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A depressão de Charles Spurgeon
Tipologia: Traduções
Oferta por tempo limitado
Compartilhado em 12/06/2021
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Richard Winter Autor do livro “ When Life Goes Dark: Finding Hope in the Midst of Depression ” Diretor do Conselho do Covenant Theological Seminary St. Louis, Missouri
Zack Eswine é um pastor com a mente de um acadêmico e o coração de um poeta. Sua sabedoria, que bebeu das lutas de Charles Spurgeon contra a depressão, é teologicamente profunda e pastoralmente lúcida. Recomende este livro a qualquer pessoa que você conheça e que tenha se perguntado sobre depressão, ministério pastoral ou Deus.
Jason Byassee Autor de “ Discerning the Body: Searching for Jesus in the World ” Pastor Senior da Boone United Methodist Church Boone, North Carolina
O rio da vida frequentemente flui através de pântanos de desânimo. Charles Spurgeon sabia muito bem disso. Conhecia a depressão. Conhecia o Deus de quem a vida flui. Repito o mesmo acerca de Zack Eswine neste livro excepcional, renovador e sóbrio. O livro é um comentário detalhado e uma meditação sobre a experiência de Spurgeon. Eswine aponta continuamente para a realidade de que, para Spurgeon, a depressão permanece sendo uma experiência intrinsecamente humana. Muitas vezes, em nossos dias, a depressão é reinterpretada como uma “coisa”, tornada um objeto restrito a um diagnóstico meramente médico e alienado de nossa condição humana. Este livro nos abre um horizonte de esperança — sem explicações reducionistas, sem respostas mágicas. Leia-o e o considere profundamente.
Diretor Executivo da CCEF Editor Senior, Journal of Biblical Counseling
A Depressão de Spurgeon: Esperança Realista em meio à Angústia Traduzido do original em inglês: Spurgeon’s Sorrows: Realistic Hope for those who Suffer from Depression
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
E79d Eswine, Zack, 1969-
A depressão de Spurgeon : esperança realista em meio à angústia / Zack Eswine – São José dos Campos, SP : Fiel, 2015. 2Mb ; ePUB Tradução de: Spurgeon's Sorrows. Inclui referências bibliográficas ISBN 978-85-8132-309- 1.Sofrimento – Aspectos religiosos – Cristianismo.
CDD: 234.
Caixa Postal, 1601 CEP 12230- São José dos Campos-SP PABX.: (12) 3919- www.editorafiel.com.br
Prefácio à Edição em Português
PARTE 1 – BUSCANDO ENTENDER A DEPRESSÃO Capítulo 1 – A Estrada da Aflição Capítulo 2 - A Depressão e nossas Circunstâncias Capítulo 3 - A Doença da Melancolia Capítulo 4 - Depressão Espiritual
PARTE 2 - APRENDENDO A AJUDAR OS QUE SOFREM DE DEPRESSÃO Capítulo 5 - Diagnóstico Não Cura Capítulo 6 - Uma Linguagem para as nossas Aflições Capítulo 7 - Ajudas que Fazem Mal Capítulo 8 - Jesus e a Depressão
PARTE 3 - CONHECENDO FORMAS DE AJUDA PARA LIDAR DIARIAMENTE COM A DEPRESSÃO Capítulo 9 - Promessas e Orações Capítulo 10 - Ajudas Naturais Capítulo 11 - O Suicídio e a Escolha pela Vida Capítulo 12 - Os Benefícios da Aflição
Externo aqui os meus agradecimentos à congregação de Riverside Church, no contexto da qual escrevo este livro. Em particular, devo-lhes muito pelo tempo dedicado, pela parceria e pelos conselhos de Jonathan e Liz Block, Sam e Greta Coalier, Ray e Donna Hagerty-Payne, Jason e Natalie Wilson, Margaret Wolfinbarger. Juntamente com o Dr. Richard Winter, vocês me ajudaram a crescer.
