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Trabalho sobre descolamento prematuro de placenta
Tipologia: Trabalhos
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Não perca as partes importantes!
1 Placenta
Vital para o feto, a placenta se forma como um órgão especial para a ele servir. Serve como pulmão, trato intestinal e rins para o feto, funcionando como um órgão para troca de nutrientes entre mãe e feto, também como órgão endócrino produzindo hormônios para manutenção da gravidez. A característica funcionante da placenta inclui diversas atividades como o transplante de oxigênio e metabólitos, eliminação de produtos degradados pelo feto, e a produção de hormônios protéicos e esteróides para suprir as necessidades do feto (ZIEGEL; CRANLEY, 1986).
De acordo com Ziegel e Cranley (1986) a placenta é descolada da parede uterina juntamente com as membranas fetais imediatamente após o nascimento. Ao fim da gestação, a placenta se encontra achatada, regularmente arredondada e esponjosa, direcionando-se a margem onde estão as membranas fetais delgadas. Pesa cerca de 500 a 600g variando de acordo com tamanho da criança.
2 Descolamento Prematuro de Placenta (DPP)
É caracterizado pelo deslocamento espontâneo parcial ou total da placenta durante a gestação a partir de 20 semanas ou no primeiro e segundo períodos do parto. É uma complicação obstétrica, exige diagnóstico precoce, soluções urgentes e causa freqüente numero de mortes perinatal e materna. Já recebeu denominações como abruptio placentae, apoplexia uteroplacentária e hemorragia retroplacentária (CORRÊA, 1999).
Existem 2 tipos principais de DPP: descolamento com hemorragia oculta, que é mais perigoso devido a não identificação do sangramento que fica confinada na cavidade uterina e descolamento com hemorragia externa. A classificação mais empregada no DPP é dividida em 4 graus, sendo os seguintes: Grau 0 onde o mesmo é assintomático e diagnosticado após o parto quando descobre um coágulo retroplacentario
pequeno. Grau 1 quando há sangramento vaginal, sem sinais de choque materno ou sofrimento fetal. Grau 2 onde pode haver ou não sangramento externo, não há sinais de choque materno e há sinais de sofrimento fetal e o Grau 3 onde pode haver ou não sangramento extenso, dor abdominal persistente, choque materno e morte fetal (KNUPPEL; DRUKKER, 1996).
2.1 Etiologia
De acordo com Lemoine (1980) a etiologia do DPP divide-se em: Descolamentos traumáticos (exemplos: queda ou traumatismo sobre o abdome, versão por manobra externa e cordão muito curto) e os Descolamentos espontâneos (exemplos: síndromes vasculorrenais e intercorrência inopinada)
2.2 Incidência
Segundo Knuppel e Drukker (1996) a incidência de DPP é de 1 para 250 a 1 para 155 de gestações, sendo as de grau 3 possuem incidência de 1 para 500 gestações. Contrapondo essa afirmativa Corrêa (1999) afirma que não existem números confiáveis para esse problema obstétrico variando conforme o local de pesquisa.
2.3 Causas
Não existem causas exatas de DPP, mais parecem ser fatores predisponentes as seguintes condições: trauma abdominal, cordão umbilical curto, polihidramnio, descompressão súbita do uterino, miomas, anomalias uterinas, oclusão da parte inferior da veia cava inferior, placenta circunvalata e distúrbios hipertensivos.
Habitualmente os casos mais graves são anunciados pelos sinais e sintomas, deve-se afastar a placenta previa e outras causas de sangramento vaginal através da inspeção clinica e Ultrassonografia.
2.6 Tratamento
Por ser um problema agudo e passível de complicações, para tratar DPP devem-se adotar medidas rápidas e apropriadas que, variam conforme estado materno e fetal. Eleva-se a taxa de morbimortalidade materna e perinatal quando ocorre o atraso no diagnóstico e na terapêutica. A solução definitiva para o caso é a extração fetal e placentária, o que nem sempre pode ou se deve fazer de imediato, pois a precipitação pode agravar o problema (CORRÊA, 1999).
Para tratar DPP devem-se seguir os seguintes princípios: 1) Regra dos 30 (manutenção do débito urinário mínimo de 30 ml/hora e hematócrito de 30%, de infusão endovenosa de cristalóides ou por transfusão sanguínea), 2) Realiza o parto o mais rápido possível independente do estado do feto, 3) Faz-se precocemente Amniotomia com a finalidade de diminuir a amnioinfusão na corrente circulatória da gestante e 4) monitoramento intensivo dos sinais vitais maternos e fetais (KNUPPEL; DRUKKER, 1996).
A amniotomia propicia a saída do liquido amniótico contribuindo para a redução da hipertonia uterina e melhora as condições fetais quando o feto ainda está vivo. Também diminui riscos de embolia, confirma o diagnostico de DPP com ausência de sangramento externo, reduz a duração do período de dilatação e ajuda na decisão da via de extração do feto (CORRÊA, 1999).
Conforme Corrêa (1999) a extração fetal e placentária via transabdominal, mesmo sendo a mais rápida, nem sempre é a recomendada. Em pacientes já em trabalho de parto, a via transpélvica é a melhor solução, porém exige que a dilatação seja superior a 5 cm e as condições materna e fetal estáveis, sendo a solução para os casos de feto morto sem hemorragia retroplacentaria. Na existência de hemorragia recomenda-se extração fetal e
placentária rápida pela via abdominal. A cesárea tem indicação absoluta em pacientes com hemorragia retroplacentária e hipertonia uterina acentuada.
2.7 Complicações
O DPP é responsável por níveis elevados de morbimortalidade perinatal: sofrimento ou morte fetal. As complicações maternas são graves, ou até mesmo fatais como hemorragia pós-parto por causa da hipotonia uterina, que ás vezes é necessário extração uterina, sendo que a conduta para evitar o mesmo é a ligadura das artérias ilíacas. A embolia do líquido amniótico é outra complicação quase sempre fatal. Uma das complicações mais graves de DPP é a discrasia sanguínea, porém a mesma pode ser superada com emprego correto de medicamentos de acordo com o fator causal. Para a detecção de discrasia sanguínea e necessário a solicitação de dosagem de fibrinogênio, tempo de tromboplastina parcial, teste de coagulação e contagem de plaquetas (CORRÊA, 1999).
Após a extração fetal e placentária podem sobrevir algumas complicações como: choque grave (sobretudo por ocasião da expulsão da placenta), anúria (transitória ou definitiva) e hemorragias graves por desfibrinação (LEMOINE, 1980).
2.8 Conduta médica e de enfermagem
As condutas para os casos de DPP são as seguintes: Controlar hemorragia e reverter choque (Controlar sinais vitais e BCF para detectar choque iminente e vitalidade fetal, avaliar perda sanguínea e comparar com sinais vitais, cateterizar veia e administrar líquidos parenterais ou sangue para repor perda sanguínea e evitar choque, requisitar hemograma e dosagem de fibrinogênio plasmático com freqüência e aliviar dor), descompressão uterina e indução do parto (realizar o parto o mais precocemente possível, rotura ampla
ZIEGEL, E. E; CRANLEY, M. S. Enfermagem Obstétrica. 8 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1986. 696p.