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Apostila citros
Tipologia: Notas de estudo
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Compartilhado em 22/10/2010
4.7
(287)188 documentos
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1 – Introdução
De origem asiática, as plantas cítricas foram introduzidas no Brasil pelas primeiras expedições colonizadoras, provavelmente na Bahia. Entretanto aqui, com melhores condições para vegetar e produzir do que nas próprias regiões de origem, as citrinas se expandiram para todo o país. A citricultura brasileira, que detém a liderança mundial, têm se destacado pela promoção do crescimento sócio-econômico, contribuindo com a balança comercial nacional e principalmente, como geradora direta e indireta de empregos na área rural. O estado de Minas Gerais ocupa o quarto lugar no cenário nacional entre os maiores Estados produtores de citros do país e, pelo seu tamanho e variedade agroclimática, possibilita uma citricultura diversificada e, de certo modo, regionalizada, com a produção de ótimas frutas frescas.
2 – Classificação Botânica
Os citros têm origem nas regiões tropicais e subtropicais do Continente Asiático e no Arquipélago Malaio.
Famílias: a) Meliáceas b) Simaruláceas c) Rutáceas
Espécies: Citrus sinensis Osbek – laranja doce C. deliciosa Tenore – mexirica do Rio C. limonia Osbek – limão cravo C. reshui Nortex-tan – tangerina Cleópatra C. paradisi – pomelo C. sunki Nortex Jan – tangerina sunki C. reticulada Blanco – tangerina pokan, cravo C. medica – cidra C. reticulada sinensis – tangerina murcot C. fortunella spp. – tangerina murcot C. aurantifolia swingle – lima ácida galego C. máxima – toranja C. latifolia Tanaka – lima ácida tarti C. aurantium – laranja azeda Poncirus trifoliata – limão azedo C. limon Burn – limão siciliano
3 – Descrição Botânica
Caule: tronco cilíndrico, com ramificação normal. Quando novo apresenta coloração verde e a medida que a planta envelhece esta coloração passa para o marrom. Os galhos e os ramos menores suportam a copa. A madeira é dura, compacta e de coloração amarelo-claro.
Raízes São do tipo pivotante atingindo 60cm na vertical e até 2m na horizontal.
Folhas São persistentes, verde-claro quando novas e passam para o verde mais escuro a medida que envelhecem. Variam de simples a compostas, unifoliatas, com limbos inteiros. Sua forma é elíptica, oval ou lanciolada e, de aspecto coreácea.
Flor São inflorescências solitárias ou agrupadas definidas ou não, do tipo cacho ou sub-tipo corimbo. Apresentam pedúnculo curto, liso e articulado. São pequenas, hermafroditas e apresentam coloração branca.
Fruto São hesperidium, podendo ser globulosos ou subglobulosos. Dividem-se em pericarpo e sementes.
4 – Utilização
O fruto é consumido na forma “in natura”, porém, 50 a 55% é industrializado para a produção de suco. O caule das plantas podem ser utilizados na forma de lenha. Algumas espécies são utilizadas na produção de ácido cítrico e também na produção de matéria-prima para a indústria farmacêutica.
5 – Valor Nutritivo – composição química
Composição Quantidade em % Água 86 a 92% Açúcar 5 a 8% Pectina 1 a 2% Lipídeos 0,2 a 0,5% Minerais 0,5 a 0,9% Nitrogenados 0,7 a 0,8% Óleos 0,2 a 0,2% Vitaminas, outros
6 – Principais produtores mundiais (em %)
Países % Brasil 21, USS 17, China 8,
Obs.: Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba 48% da produção de MG, num total de 30.800 há.
13 – Produção de Mudas
Atualmente, os órgãos controladores da fitossanidade em citros preconizam a produção em ambientes protegidos, porém, ainda ocorrem alguns viveiros a céu aberto porém, já sujeitos ao impedimento para comercialização das mudas produzidas.
