Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Gerenciando Pensamentos e Emoções: Uma Abordagem Multifocal da Psicologia, Notas de estudo de Teatro

Mal estão resolvendo um problema, outros dez aparecem no teatro das suas ideias. Alerte-se. Seus pensamentos inquietantes geram ansiedade e estressam o cérebro.

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Tiago22
Tiago22 🇧🇷

4.8

(53)

221 documentos

1 / 30

Toggle sidebar

Esta página não é visível na pré-visualização

Não perca as partes importantes!

bg1
1
Educação Emocional para uma Mente Livre
PROGRAMA IDEALIZADO PELO DR. AUGUSTO CURY
Material Adaptado e Organizado
Equipe de Formação Sociocultural e Ética
Pró-Reitoria Acadêmica
2015
pf3
pf4
pf5
pf8
pf9
pfa
pfd
pfe
pff
pf12
pf13
pf14
pf15
pf16
pf17
pf18
pf19
pf1a
pf1b
pf1c
pf1d
pf1e

Pré-visualização parcial do texto

Baixe Gerenciando Pensamentos e Emoções: Uma Abordagem Multifocal da Psicologia e outras Notas de estudo em PDF para Teatro, somente na Docsity!

Educação Emocional para uma Mente Livre

PROGRAMA IDEALIZADO PELO DR. AUGUSTO CURY

Material Adaptado e Organizado

Equipe de Formação Sociocultural e Ética

Pró-Reitoria Acadêmica

Material de Leitura

Número 02

Adaptação e Edição

Aparecida Cristina Pereira Cardoso

Cristina Herold Constantino

Débora Azevedo Malentachi

Apoio e Revisão

Aline Ferrari

Fabiana Sesmilo de Camargo Caetano

Rogerio Borgo

Direção Geral

Valdecir Antônio Simão

Pró-Reitoria Acadêmica

lento ou rápido para enxergar as suas mazelas e reconhecer que precisa de ajuda? Ou é orgulhoso? Não ter medo de se conhecer é fundamental. Quem se esconde de si mesmo leva seus traumas para o túmulo. Você quer superar seus traumas ou carregá-los pela vida toda? Ninguém pode fazer essa escolha por você.

Procure ter maturidade e sabedoria, pois a vida é muito breve.

Vivemos a vida como se ela fosse interminável. Mas entre a meninice e a velhice há um pequeno intervalo de tempo. Olhe para sua história! Os anos que você já viveu não passaram muito rápido? Para as pessoas superficiais, a rapidez da vida as estimula a viverem destrutivamente, sem pensar nas consequências dos seus comportamentos. Para os sábios, a brevidade da vida os convida a valorizá-la como um diamante de inestimável valor.

Ser sábio não quer dizer ser perfeito, não falhar, não chorar e não ter momentos de fragilidade. Ser sábio é aprender a usar cada dor como uma oportunidade para aprender lições, cada erro como uma ocasião para corrigir rotas, cada fracasso como uma chance para recomeçar tudo de novo. Nas vitórias, os sábios são amantes da alegria; nas derrotas, são amigos da reflexão. Você é sábio?

Gerenciar os pensamentos é fundamental

A ferramenta Gerenciar pensamentos é um dos pilares do Programa Freemind para desenvolver uma mente livre e saudável. O mundo dos pensamentos pode se tornar uma fonte de deleite ou de terror para o ser humano.

Uma das áreas mais complexas da psicologia é entender que a construção de pensamentos é multifocal e não unifocal. De acordo com a teoria da Inteligência Multifocal, isso significa que construímos pensamentos não apenas porque queremos construí-los conscientemente, enfim, pela decisão do Eu. Existe uma rica produção de pensamentos promovida por três outros fenômenos inconscientes: Gatilho da Memória (autochecagem), Autofluxo e Janelas da Memória.

O Eu é ou deveria ser o ator principal do teatro da nossa mente e esses três fenômenos são atores coadjuvantes. O maior desafio do Eu é sair da plateia e liderar o palco. Vejamos!