“ Sou o alvo de depressões de espírito tão assustadoras que espero que nenhum de vocês jamais tenha que passar por tais extremos de desgraça .”^1
“ Cuidamos das doenças do corpo muito prontamente. Elas são muito dolorosas para nos permitir dormir em silêncio e logo nos impelem a procurar um médico ou cirurgião para nos curar. Oh, quem dera fôssemos assim tão atentos em relação às mais sérias feridas de nosso homem interior .”^2
“ Eu sei, pessoalmente, que não há nada no mundo que o corpo físico possa sofrer que se compare à desolação e à prostração da mente .”^3
CHARLES HADDON SPURGEON
Um segundo aspecto a ser observado no cuidado pastoral de Spurgeon é o seu meticuloso esforço por encontrar o ensino das Escrituras Sagradas acerca do “coração” e “alma” humanos. Isto é, ele esforçou-se para alcançar uma compreensão bíblica daquilo que se convenciona chamar de “vida interior” do homem, e da relação que esta possui com o comportamento exterior. Depois de Cristo, há de se duvidar que algum personagem bíblico tenha conhecido tão bem a alma humana quanto Davi; também é de se duvidar que alguém tenha conhecido tão bem o coração de Davi quanto Spurgeon. A opus magna de Spurgeon é O Tesouro de Davi , cujos volumes contêm uma profunda investigação dos Salmos e nos oferecem uma igualmente profunda percepção da alma humana. A convicção de Spurgeon era que a revelação divina que está na Bíblia não oferece apenas a verdade fidedigna e mais elevada acerca de Deus, mas também da verdadeira e mais profunda natureza humana. Desta forma, somente à luz das Escrituras o ser humano é capaz de perceber desde o começo a realidade sobre o próprio coração, em vez de ficar tateando sem rumo no escuro, ou, por fim, acabar em um beco sem saída. Em seu cuidado pastoral, Spurgeon procurava chegar perto do coração de sua ovelha. É no coração que o ser humano se encontra posicionado, para bem ou para mal, em relação a Deus ou aos ídolos. Foi para tal profundidade interior que ele procurou dirigir o seu cuidado pastoral. Um terceiro aspecto é que Spurgeon, submetido à luz da Escritura Sagrada, e tal como aprendia dos sábios dos tempos bíblicos, notavelmente no Antigo Testamento, também não se esquivou de observar a pessoa humana neste mundo “debaixo do sol”, criado por Deus e regulado por leis que Ele mesmo estabeleceu. Protótipos dos conselheiros encontrados no registro bíblico, os sábios, orientados pelo princípio do “temor do Senhor”, observavam com discernimento e judiciosamente o mundo criado por Deus, a fim de extrair compreensões acerca da pessoa humana, inclusive em sua própria experiência, confrontando-as com a palavra normativa e autoritativa do Senhor. O sábio do
Antigo Testamento é alguém distinguido por uma sabedoria que lhe dá discernimento, critério e medida justamente por observar e refletir na Escritura e na criação, no temor e amor a Deus. Deste movimento, derivava um conhecimento que não era apenas descritivo mas também prescritivo, como se pode observar com clareza no livro de Provérbios. O leitor observará a prática de tal princípio aqui neste livro, onde Spurgeon recorre, inclusive, à sua experiência pessoal. Assim, afirmados os indubitáveis compromissos de Spurgeon com a Bíblia, é necessário lembrar que nem tudo o que podemos saber sobre o homem está registrado na Bíblia. A Bíblia não nos dá uma resposta concreta e específica a toda e qualquer pergunta. Nesse sentido, Spurgeon, alinhado à tradição reformado-puritana, encontrava o seu ponto de partida na Bíblia, e usava a luz esplêndida que a Bíblia lança sobre toda a criação a fim de adquirir mais conhecimento sobre o homem por meio da observação, e para interagir criticamente com áreas mais específicas de pesquisa e experimentação. Ele esforçava-se por