F 0 A 7 espaçamento F 0 A 7 F 0 semeadura A 7 cobertura do canteiro F 0 A 7 F 0 sombreamento A 7 aclimatação e transplantio
11.1 Precoce: Hamlim, Piralima, Baia, Baianinha, sanguinea.
11.2 Semiprecoce: Barão, Westin, Rubi.
11.3 Tardia: Pera, Valência, Natal, Lima Tardia, Folha murcha.
F 0 A 7 Lima ácida e Limão Verdadeiro 11.4 Lima ácida Taiti 11.5 Lima ácida Galego 11.6 Siciliano 11.7 Limão Verdadeiro
F 0 A 7 Para Tangerinas 11.8 Precoce: cravo 11.9 Semi precoce: mexerica Rio 11.10 Tardia: Ponkan, Tangor Murcot 11.11 Outras: Dancy, Satsuma, King, Cristal, África do Sul ou Express.
F 0 A 7 Para Pomelos: Red Bulsh. (vermelho), Marsh seedless (amarelo), Rubi (vermelho).
1- Definir o que plantar, levando em conta dois aspectos fundamentais: o econômico e o técnico.
1.1- Econômico: prevenção da evolução da procura no mercado interno e externo e suas respectivas rentabilidades.
A exigência de água dos citros situa-se entre 1900-2400mm, com um mínimo ao redor de 1300mm; a falta de chuvas ou a distribuição inadequada podem limitar a produção: os rendimentos máximos são, em geral, obtidos em áreas irrigadas.
As exigências de temperatura são as seguintes:
Mínima: 10ºC Ótima: 20-30ºC Máxima: 35ºC
A Tabela abaixo resume as condições de clima que prevalecem nas principais regiões produtoras brasileiras.
Condições gerais de clima nos estados produtores.¹
Condição Região
SP, MG, RJ BA, SE RS
Altitude (m) 0-600 (500) 100-1300 50-
Chuva
(mm/ano) 1200- (1400)
(mm/primavera-verão) 1000 700 1000
Temperatura(ºC)
Média 21 25 19 Média mínima 9 10 4 Média máxima 36 38 30
Umidade relativa do ar (%)
¹ Números entre parênteses = médias.
Considerações abrangentes sobre solos para citros foram feitas por RODRIGUEZ (1984). STOLF (1987) deu atenção às propriedades físicas, particularmente à possibilidade de compactação. OLIVEIRA (1986) resumiu muito bem as exigências edáficas das plantas cítricas: “(1) o sistema radicular dos citros apresenta grande proporção nos 40- cm superiores, podendo se aprofundar até 5m; (2) são sensíveis à acidez e muito exigentes em magnésio e principalmente cálcio; (3) crescem bem em solos com ampla variação textural, porém são os de textura média (em torno de 20% de argila) os mais adequados; (4) nenhuma característica do solo é mais essencial para os citros do que a boa drenagem; raramente são encontrados bons pomares com plantas crescendo satisfatoriamente em menos de 100 cm de solo bem drenado;
(5) são plantas de folhas persistentes ao longo do ano, requerendo, portanto, água continuamente; (6) a fertilidade (natural) do solo, para citros, é menos importante que as características físicas.”
Os teores de argila ajudam a entender: drenagem e armazenamento de água e possibilidade de compactação e, junto com o teor de matéria orgânica (C %) os valores para soma de bases (S). A saturação em alumínio (m), tanto na superfície como em profundidade, conseqüência do baixo teor de cálcio no complexo de troca, representa uma “compactação química” ao crescimento das raízes, portanto, menor possibilidade de aproveitar água e nutrientes do solo ou do adubo aplicado: compare-se a Terra Roxa Estruturada com o Latossolo Vermelho Amarelo e as Areias Quartzosas.
