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Controle de Qualidade Microbiológico, Notas de aula de Microbiologia

Controle de Qualidade Microbiológico Resumo

Tipologia: Notas de aula

2019

Compartilhado em 19/08/2019

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izza-santos-8 🇧🇷

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AULA 01 – CONTROLE DE QUALIDADE MICROBIOLÓGICO:

INTRODUÇÃO E CONCEITOS GERAIS

A evolução tecnológica no desenvolvimento e produção de medicamentos, cosméticos e fitoterápicos exige o cumprimento de diretrizes regulamentadas para a evitar e prevenir os riscos na qualidade e segurança dos produtos. A garantia da qualidade é um importante aspecto a ser considerado desde o projeto até a liberação do produto ao consumidor.

A qualidade microbiológica de produtos constitui um dos atributos essenciais para o seu desempenho adequado, principalmente em relação à segurança, eficácia e aceitabilidade destes produtos. Falha nas medidas preventivas e de controle do processo de fabricação pode resultar em produtos inadequados ao consumo. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) exige que as empresas produtoras tenham implantado as normas de boas práticas de fabricação, conforme as normas técnicas oficialmente estabelecidas. Dentre as exigências presentes nas normas, está a necessidade da realização de ensaios de controle de qualidade em as fases do processo de fabricação. Estas normas são dinâmicas e devem ser atualizadas para acompanhar a evolução tecnológica dos processos, novos equipamentos e gerenciamento da qualidade.

O Controle de Qualidade é parte das Boas Práticas de Fabricação de Medicamentos (BPFM), cujas atividades envolvidas são amostragem, especificações, ensaios, procedimentos de organização, documentação e liberação que asseguram que os ensaios necessários e relevantes sejam executados e que os materiais não sejam liberados para uso, nem os produtos liberados para venda ou fornecimento, até que a qualidade dos mesmos seja julgada satisfatória (Brasil, 2010).

A ANVISA regulamenta as Boas Práticas de Controle de Qualidade na Indústria Farmacêutica através da Resolução RDC no 17, de 16 de abril de 2010. Esta resolução estabelece requisitos mínimos a serem seguidos na fabricação de medicamentos, para padronizar a verificação do cumprimento das BPFM durante as inspeções sanitárias. As matérias-primas para uso na indústria farmacêutica, tanto princípios ativos quanto excipientes, estão sujeitos a requisitos de qualidade farmacêutica descritos nas BPFM. Para garantir a máxima segurança do produto, as diretrizes de BPFM, contidas na Resolução RDC nº 17, requerem testes especiais, visto que além dos testes rotineiros de liberação da substância, a identificação deve ser realizada para todo recipiente de matéria-prima, de todos os lotes (Brasil, 2010; Reich, 2005).

Figura 1 Ramos do Controle de Qualidade

Gestão da qualidade: sistemas de administração da produção (SAP)Just in time (Japão, 1970) : produção sem estoques, eliminação de desperdícios, manufatura de fluxo contínuo, resolução de problemas e melhorias contínuas.  Material requeriments planing : cumprimento dos prazos de entrega, capacidade adequada de armazenamento e processamento de dados, quantificação dos itens necessários a manufatura, etc.  Optimized production technology : a fabricação deve garantir o retorno financeiro. Fluxo de materiais deve ser maximizado, enquanto estoques e despesas adicionais minimizados.

Nesse sistema de Garantia da qualidade deve-se considerar a variedade de produtos, o nível de controle necessário, a complexidade do processo produtivo, introdução de produtos novos, a importância da centralização da tomada de decisões, o favorecimento do processo de melhoria contínua e a complexidade do sistema.

Sistemas de gestão da qualidade – International Standard Organization (ISO)ISO 9000: Fundamentos de sistemas de gestão da qualidade e terminologias.  ISSO 9001: Requisitos para um sistema d gestão da qualidade, para fornecer produtos que atendam aos desejos do cliente, legislação.  ISSO 9004: Tem por objetivo melhorar o desempenho da organização e satisfação das partes interessadas.

