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Doença de Chagas e seus mecanismos de contaminação, Resumos de Patologia

Trata de todo o mecanismo fisiopatológico da doença, incluindo sinais clínicos e exames laboratoriais, diagnóstico diferencial, tratamento e profilaxia.

Tipologia: Resumos

2020

Compartilhado em 12/05/2020

Geombsc
Geombsc 🇧🇷

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Doença de Chagas
Definição
Antropozoonose causada pela infecção do protozoário Trypanosoma cruzi
,
transmitido pelo vetor do gênero Triatoma
e Rhodnius
(barbeiros).
A doença de Chagas apresenta curso clínico bifásico, caracterizado por uma fase
aguda (clinicamente aparente ou não) e uma fase crônica, que pode se manifestar
nas formas indeterminada, cardíaca, digestiva ou cardiodigestiva.
Fisiopatologia
O protozoário flageladoTrypanosoma cruzi apresenta distribuição endêmica em
regiões do ciclo enzoótico silvestre, onde pode ser isolado de pequenos
mamíferos (silvestres e domésticos, como quatis, gambás, tatus, morcegos) e
insetos hematófagos vetores do gênero Triatoma, Panstrongylus
,
eRhodnius
(conhecidos como barbeiro, chupão, procotó ou bicudo). As espécies do gênero
Rhodnius
encontram-se predominantemente associadas a palmeiras, enquanto as
espécies do gênero Triatoma ePanstrongylus vivem preferencialmente em
associação com hospedeiros terrestres.
Acomete geralmente indivíduos que vivem em habitações de pau a pique, mas
foram descritos casos e os vetores em casas de barro e área urbana.
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Doença de Chagas

Definição

Antropozoonose causada pela infecção do protozoário Trypanosoma cruzi , transmitido pelo vetor do gênero Triatoma e Rhodnius (barbeiros). A doença de Chagas apresenta curso clínico bifásico, caracterizado por uma fase aguda (clinicamente aparente ou não) e uma fase crônica , que pode se manifestar nas formas indeterminada, cardíaca, digestiva ou cardiodigestiva.

Fisiopatologia

O protozoário flagelado Trypanosoma cruzi apresenta distribuição endêmica em regiões do ciclo enzoótico silvestre , onde pode ser isolado de pequenos mamíferos (silvestres e domésticos, como quatis, gambás, tatus, morcegos) e insetos hematófagos vetores do gênero Triatoma, Panstrongylus , e Rhodnius (conhecidos como barbeiro, chupão, procotó ou bicudo). As espécies do gênero Rhodnius encontram-se predominantemente associadas a palmeiras, enquanto as espécies do gênero Triatoma e Panstrongylus vivem preferencialmente em associação com hospedeiros terrestres. Acomete geralmente indivíduos que vivem em habitações de pau a pique , mas já foram descritos casos e os vetores em casas de barro e área urbana.

transmissão pelas fezes do inseto pela pele não íntegra, mucosas ou conjuntiva, e o sítio de entrada evolui para uma lesão inflamatória (chagoma).

Chagoma. A forma flagelada tripomastigota é infectante e encontrada na circulação linfo-hematogênica dos mamíferos infectados até penetrar em células e se diferenciar na forma em multiplicação amastigota.

Forma Flagelada Tripomastigota → Forma Amastigota

O rompimento das células leva à liberação de novos tripomastigotas, e o ciclo continua por toda a sobrevida do hospedeiro. O parasita se dissemina por via circulatória para músculos, incluindo o miocárdio , e vários outros tecido. A transmissão é possível por via congênita, transfusão sanguínea, transplante de órgãos, ou por ingestão de alimentos contaminados com fezes do inseto vetor , podendo ocorrer por meio da ingestão de carne crua ou mal cozida de caça ou alimentos contaminados pela secreção das glândulas anais de marsupiais infectados. A maioria dos indivíduos com infecção por T. cruzi alberga o parasito no sangue, nos tecidos e órgãos, durante toda a vida. A doença é mais grave em crianças. O período de incubação é de 7 a 14 dias mas as manifestações se apresentam anos ou décadas após.

Presença da forma amastigota no Músculo cardíaco.

A sintomatologia específica pode envolver manifestações clínicas de miocardite difusa com vários graus de gravidade, sinais de pericardite, derrame pericárdico, tamponamento cardíaco, manifestações sindrômicas de insuficiência cardíaca, derrame pleural, edema de face, de membros inferiores ou generalizado, tosse, dispneia, dor torácica, palpitações, arritmias, hepatomegalia e/ou esplenomegalia, de leve a moderada intensidade. Nessa fase, predomina o parasito em número elevado circulante na corrente sanguínea;

→ Esplenomegalia.