As plantas cítricas são verdes durante o ano todo, não apresentando período de repouso e podendo viver vários séculos (SMITH, 1966ª). Apresentam dois ciclos anuais de crescimento:
De primavera= crescimento vegetativo e floral; De verão = principalmente vegetativo. O crescimento dos brotos termina com 3-9 folhas expandindo-se quase simultaneamente. As folhas podem persistir durante 1-3 anos, havendo então num mesmo ramo folhas de ciclos diferentes. Uma planta adulta apresenta 50 mil a 100 mil folhas, produzindo na primavera 10 mil flores, das quais somente 1.000 aproximadamente podem chegar à maturação que se completa entre 8 a 15 meses depois do florescimento. Temperaturas maiores que 35ºC durante 1-3 dias podem causar abortamento das flores. De acordo com ERICKSON (1968) são necessários 2,3 m² de folhas para produzir 1 kg de fruta em plantas com 9 anos de idade. No Japão foi estimado que devem existir 25 folhas para nutrir 1 fruto. O índice de área foliar (IAF) mais adequado está ao redor de 7 (7 m² de folhas para cada m² da área da copa projetada. As raízes apresentam baixa capacidade de absorção de nutrientes, o que tem sido atribuído ao pequeno número de pêlos absorventes. Mostram alta necessidade de oxigênio, embora alguns porta-enxertos, como trifoliata, sejam menos exigentes. A distribuição e a quantidade de raízes depende do porta-enxerto, da copa, da idade e das condições do solo. Laranjeiras adultas (10-23 anos de idade) têm cerca de 90% das raízes na profundidade de 60 cm. Entre 75 a 99% das raízes encontram- se na área compreendida num raio de 2 m a partir do tronco (MONTENEGRO, 1960). Embora as plantas possam viver dezenas de anos, mais de 1 século, a vida útil varia entre 20 e 30 anos, aproximadamente.
Estima-se que existam hoje 30 milhas de laranjais irrigados no estado de São Paulo (1998). O primeiro grande projeto de irrigação na citricultura paulista
influenciam: posição do talhão na área, combinação variedade-porta-enxerto, profundidade do sistema radicular e tipo de solo.
A solução técnica para o manejo racional da irrigação em pomares está no monitoramento rigoroso da umidade do solo. A introdução recente no Brasil do tensiômetro digital de punção tem contribuído para assegurar o sucesso da irrigação em citros. O que diferencia a nova tecnologia em tensiômetros é a alta precisão do leitor digital, associado ao baixo custo de instalação em larga escala do equipamento.
Fertirrigação, recurso poderoso.
A irrigação localizada, além de possibilitar a aplicação de adubos por seu intermédio, mostra vantagens inesperadas, como a melhor convivência das plantas com o amarelinho.
O grande interesse pela irrigação localizada se deve especialmente à economia de água, energia elétrica e mão-de-obra, além do substancial aumento de produtividade e qualidade das frutas por ela proporcionado. Verificou-se também que pomares irrigados de forma localizada convivem melhor com a clorose variegada dos citros (CVC).
Suas principais vantagens podem ser assim relacionadas:
Essas características criam as condições necessárias para a aplicação de fertilizantes via água de irrigação – fertirrigação -, que constitui a maior vantagem do sistema e a mais poderosa ferramenta para a condução da cultura.
Fertilizantes utilizados na fertirrigação
Nitrogenados
Sólidos Líquidos
Nitrato de amônio Uran
Nitrato de cálcio Sulfuran
Nitrato de potássio
Uréia
Sulfato de amônio
Potássicos
Sólidos
Cloreto de potássio (branco em pó)
Sulfato de potássio
Nitrato de potássio
Fosfatados
Sólidos Líquidos
MAP purificado Ácido fosfórico
Calagem e adubação dos citros
Critérios e Recomendação da Calagem e Adubação dos Citros
Dada a relação entre a disponibilidade dos nutrientes no solo, sua concentração no tecido vegetal, o crescimento e a produção de frutos, estudos desenvolvidos no Brasil, desde a década de 60, têm trazido contribuições significativas para o estabelecimento de padrões de interpretação e de manejo do estado nutricional dos citros através das análises químicas de solo e de folhas.