No âmbito farmacêutico a Garantia da qualidade na produção de medicamentos, cosméticos e correlatos tem como características essenciais:

 Eficácia terapêutica e cosmética;  Segurança;  Apresentação adequada;  Propriedades organolépticas. Para alcançar estas especificações de forma eficiente é necessário que o laboratório e pessoal de fabricação empreguem a padronização:

“Modo ou método estabelecido, aceitado e normalmente seguido para realizar determinado tipo de atividade ou função. O termo padronização tem como conotação principal a ideia de seguir o processo padrão através do qual se tem que atuar ou proceder. ”

Pode-se seguir determinações de características padrão, com faixas de tolerância, POP’s (Procedimentos operacionais padrão) e uma metodologia analítica adequada; De acordo com a Resolução RDC nº 17, de 16 de abril de 2010, são adotadas as seguintes definições:  Calibração : conjunto de operações que estabelece sob condições especificadas, a relação entre os valores indicados por um instrumento de medição, medida materializada ou um material de referência, e os valores correspondentes das grandezas estabelecidas por padrões.  Ensaio : Operação técnica que consiste na determinação de uma ou mais características, ou desempenho de um dado produto, material, equipamento, organismo, etc. de acordo com procedimento especificado.

Tecnológicos

Sanitários

Contratuais Psicológicos

Éticos

Figura 2 Aspectos envolvidos na garantia da qualidade

determinada quantidade de produto terminado. Além disso, fornece instruções sobre o processamento, inclusive sobre os controles em processo;  Insumo farmacêutico ativo : qualquer substância introduzida na formulação de uma forma farmacêutica que, quando administrada em um paciente, atua como ingrediente ativo. Tais substâncias podem exercer atividade farmacológica ou outro efeito direto no diagnóstico, cura, tratamento ou prevenção de uma doença, podendo ainda afetar a estrutura e funcionamento do organismo humano.  Produtos estéreis : São formas farmacêuticas estéreis, preparações isentas de microrganismos ou pirogênios. Estes produtos têm a particularidade de serem administrados por vias através das quais há menos barreiras de defesas e, portanto, requerem isenção total de presença de contaminantes viáveis e não viáveis.  Solução Parenteral de Grande Volume (SPGV) : solução estéril e apirogênica, destinada à aplicação parenteral em dose única, cujo volume é de 100mL ou superior. Estão incluídas nesta definição as soluções para irrigação e soluções para diálise peritoneal;  Produtos não-estéreis : produtos nos quais se admite conceitualmente a presença da carga microbiana, embora limitada (cosméticos, produtos farmacêuticos tópicos e orais). OBS: Contato com as áreas portadoras de flora microbiana natural! Não deve afetar a qualidade final do produto. Além de atender as BPF na produção é necessário o uso de conservantes.  Conservantes : Substâncias adicionadas a medicamentos, cosméticos, produtos de higiene pessoal com o objetivo de prevenir danos causados pelo crescimento microbiano durante sua produção e estocagem, além de proteger o consumidor durante o uso do produto. OBS: Podem ser associados dentro de limites individuais estabelecidos (quantidades superiores devem ser justificadas), a RDC 16/2001 contém a lista dos conservantes usados em produtos de higiene pessoal e cosméticos. Os conservantes devem possuir amplo aspecto de ação, não alterar propriedades organolépticas do produto, não interagir com os componentes da formulação, ser estáveis em ampla faixa de pH.

AULA 02 – ANIMAIS DE LABORATÓRIO

MÉTODOS 3Rs

Por mais de um século, os animais de laboratório vêm sendo utilizados na pesquisa biomédica. Estudos de anatomia, fisiologia, imunologia e virologia, dentre outros, realizados em animais de laboratório, permitiram um avanço considerável no desenvolvimento da ciência e tecnologia. Na Pesquisa e Desenvolvimento de novos medicamentos, correlatos, cosméticos, etc., são utilizados nas análises da fase pré-clínica.

É incalculável o valor da contribuição dos animais de laboratório às novas descobertas para a prevenção de doenças e para a sua cura, bem como para o desenvolvimento de novas técnicas de tratamento cirúrgico. Esse reagente biológico é fundamental como modelo no estudo de doenças ainda incuráveis – como muitos cânceres, a AIDS e a esclerose múltipla. Contribui ainda para o controle de mais de dez mil produtos farmacêuticos em uso corrente no mundo e que, testados quanto à eficácia, esterilidade, toxicidade e potência resultam na sobrevida de muitos pacientes.

Os animais de experimentação possuem: memória, instinto de sobrevivência, sensibilidade a angústia e dor. Portanto, é preciso utilizá-los de forma ética, visando sempre minimizar a exposição a riscos e sofrimentos desnecessários. De acordo com a Lei federal nº 9.605 de 1998, art. nº 32: “É considerado crime praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos, domesticados, nativos ou exóticos”.