OBS: No caso da doença de Chagas aguda por transmissão oral, relata-se que a morbimortalidade é mais elevada do que a observada nos casos agudos por transmissão vetorial. O quadro clínico pode ser variado podendo incluir: exantema cutâneo, hemorragia digestiva (hematêmese, hematoquezia ou melena), icterícia, aumento das aminotransferases, além de quadros mais frequentes e mais graves de insuficiência cardíaca, assim como enterite, abdome agudo, sangramento fecal, choque, e/ou hepatite focal.

Fase crônica : Pode ser indeterminada, caracterizada por assintomatologia ou sintomática. Entre 10 a 30% dos indivíduos com doença indeterminada evoluem para manifestações cardíacas e/ou gastrintestinais.

Quadro clínico

As afecções já descritas incluem: miocardite aguda, aneurisma apical, insuficiência cardíaca, fibrose intersticial miocárdica, arritmias (bloqueio de ramo, hemibloqueio esquerdo anterior e bloqueio atrioventricular de terceiro grau) podendo levar à síncope e morte súbita, tromboembolismo, megaesôfago, megacólon, megaureter, dilatação de vias biliares, dilatação gástrica, meningoencefalite, acidente vascular encefálico, desnutrição, pneumonite crônica aspirativa, volvo e outros.

1.Miocardite Aguda. 2.Aneurisma Apical (Coração).

1.Megaesofago 2. Megacólon

Critério clínico-epidemiológico

Os casos de doença de Chagas aguda devem ser confirmados sempre por meio de diagnóstico laboratorial. Pode-se adotar critério clínico-epidemiológico para casos suspeitos com os exames parasitológicos negativos e sorológicos inicialmente não reagentes, e que possuam vínculo epidemiológico com casos confirmados de doença de Chagas aguda por critério laboratorial, durante surto de doença na fase aguda por transmissão oral. Casos suspeitos de doença de Chagas por transmissão vertical (excluídas outras formas de transmissão) devem ser confirmados por exame a fresco, micro-hematócrito, creme leucocitário e/ou método de Strout no sangue do cordão ou do recém-nascido nos primeiros 30 dias de idade (duas a três amostras) para crianças sintomáticas ou recém-nascidos de mãe com infecção aguda ou com reativação na coinfecção por HIV / T. cruzi. Se resultados negativos nos exames parasitológicos/moleculares nos primeiros meses, realizar a pesquisa de IgG anti T. cruzi após o nono mês em dois testes.

Exames de rotina

  • Exame do sangue não coagulado para detecção de tripomastigotas móveis;
  • PCR para regiões TCZ1/TCZ2 e S35/S35;
  • Sorologia por ELISA ou imunofluorescência.
  • A avaliação de acometimento cardíaco, gastrintestinal ou outros sítios deve utilizar exames radiológicos e outros relacionados.

Diagnóstico Diferencial

Acalasia; Megacólon agudo; Angina pectoris; Bloqueio atrioventricular; Dissociação atrioventricular; Taquicardia de reentrada nodal; Edema pulmonar cardiogênico; Megacólon crônico; Obstrução colônica; Constipação; Aterosclerose arterial coronariana; Vasoespasmo arterial coronariano; Cardiomiopatia dilatada; Câncer esofagiano; Distúrbio de motilidade esofagiana; Ruptura esofagiana; Espasmo esofagiano; Esofagite; Doença de refluxo gastroesofágico; Doença de Hirschsprung; Encefalopatia hipertensiva; Cardiomiopatia hipertrófica; Leishmaniose;

Leptospirose; Malária; Meningite; Infarto miocárdico; Ruptura de miocárdio; Miocardite; Embolismo pulmonar; Infarto de ventrículo direito; Bloqueio atrioventricular de segundo grau; Disfunção de nodo sinusal; Esplenomegalia; Morte súbita; Síncope; Bloqueio atrioventricular de terceiro grau; Megacólon tóxico; Toxoplasmose; Fibrilação ventricular; Taquicardia ventricular; Dengue; Hepatites virais; Hantaviroses; Rickettsioses.

Profilaxia primária

Está indicada em situações em que se define como via de transmissão a exposição acidental a T. cruzi. Recomenda-se o uso de 5 mg/kg/dia (adulto) e 10 mg/kg/dia (criança) VO dividido em em duas tomadas diárias, durante dez dias, não se ultrapassando 300 mg/dia. OBS: Em caso de alta carga parasitária do inóculo (igual ou maior que 10^7 tripomastigotas/ml), deve-se efetuar tratamento convencional para a fase aguda da doença de Chagas por, no mínimo, 60 dias.

Profilaxia secundária

Deve-se considerar a profilaxia secundária após o tratamento convencional da reativação na coinfecção HIV/aids: Benznidazol 2,5 a 5 mg/kg/dia VO três vezes por semana.