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Uma pesquisa objetiva sobre as transformações no mundo do trabalho e suas implicações na subjetividade do trabalhador, com ênfase no processo de formação e gestão do trabalho no setor de serviços, especificamente nas redes de fast-food. O texto aborda a difusão de valores pela empresa além do espaço do trabalho, a importância do trabalhador para o capitalismo, a desvalorização do trabalhador, a gestão do trabalho e a formação do trabalhador ideal. O documento também discute a criação da universidade do hambúrguer para reproduzir o 'modo de fazer' da empresa.
Tipologia: Exercícios
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MESTRANDO: Carlos Alberto Saraiva Monteiro
Mestrando: Carlos Alberto Saraiva Monteiro
Defesa de Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal do Amazonas como requisito para obtenção de título de Mestre
Nessa “dura” jornada da minha vida. Muitos foram os que contribuíram para a realização dos meus estudos.
Não poderia deixar de agradecer a minha família: pai, mãe, irmão, sogra, esposa e amigos, em especial, diretora Áurea Dário Gomes por mais essa conquista. Aos amigos de pós-graduação Alex Regis e Cleiton Maciel que contribuíram para minha formação em meio às discussões e trocas riquíssimas de conhecimento e experiência acadêmica.
Também agradeço pela dedicação, apoio e compreensão do meu orientador e professor do programa de Pós- Graduação em Sociologia, o Dr. Marcelo Seráfico. Sem ele, não seria possível a concretização desse trabalho.
Não poderia deixar de estimar os meus novos colegas e companheiros de graduação em ciências sociais 2014 que fortalecem minha inspiração e inquietude frente às mudanças do mundo social.
Meus agradecimentos à Fundação de Amparo e Pesquisa do Amazonas – FAPEAM por me conceder uma bolsa de estudos, mas, financeiramente não poderia deixar de mencionar a minha esposa Rita dos Santos que, com inúmeras dificuldades, não me deixou faltar nada.
E por último, agradeço a supervisora do Habib´s que prestou informações importantíssimas para a conclusão dessa pesquisa.
Esta dissertação tem por objetivo elucidar o problema da gestão do trabalho no setor de serviços tendo como foco as novas “estratégias” de enganjamento subjetivo do trabalhador. No período dos anos 2000, o setor de serviços em alimentação em Manaus cresceu, em particular, o fast food Habib´s , tornou-se visível nos diversos bairros em Manaus. Nosso propósito é entender de que forma os trabalhadores são treinados para trabalharem dentro da corporação e, o que a empresa espera dos mesmos para o exercício da função. A pesquisa ocorreu em momentos não muito distintos, o primeiro e segundo capítulo foram construídos, concomitantemente, por meio de referenciais teóricos e por informações na Internet em sites especializados da área de administração e economia. Indispensável foram as análises de teóricos (Harvey, Castells, Ritzer, Antunes e Fontenelle) para compreender o cenário atual do capitalismo e a expansão do fast food. O terceiro capitalismo foi desenvolvido posteriormente por meio de visita ao escritório administrativo do Habib´s Máster, Manaus – AM e por aplicação de questionário estruturado com perguntas fechadas respondida por e-mail a um funcionário do RH do Habib´s. Também está presente a análise do discurso de palestras e entrevistas dos envolvidos com a empresa por meio de vídeos gravados. No primeiro capítulo entendemos que a reestruturação produtiva, o desemprego e a precarização do trabalho como elementos importantes levou as teorias da administração e economia a buscarem elementos importantes e soluções tanto no plano teórico quanto material para as crises econômicas. Mas o aparecimento do fast food está intimamente ligado com a crescente urbanização estadunidense. No segundo capítulo, o objetivo é mostrar como a rede McDonald´s tornou-se referência aos demais restaurantes servindo como modelo na compreensão de que como se organiza e funciona o fast food e o tipo de trabalhador exigido. O terceiro capítulo aborda a formação dos trabalhadores por meio de treinamento, prova, discussão, boletins fornecidos pela empresa fast food Habib´s, com a política e valores da empresa, muitas vezes traz prejuízos ao trabalhador, seja na saúde, sejam no direito de reivindicar lutas coletivas enquanto classe trabalhadora.