Três atores coadjuvantes

Gatilho da Memória: É um fenômeno inconsciente que é acionado em milésimos de segundo por cada estímulo extrapsíquico (imagens, sons, estímulos táteis, gustativos, olfativos) ou intrapsíquico (imagens mentais, pensamentos, fantasias, desejos, emoções) que abre janelas da memória e patrocina a interpretação imediata. Por exemplo, todos os dias vemos milhares de imagens que

são interpretadas rapidamente pelo acionamento do Gatilho da Memória e as consequentes aberturas das janelas.

Esse processo ocorre sem a intervenção do Eu, portanto, as primeiras impressões e interpretações do mundo que constatamos são inconscientes. Diariamente temos contatos também com milhares de palavras escritas ou faladas que são identificadas não pelo Eu, mas pelo pacto do Gatilho abrindo múltiplas janelas da memória. Por isso esse fenômeno também é chamado de Autochecagem da Memória.

Se dependesse do Eu encontrar cada janela a partir de cada um dos estímulos com que temos contato, não teríamos uma resposta interpretativa inicial tão rápida, não seríamos a espécie pensante que somos. A ação do Gatilho da Memória é fenomenal. Ele checa os estímulos a partir de bilhões de dados na memória com uma rapidez surpreendente – como disse, em milésimos de segundo. Você acabou de ouvir uma palavra e já tem o significado dela, se já a tinha assimilado previamente. Assim, temos consciência imediata dos estímulos exteriores. Sem esse fenômeno, o Eu ficaria confuso, não identificaria a linguagem, o rosto das pessoas, os sons do ambiente, a imagem da residência, do carro, do celular.

Se por um lado o Gatilho da Memória é um grande auxiliar do Eu, por outro lado pode causar grandes desastres. Pode abrir janelas erradas ou janelas doentias e levar a interpretações superficiais, preconceituosas, fobias, aversões, ou, no caso das drogas, uma atração fatal. Portanto, o Gatilho da Memória, que é um piloto ou ator coadjuvante do Eu, pode também escravizá-lo. Quem tem claustrofobia, medo de lugares fechados, o sabe muito bem. Quem tem a síndrome do pânico, embora não conheça o pacto entre o Gatilho e as janelas doentias da memória, sabe como ela é cruel, embora sem dúvida possa ser superada. As ferramentas aqui expostas podem dar uma contribuição significativa.

Quando um pensamento perturbador, um aperto no peito, palavras ou imagens abrem arquivos doentios, o Eu entra numa armadilha psíquica para a qual ele não se programou, o que bloqueia sua lucidez e sua coerência. Se nessas situações ele (o Eu) não souber pilotar a aeronave mental, ficará dominado ou paralisado.

Certa vez, um aluno brilhante foi mal numa prova. Ele havia estudado, sabia a matéria, mas ficou tenso e não conseguiu recordar as informações. Ficou abalado e registrou essa frustração. Estudou mais ainda para a próxima prova. Quando chegou o dia, o Gatilho da Memória entrou em cena e abriu o arquivo que tinha medo de falhar.

O resultado? Não conseguiu abrir os demais arquivos que continham as informações que estudara. Teve uma ansiedade intensa e um péssimo rendimento intelectual. Toda vez que ia fazer uma prova era um drama. Perdera a confiança em si. Só conseguiu resgatá-la depois que resgatou

Quando um pensamento

perturbador, um aperto do

peito, palavras ou imagens

abrem arquivos doentios, o

EU entra numa armadilha

psíquica.

Em muitos casos, o ponto de partida para a leitura do fenômeno do Autofluxo são as janelas abertas pelo Gatilho da Memória. Por exemplo, se uma pessoa tem fobia de avião, quando pisa na aeronave, o Gatilho dispara, abre a janela traumática de que o avião vai cair. Por sua vez, o fenômeno do Autofluxo se ancora naquela janela doentia e produz milhares de pensamentos perturbadores, levando o passageiro a achar que a cada pequena turbulência viverá seus últimos instantes de vida.

Janelas da Memória : São um território de leitura num determinado momento existencial. Nos computadores, temos acesso a todos os campos da memória; na memória humana temos acesso por áreas específicas, que chamo de janelas. Como estudaremos, o grande desafio do ser humano é abrir o máximo de janelas num foco de tensão; mas, infelizmente, podemos fechá-las e reagir institivamente, como animais irracionais, e, desse modo, ser vítimas de raiva, ciúme, fobias, compulsão, necessidade neurótica de poder, dependência.

