


























Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
ENTRE O AUTORITARISMO E A PERMISSIVIDADE
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
1 / 34
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
P O R T H A I S M. B A S I L E E D U C A D O R A P A R E N T A L P E L A P D A
A disciplina positiva foi criada e desenvolvida por Alfred Adler e Rudolf Dreikurs, ambos austríacos e psiquiatras estudiosos do comportamento humano. Adler foi um discípulo de Freud, mais tarde criando a psicologia do desenvolvimento individual.
Dentro dessa filosofia, eles estudaram a infância e os estilos de vida, motivações e crenças, que influenciam diretamente em como a criança irá se perceber e se comportar.
A disciplina positiva é um programa baseado nestes ensinamentos e tem como objetivo encorajar crianças e adolescentes a tornarem-se responsáveis, respeitosos, resilientes e com habilidades para solucionarem problemas.
Uma das principais descobertas da neurociência é que as crianças são essencialmente empáticas e colaborativas, podemos então ter influência para que isso se manifeste no dia a dia delas, se utilizando de firmeza e gentileza ao mesmo tempo, conceito
Ao contrário do que se pode pensar, não estamos falando de recompensar maus comportamentos , mas sim de trabalhar na autoestima e no relacionamento com a criança, focando na solução dos problemas e a encorajando, para que a criança seja a protagonista da resolução, aprendendo assim habilidades importantes pro seu futuro e para que desenvolva seu senso de aceitação e importância.
Quando dizemos que o maior trabalho é o relacionamento com a criança, isso de maneira nenhuma significa que faremos tudo que a criança quer ou nos pede. Significa que o olhar da criança será respeitado, considerado e ela será tratada como parte importante daquela família, contribuindo na criação das regras, participando ativamente da resolução dos problemas e aprendendo a entender suas próprias necessidades e sentimentos.
O respeito mútuo é incentivado, os pais tornam-se guias e não chefes. Aprende-se empatia na prática,
pois ela é praticada diariamente pelos pais, assim como o autocontrole. Não estou aqui defendendo que exista um relacionamento perfeito, onde gritos e descontrole emocional nunca existam, porém na disciplina positiva isso se torna a exceção e não a regra. Não é correto que nós aprendamos a controlar nosso comportamento antes de querer ensinar isso às crianças?
Os adultos são inclusive livres para errar e fazer do erro grandes oportunidades de fazer tudo melhor do que antes. O erro das crianças em geral é visto como mau comportamento e precisamos saber separar o erro, a sobrecarga emocional e o mau comportamento propriamente dito. Podemos entender o erro como algo que se faça sem consciência da consequência ou acidentalmente, a sobrecarga como um momento de grande confusão emocional onde a criança perde momentaneamente o acesso à parte racional do cérebro ("birra") e o mau comportamento como uma ação para satisfazer uma necessidade, mas baseada em crenças equivocadas. O problema é que tratamos
positiva é esse: o mau comportamento é apenas a ponta, na base e embaixo d'água estão as crenças daquela criança e as suas necessidades, é ali que os pais que praticam a disciplina positiva vão atuar.
A frase "conexão antes da correção" trata exatamente disso: ao trabalharmos no relacionamento com a criança ou com o adolescente, modificamos as suas crenças, entendemos suas necessidades e o comportamento melhora por conta disso.
Fica claro então que a disciplina positiva vai muito além de um conjunto de técnicas para fazer as crianças e adolescentes "obedecerem" ou para calar seu choro. Entende-se também que a firmeza atrelada à gentileza é o uma alternativa viável ao autoritarismo, à negligência ou à permissividade. A disciplina positiva dispõe de mais de 50 ferramentas para nos ajudar a praticar o binômio firmeza+gentileza sem precisar recorrer ao grito, punição ou ameaça.
ameaças e gritos, estamos sem perceber quebrando a conexão com eles, além de estar contribuindo para que entendam que são filhos ruins, ou que a saída é sempre se afastar do problema, ou ainda que eles SÃO o problema.
Se, por outro lado, trabalhamos na conexão e no senso de importâcia dessa criança, passamos a idéia que eles estão acima de qualquer mau comportamento que pratiquem. Importante ressaltar que fomentar o senso de importância não é igual a elogiar a criança. Os elogios são parte de nossas expectativas, falamos "EU GOSTEI do seu desenho", enquanto na disciplina positiva utilizamos o encorajamento que, nesse caso, seria " vi que VOCÊ se esforçou bastante nesse desenho, vejo que VOCÊ está satisfeito com ele". A grande diferença de elogiar e encorajar é o foco no processo e não no resultado, no esforço e não na perfeição, na evolução diária e na comparação apenas consigo mesmo, sendo uma grande base de construção da conexão do adulto com a criança, porque fomenta a autoimportância.
Existem muitas outras formas de criar conexão com as crianças. Sempre peço para os pais pensarem em como criam conexão com seus amigos ou com seus parceiros de vida. Eles me respondem que é demonstrando suas emoções verdadeiras, sendo respeitosos, rindo junto, tentando criticar pouco, sem ofender a pessoa, agindo de maneira justa, incentivando a melhora da pessoa através de parceria e ajuda mútua, tratando aquela pessoa com consideração e respeito, agradecendo sempre que fizerem algo que consideram bom e pedindo ajuda de maneira respeitosa, quando precisam. E digo que com as crianças também é assim que criamos conexão.
O terceiro e importante pilar da disciplina efetiva é ter efeito de longo prazo. Falaremos mais dos males dos castigos e punições e esse é um dos motivos, eles não funcionam a longo prazo. É muito difícil que um castigo e punição seja dado só uma vez, muito pelo contrário: quando se utiliza dessa forma de disciplina, o aumento da rigidez é sempre necessário, porque a última punição não "surge mais efeito".
que se tornem pessoas boas porque entendemos que isso trará significado às suas vidas e que fará da sua comunidade um lugar melhor.
Para além desses motivos, sabe-se que pessoas responsáveis, conscientes e que possuem boas habilidades intrasociais, têm mais chances de sucesso em todas as áreas de suas vidas.
Na permissividade, ou na baixa firmeza+ alta gentileza, temos a liberdade sem ordem, escolhas ilimitadas, filhos que fazem o que querem.
Na negligência parental, temos firmeza e gentileza baixas, é o pior estilo parental porque a criança ou o adolescente estão sem rumo, sem cuidados, sem ordem, sem apego.
A disciplina positiva está no eixo contrário da negligência emocional, está no apego emocional. Significa que teremos ordem e teremos gentileza para que esta ordem se estabeleça. As escolhas individuais da criança e do adolescente são cerceadas pelo respeito a si mesmo e aos outros.
A atitude dos pais e educadores que escolhem as três abordagens é muito diferente: na autorit´ária, há controle excessivo, punição e rigidez: "estas são as regras e essa é a punição que terá se violar as regras".
Na permissiva, não existem regras: "tenho certeza que nós vamos nos amar e ser felizes e você será capaz de
fazer suas próprias regras no futuro."
Na negligente, não há regras, não há muito contato físico nem apego emocional, muito menos gentileza. Simplesmente não há presença suficiente para que a ordem ou a liberdade sejam definidos pelos pais.
Na disciplina positiva, há apego emocional (que é diferente de superproteção): as regras são responsabilidade de todos e definidas em conjunto sempre que possível, as soluções são o foco e, quando os pais precisarem usar seu discernimento para decidir algo, ao invés da agressividade e da rigidez, se utilizarão da firmeza gentil. As emoções são aceitas e os comportamentos é que são o foco da solução.