Palavras chave: Habib´s, fast food, capitalismo, trabalhadores, gestão, capital humano, subjetividade
This thesis aims to elucidate the problem in the service sector focusing on new "strategies" in the subjective involviment of worker. In the period of the 2000s, the power in the service sector grew in Manaus, in particular, fast food Habib's, became visible in many neighborhoods in Manaus. Our purpose is to understand how workers are trained to work within the corporation and the what company expects of them for the exercise of the function. The research took place in different times, the first and second chapter were built concurrently, by theoretical references and information on the Internet at specialized sites of administration area and economy. Indispensable were the theoretical analysis (Harvey, Castells, Ritzer, Antunes and Fontenelle) to understand the current situation of capitalism and the expansion of fast food. The third capitalism was further developed through visits to the administrative office of Habib's Master, Manaus - AM and questionnaire with closed questions answered by e-mail to a Habib's HR official. It is also present, the analysis of speeches and interviews of those involved with the company through recorded videos. In the first chapter we understand that the productive restructuring, unemployment and precarious work as important elements that led the theories of business and economics to seek solutions to the economic crisis. But the appearance of fast food is closely linked with the growing American urbanization. In the second chapter, the goal is to show how McDonald's became reference to the other restaurants serving as a model in understanding how is it organized and operates requiring a type of worker. The third chapter deals how is training of workers through training, test, discussion, bulletins provided by fast food, the politics and values of the company that, often, brings losses to the employee, whether in health or in entitled to claim collective struggles as working class.
Keywords: Habib's, fast food, capitalism, workers, management, human capital, subjectivity
3.4 O surgimento da gestão vertical do Habib´s e o apogeu da reestruturação produtiva .................................................................................................................. 87 3.5 Do Habib´s Master a Universidade Corporativa: a reprodução da organização e informação ............................................................................................................ 92 3.6 A formação dos trabalhadores do Habib´s em Manaus: Motivação e o “espírito” da proatividade ...................................................................................... 99 3.8 A personificação do empreendedorismo: A formação do homem contemporâneo para além do ambiente do trabalho Habib´s ........................... 101 3.9 A satisfação do cliente e o bem comum: Formas de chamar a lucratividade. ................................................................................................................................ 104
4. O colaborador do Habib´s em Manaus: O falso estreitamento de laços entre empresa e empregado .......................................................................................... 105 4.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................,
REFERÊNCIAS........................................................................................................
APÊNDICE................................................................................................................
A pesquisa objetiva buscou compreender como as transformações no mundo do trabalho tem implicado em mudanças na subjetividade do trabalhador, a partir da análise do processo de formação e gestão do processo de trabalho no setor de serviços, especificamente nas redes de fast-food.
A escolha do setor de serviços e, particularmente, daqueles relacionados à alimentação rápida se justifica pela expansão desse tipo de atividade e por nela se encontrarem características que permitem refletir sobre mudanças mais abrangentes no processo de acumulação de capital visto de modo mais amplo.
O aumento da força de trabalho no setor de serviços está estreitamente relacionado, de um lado, à intensificação do processo de urbanização e, de outro, ao avanço da incorporação da tecnologia aos processos industriais. Para além dessas condições estruturais, registram-se os impasses e desafios, do ponto de vista do capital, de ajustar valores e crenças dos trabalhadores aos novos processos de trabalho. Nesse sentido, a questão central que norteia a presente pesquisa diz respeito ao modo do que é exigido na formação dos trabalhadores dos fast-foods.