Há três tipos de janelas:

Neutras: Correspondem a mais de 90% de todas as áreas da memória. Elas contêm bilhões de informações “neutras”, sem conteúdo emocional, tais como números, endereços de pessoas, telefones, informações escolares, dados corriqueiros, conhecimentos profissionais.

Killer: Correspondem a todas as áreas da memória que têm conteúdo emocional angustiante, fóbico, tenso, depressivo, compulsivo. Como o próprio nome diz, “Killer” quer dizer assassino, portanto são janelas que controlam, amordaçam, asfixiam a liderança do Eu. As janelas Killer contêm nossas experiências traumáticas, como frustrações, perdas, crises, traições, medos, rejeições, inseguranças, ódio, raiva. Algumas janelas Killer, como vimos, são estruturais ou “duplo P”, ou seja, têm duplo poder: de encarcerar o Eu e de expandir a própria janela ou a zona de conflito.

Light: Correspondem a todas as áreas de leitura que têm conteúdo prazeroso, tranquilizador, sereno, lúcido, coerente. As janelas Light “iluminam” o Eu, alicerçam sua maturidade, sua lucidez, sua coerência. Elas contêm as experiências saudáveis, como apoios, superações, coragem, sensibilidade, capacidade de se colocar no lugar do outro, de pensar antes de agir, de amar, se entregar, solidarizar-se, tolerar.

Consequências

A teoria da Inteligência Multifocal demonstra que, sem os atores coadjuvantes, o Eu não se formaria. Não saberíamos quem somos, não teríamos identidade. Pois, antes de o Eu começar a ter consciência de si mesmo, ele precisa de milhões de pensamentos arquivados na memória nos primeiros anos de vida. Quem produz esses pensamentos? Os três atores coadjuvantes citados há pouco.

Entretanto, a produção de pensamentos pode se tornar um grande vilão da qualidade de vida e da felicidade. Acredite: seus maiores inimigos não estão fora, mas dentro de você. Você pode se tornar o maior algoz de si mesmo.

Cuidado! Pensar é excelente, mas pensar demais e sem qualidade pode ser um grande problema. Vejamos duas formas de o pensamento transformar nossa vida num canteiro de pesadelos.

  1. Pensamento inquietante

Nós não conseguimos parar de pensar. Quando não pensamos conscientemente, os outros três atores pensam sem desejarmos. Mesmo o mais profundo relaxamento não paralisa completamente a produção de pensamentos, apenas a desacelera. Pensar é saudável, o problema é pensar excessivamente e com ansiedade. Infelizmente, nossa mente tem se tornado uma fonte e preocupações.

As pessoas vivem atormentadas com suas atividades. São mentes inquietas. Pensam nisso, pensam naquilo. Mal estão resolvendo um problema, outros dez aparecem no teatro das suas ideias. Alerte-se. Seus pensamentos inquietantes geram ansiedade e estressam o cérebro. Eles aniquilam cientistas, abatem religiosos, destronam reis.

Muitas pessoas têm muitos motivos para sorrir, mas suas preocupações e ideias negativas as tornam ansiosas, irritadas e tristes. Não descansam. Vivem fatigadas. Às vezes, têm um caráter nobre, são especialistas em resolver problemas dos outros, mas não os seus. Não lideram seus pensamentos. Você sabe investir em si mesmo?

  1. Pensamento acelerado

Não apenas o conteúdo ruim dos pensamentos é um problema que afeta a qualidade de vida, mas também a velocidade dos pensamentos. Tudo se complica quando os pensamentos são acelerados. Mesmo se o conteúdo for positivo, o aceleramento dos pensamentos gera um desgaste cerebral intenso, produzindo ansiedade e outros sintomas.

Uma das grandes descobertas da teoria da Inteligência Multifocal é que a velocidade excessiva do pensamento provoca uma importante síndrome: SPA (Síndrome do Pensamento Acelerado). Pensar com consciência crítica é bom, mas pensar demais é uma bomba contra a saúde psíquica. Você tem essa bomba? Se tem, é preciso desarmá-la. Quem pensa excessivamente, sem qualquer gerenciamento por parte do Eu, pode sofrer um desgaste cerebral altíssimo, que gera uma rica sintomatologia. Você sabe quantas pessoas têm essa síndrome? A maior parte da população das sociedades modernas. Bilhões de pessoas.