Análise de solo
A amostragem de solo para os citros é feita em glebas ou talhões homogêneos quanto a cor e textura do solo, posição no relevo e manejo do pomar, idade das árvores, combinações de copa e porta-enxerto e produtividade. As amostras de solo devem ser coletadas na faixa de adubação, nas profundidades de 0-20cm, com o intuito de recomendar a adubação e calagem, e 20-40cm, com o objetivo de diagnosticar barreiras químicas ao desenvolvimento das raízes, ou seja, deficiências de Ca com ou sem excesso de Al+3. Recomenda-se a coleta de pelo menos 20 subamostras que comporão a amostra representativa do talhão a ser encaminhada para o laboratório. As amostras, com cerca de 250cm 3 , devem ser secas ao ara e acondicionadas em sacos ou caixas de papel. A época mais apropriada para coleta é de fevereiro a abril, garantindo-se um intervalo mínimo de 60 dias após a última adubação. Para garantir maior eficiência e representatividade da amostragem, a coleta das subamostras deve ser feita com trados do tipo holandês, sonda ou similares. Os padrões de fertilidade do solo com base na amostragem da camada de 0-20cm foram obtidos com curvas de calibração das análises de macro (Quadro 1) e micronutrientes (Quadro 2) no solo, específicas para citros.
QUADRO 1 – Padrões de fertilidade para a interpretação de resultados de análise de solo para citros(1) Classes de teores
P-resina (mg/dm^3 )
(1)(mmol/dm 3 )
Mg (1) (^) (mmol/dm (^3) )
Saturação por bases (%)
plásticos e guardadas em geladeira, à temperatura aproximada de 5ºC, até o envio para o laboratório, num período inferior a dois dias após a coleta no campo.
Calagem
A avaliação da acidez do solo para a recomendação de calagem para citros é feita por meio da determinação da acidez tampão (H+AI), da soma de bases (Ca+Mg+K) e da capacidade de troca catiônica (CTC) a pH 7,0 (Sistema IAC de análise de solo). A necessidade de calcário é calculada para elevar a saturação por bases (V) a 70% na camada superficial do solo (0-20cm de profundidade). Este valor corresponde a pH 5,5 determinado em solução de CaCl 2. Recomenda-se também o manejo da calagem para elevar e manter os níveis de Mg no solo em pelo menos 4mmol/dm^3 ou, idealmente, 8mmol/dm 3. A produção máxima de
laranjas foi observada para valores de V de 60% e Mg no solo ao redor de 9, mmol/dm^3. O cálculo da calagem é feito com a seguinte fórmula:
NC = em que:
NC = necessidade de calagem, t/há; CTC = capacidade de troca de cátions, mmol/dm3; V 1 = saturação por bases atual do solo, da camada arável de 0-20 cm, %; V 2 = saturação por bases desejada para os citros, %; PRNT = poder relativo de neutralização total do calcário.
Para culturas perenes, como os citros, é importante fazer a correção da acidez antes da implantação do pomar, com a incorporação mais profunda possível do calcário. Além disso, recomenda-se a aplicação de uma quantidade adicional de calcário (250g/m de sulco) no sulco, onde serão colocadas as mudas, junto ao P, para estimular o crescimento do sistema radicular.
Adubação NPK
Trabalhos realizados no Brasil permitiram, pela primeira vez, fazer a calibração da análise de solo para P e K em citros, com base na extração com resina de troca iônica. Os resultados mostraram que a análise de solo é uma excelente ferramenta para o diagnóstico da disponibilidade desses elementos para os citros. Os limites das faixas de interpretação de teores (muito baixo, baixo, médio etc) para o K são semelhantes aos usados para as culturas anuais, mas, para o P, os valores para culturas perenes são um pouco mais baixos. Existe uma correlação bastante estreita entre os níveis de P no solo e a produção relativa de frutos de árvores adultas. A resposta da produção de frutos à adubação com K é também bastante significativa. O incremento da
produção é maior para valores muito baixos e baixo de K no solo, definidos de acordo com os padrões de fertilidade do solo. As tabelas de recomendação da adubação N, P e K para os citros são divididas em três fases na cultura: plantio, árvores jovens (até cinco anos de idade) e árvores adultas (em produção). Na implantação do pomar, recomenda-se a aplicação apenas de P nos sulcos, em doses que variam de 20 a 80g de P 2 O 5 /m linear de sulco, junto com o calcário. Para a fase de formação, as doses de N, P 2 O 5 e K 2 O recomendadas levam em conta a idade do pomar e os resultados da análise de solo para P e K para atender às necessidades de crescimento da copa e ao início de produção de frutos (Quadro 3).
