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adolescencia periodo de mudanças
Tipologia: Notas de estudo
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Não perca as partes importantes!
A adolescência é um tempo de intenso e rápido crescimento e desenvolvimento físico, psíquico e social, demandando um aumento das necessidades nutricionais assim como a habilidade do indivíduo em satisfazer estas necessidades.
O crescimento ocorre numa velocidade acelerada durante o estirão puberal, com um aumento médio de peso de 16 g/dia para o sexo feminino e 19g/dia para o sexo masculino. Nesta etapa, completa-se a construção mineral esquelética, através do crescimento máximo da massa óssea, fundamental para a manutenção esquelética e a prevenção da osteoporose. Neste período etário se intensificam as lesões da aterosclerose e também ocorre o pico de incidência de anorexia e bulimia nervosa. O "sobrepeso" e a obesidade causam efeitos prejudiciais décadas mais tarde. Portanto, a adolescência é um tempo crítico e oportuno para a prevenção e a intervenção precoce.(2)
Fatores de risco nutricionais
É importante considerar sempre as condições mais comuns que afetam o estado nutricional dos adolescentes:
suplementos dietéticos. Todas estas situações são freqüentes entre adolescentes desde o momento em que eles começam a sair do controle e da supervisão familiar no planejamento das refeições, na compra dos alimentos e nos horários de refeições. A condição sócio-econômica pode agravar estes problemas e a pobreza acresce outros, tais como a indisponibilidade de certos alimentos fundamentais, além das dificuldades relacionadas à falta de refrigeração ou ao preparo e cozimento insatisfatórios. As doenças nutricionais mais comuns:
Orientação nutricional
Principais necessidades nutricionais
Principais distúrbios nutricionais Anemia por deficiencia de ferro: pode ser definida por uma taxa de hemoglobina menor que o ponto de corte para idade, sexo, raça, usando critérios diagnósticos do CDC, (8)^ mas sem qualquer dúvida há anemia num adolescente com a taxa menor que 11,6 g/ dl, ou hematócrito abaixo de 35%. Os androgênios da puberdade estimulam a eritropoietina resultando num aumento da hemoglobina com a evolução da maturação sexual. O início das menstruações aumenta as perdas de sangue e de hemoglobina que precisam ser repostas. Deve-se prescrever um suplemento de ferro em torno de 100 mg/dia. A contagem de reticulócitos deve aumentar em 10- dias e a taxa de hemoglobina deve estar normalizada em um mês após o tratamento adequado. Desnutrição crônica: muitas vezes pode passar despercebida em adolescentes de baixa estatura com atraso puberal, mas deve ser sempre considerada como um diagnóstico provável nos adolescentes com deficits de IMC/idade < 5 percentil (igual ou menor que 5) e história positiva para situações de maior risco, como parasitoses, infecções crônicas, pobreza, desintegração ou falta de vínculos afetivos, familiares ou sociais e/ou evasão escolar.
O papel da recuperação nutricional com alimentos de baixo custo mas de alto valor nutritivo é fundamental para o adolescente romper este ciclo vicioso e recuperar seu potencial genético de crescimento e desenvolvimento.
Anorexia nervosa: inanição auto-induzida, mais freqüente em adolescentes do sexo feminino, que apresentam padrão alimentar desordenado e restritivo, com distúrbio da imagem corporal, baixo peso, com recusa de manter o peso ideal > 85% do esperado para idade e altura, e amenorréia. Muitos outros sinais clínicos, como palidez, carotenemia, pele ressecada com lanugo, equimoses, extremidades frias, podem estar associados com problemas psicológicos como depressão, distúrbio obsessivo-compulsivo, hiperatividade, disfunção familiar e pressões sociais para se manter magra apesar da intensa e abrupta perda de peso. Realimentação é o principal objetivo do tratamento, com aumentos graduais da "ingesta" calórica, para se evitar outros disturbios metabólicos como edema e complicações cardíacas ou gastrintestinais. A psicoterapia, e a terapia familiar também estão indicadas como modalidades de tratamento complementar.
Bulimia nervosa: também um disturbio alimentar que afeta mais adolescentes do sexo feminino, podendo anteceder ou alternar com sintomas de anorexia. São períodos de inanição seguidos por voracidade descontrolada e "purgação", que pode se manifestar por vômitos auto- induzidos, ou o uso de diuréticos, laxantes ou exercícios excessivos. Estes ciclos de voracidade/purgação devem ocorrer pelo menos 2 vezes por semana nos últimos 3 meses da avaliação, para confirmar o diagnóstico. Os vômitos ocasionam aumento de parótidas, perda do esmalte dentário e cicatrizes sobre os dedos (sinal de Russel). Pode ou não haver perda de peso ou períodos de amenorréia, mas a adolescente permanece com distúrbio da imagem corporal e sintomas de insatisfação com o corpo.
Enquanto que na anorexia a personalidade é de "bom comportamento", tímida e isolada, na bulimia pode ser promíscua, com abuso de drogas e episódios de "atuação" ("aprontar" riscos). O tratamento é centrado na terapia de comportamento cognitivo e nos antidepressivos (inibidores da captação de serotonina ou tricíclicos). A terapia nutricional deve enfocar a normalização do padrão alimentar, a reversão da recusa dos alimentos e o controle da voracidade. A perda de peso deve ser desencorajada até se estabelecer padrões normais de equilíbrio alimentar. Aterosclerose: Os fatores de risco são facilmente identificados, portanto podem ser planejadas intervenções adequadas e ações de prevenção: história familiar de problemas cardíacos ou obesidade, alta taxa de colesterol, dislipidemia, hipertensão arterial, fumo, vida sedentária. O rastreamento começa com a história familiar, se o pai ou avós tiveram sintomas de enfarte, derrame ou quadro similar antes dos 55 anos ou, se o colesterol estiver acima de 240 mg/dl, deve-se realizar no adolescente dois exames de perfil lipídico em jejum. Se o valor estiver dentro dos limites normais, a recomendação é repetir o teste em 5 anos. Valores limítrofes devem resultar numa avaliação dos fatores de risco nutricionais com mudanças de hábitos alimentares e repetição dos exames a cada ano. A modificação da dieta deve alcançar dois objetivos principais: a diminuição do conteúdo total de gorduras (em média não mais que 30% das calorias totais), das gorduras saturadas (menos que 10% das calorias totais) e diminuição do colesterol (menos que 300 mg/dia), além do controle do peso (IMC próximo ao percentil 50). As proteínas devem representar cerca de 15 a 20% e os carboidratos 55% das calorias totais. A prática de exercícios deve ser incentivada. O tratamento farmacológico da hipercolesterolemia está indicado nos adolescentes com níveis de colesterol - LDL acima do percentil 99 com história familiar positiva. Obesidade: as definições de sobrepeso e obesidade dependem de vários critérios. Geralmente, usamos o consenso, publicado pela Organização Mundial de Saúde(6)^ de IMC/idade >85 percentil para sobrepeso e IMC/idade
30 kg/m2 para obesidade. Uma revisão recente, realizada por autores americanos,(10)^ considera o IMC entre os percentis 85 e 95 como de alto risco para obesidade e >95 como obesidade, para adolescentes. As principais mudanças na dinâmica da família, na sociedade, no abastecimento de alimentos e no tempo de atividade de lazer, todas elas causaram um impacto sobre o aumento dos índices de obesidade. A história familiar é importante porque o risco é de 30% se um dos pais for obeso e de 70% se os dois forem.