Pensar é excelente, mas

pensar demais e sem

qualidade pode ser um

grande problema.

As pessoas que têm um trabalho intelectual excessivo, como executivos, médicos, psicólogos, advogados, professores, estão desenvolvendo uma SPA mais intensa. As pessoas mais responsáveis estão profundamente estressadas.

As pessoas que têm a SPA não se fixam muito no presente, geralmente estão viajando para o passado ou para o futuro, o que estrangula a tranquilidade e o encanto pela vida.

As principais causas da explosão do uso de drogas na atualidade são o alto nível de insatisfação e a ansiedade gerada pela síndrome do pensamento acelerado. Um jovem abarcado pela síndrome SPA, se não tem um Eu bem-formado, pode estar mais predisposto ao uso de drogas, pois procura seus efeitos para aliviar a insatisfação, a ansiedade e a angústia geradas por ela.

Muitos não sabem, entretanto, que essa pode ser a porta de entrada para uma masmorra psíquica. Essa foi a sua porta de entrada? Quanto mais usam drogas, mais hiperaceleram seus pensamentos, mais aumentam sua ansiedade, mais expandem sua insatisfação e mais procuram as drogas, fechando o dramático círculo. Você viveu esse círculo? Alimentou sua dependência através dele?

Na adolescência, o Eu deveria estar razoavelmente formado para gerenciar os pensamentos, relaxar, não sofrer por antecipação, não se angustiar por ideias perturbadoras nem se cobrar demais e dos outros. Na vida adulta, o Eu deveria estar estruturado a tal ponto que deveria assumir plenamente a capacidade de liderança da própria mente, o que, infelizmente, não ocorre. Numa escala de zero a 10, que nota você daria para a formação do seu Eu? Ele é um bom gerente dos seus pensamentos ou sua mente é uma lata de entulho?

Um Eu maduro tem consciência de que a produção de um pequeno pensamento representa um fenômeno tão complexo que milhões de computadores interligados jamais conseguirão realizar. Sabe que os computadores nunca terão a consciência da existência, estarão sempre mortos para si mesmos. Jamais sentirão culpa, medo, ansiedade, júbilo, desejo de mudar a suas rotas. Mas muitos valorizam mais um computador do que um ser humano. Não sabem que por detrás de uma pessoa que sofre há um ser humano complexo e completo, um tesouro soterrado em seus escombros. Você sabe? Até que ponto você o valoriza?

Viajantes que não se fixam no presente

Muitos vivem em função dos problemas do passado. Alguns remoem seus erros, suas falhas, suas inseguranças e se culpam intensamente. Como já comentei, a culpa controla o prazer de viver e a liberdade dessas pessoas. Elas perdoam os outros, mas, mesmo crendo em Deus, não se perdoam. O sentimento de culpa é útil para reconhecermos erros, não para nos martirizarmos e nos deprimirmos.

O pensamento antecipatório é outro grande ladrão da qualidade de vida. Geralmente, quem tem a SPA faz o velório antes do tempo. Os problemas ainda não aconteceram, mas a pessoa sofre

antecipadamente. Provavelmente, mais de 90% dos nossos pensamentos antecipatórios não se tornarão reais. Sofremos inutilmente. Você sofre por coisas que não aconteceram? Faz o “velório” antes do tempo?

Jovens se martirizam pela prova que farão; mães, por imaginar que suas crianças usarão drogas; executivos, por fantasiar a perda do seu emprego; adultos, por criar doenças que não possuem.

Como gerenciar os pensamentos?

Uma excelente técnica para gerenciar os pensamentos é fazer o D.C.D. Em outros capítulos abordarei mais detalhes dessa técnica. O D.C.D. (duvidar, criticar, determinar) é uma técnica que estrutura e fortalece a liderança do Eu. Ela deve ser feita no silêncio de nossas mentes várias vezes por dia com emoção e coragem. E cada pessoa deve fazê-lo com sua própria capacidade intelectual e cultural.