Contexto: o emprego de animais em pesquisas vem sendo realizada desde a Antiguidade:  Hipócrates (450 a.C.): correlações entre o estado do fígado de humanos doentes com o de animais.  Galeno (129-210 d.C.): realizar vivissecção com objetivos experimentais.  Charles Darwin (1859): publicação do livro “ On the origin of species ”  Claud Bernard (1860): utilizou o cachorro de estimação da sua filha para dar aula aos seus alunos. OBS: Sua esposa fundou a primeira associação para a defesa dos animais de laboratório.

Lei 11.794/08 (“Lei Arouca”): normatiza os procedimentos para uso científico de animais. Criação das Comissões de Ética para Uso de Animais (CEUA) e do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (CONCEA), o qual passou a ser o responsável por todas as discussões referentes à criação e ao uso de animais em laboratórios científicos.

Animais mais utilizados:

 Camundongos ( Mus musculus );  Ratos ( Rattus novergicus );  Hamsters ( Mesocricetus auratus );  Coelhos ( Oryctolagus cuniculus );  Cobaias ( Cavia porcellus ), etc.

Figura 3 Evolução da legislação brasileira sobre os animais.

Manipulação e condições de acomodação

Acomodação As acomodações dos animais devem ser planejadas e controladas de forma a atender necessidades específicas da espécie. Cercados, gaiolas e contêineres devem garantir o bem- estar e conforto dos animais. Os animais devem ser mantidos em condições ambientais adequadas às suas necessidades biológicas e comportamentais. A renovação de ar, controle de temperatura, umidade, luz (ciclo claro-escuro) e ruídos devem ser mantidos dentro de limites compatíveis com o bem-estar e saúde dos animais. Ventilação efetiva é essencial para o conforto dos animais e para o controle de temperatura, umidade e odores. Os sistemas de ventilação devem distribuir o ar uniformemente e propiciar renovação adequada de ar, evitando assim odores nocivos (ex.: amônia), que devem ser mantidos em concentração compatível para os animais e funcionários. É necessária atenção ao equilíbrio entre as necessidades de limpeza (para evitar estresse e doenças) e o impacto potencial dos produtos utilizados sobre os animais.

Contenção (Manipulação) A contenção física depende do corpo do animal. Em roedores, por exemplo, ela é frequentemente realizada por meio da base da cauda, que é utilizada para suspender o animal, retirando-o das caixas, por exemplo. Após isso, apoia-se o animal em uma superfície, preferencialmente, onde o mesmo possa se agarrar, como a própria tampa da gaiola ou caixa.

Em animais de pequeno porte, como camundongos, é frequente se utilizar da pegada da pele da região posterior (dorso) cervical, puxando-a com o dedo indicador e polegar, e da fixação da cauda com os demais dedos e a palma da mão. No caso de animais maiores, como os ratos, prende-se o mesmo com a mão na região dorsal da caixa torácica e segurando sua cabeça com o dedo indicador e polegar (PAIVA et al., 2005).

Vias e locais de administração de drogas Todos os animais devem ser corretamente imobilizados para que a administração das injeções seja conduzida sem risco para o pesquisador ou animal. Considerando que qualquer fator externo pode alterar a homeostase, e ainda ser apontado como um fator estressante, a manipulação incorreta ou brusca pode implicar estresse e, consequentemente, desequilíbrio de funções orgânicas, o que determina a ocorrência de alterações fisiológicas. Os procedimentos recomendados para a administração de substâncias aos animais são:

Via oral (VO) ou gavagem: A substância é introduzida na cavidade oral ou no aparelho digestório por meio de um tubo esofágico ou estomacal. Para a maioria das espécies, um tubo flexível (ou agulha) com a ponta arredondada é introduzido na boca do animal e gentilmente empurrado pelo esôfago até o estômago. Os tubos utilizados para camundongos são de 4cm de comprimento, e 8cm os ratos. O volume máximo para roedores é de 1mL de solução para cada 100g de peso corporal, no entanto, se a administração for de solução aquosa, o volume pode ser de até 2mL.

Subcutânea (SC): É a injeção de solução sob a pele do animal, a qual deve ser levantada antes da aplicação. É realizada com agulha hipodérmica curta (normalmente 25x5 mm ou mais fina), passando apenas

pela derme, o mais próximo da superfície, formando uma pápula após a administração da substância. As áreas dorsolaterais do pescoço, ombro e flancos são as regiões de escolha. É uma via que raramente induz dor e é realizada em animais conscientes.