QUADRO 3 – Recomendações de adubação para citros em formação, por idade e em função da análise do solo(1)
Idade (anos)
(g/planta)
P-resina (mg/dm^3 )
K trocável (mmol/dm³) 0-5 6-12 13-30 >30 0-0,7 0,8-1, 5
(g/planta)
(g/planta)
0-1 80 0 0 0 0 20 0 0 0
(1) Para a variedade de laranja ‘Valência’ reduzir as doses de K em 20%.
Resultados recentes da pesquisa mostraram que na fase de formação, a resposta dos citros à adubação com Pé maior para copas enxertadas em tangerineira ‘Cleópatra’, em comparação ao limoeiro ‘Cravo’ e ao citrumelo ‘Swingle’. A calibração dos teores de P no solo parece distinta daquela na fase de produção de frutos. O nível crítico para as árvores jovens é superior aos 20mg/dm 3 reportado para árvores ser limitado a um volume menor de solo, e a absorção de P ocorrer principalmente por difusão desse elemento. Também há resultados que indicam que nesta mesma fase de condução dos citros no campo (antes de cinco anos de idade), a resposta de copas em citrumelo ‘Swingle’ à adubação com K seja maior em comparação a outros porta enxertos. Daí, provavelmente, uma explicação para o fato de o citrumelo ‘Swingle’ induzir frutas com boa qualidade de suco. No caso dos citros em produção, as doses de nutrientes recomendadas foram determinadas a partir de curvas de calibração para máxima produção econômica dos citros, em função dos teores foliares de N, P e K no solo. Nesta fase, doses distintas são recomendadas para laranjas e lima ácida ‘Tahiti’, e limões, tangerinas e tangor ‘Murcote’. Ainda nessa fase, é importante levar em
florescimento, e o restante é dividido entre os meses de outubro a março do ano seguinte. O P pode ser aplicado em dose única nos meses de agosto e setembro.
Micronutrientes Essenciais aos Citros
A nutrição dos citros apresenta aspectos de grande importância que devem ser considerados atentamente para que seja proporcionado um bom desenvolvimento das plantas. É necessário que haja um bom equilíbrio entre as quantidades dos diferentes nutrientes, para atender às exigências das plantas. São aceitos como principais macronutrientes em peso o carbono – C, oxigênio – O e hidrogênio – H que as plantas retiram do ar e da água e que constituem cerca de 95% do seu peso. Os outros 5% compõem-se de: macronutrientes minerais que somam cerca de 4,5% do peso total e 0,5% correspondendo a micronutrientes, que entram em quantidades bem menores, na nutrição. São seis os macronutrientes minerais mais importantes: nitrogênio
Tratando especificamente dos micronutrientes, embora sua quantidade em peso seja muito reduzida, eles exercem funções enzimáticas importantes e participam ativamente do metabolismo dos citros. A seguir são apresentadas as características que permitem reconhecer visualmente a deficiência de cada micronutriente, bem como as funções que desempenham no complexo nutricional. Já que os sintomas descritos referem- se à falta acentuada do micronutriente, isto indica que as plantas com tais sintomas estão sofrendo a carência apontada. A fim de conhecer a tendência da falta de dado nutriente, antes que haja um desequilíbrio grave para a nutrição dos citros, é usada a diagnose foliar. Esta diagnose apresenta, dentro de alguns parâmetros que tem sido determinados, a possibilidade de serem tomadas medidas acauteladoras, com o suprimento do nutriente, ou nutrientes, em falta.