O D.C.D. se constitui de três pilares que são três pérolas da inteligência humana. A “arte de duvidar” é o princípio da sabedoria na filosofia. A “arte de criticar” é o princípio da sabedoria na psicologia. E a “arte da determinação estratégica” é o princípio da sabedoria na área de recursos humanos. Você deve a cada momento duvidar de tudo que o controla, criticar todo pensamento perturbador e determinar estrategicamente aonde quer chegar.

Duvide de todas as suas falsas crenças. Duvide de que não consiga superar seus conflitos, suas dificuldades, seus desafios, sua dependência. Duvide de que não consiga ser autêntico, transparente e honesto consigo mesmo. Duvide de que não consiga ser livre nem autor da sua própria história. Duvide de que não consiga brilhar como pai, ser humano e profissional. Lembre- se de que tudo aquilo em que você crê o controla. Se não duvidar frequentemente das suas falsas crenças, elas o escravizarão e, como estudaremos, você não conseguirá reeditar o filme do inconsciente.

Critique cada ideia pessimista, cada preocupação excessiva e pensamento angustiante. Jamais se esqueça de que cada pensamento negativo deve ser combatido pela arte da crítica. Seu Eu tem de deixar de ser passivo, tem de questionar a raiva, o ódio, a inveja. Critique a ansiedade, a agitação mental, a necessidade de estar em evidência social. Questione seu medo do futuro, de não ser aceito, de falhar.

Após exercer a arte de duvidar e criticar no palco da sua mente, pratique o terceiro estágio da técnica do D.C.D. Determine estrategicamente ser livre, não ser escravo dos seus conflitos. Entre desejar e determinar há uma lacuna imensa. Não basta desejar, é preciso determinar com disciplina. Determine lutar pelos seus

D uvide de tudo que o controla.

C ritique todo pensamento

perturbador.

D etermine estrategicamente

aonde quer chegar.

Cada pensamento

negativo deve ser

combatido pela

arte da crítica.

Abra o leque da sua mente e critique como, quando e por que você entrou nessa armadilha. Critique sua passividade e sua fragilidade. Por exemplo: eu critico meu Eu frágil! Critico minhas ideias perturbadoras! Critico o poder da ansiedade (fissura)! Critico minhas falsas promessas e minhas traições! Todos esses exemplos são apenas ideias de como o Eu deve deixar de ser espectador passivo no teatro da mente, entrar no palco e se tornar ator principal da sua liberdade através da arte da crítica.

Em seguida, determine superar o cárcere psíquico que o uso de drogas impôs em sua mente. Por exemplo: Eu determino reconstruir minha vida! Determino escrever os capítulos mais importantes de minha existência nos momentos mais difíceis da minha história! Determino ser líder da minha vontade e me tornar um ser humano melhor depois do caos! Determino ser um profissional mais competente, capaz de encantar os outros! Determino diariamente surpreender as pessoas que amo!

A técnica do D.C.D. deve ser feita com emoção tão forte quanto a que emprega um advogado de defesa num fórum para proteger seu cliente de ser condenado e encarcerado. Mas não se esqueça de que determinar ser livre só tem efeito se primeiro você treinar a arte de duvidar e criticar. Caso contrário, a arte de determinar se tornará uma técnica de motivação superficial que não suportará o calor dos problemas da segunda-feira.

Essa técnica tem de ser feita diversas vezes por dia (alguns minutos a cada vez) e durante a vida toda, e mais intensamente nos primeiros dois anos. Assim como se faz higiene bucal e corporal diariamente, ela deveria ser feita com a mesma constância para se realizar uma higiene mental, ou melhor, para reeditar as janelas da memória e fundamentar o Eu como gerenciador psíquico nos focos de tensão. Quando estudarmos os papéis da memória e o funcionamento da mente teremos mais clareza sobre esses objetivos. Não basta desejar ser livre, é necessário se construir a liberdade.