Os valores difundidos pela empresa não se restringiam ao espaço do trabalho, envolviam concepções mais abrangentes que incluíam desde uma figura ideal de trabalhador até um ideal de cidadão, de partícipe da vida social. Ancorado a essas concepções podemos citar a teoria do capital humano (SCHULTZ, 1973). Essa teoria é retomada nos anos de 1990 e através dela surgem outras concepções do tipo ideal do trabalhador.
Nos estudos de Lopez-Ruiz (2004) mostra que os valores dos executivos transnacionais servem como exemplo de justificação de sucesso e profissionalismo em demais profissões. Duas qualidades pontua o autor essencial para o profissional: Instabilidade e adequação ao mercado de trabalho.
A instabilidade é entendida quando o trabalhador não deve fazer carreira apenas em uma empresa, é necessário que ele agregue valor trabalhando em diversas corporações possíveis. Contrário aos executivos dos anos de 1960 que eram bastante
de Boltanski & Chiapello (2009) e Lopes Ruiz (2004) elucidaremos que essa valores estavam presentes nas ideias da administração das empresas e legitimadas pelo neoliberalismo econômico orienta a concepção de mundo do trabalhador principalmente no ambiente de trabalho. Ainda que automação e as novas formas de regulamentação gerasse grande desemprego. O trabalhador ainda é indispensável para o capitalismo, pois sua potencialidade em criar e inovar é incalculável gerando grande riqueza para as empresas, porém, o que fora observado é que o aumento do patrimônio das empresas faz crescer o desgaste físico, mental comprometendo a saúde do trabalhador.
1. As transformações do capitalismo no mundo contemporâneo O capitalismo contemporâneo pode ser entendido como a exigência de acumulação ilimitada de capital por meios formais/legais para a sua aquisição. A finalidade dessa acumulação não é a perpetuação do poder e a manutenção do status quo do capitalista. As formas concretas de riquezas (imóveis, bens de capital, mercadorias, etc.) não têm interesse em si e, atualmente, podem ser empecilho na aquisição de mais capital por falta de liquidez. O objetivo do capitalismo é a acumulação e transformação permanente desse capital (serviços, matérias primas, componentes, etc.). Esse capital é constantemente investido, portanto, a sua circulação no mercado também é constante. Outro fator é a instabilidade causada pela relação extrema entre os capitalistas que disputam o poder dos consumidores e o mercado se apresenta de forma instável, acumulativa, constante e desterritorializada. Por sua vez, a figura do capitalista também não pode ser despercebida. Sendo o principal ator responsável pelo crescimento do capital, ele exerce pressões diretamente nas empresas para a maximização dos lucros. Seu grupo é bastante reduzido, porém formado por uma heterogeneidade de pessoas. O capitalista não possui estado ou nação e o seu grupo não é somente formado por acionistas (pessoas físicas capazes de direcionar os rumos do negócio diante do seu peso monetário), mas também se apresenta em organizações por pessoas jurídicas e dirigentes empresariais. Além deles, existem os holding^1 , multinacionais, bancos (e filiais) que possuem e controlam grande parte do capital mundial. No capitalismo, o trabalho se configura de forma assalariada, independente de suas formas contratuais jurídicas. Grande parte da população do planeta é assalariada. Os trabalhadores assalariados possuem pouco capital e a regulamentação do mercado não segue uma orientação em favor dos mesmos.
(^1) Uma sociedade gestora de participações sociais
É no “espírito do capitalismo” que se apresentam os valores e princípios necessários para a formação de um tipo de trabalhador. Tornando-se uma concepção e um estilo de vida ético. Sem isso, não seria possível mudanças nas novas formas de acumulação do capital.
