudas, murcha em plantas e
podridões de frutos em diversas cucurbitáceas
(KIMATI et al., 1997; ZITTER et al., 1996;
ZAMBOLIM et al., 2000). É um patógeno
polífago, amplamente distribuído nos solos
cultivados do Brasil e de muitos outros países.
Ataca a planta a partir do solo infestado e é de
difícil controle (ZITTER et al., 1996).
pf3
pf4
pf5

Pré-visualização parcial do texto

Baixe Epidemiologia e Manejo de Doenças Causadas por Phytopthora capsici em Cucurbitáceas e outras Notas de estudo em PDF para Epidemiologia, somente na Docsity!

ISSN 1414-

Junho, 2008 Brasília, DF

Comunicado

Técnico

Ailton Reis^1

Gilmar Paulo Henz^2

Epidemiologia e Manejo

de Doenças Causadas por

Phytopthora capsici em

Cucurbitáceas

(^1) Eng. Agr., DSc, Embrapa Hortaliças, Brasilia-DF. E-mail: ailton@cnph.embrapa.br (^2) Eng. Agr., DSc, Embrapa Hortaliças, Brasilia-DF. E-mail: gilmar@cnph.embrapa.br

A família botânica Cucurbitaceae apresenta

vários representantes de importância como

hortaliças, dentre elas destacam-se o melão

( Cucumis melo L.), a melancia [ Citrillus lanatus

(Thunb.) Matsun et Nakai], as abóboras

[Cucurbita maxima Duchesne, C. moschata

(Duchesne) Duchesne ex Poiret, C. pepo L. e

diversos híbridos interespecíficos] e o pepino

( Cucumis sativus L.) (FILGUEIRA, 2003).

As doenças são constantes desafios

aos produtores de hortaliças da família

Cucurbitaceae principalmente porque são

cultivadas sob condições de altas temperaturas

e, às vezes, alta umidade do solo e do ar.

Essas doenças normalmente são causadas

por bactérias, fungos, nematóides e vírus.

Podem ser também provocadas por fatores

abióticos, como deficiência ou excesso de nutrientes, fitotoxicidez por agrotóxicos e luminosidade inadequada; neste caso, são também conhecidas como distúrbios fisiológicos. Entretanto, os fungos e oomicetos são de longe o grupo mais numeroso entre os patógenos de hortaliças e, provavelmente, os mais importantes.

O oomiceto Phytophthora capsici causa tombamentos de mudas, murcha em plantas e podridões de frutos em diversas cucurbitáceas (KIMATI et al ., 1997; ZITTER et al ., 1996; ZAMBOLIM et al. , 2000). É um patógeno polífago, amplamente distribuído nos solos cultivados do Brasil e de muitos outros países. Ataca a planta a partir do solo infestado e é de difícil controle (ZITTER et al ., 1996).

Hospedeiras

Phytophthora capsici apresenta várias plantas

hospedeiras, sendo a maioria delas nas famílias

Solanaceae e Cucurbitaceae ( LUZ;

MATSOUKA, 2001). Entre as

hospedeiras cucurbitáceas, destacam-se

as abóboras, o pepino e a melancia (KIMATI

et al ., 1997; ZAMBOLIM et al. , 2000). Muitas invasoras também são atacadas por este patógeno e isto tem importância epidemiológica, pois estas mantêm e até multiplicam o seu inóculo no solo (FRENCH- MONAR et al ., 2006).

Sintomas

Os sintomas das doenças causadas por P. capsici em suas hospedeiras dependem do estádio de crescimento da planta e das condições ambientais, em especial a temperatura e a ocorrência de água livre na planta via precipitação pluviométrica ou irrigação.

Em mudas de cucurbitáceas, P. capsici causa tombamento (Fig. 1), podridões de frutos (Fig. 2 e 3), murcha da planta e podridão de colo e de hastes (Fig. 4). Estas podridões de frutos podem ocorrer ainda no campo ou

Fig. 1. Tombamento de muda de melancia causado por Phytophthora capsici.

Fig. 2. Sintomas de podridão de frutos em cucurbitáceas, causados por Phytophthora capsici: (A) pepino, (B) melan- cia e (C) abobrinha.

A B C

Epidemiologia

Phytophthora capsici sobrevive no solo

principalmente na forma de oósporos, uma

vez que na forma de esporângio ou zoósporos

o fungo tem vida muito curta.

Entretanto, um nível de inóculo

residual pode sobreviver em restos de

cultura colonizados entre duas safras, levando

a severas epidemias no ano subseqüente se

as condições forem favoráveis (CAFÉ FILHO;

DUNIWAY, 1993).

A disseminação no campo se dá via água

de irrigação (CAFÉ FILHO; DUNIWAY, 1995;

CAFÉ FILHO et al ., 1995) ou chuvas e

implentos agrícolas. Dentro de uma

cultura, o inóculo também pode ser

disseminado pelo vento, a

partir de lesões esporulantes

em frutos, ramos e folhas (PERNEZNY et al .,

2003 ). A longa distância, a disseminação

pode ser via mudas infectadas, não

havendo casos comprovados de

disseminação do patógeno via semente.

Períodos prolongados de chuva, temperaturas

de 23 a 30oC e solos mal drenados são

condições favoráveis à doença (ZAMBOLIM

et al ., 2000). O fungo ataca as plantas

em qualquer estádio de desenvolvimento e

penetra nas mesmas por aberturas naturais

ou ferimentos. A doença é policíclica, isto

é, ocorre mais de um ciclo da mesma numa

mesma estação de cultivo (REIS et al. , 2007).