O Mestre dos Mestres do gerenciamento dos pensamentos

As habilidades intelectuais de Jesus abalaram a ciência moderna não pela sua espiritualidade, mas pela sua exímia capacidade de gerenciar seus pensamentos. Os estímulos estressantes e as pressões sociais que viveu desde a infância poderiam transformá-lo numa pessoa irritada, impulsiva, sem controle das suas reações, mas sua mente era calma como uma lagoa plácida. Era tão tranquilo que talvez tenha sido o único na história que teve a coragem de convidar as pessoas a beber da fonte da sua mansidão. Somente alguém que é líder dos seus pensamentos pode ser tão sereno.

Toda pessoa que é marionete das suas ideias negativas vive como um mar agitado. Acena para a tranquilidade de longe, não consegue sentir seu aroma. Toda pessoa controlada por seus pensamentos negativos ou antecipatórios vive como uma folha desprendida da árvore, levada pelos ventos das circunstâncias, sem direção nem estabilidade.

O Mestre da vida sabia quando e como iria morrer. Como ele sabia disso? Não sabemos. Além disso, esse assunto entra na esfera da fé, e, portanto, a ciência se silencia. Entretanto, na investigação científica podemos dizer que mesmo essa fonte de estímulos estressantes não desgastou sua energia cerebral nem debilitou seu corpo físico. Por quê? Porque ele tinha consciência do amanhã, mas não gravitava em torno dele. Ele até nos vacinou contra a SPA, dizendo: “Basta a cada dia seu próprio mal.” Ele se recusava a acelerar seu pensamento e a sofrer por antecipação. Seu Eu era o ator principal no teatro da sua mente. Ele vivia o presente.

Ele governava seus pensamentos, criticava silenciosamente as ideias que lhe assaltavam a paz. Só admitia pensar nos problemas futuros o suficiente para tomar consciência deles e se preparar para superá-los. Ele determinava viver apenas os problemas reais do presente. Sabia fazer uma faxina nos solos da sua mente. Você sabe fazer essa faxina?

O Mestre da escola de pensadores

Jesus ensinou pessoas complicadas a serem uma fina estirpe de pensadores. Através das suas parábolas e das situações estressantes em que se envolvia, ele sabiamente estimulava seus discípulos a penetrar em seu mundo para serem líderes de si mesmos, de suas ideias, seus medos, arrogâncias, inseguranças.

Se analisarmos com os olhos da psicologia os textos dos evangelhos, veremos que ele bombardeava de perguntas as pessoas que o circundavam. Por quê? Porque almejava que elas abrissem o leque da inteligência, pensassem antes de reagir, se questionassem, criticassem suas ideias e governassem sua psique.

Como professor, foi, sem dúvida, o maior formador de pensadores de que se tem notícia, mas não de pessoas coitadinhas, frágeis, sem direção e sem consciência crítica. Ele transformou a sua qualidade de vida num jardim, embora o mundo desabasse sobre sua cabeça e fosse cercado pelos vagalhões da discriminação. Quem foi esse homem desprezado pela ciência cuja sabedoria perturba os alicerces dos intelectuais?

Os jovens galileus que o seguiram, embora fossem incultos, ansiosos e descontrolados, aprenderam lições que reis, políticos e intelectuais não aprenderam. Ele os ensinou a reconhecer seus limites, a não ter medo das suas falhas e a enfrentar seus pensamentos. Ele ainda os ensinou a ter sensibilidade e humildade para construir relações poéticas. Não queria produzir guerreiros, mas pessoas que pensassem e que amassem, que fossem capazes até de dar a outra face, não como um gesto de fragilidade, mas de grandeza, para surpreender os incautos e estimulá-los a pensar.

Andar com ele era um convite para ser livre e ser líder. Líder de si mesmo. Seus íntimos entenderam que não adiantava mudar o mundo exterior se primeiro não mudassem o seu próprio mundo.

por antecipação, é irritadiço, está esquecido, sem concentração, com dores de cabeça, dores musculares.