Para Weber, o “espírito do capitalismo” será um estilo de vida e uma concepção de vida , cruciais para o surgimento e expansão do capitalismo tal como é conhecido pelas sociedades ocidentais modernas. [...] O estilo de vida que encarna o espírito do capitalismo tem de ser, por essa, necessariamente um estilo de vida ético. Um estilo de vida ético não é outra coisa do que um conjunto de ações usos e práticas consideradas por uma sociedade como válidos (LOPEZ-RUIZ, 2004, p.82-83) No mundo do trabalho, esses valores por sua vez são internalizados por meio de uma pedagogia da qual o trabalhador atua como executor e difusor de seus valores. Entretanto, é necessário observar que as mudanças sofridas no trabalho industrial (fordismo-taylorismo) e reestruturação produtiva sempre foram acompanhadas por uma gestão de trabalho específico, para forjar um trabalhador específico.
Não menos importante, a fluidez do capitalismo constante surgindo em boa parte do avanço tecnológico das indústrias, dos meios de comunicação e transporte, redireciona também o papel do Estado no que toca a respeito da regulamentação das leis e, com a globalização, os estados nacionais enfraqueceram ao ponto de sucumbir a uma grande parte de sua autonomia política e econômica.
1.1 A gestão do fordismo-taylorismo: O homem-máquina O taylorismo e o fordismo são formas de produção surgidas no século XX nos Estados Unidos, tendo como objetivo a organização e a produção na indústria, trazendo mudanças significativas no ambiente das fábricas. Ambos os sistemas buscavam a racionalização extrema da produção associada à maximização do lucro. O fordismo surgiu nos Estados Unidos na produção automobilística de Henry Ford que, integrando as ideias do engenheiro Frederick Taylor, criou-se um modo de produção conhecida como fordismo-taylorismo.
A teoria da Organização Científica do Trabalho de Frederick Taylor focava-se na execução de tarefa, na ética do trabalho árduo, na racionalidade econômica e individualismo. Taylor buscava o aumento da produtividade das máquinas e dos homens por meio da separação do planejamento e execução do trabalho. Nesse modo de produção em massa, o funcionário executava apenas o que é determinado pelos seus superiores. As atividades dos trabalhadores eram repetitivas e deveriam ser executadas em menor tempo possível.
A separação da execução, controle, concepção e a hierarquização do trabalho estavam também presentes em outras fábricas. Mas a importância do fordismo , isto é, sua característica peculiar é que a produção em massa se traduz em consumo de massa. E para isso, Henry Ford reconheceu a importância de criar um ensinamento doutrinário para formar um trabalhador voltado para a família, disciplinado e sem vícios. A gestão do trabalho implica na concepção de trabalhador que se almeja, daí o homem-máquina , pois, para Taylor, o trabalhador é apenas um executor, isto é, uma peça de máquina indispensável, mas substituível. E para Henry, isso somente é possível se for internalizado certos valores e princípios a serem seguidos por esse trabalhador.
O industrial americano se preocupa em manter a continuidade da eficiência física do trabalhador, de sua eficiência muscular-nervosa: é de seu interesse ter um quadro estável de trabalhadores qualificados, um conjunto permanentemente harmonizado, já que também o complexo humano (o trabalhador coletivo) de uma empresa é uma máquina que não deve ser excessivamente desmontada com frequência ou ter suas peças individuais renovadas constantemente sem que isso provoque grandes perdas (GRASMCI, 2007, p.267). Os métodos de trabalho e a maneira de viver a vida passam a ser indissociáveis. Forjar o trabalhador é construir um “tipo ideal” de cidadão, e para Henry Ford, o trabalhador ideal é o cidadão ideal, isto é, o “homem da boa moral e dos bons costumes”.
Trabalhador produtivo, consumidor disciplinado era o ideal de Homem no fordismo- taylorismo. O trabalhador era visto como uma máquina sendo necessário diminuir cada
Com o capitalismo estabilizado por meio do Estado-providência, expansão e amadurecimento das grandes indústrias, era proporcionada ao trabalhador uma segurança, isto é, uma empresa forte era a que tivesse muitos empregados. A partir de 1945 até os anos 1960 o capitalismo vivenciou os seus anos dourados.
