Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Mercúrio em Odontologia e sua Impacto na Saúde e Meio Ambiente, Notas de estudo de Engenharia Química

Este documento discute a utilização do mercúrio na odontologia, sua história, efeitos na saúde, exposição ocupacional e ambiental, e medidas de prevenção e mitigação. Ao longo de 170 anos, o amálgama odontológico, que contém mercúrio, foi usado em restaurações dentárias, apesar de seu potencial toxicidade. Estudos demonstram os efeitos nocivos do mercúrio na saúde, como cansaço, depressão, irritabilidade, e intoxicação fatal em assistentes dentárias. Além disso, o mercúrio em odontologia impacta o meio ambiente, contaminando a água e o solo. Medidas como a redução do uso de amálgama, coleta adequada de resíduos e tratamento de resíduos são necessárias para minimizar os riscos à saúde e meio ambiente.

O que você vai aprender

  • Qual é o papel do mercúrio na indústria?
  • Quais são os métodos de tratamento e eliminação de resíduos de mercúrio?
  • Quais são os efeitos adversos para a saúde humana associados à exposição ao mercúrio?
  • Qual é a importância do mercúrio na área da saúde?
  • Qual é a importância da avaliação do risco ambiental?

Tipologia: Notas de estudo

2016

Compartilhado em 05/01/2016

jefferson-david-souza-2
jefferson-david-souza-2 🇧🇷

1 documento

1 / 13

Toggle sidebar

Esta página não é visível na pré-visualização

Não perca as partes importantes!

bg1
SENAI - SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL
CURSO TÉCNICO EM EQUIPAMENTOS MÉDICOS E ODONTOLÓGICOS
JEFFERSON DAVID SOUZA DE OLIVEIRA
Mercúrio na Odontologia
TRABALHO DE MIEO - MANUTENÇÃO E INSTALAÇÃO DE
EQUIPAMENTOS ODONTOLÓGICOS.
São Paulo
15 de outubro de 2015
pf3
pf4
pf5
pf8
pf9
pfa
pfd

Pré-visualização parcial do texto

Baixe Mercúrio em Odontologia e sua Impacto na Saúde e Meio Ambiente e outras Notas de estudo em PDF para Engenharia Química, somente na Docsity!

SENAI - SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL

CURSO TÉCNICO EM EQUIPAMENTOS MÉDICOS E ODONTOLÓGICOS

JEFFERSON DAVID SOUZA DE OLIVEIRA

Mercúrio na Odontologia

TRABALHO DE MIEO - MANUTENÇÃO E INSTALAÇÃO DE

EQUIPAMENTOS ODONTOLÓGICOS.

São Paulo

15 de outubro de 2015

“Se você quer ultrapassar seus limites e atingir a excelência faça por si, priorize seus conhecimentos e evite ficar fica dependente das limitações naturais de seus colaboradores”. Jefferson David Souza de Oliveira

3

1 Introdução

O mercúrio é o único metal que é encontrado na natureza sob a forma líquida- forma líquida. Ele é volátil em temperatura ambiente e sua evaporação é vísivel em luz ultravioleta , o mercúrio libera vapor metálico inodoro e incolor à temperatura acima de 12°C. A utilização do mercúrio é extensamente utilizado na Indústria, pois é utilizado em válvulas, baterias, interruptores, lâmpadas, agrotóxicos, barômetros, cosméticos, tintas, catalisadores e em muitos outros produtos usados no cotidiano das populações. Na área da saúde, o mercúrio é utilizado em termômetros clínicos e de estufas, em esfignomanômetros e no amálgama odontológico. O amálgama dental é um dos materiais restauradores mais utilizados nas clínicas odontológicas. Um de seus componentes é o mercúrio, cuja utilização tem sofrido algumas restrições, no decorrer dos tempos. Durante esses últimos 170 anos, o amálgama odontológico tem sido utilizado nas restaurações, apesar do mercúrio ser um material altamente tóxico.

4

2 Histórico de exposição do Mercúrio na odon-

tologia.

Os Chineses foram os primeiros povos a utilizar a “pasta de prata” em meados do século VII para preencher dentes deteriorados.O amálgama foi introduzido na odon- tologia moderna por Taveau (1826), que utilizava uma “pasta prateada”, constituída pela simples combinação de prata e mercúrio, em restaurações dentárias permanen- tes. Devido às dificuldades encontradas para a obtenção de prata purificada, o autor passou a misturar o mercúrio com a limalha de moedas, as quais continham prata e outros metais em sua composição, para a obtenção da pasta.

Em 1840, a Sociedade Americana de Cirurgiões- Dentistas teve como uma de suas primeiras resoluções aprovadas que o amálgama e todas as substâncias que contivessem mercúrio eram nocivas aos dentes e a todas as partes da boca, e que não haveria obturação na qual o ouro não fosse o material empregado (SAQUY,1996).

