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Deficiência Hídrica Florestal
Deficiência hídrica no solo e seu efeito
sobre transpiração, crescimento e
desenvolvimento de mudas de duas
espécies de eucalipto
Fabrina Bolzan MartinsI; Nereu Augusto StreckII; Joel Cordeiro da SilvaIII; Weslley Wilker MoraisIV; Felipe SusinIV; Márcio Carlos NavroskiIV; Magnos Alan VivianIV IDoutoranda em Ciência Florestal, Departamento de Engenharia Florestal,
Universidade Federal de Viçosa – UFV. Av. PH Rolfs s/n, CEP 36570-000 Viçosa (MG). Bolsista do CNPq. IIProfessor do Departamento de Fitotecnia, Universidade Federal de Santa Maria –
UFSM. Av. Roraima 1000, CEP 97105-9000 Santa Maria (RS). IIIProfessor do Centro Federal de Educação Tecnológica de São Vicente do Sul –
CEFET/SVS. Rua Vinte de Setembro s/n, CEP 97420-000 São Vicente do Sul (RS). IVAlunos de Graduação em Engenharia Florestal, UFSM
Introdução
• A água é um recurso natural valioso e
certamente o elemento mais importante para a
vida dos animais e vegetais, pois é necessária à
maioria das funções vitais, reações e rotas
metabólicas.
• A redução da água disponível no solo para a
planta influencia negativamente o seu
crescimento e desenvolvimento (Sinclair &
Ludlow, 1986). Dessa forma, a produtividade
agrícola e florestal é influenciada pela
disponibilidade de água no solo.
- A deficiência hídrica pode afetar o crescimento e
desenvolvimento de espécies florestais em qualquer fase
de seu ciclo.
- Existem vários índices que podem ser utilizados para
expressar a quantidade de água no solo e, a partir deles,
pode-se determinar-se o déficit hídrico no solo, como, por
exemplo, quantidade total de água armazenada (QTA),
capacidade de armazenamento de água disponível (CAD),
fração de água disponível (FAD) e fração de água
transpirável no solo (FATS).
- O objetivo deste trabalho foi quantificar a influência do
déficit hídrico no solo sobre a transpiração e sobre alguns
parâmetros de crescimento e desenvolvimento em mudas
de Eucalyptus grandis e Eucalyptus saligna. Essas espécies
foram escolhidas por representarem, respectivamente, 30
% e 10 % da área plantada com eucalipto no Estado do Rio
Grande do Sul, além de serem objeto de controvérsia e
debate de acordo com a eficiência no uso da água
(Kallarackal & Somen, 1997).
- A deficiência hídrica foi imposta quando as plantas tinham em
média 20 folhas acumuladas, quando foi suprimida a reposição de
água no tratamento com deficiência hídrica. Para garantir que a
água fosse perdida apenas através da transpiração das plantas,
todos os vasos foram cobertos por um filme plástico branco, a fim
de minimizar a perda de água pela evaporação do solo. Os vasos
foram saturados com água, deixados drenar por 10 h para atingir
a capacidade de campo e pesados para determinar a massa
inicial. A partir de então, foi aplicada a deficiência hídrica nos
vasos do T2, os quais não foram mais irrigados até o final do
experimento. Diariamente, ao final da tarde, todos os vasos foram
pesados. Logo após a pesagem, os vasos do T1 foram irrigados
com a quantidade de água perdida pela transpiração das plantas,
determinada pela diferença entre a massa do vaso no dia
específico e a massa inicial (primeiro dia em que foi aplicada a
deficiência hídrica). O término do experimento foi considerado
quando as plantas do T2 atingiram uma taxa de transpiração
relativa (TR) de 10%, comparada com as plantas do T1, calculada
pela equação (Sinclair & Ludlow, 1986):
- O E. saligna teve maior transpiração e consumiu mais
água diariamente que o E. grandis no T1, em ambas as
épocas de semeadura (Quadro 2), o que está
relacionado com a maior área foliar encontrada nesta
espécie (Whitehead & Breadle, 2004). No T2 da
primeira época de semeadura, o Eucalyptus saligna
apresentou transpiração e consumo de água similares
aos de E. grandis, diferentemente da segunda época
de semeadura no T2, quando o E. saligna teve uma
transpiração e consumo de água menores do que os
do E. grandis. Houve redução na transpiração e no
consumo de água no T2, em ambas as espécies, graças
à redução na área foliar, tendo sido essa redução na
área foliar maior no E. grandis. No E. saligna , houve
maior redução na transpiração e no consumo de água,
apesar da menor redução na área foliar, pelo fato de
tal espécie apresentar maior controle na abertura e
fechamento estomático (Silva et al., 2004).
Conclusões
• 1. O crescimento e o desenvolvimento de mudas
de eucalipto foram afetados pela deficiência
hídrica, antes mesmo de ser a transpiração
afetada pela redução da água no solo.
• 2. O início da redução da transpiração, indicativo
do início do fechamento estomático, mostrou-se
dependente das condições climáticas e
aumentou com a temperatura ambiente.
• 3. Os valores de FATS para as duas espécies de
eucalipto foram maiores do que os da maioria
das culturas anuais e perenes estudadas,
indicando boa adaptação dessas espécies à
deficiência hídrica no solo.