  1. Tenha consciência dos atores coadjuvantes do teatro da sua mente que constroem pensamentos, mas não os deixe dominar o palco. Escreva durante a semana sobre o que aprendeu a respeito do Gatilho da Memória, os tipos de janelas e o fenômeno do Autofluxo.
  2. Faça a técnica do D.C.D. (duvidar, criticar, determinar) diariamente no silêncio da sua mente durante toda a sua vida. Crie ideias onde você duvida, critica e determina. Exemplo: eu duvido de que não superarei meu conflito! Eu critico meu sentimento de incapacidade! Eu detesto ser escravo das drogas/álcool! Eu exijo ser livre! Eu determino reescrever minha história! Faça essa técnica com emoção, garra, ousadia, como um grito silencioso em que você hasteia a bandeira da liberdade! Lembre-se: essa técnica não é positivismo, mas a atuação do Eu como gestor psíquico. Escreva suas experiências aplicando a técnica.
  3. Você acha que, se tivesse aprendido e aplicado sistematicamente a técnica do D.C.D. nos focos de tensão de sua história, seu Eu teria superado com mais facilidade suas crises ou conflitos? Quais? E por quê?
  4. O Programa Freemind ou mente livre vem sempre lembrar a você de que não se muda a dinâmica da personalidade num passe de mágica. É necessário que o Eu seja treinado, exercitado e mais treinado... É como a respiração, que só se encerra no último suspiro.

Proteger e administrar a emoção é:

  1. Submeter a emoção ao gerenciamento do Eu.
  2. Ser livre para sentir, mas não prisioneiro dos sentimentos.
  3. Usar habilidades para filtrar estímulos estressantes.
  4. Gerenciar os focos de ansiedade.
  5. Dar um choque de lucidez em nossos medos, angústias, ansiedade, humor triste, agressividade, impulsividade, dependência.
  6. Desenvolver a solidariedade, o altruísmo, a tolerância, a capacidade de se colocar no lugar dos outros.
  7. Preservar a juventude no único lugar em que não é admissível envelhecer: no território da emoção.
  8. Superar o cárcere da emoção para ser livre no único lugar em que não é admissível ser um prisioneiro.

Um Eu que abandonou a emoção

Muitos governam países, mas são controlados por suas emoções doentes. Você é? Quem é especialista em proteger sua emoção? Muitos dirigem empresas, mas são algemados pelos seus sentimentos angustiantes, fóbicos, ansiosos. Sofrem por pequenos problemas e, o que é pior, por coisas que nunca irão acontecer. Você sofre por antecipação, faz o velório antes do tempo?

Será que cuidamos com seriedade da nossa saúde mental como cuidamos das outras coisas? Raramente. Até médicos e profissionais de saúde mental, que têm a responsabilidade de cuidar da saúde dos outros, têm dificuldade para cuidar da própria qualidade de vida. Muitos exigem demais de si, trabalham excessivamente, não filtram estímulos estressantes, não administram seu tempo e sua ansiedade. Os dependentes de drogas, em especial, frequentemente se tornam os maiores carrascos da própria qualidade de vida.

Olhe para sua experiência de vida. O que você tem feito para ser uma pessoa mais estável, tranquila e segura? O que você tem feito para superar sua impulsividade, sua ansiedade, sua irritabilidade? Seja sincero! Quanto tempo você tem gasto para viver a vida como uma apaixonante aventura?

de dólares em suas contas bancárias. Não é sem razão também que há muitos intelectuais que têm baixo limiar (capacidade) para suportar frustrações, contrariedades, perdas, crises. Não têm resiliência.

Gigantes fora de si, frágeis dentro de si

Brilhantes estudiosos da psicologia, como Freud, Jung, Rogers, Skinner, Victor Frankl, Erich Fromm e Howard Gardner, produziram conhecimento em nobres áreas do conhecimento psicológico, mas não tiveram a oportunidade de estudar intensamente o resgate da liderança do Eu, os papéis da memória, as estreitas relações do processo de construção de pensamentos com o processo de transformação da emoção. Não apenas o Eu atua na construção da emoção através da sua produção de pensamentos, mas uma série de fenômenos inconscientes, como o Autofluxo, o Gatilho da Memória e as milhões de Janelas da Memória.

Não é fácil pilotar a aeronave mental, pois existem muitos copilotos que podem comandá-la no lugar do Eu, pelo menos por alguns segundos ou minutos, levando o Eu a levantar voo quando não o deseja, a seguir trajetórias que não traçou e a aterrissar onde não programou. Quantas vezes sentimos o que não queremos sentir, ou nos perturbamos com angústias e medos que não programamos? Quantas vezes nosso Eu bloqueia sua capacidade de dar resposta sem o desejar? A construção da emoção é, portanto, multifocal, não apenas depende do Eu, o que torna o psiquismo humano mais complexo do que a ciência jamais imaginou.