Intramuscular (IM): A substância é injetada no músculo esquelético na forma de soluções oleosas ou suspensões. Os músculos de grande superfície, como os da porção posterior dos membros posteriores, são as regiões mais utilizadas, a profundidade no tecido deve ser de aproximadamente 5mm.

Endovenosa ou Via Intravenosa (IV): A administração é feita diretamente na corrente sanguínea, por meio de vasos superficiais. As soluções a serem aplicadas não devem ser irritantes e o veículo deve ser do tipo aquoso. A veia da cauda é o vaso sanguíneo de escolha em camundongos não anestesiados; a visualização da veia é facilitada por procedimentos como a imersão da cauda em água quente a 40-50º C por alguns segundos ou proximidade de uma lâmpada quente.

Intraperitoneal (IP): A via intraperitoneal é normalmente a mais utilizada na experimentação com roedores. A substância é injetada na cavidade peritoneal entre os órgãos abdominais. Normalmente, injeta- se na metade posterior do abdome com o animal contido pelo dorso. A imobilização adequada é pré-requisito básico para o sucesso deste tipo de aplicação.

Cirurgia e procedimentos anestésicos A anestesia deve ser realizada sempre que o procedimento implique em dor ou desconforto

dos animais, como: cirurgias, agentes que envolvem inflamação excessiva e necrose e coleta de

sangue pelas vias intracardíaca e periorbital.

A profundidade anestésica deve ser avaliada por meio da presença ou ausência de determinados sinais como reflexo da cauda, reflexo palpebral e corneal e das alterações das frequências cardíaca (FC) e respiratória (FR), que sofrem modificações de acordo com os planos atingidos (profundidade da anestesia).

Cuidados com os animais no pós-cirúrgico Uma vez concluído o procedimento cirúrgico, os animais devem ser colocados isoladamente em suas gaiolas para a recuperação anestésica. Este local deve ser silencioso e com pouca luz, evitando-se estressar os animais, com um mínimo de manipulação. A temperatura do ambiente deve variar de 27 a 30º C para adultos e 35 a 37º C para os neonatos.

AULA 03 – CONTROLE DE QUALIDADE DE EMBALAGEM E ACONDICIONAMENTO

Embalagem: invólucro, recipiente ou qualquer forma de acondicionamento removível ou não, destinado a cobrir, empacotar, proteger ou manter, especificamente ou não, medicamentos. Segundo a RDC nº 17/2010 embalagens engloba todas as operações, incluindo o envase e a rotulagem, pelas quais o produto a granel deve passar, afim de tornar-se produto terminado.

Recipiente bem fechado: é aquele que protege o seu conteúdo de perdas e contaminação por sólidos estranhos, nas condições usuais de manipulação, de transporte, de armazenagem e de distribuição.

Recipiente perfeitamente fechado: é aquele que protege seu conteúdo de perdas e de contaminação por sólidos, líquidos e vapores estranhos, e florescência, de liquescência ou evaporação nas condições usuais de manipulação, distribuição, armazenagem e de transporte.

Recipiente hermético: aquele impermeável ao ar ou qualquer outro gás, nas condições usuais de manipulação, de transporte, de armazenagem e de distribuição.

Cilindro de gás: é o recipiente metálico perfeitamente fechado, de paredes resistentes, destinado a conter gás sob pressão, obturado por válvula regulável, capaz de manter a saída do gás em vazão de terminada.

Recipiente para dose única: é o recipiente hermético que contém determinada quantidade do medicamento destinado a ser administrado de uma só vez, o qual, uma vez aberto, não poderá ser fechado com garantia de esterilidade.

Recipiente para doses múltiplas: é o recipiente que permite a retira da de porções sucessivas de seu conteúdo, sem modificara concentração, a pureza e a esterilidade da porção remanescente

Material de acondicionamento: Está em contato direto com o medicamento.

RDC Nº17/2010, SEÇÃOIII: a aquisição, o manuseio e o controle de qualidade dos materiais de embalagem primários, secundários e de materiais impressos devem ser realizados da mesma forma que para as matérias-primas.