O Estado, por sua vez, assumia uma variedade de obrigações [...] se esforçava por controlar ciclos econômicos com uma combinação apropriada de políticas fiscais e monetárias no período pós-guerra. Essas políticas eram dirigidas para as áreas de investimento público – em setores como o transporte, os equipamentos públicos etc. – vitais para o crescimento da produção e do consumo de massa e que também garantiam um emprego relativamente pleno. Os governos também buscavam fornecer um forte complemento ao salário social com gastos de seguridade social, assistência médica, educação, habitação, etc. (HARVEY, 1993, p.129). A produção fordista tornou-se modelo de produção internacional, a sua consolidação e expansão na pós-guerra fez com que buscasse mercado externo por meio de políticas impostas na ocupação do território estrangeiro, Plano Marshall^4 e investimento direto de capital americano. Isso porque as empresas americanas buscavam superar a produção interna. Por outro lado, o excedente produzido de bens de consumo dos Estados Unidos foi bastante absorvido no exterior, principalmente na Europa. O fordismo avança formando mercados globais e a absorção da população mundial na dinâmica de um novo capitalismo.
A sociedade comercial exigiu de si mesmo uma maior integração comercial. Essa dinâmica do capitalismo arrastou outras atividades: a criação de bancos, seguros, hotéis, aeroportos e o turismo.
A expansão internacional do fordismo ocorreu numa conjuntura particular de regulamentação política-econômica mundial e uma configuração geopolítica em que os Estados Unidos dominavam por meio de um sistema bem distinto de alianças militares e relações de poder (HARVEY, 1993, p.132).
(^4) Plano econômico criado no período da guerra fria pelo secretário dos Estados Unidos, George Marshall, com a finalidade de reconstruir os países capitalistas destruídos na segunda guerra mundial e fortalecer laços econômicos com esses países.
1.2 A expansão do capitalismo e a teoria do capital humano: O trabalhador enquanto propriedade a ser investida No final dos anos 1940, na escola de Chicago, o economista Theodore Schultz procurou dá explicações mais convincentes sobre as capacidades humanas e os ganhos que ela traz na produtividade. No seu trabalho, intitulado O capital humano: investimentos em educação e pesquisa , Schultz mostra que a expansão do capitalismo não se deu apenas no crescimento de postos de trabalho e desenvolvimento das indústrias. Para ele, a qualidade de trabalho não é computada na teórica econômica clássica que, na época, enfatizava o crescimento econômico intimamente ligado aos recursos humanos, território e industrialização.
Outro elemento apontado pelo economistas é que os recursos naturais não justificam a expansão econômica de um país, referindo-se à Suécia, Dinamarca e Japão. Esses países que tiveram sucesso econômico não atrelado aos seus recursos naturais. Para Schultz, a economia clássica negligenciava ver os humanos enquanto capital a ser investido.
A construção sistemática desta “teoria” deu-se no grupo de estudos do desenvolvimento coordenados por Theodoro Schultz [...] O enigma para a equipe de Schultz era descobrir o “germe”, a “bactéria”, o fator que pudesse explicar, para além dos usuários fatores A (nível de tecnologia), K (insumos de capital) e L (insumos de mão de obra), dentro da fórmula geral neoclássica de Cobb Douglas, as variações do desenvolvimento e subdesenvolvimento entre os países (FRIGOTTO, 2010, p.43-45).
A teoria do capital humano procurava responder a questões relativas ao aumento da produtividade no contexto da sociedade afluente. Desenvolvida como forma de superar as limitações das teorias da economia clássica na explicação do crescimento econômico nos Estados Unidos. Essa teoria propõe que o ser humano seja visto como alguém que tem valor e que esse valor é relativo ao investimento na sua educação e qualificação. Defendo a ideia de que as pessoas são partes importantes da riqueza das nações, a teoria parte do pressuposto que o ser humano é visto como um capital físico.