Manejo da Doença

Como ainda não existem cultivares comerciais

de cucurbitáceas resistentes à doença

disponíveis no Brasil, o controle da doença

deve ser feito por uma combinação de medidas

que, em conjunto, têm efeito aditivo para

redução de sua severidade (CAFÉ FILHO;

DUNIWAY, 1995).

Para controle desta doença alguns agricultores têm usado fungicidas, sendo o mais comum deles o metalaxyl ou o enatiômero mefenoxam. Entretanto esta prática é ilegal pelas normas do Ministério da Agricultura, uma vez que este fungicida ainda não está registrado para esta doença em cucurbitáceas.

Outras medidas de manejo das doenças causadas por P. capsici em hortaliças devem ser adotadas para reduzir a incidência e as perdas (ZITTER et al. 1996). Abaixo estão relacionadas as principais recomendações:

Evitar plantios em solos infestados pelo patógeno, ou sujeitos ao encharcamento, notadamente os argilosos.

Nas épocas mais quentes e chuvosas do ano, o plantio deve ser feito em canteiros mais elevados visando à redução da umidade do solo nas proximidades do colo da planta.

Aumentar o tempo entre os eventos de irrigação por sulco.

Pode-se utilizar a irrigação por gotejamento desde que o emissor de água esteja afastado do colo da planta.

Utilizar mudas sadias e usar palhada como cobertura orgânica do solo.

Evitar plantios adensados e excesso de adubação nitrogenada.

Fazer rotação de culturas, de preferência com gramíneas e evitar plantio em sucessão de solanáceas e cucurbitáceas na mesma área

Referências

CAFÉ FILHO, A. C.; DUNIWAY, J. M.; DAVIS,

R. M. Effects of the frequency of furrow irrigation on root and fruit rots of squash

caused by Phytophthora capsici. Plant Disease , Saint Paul, v. 79 , p. 39-44, 1995.

CAFE FILHO, A. C.; DUNIWAY, J. M. Dispersal of Phytophthora capsici and P. parasitica in furrow-irrigated rows of bell pepper, tomato and squash. Plant Pathology , Oxford, v. 44, p. 1025-1032, 1995.

ERWIN, D. C.; RIBEIRO, O. K. Phytophthora diseases worldwide. St. Paul: APS Press.

  1. 562 p.

FILGUEIRA, F. A. R. Novo manual de olericultura: agrotecnologia moderna na produção e comercialização de hortaliças.

  1. ed. Viçosa, MG: UFV, 2003. 402 p.

FRENCH-MONAR, R. D.; JONES, J. B.;

ROBERTS, P. D. Characterization of Phytophthora capsici associated with roots of weeds on Florida vegetable farms. Plant Disease , Saint Paul, v. 90, p. 345-350, 2006.

HENZ, G. P.; LIMA, M. F. Avaliação de fatores que afetam a reação de Cucurbita spp. a Phytophthora capsici. Fitopatologia Brasileira , Brasília, DF, v. 1 9 , p. 560-565,

KIMAtI, H.; AMORIM, L.; BERGAMIN FILHO, A.; CAMARGO, L. E. A.; REZENDE, J. A. M. (Ed.). Manual de fitopatologia: vol. 2: doenças

das plantas cultivadas. São Paulo: Ceres,

  1. p. 690-719.

LUZ, E. D. N.; MATSUOKA, K. Phytophthora: fungo protista ou chromista? In: LUZ, E. D. N.; SANTOS, A. F. dos; MATSUOKA, K.; BEZERRA, J. L. (Ed.). Doenças causadas por Phytophthora no Brasil. Campinas: Livraria Rural, 2001. p. 1-22.

PAZ-LIMA, M. L. Caracterização fenotípica e molecular de isolados de Phytophthora capsici de hortaliças e expressão e prospecção da resistência em Cucurbitaceae e Solanaceae.

  1. 229 f. Tese (Doutorado) - Universidade de Brasília, Brasília, DF.

REIS, A.; CAFÉ FILHO, A. C.; HENZ, G. P.

Phytophthora capsici : patógeno agressivo e comum às solanáceas e cucurbitáceas. Brasília, DF: Embrapa Hortaliças, 2007. 8 p. (Embrapa Hortaliças. Circular técnica, 55).

ZAMBOLIM, L.; VALE, F. X. R.; COSTA, H.

Controle de doenças de plantas: hortaliças. Viçosa, MG: Editora UFV, 2000. v.1, 2.

ZITTER, T. A.; HOPKINS, D. L.; THOMAS, C. E.

Compendium of cucurbit diseases. St. Paul: APS Press, 1996. 87 p.

Comunicado Exemplares desta edição podem ser adquiridos na: Técnico, 57 Embrapa Hortaliças Endereço: BR 060 km 9 Rod. Brasília-Anápolis C. Postal 218, 70.53 1 -970 Brasília-DF Fone: (61) 3385- Fax: (61) 3385- E-mail: sac@cnph.embrapa.br 1ª edição 1ª impressão (2008): 1.000 exemplares

Comitê de Presidente: Gilmar P. Henz Publicações Editor Técnico: Flávia A. Alcântara Membros: Alice Maria Quezado Duval Edson Guiducci Filho Milza M. Lana

Expediente Normalização Bibliográfica: Rosane M. Parmagnani

Editoração eletrônica: José Miguel dos Santos