Stock (1926) identificou o amálgama como fonte de vapor de mercúrio e afir- mou que seu uso deveria ser completamente abolido da odontologia. Atribuiu sinto- mas como cansaço, depressão, irritabilidade, vertigens, enfraquecimento da memória, inflamações bucais, diarréia, perda de apetite e catarro crônico à presença de restaura- ções de amálgama na cavidade bucal.Em outra pesquisa, Stock (1935) observou que parte dos vapores de mercúrio liberados pelas restaurações de amálgama penetrava pelo nariz, era rapidamente absorvido pela mucosa, e se depositava no cérebro, tendo encontrado vestígios daquele metal no lóbulo e tubo olfativo, além da glândula pituitária.

Frykholm (1957) inseriu restaurações de amálgama com um radioisótopo de mercúrio em diversos pacientes, e avaliou a quantidade de mercúrio presente na urina deles. Encontrou os níveis mais altosno quinto dia após a inserção das res- taurações, sendo que por volta do sétimo e oitavo dia, os níveis chegaram próxi- mos a zero. Em seguida, avaliou também a quantidade de mercúrio presente na urina após a remoção das restaurações, encontrando níveis altíssimos no dia seguinte à re- moção, e observando níveis próximos a zero no terceiro dia após a remoção. Concluiu, dessa forma, que a quantidade calculada de exposição ao mercúrio proveniente das res- taurações de amálgama não é suficiente para causar o envenenamento por mercúrio. Em 1962, Lippmann relatou um caso curioso de sensibilidade ao mercúrio presente nas restaurações de amálgama. Uma paciente de 35 anos apresentou palidez e con- dição geral precária, gengivas edemaciadas e com uma coloração vermelho-azulada, além de glândula sublingual saliente. Diversos dentes tinham grandes restaurações

Capítulo 2. Histórico de exposição do Mercúrio na odontologia. 6

Vanderberge, Moodie e Keller (1977), analisando o teor de mercúrio no sangue de elevado número de cirurgiões-dentistas e auxiliares, verificaram que mais de 50% dos indivíduos apresentavam valores acima dos limites de tolerância estabelecidos.

Em 1981, analisando amostras de urina de 22 cirurgiões-dentistas, Larini e Salgado verificaram que 72,7% dos profissionais apresentavam teores de mercúrio acima do valor de normalidade, que é de aproximadamente 10g/1000mL.

Wilson e Wilson (1982) avaliaram, pela espectofotometria de absorção atômica, o vapor de mercúrio emanado durante a trituração do amálgama e após a abertura da cápsula, em diversos modelos de amalgamadores mecânicos. Concluíram que o vazamento de vapores durante a trituração com cápsula é muito pequeno, enquanto que, após a abertura da cápsula, os níveis de vapores ficaram em níveis bastante aceitáveis.

Em 1985, Emler e Cardone compararam os níveis de mercúrio circulante, antes e após a inserção de restaurações de amálgama, em pacientes com idades variando de cinco a 12 anos. As crianças avaliadas apresentavam baixa exposição ao mercúrio, pouco consumo de peixes e nenhuma ingestão de bebidas alcoólicas, o que, segundo os autores, são pontos que afetariam a forma como o organismo se comporta em relação à presença do metal. Os autores constataram que a mastigação elevou a liberação de vapores de mercúrio das restaurações após um período de sete dias.

Valenzuela (1985) propôs um método para reciclagem do mercúrio presente nos resíduos de amálgama dos consultórios odontológicos. O método consistia em aquecimento dos resíduos de amálgama a 650º C, produzindo assim a evaporação do mercúrio, que se condensava em outro recipiente, mediante um sistema de refrigeração. Esse mercúrio continha altos graus de impurezas e elementos orgânicos, que depois foram removidos através de lavagem do mercúrio em solução de ácido nítrico a 1% e em soluções de cianureto de potássio e peróxido de sódio a 1%, diluídos em água destilada. Em seguida, ele era submetido à secagem e destilado, resultando em um mercúrio com cerca de 99% de pureza.

Salgado (1987) confirmou que a exposição ocupacional pode resultar em níveis urinários de mercúrio superiores ao da população não ocupacionalmente exposta, sendo que os profissionais mais jovens apresentaram níveis mais elevados de mercúrio na urina do que os profissionais mais experientes. Segundo o autor, isso sugere a necessidade das escolas melhorarem a formação dos alunos, quanto às medidas preventivas de contaminação pelo metal.

Capítulo 2. Histórico de exposição do Mercúrio na odontologia. 7

Em 1989, Hahn, Kloiber e Vimy utilizaram mercúrio radioativamente marcado em restaurações de amálgama inseridas nas ovelhas, e observaram que as três vias principais de absorção do mercúrio são os pulmões, o trato gastrointestinal e o tecido ósseo dos maxilares. Após um mês, encontraram acúmulo de mercúrio nos rins, fígado, cérebro, hipófise, tireóide, pâncreas e ovários dos animais.

Em 1990, Vimy; Takahash e Lorscheider constataram que restaurações de amálgama feitas em mulheres grávidas promoviam contaminação dos fetos em poucas horas, pois, segundo os autores, a placenta não impede a passagem do mercúrio.

Nascimento et al. (1991) testaram a fuga de mercúrio ocorrida durante a tritura- ção mecânica do amálgama, em diferentes cápsulas. Concluíram que nenhuma das cápsulas testadas pode ser considerada hermética.