Além dos fenômenos inconscientes que leem a memória e produzem cadeias de pensamentos e emoções sem a autorização do Eu, existe uma série de variáveis que influenciam a construção da emoção. Por exemplo, Onde Estou (ambiente social em que se encontra, se num quarto ou num ambiente público) e Como Estou (motivação, desejo, intenções subliminares) podem ter grande influência no gerenciamento da emoção pelo Eu.

Os usuários de drogas são vítimas desses fenômenos inconscientes. Dependendo do ambiente em que estão (Onde Estou) e da sua motivação para usar uma nova dose da droga (Como Estou), detona-se o gatilho da memória em milésimos de segundo, abre-se uma janela Killer que contém a representação da droga, ocorre uma explosão da ansiedade e gera-se no usuário um desejo ardente de usar uma nova dose para aliviar essa ansiedade.

Apesar da construção multifocal da emoção e de sua dificuldade de gerenciamento, não há dois senhores: ou você gerencia e protege, ainda que parcialmente, o território da emoção ou ele o dominará. No passado, embora sem nenhum conhecimento de psicologia, as pessoas saudáveis dominavam sua emoção pela capacidade intuitiva de contemplar o belo, enfrentar a dor, fazer das perdas lições de vida. Hoje, a sociedade é tão estressante e competitiva que, se não

desenvolvermos a habilidade de administrar a emoção, o risco de ter uma péssima qualidade de vida é enorme. Não corra esse risco.

Reis dominaram o mundo, mas não dominaram sua emoção. Generais venceram batalhas, mas perderam guerras no território da sua mente. Foram prisioneiros da raiva, do ódio, do orgulho, da angústia (tristeza com sensação de aperto no peito). Se você não administrar sua emoção, será um barco sem leme, dirigido pelos elogios, aceitações, críticas, frustrações. Se os ventos sociais forem bons, você terá mais chances de chegar a bom termo. Se enfrentar tempestades, poderá afundar. Em que situações você é escravo da sua emoção?

O modelo educacional das sociedades modernas está falido, pois desconhece essa ferramenta fundamental da qualidade de vida. Os jovens são ensinados durante anos a resolver problemas de matemática, mas não a matemática da emoção, onde dividir é aumentar, perder pode ser ganhar. São ensinados a enfrentar provas escolares, mas não as provas existenciais: frustrações, rejeições, angústias, dificuldades. São ensinados a conhecer as entranhas dos átomos, mas não seu Eu como gestor psíquico. Conhecem o mundo em que estão, mas pouquíssimo o mundo que são.

Deveríamos ter aprendido desde a infância que devemos e podemos administrar a emoção e filtrar estímulos estressantes para contemplar o belo, libertar a criatividade, fomentar a generosidade, debelar o medo, dissipar a insegurança, controlar o instinto da agressividade. Muitos são marionetes do seu mau humor e do estresse.

Administrar a emoção é o nosso grande direito. Direito de ter uma mente livre, feliz, saudável, de navegar com segurança nas turbulentas águas das relações sociais. Você exerce esse direito? Muitos procuram o direito de se expressar, ganhar dinheiro, ter status social, o que é bom, mas não o direito de ser o gestor da sua mente, o que é excelente. Procuram o trivial, mas erram no essencial! E você?

Como surgem as emoções e como administrá-las?

As emoções surgem das cadeias de pensamentos produzidas pelo processo de leitura da memória realizado em milésimos de segundo por múltiplos fenômenos, inclusive o Eu. Portanto, com exceção das emoções que são geradas pelo metabolismo cerebral e pelas drogas psicotrópicas, como tranquilizantes e antidepressivos, todas as demais experiências emocionais são frutos da leitura da memória e da produção de pensamentos conscientes e inconscientes.

Se você não administrar

sua emoção, será um

barco sem leme, dirigido

pelos elogios, aceitações,

críticas, frustrações.