responder, ao espírito e à luz da Bíblia, as questões não tratadas diretamente pela Bíblia. Sua intenção era, entretanto, ser fiel à Bíblia, a saber, fiel à forma ou ensino pelo qual a Bíblia em geral se expressa, embora procurasse derivar dela o seu conhecimento mais essencial e profundo acerca do ser humano. Devotado à pregação, ao ensino e à aplicação bíblica, a abordagem de Spurgeon era, definidamente, aquela denominada de Sola Scriptura (“somente a Bíblia”), não postulando, portanto, a abordagem geralmente conhecida como Nuda Scriptura (“a Bíblia sozinha”). Dessa maneira, em quarto lugar, o leitor poderá observar neste livro que Spurgeon não estabelecia uma abordagem aprioristicamente antitética entre o seu cuidado pastoral e os estudos ou conclusões das ciências, e particularmente no assunto aqui abordado, da medicina e de pesquisas psicológicas de seus dias. Nisso, mais uma vez, ele se encontrava alinhado com a fé reformada, notadamente a puritana, a qual valorizou grandemente a experimentação empírica. Através da história do cristianismo, a ciência tem
1691), Timothy Rogers (1658–1728), em seu volumoso tratado sobre os problemas da mente e a doença da melancolia, Jonathan Edwards (1703-1758) e muitos outros. O cuidado pastoral desses homens expressou a abordagem puritana padrão para a depressão, conquanto também tenha havido alguma variação quanto ao foco ou contexto. Assim, é compreensível que nessa tradição, Richard Baxter tenha recomendado medicamentos em um dos seus sermões sobre o assunto, e Thomas Brooks (1608–1680) tenha escrito em uma nota de rodapé que “a cura da melancolia pertence ao médico em vez do ministro religioso; a Galeno em vez de Paulo”. Pela época de Spurgeon, já estava grandemente superado o conceito humoral de melancolia, que se supunha resultar da prevalência de um fluido que modulava o temperamento. Não obstante, permanecia o entendimento de que ela resultava de causas naturais (“constitucionais”) e de que podia ser detectada por meio de observação empírica, inclusive pelo ministro em seu cuidado pastoral. Neste particular, no século dezenove, Spurgeon não era exatamente um “inovador” nessa abordagem poimênica; ao contrário, era herdeiro e o último grande representante dela, antes do alvorecer do século vinte. Por fim, é muito significativo que Spurgeon, igualmente alinhado na mesma tradição puritana, haja tratado ampla e regularmente deste tema em sua pregação. Neste tempo em que os mais maduros expositores bíblicos acautelam-se, com razão, de uma sermonística degenerada em discursos de autoajuda, é igualmente vital resgatar o entendimento de que os sofrimentos e problemas no cotidiano das pessoas não podem ser negligenciados pelo cuidado pastoral de um modo mais amplo e pelo púlpito em particular. O livro que o leitor tem em mãos pode contribuir para uma pastoral reformada no contexto do sofrimento. Zack Eswine encontra em Spurgeon grande encorajamento para o problema que também conhece por experiência pessoal. A sua intenção é que “as aflições de Spurgeon” ofereçam “esperança realista para aqueles que sofrem de depressão”. E o autor sublinha que “a esperança realista é algo saturado de Jesus”. O profeta Isaías apresenta Cristo
como “homem de dores e que sabe o que é padecer” (Is 53.3), e o escritor da Epístola aos Hebreus enfatiza que “não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado” (Hb 4.15); logo, “naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados” (Hb 2.18). Neste livro, o leitor encontrará a conclusão de Spurgeon de que a “simpatia” de Cristo com os nossos sofrimentos inclui o sofrimento mental. A pessoa que sofre de depressão pode, então, encontrar em Cristo um bom amigo para a sua aflição, pois Cristo sabe o que é este padecer.