2.1. ZINCO – Zn
- Funções: É elemento essencial para a vida das plantas embora não sejam bem claras suas funções. Suas carência provoca uma queda acentuada da clorofila, o que leva a pensar que ele interfere na sua produção. É
Geralmente aceito que o zinco participa da formação de auxinas de crescimento e da ativação de enzimas estimulando o crescimento vegetativo, tamanho das folhas e sua cor verde.
- Sintomas de carência: Com a falta de zinco há redução de tamanho das brotações novas e das folhas. Há clorose acentuada do limbo, em faixas entre as nervuras. Em casos agudos, aparece o aspecto de “zebradas”. Os internódios são curtos. Há tufos de folhinhas. Há redução de botões, ocorrendo pequena produção de frutos de tamanho reduzido, de casca lisa, pálidos e com pouco suco. **2.2. BORO
2.3. MANGANÊS – Mn
Funções: O manganês ocupa posição semelhante à do zinco na nutrição das plantas, quanto à quantidade. Sua função não é bem conhecida, mas parece ser necessário para a síntese da clorofila. O Mn parece exercer também função catalítica, ajudando na atividade respiratória das plantas, na translocação do ferro, etc. Sintomas de carência: Em folhas de tamanho normal, com maior freqüência nas partes mais sombreadas das plantas, aparecem cloroses entre as nervuras, menos acentuadas do que as de zinco. Seria como que uma leve deficiência de zinco, sem redução do tamanho das folhas. Mn no solo: O Mn ocorre nos solos normalmente na forma de óxidos. Compostos de Mn, como o dióxido de Mn, apresentam baixa disponibilidade às plantas, diminuindo a acidez do solo, a solubilidade do Mn decresce, tornando- se pouco disponível, com pH acima de 6,5. Certas condições do solo podem influenciar a deficiência de Mn, a saber: solos de aluvião derivado de material
2.5. FERRO – Fe
Funções: O ferro é elemento essencial para a formação de clorofila, embora não faça parte dela. Sintomas de carência: Com a falta de ferro, as folhas jovens tornam coloração amarelada, bem pálida, permanecendo verdes todas as nervuras. Fica bem destacada uma malha de nervuras verdes, em um limbo verde amarelado, mais claro, é comum a deficiência de ferro em solos alcalinos, ricos em carbonato de cálcio e mais úmidos, quando o nutriente é pouco assimilado pelas plantas, embora esteja presente em abundância. Nos solos ácidos de São Paulo, que contém teores razoáveis de ferro, não têm sido verificados sintomas de deficiência desse nutriente. A deficiência de ferro continuada causa redução no número e tamanho das folhas, com a morte de ramos novos. Nos casos mais graves os frutos podem ficar amarelados, precocemente. Em condições normais de cultivo dos pomares, não ocorrem prejuízos por excesso de ferro. Um excesso desse nutriente pode reduzir a assimilação de fósforo. Ferro no solo: O ferro se encontra no solo na forma de óxidos e outros sais, em quantidades que atendem às necessidades das plantas, dependendo de sua solubilidade, que é reduzida fortemente em solos alcalinos. Algumas práticas culturais em outros fatores influenciam negativamente a disponibilidade de ferro no solo: a) solos calcários e mal drenados; b) alta concentração de metais pesados em solos ácidos, especialmente zinco, manganês, cobre ou níquel; presença de fungos e ou nematóides no solo.