Elizaur Benitez et al. (1995) verificaram que os níveis de mercúrio emanados imediatamente após o polimento de uma restauração de amálgama são imensamente maiores do que aqueles emanados das restaurações sem polimento. No mesmo traba- lho, os autores afirmam que a melhor maneira de armazenar os resíduos de amálgama nos consultórios e clínicas odontológicas, seria em recipientes hermeticamente fecha- dos contendo água. Em 1996, Saquy comparou a eficácia de diversas substâncias na retenção da emissão de vapores de mercúrio, originários dos resíduos de amálgama..

Capítulo 3. GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS DE SAÚDE 9

meável, respeitados os limites de peso de cada saco, de material lávavel e resistente a ruptura. Os recipientes de acondicionamento existentes nas salas de cirurgia e nas salas de parto não necessitam de tampa para vedação, devendo os resíduos serem recolhidos imediatamente após o término dos procedimentos.

Os resíduos líquidos devem ser acondicionados em recipientes constituídos de material compatível com o líquido armazenado, resistentes, rígidos e estanques, com tampa rosqueada e vedante. Os resíduos perfurocortantes ou escarificantes - grupo E - devem ser acondicionados separadamente, no local de sua geração.

A coleta e transporte interno dos RSS consistem nos pontos de geração até local destinado ao ou armazenamento externo, com a finalidade de disponibilização para a coleta. É nesta fase que o processo se torna visível para o usuário e o público em geral, pois os resíduos são transportados nos equipamentos de coleta (carros de coleta) em áreas comuns.

A coleta externa é a remoção dos RSS do abrigo de resíduos, até a unidade de tratamento, pela utilização de técnicas que garantam a preservação das condições de manejo e a integridade dos trabalhadores, da população e do meio ambiente. Deve estar de acordo com as regulamentações do órgão de limpeza urbana do município.

O tratamento dos resíduos sólidos, de forma genérica, quaisquer processos manuais, mecânicos, físicos, químicos ou biológicos que alterem as características dos resíduos, visando a minimização do risco à saúde, a preservação da qualidade do meio ambiente, a segurança e a saúde do trabalhador.

De acordo com a Resolução ANVISA no 306/04, o tratamento consiste na aplicação de método, técnica ou processo que modifique as características dos riscos inerentes aos resíduos, reduzindo ou eliminando o risco de contaminação, de acidentes ocupacionais ou de danos ao meio ambiente.

Desinfecção para tratamento dos resíduos do grupo A - As tecnologias de de- sinfecção mais conhecidas são a autoclavagem, o uso do microondas e a incineração. Estas tecnologias alternativas de tratamento de resíduos de serviços de saúde per- mitem um encaminhamento dos resíduos tratados para o circuito normal de resíduos sólidos urbanos (RSU), sem qualquer risco para a saúde pública.

A descontaminação por autoclave - Consiste em manter o material contaminado em contato com vapor de água, a uma temperatura elevada, durante período de tempo suficiente para destruir potenciais agentes patogênicos ou reduzi-los a um nível que não constitua risco. O processo de autoclavagem inclui ciclos de compressão e de descompressão de forma a facilitar o contato entre o vapor e os resíduos. Os valores usuais de pressão são da ordem dos 3 a 3,5 bar e a temperatura atinge os 135º C. Este processo tem a vantagem de ser familiar aos técnicos de saúde, que o utilizam para

Capítulo 3. GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS DE SAÚDE 10

processar diversos tipos de materiais hospitalares.

Tratamento com utilização de microondas de baixa ou de alta freqüência - É uma tecnologia relativamente recente de tratamento de resíduo de serviços de saúde e consiste na descontaminação dos resíduos com emissão de ondas de alta ou de baixa freqüência, a uma temperatura elevada (entre 95 e 105º C). Os resíduos devem ser submetidos previamente a processo de trituração e umidificação.

Tratamento térmico por incineração - É um processo de tratamento de resíduos sólidos que se define como a reação química em que os materiais orgânicos com- bustíveis são gaseificados, num período de tempo prefixado. O processo se dá pela oxidação dos resíduos com a ajuda do oxigênio contido no ar.

12

5 referências

< http://www.retecresiduos.com.br/noticias/residuos-de-servicos-de-saude-dev em-ser-tratados/ > acesso em 14 de outubro de 2015

< http://www.vigilanciasanitaria.sc.gov.br/phocadownload/Area_Atuacao/Sa ude_Ambiental/PGRRS/manual%20para%20preenchimento%20do%20pgrss.pdf > acesso em 14 de outubro de 2015

< http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/c3df7980474586628fb8df3fbc4c 6735/PGRSS+Passo+a+Passo.pdf?MOD=AJPERES > acesso em 14 de outubro de 2015

< http://www.somge.org.br/pdf/cartilha-PGRSS-2013.pdf > acesso em 14 de outubro de 2015

< http://www.bettina.ufpa.br/documentos/pgrssatualbettina.pdf > acesso de 14 de outubro de 2015