2.6 MOLIBDÊNIO – Mo
Funções: O molibdênio é o micronutriente exigido em menores quantidades pelos citros, entrando na composição das folhas apenas com cerca de 0,1 a 1,0 parte por milhão. É, no entanto, necessário para a redução biológica dos nitratos que antecede a formação das proteínas. Sintomas de carência: Aparecem nas folhas manchas amareladas de forma circular, grandes, entre as nervuras. Na face inferior das folhas estas manchas se tornam resinosas, com um halo amarelado. As folhas afetadas contém baixos teores de cálcio e magnésio, enquanto o potássio é alto. Somente em casos severos, podem aparecer manchas grandes, pardacentas, com halo amarelado, externas, sem afetar o albedo, nos frutos. Molibdênio no solo: JOHNSON (1966) relatou que em análises de mais de 500 amostras de solo o valor médio de 2,5ppm é o normal. O molibdato, como ánion, é fortemente absorvido por minerais e colóides de solo, quando a acidez apresenta pH abaixo de 6,0. Em solos altamente podsolizados o Mo pode estar em níveis baixos e pouco disponível, por efeito da acidez elevada. Algumas práticas culturais podem afetar a disponibilidade do Mo: a) calagem em solos ácidos, pode ser benéfica; b) o manganês poderá induzir a deficiência de Mo, por serem elementos antagônicos entre si; c) as plantas cítricas têm respondido à adubação com molibdênio na Flórida, Estado Unidos.
As deficiências de micronutrientes podem ocorrer de duas maneiras principais: pela falta real do micronutriente no solo em quantidade suficiente à necessidade das plantas; ou por estarem em baixa disponibilidade para as plantas, sob influência de alguns fatores. No primeiro caso é imprescindível o fornecimento do nutriente às plantas, enquanto, no segundo, a disponibilidade do nutriente pode ser melhorada quando for modificada a causa do seu não aproveitamento. É o caso do excesso de cobre e manganês; ou do cálcio, que ao elevar o pH do solo pode ocasionar deficiências de ferro e de zinco; ou do excesso de fósforo no solo, causando problemas na assimilação de cobre; etc. De qualquer maneira, o fornecimento do micronutriente problema deve atender mais rapidamente às necessidade da planta, com benefícios para o seu desenvolvimento e produção.
A recomendação usual é a aplicação de micronutriente, em pulverização sobre a folhagem, na primavera e no verão, após o florescimento e com enfolhamento abundante.
De maneira geral, a aplicação de micronutrientes é feita por pulverização sobre a folhagem. Como a quantidade de micronutriente exigida pelas plantas é bastante reduzida, a fim de evitar problemas de toxidez com excesso de um dado nutriente, ou mesmo, de antagonismo entre eles, em geral não é recomendada a adubação sistemática de micronutrientes junto com macronutrientes, por períodos prolongados, no solo. É conhecido o problema devido ao uso prolongado de cobre em fórmulas de adubação na citricultura da Flórida, Estados Unidos. A acumulação desse nutriente no solo levou a problemas de toxidez para as plantas, com graves prejuízos ao seu comportamento (REUTHER & SMITH, 1954). As aplicações de micronutrientes no solo são de efeito menor e mais lento, devido à pequena movimentação que eles têm no solo. Por outro lado, a correção da deficiência via solo poderá ser mais duradoura. SMITH e RASMUSSEN (1959) constataram que a aplicação de Zn e de Mn misturados na primeira camada de solo a 0 – 20cm de profundidade, em doses relativamente altas de 50g a 500g dos sais, por planta, supriram a deficiência desses micronutrientes, por vários anos. O B na forma de bórax ou de ácido bórico, pode ser aplicado, tanto na folhagem quanto no solo, mas convém fazer somente uma aplicação, uma só vez por ano, para evitar problemas de toxidez. O excesso de B pode ser atenuado com a aplicação de calcário ao solo e pela adubação nitrogenada. A aplicação de Mo no solo não tem dado bom resultado para corrigir sua deficiência. Ela deverá ser corrigida com pulverização foliar de molibdato de sódio. A deficiência de Fé em solos calcários não tem sido corrigida satisfatoriamente com o uso de quelatos, ao contrário dos solos ácidos, em que é sempre mais fácil. Todas as tentativas de fornecer ferro via foliar não tem dado bons resultados. Os quelatos via solo são ainda a melhor forma de corrigir a deficiência desse micronutriente.