Art. 171. Os materiais de embalagem impressos devem ser armazenados em condições seguras de modo a excluir a possibilidade de acesso não autorizado. § 1º Rótulos em bobinas devem ser utilizados sempre que possível. § 2º Rótulos fracionados e outros materiais impressos soltos devem ser armazenados e transportados em recipientes fechados e separados de forma a evitar misturas. § 3º Os materiais de embalagem devem ser enviados para produção apenas por pessoal designado, seguindo procedimento aprovado e documentado.

Art. 172. Cada lote de material de embalagem, incluindo material impresso, deve receber um número específico de referência ou marca de identificação.

Art. 173. Os materiais impressos, embalagens primárias ou secundárias desatualizadas e obsoletos devem ser destruídos e esse procedimento deve ser registrado.

Art. 174. Todos os produtos e materiais de embalagem a serem utilizados devem ser verificados no ato da entrega ao departamento de embalagem em relação à quantidade, identidade e conformidade com as instruções de embalagem.

TESTES EM MATERIAIS DE EMBALAGEM

Os ensaios embalagens têm como objetivo desenvolver atividades que analisem o desempenho das embalagens, a fim de garantir que elas atendam às especificações disponibilizadas em normas. O resultado dos ensaios embalagens deve fornecer insumos para que os fabricantes aumentem a qualidade dos produtos que chegam ao consumidor final.

Depende do tipo de produto e a que se destinam: compatibilidade com o fármaco; transmissão de luz, permeabilidade a umidade, toxicidade, esterilidade e sistema de fecho.

São feitos testes como:  Comparação com padrão de cores;  Legibilidade da impressão do material;  Medidas;  Verificação se informações estão corretas;  Propriedades mecânicas: resistência mecânica, adesividade, sistema de fechamento: inviolabilidade, etc.  Variáveis: medidas em geral tais como: peso, dimensões, volume, pressão, medidas e recravação, taxa de restituição, etc.;  Atributos: aspectos visuais como: cor, pintas, riscados manchas, amassados falha de registro na impressão, letras, etc.  Alterações na formulação: aspecto, cor, odor, entre outros;  Aspecto e funcionalidade da embalagem;  Determinação de metais, quando aplicável.  Embalagem celulósica Avaliam-se: alterações na estrutura do papel e da formulação verificando-se possível migração de componentes que possam contaminar o produto (ex: sachets); estabilidade físico- química de embalagem; função de barreira (ex: permeação de óleos, água e gases). Exemplos: cartuchos, bandejas, displays e embalagens cartonadas.

Embalagem metálica Avaliam-se: delaminação, quando aplicável; corrosão; reação com a fórmula; integridade do verniz ou resina (interno ou externo).

Embalagem pressurizada As avaliações devem estar em acordo com as características dos materiais relacionados anteriormente, considerando-se adicionalmente a influência do propelente na formulação e nos materiais da embalagem. Avaliam-se: performance do produto conforme sua funcionalidade; corrosão e eletrólise da embalagem; controle do verniz interno e externo (porosidade), quando aplicável; homogeneidade do revestimento quanto à formação de bolhas, fissuras e corrosão; performance da válvula e seus componentes; presença de eletrólitos, odor e precipitação da formulação.

Embalagem de vidro Avaliam-se: resistência mecânica da embalagem; resistência ao ataque pela água (quantidade de álcali liberado); pH e estabilidade; inspeção visual através da qual é feita análise de atributos, será aprovada a embalagem com ausência de defeitos que são classificados em:

Teste da impermeabilidade ao vapor: levar o frasco com à estufa 37ºC/7dias e pesar antes e depois o recipiente com NaCl 0,9%.

Inspeção visual para análise de atributos como bolhas, manchas, falhas. Teste de identidade para verificação da composição plástica, este teste é feito através de espectrofotometria no infravermelho.

Pesquisa de cloreto, amônio e estanho através da utilização de reagentes químicos com formação de produtos de reação característicos.

Determinação da acidez ou alcalinidade titulando-se a água de extração, após autoclavação por temperatura/tempo especificados, com solução de hidróxido de sódio ou ácido clorídrico, respectivamente.

Determinação de substâncias redutoras através de titulação oxiredutimétrica Bisnagas e tubos de alumínio Avaliam-se: determinação da espessura, diâmetros; verificação do correto fechamento; identificação da presença do verniz ou resina, usada para o revestimento interno da embalagem, por espectrofotometria por infravermelho; verificação da uniformidade do revestimento interno de resina que é feita com cloreto de mercúrio (falta de uniformidade formará cristais brancos em locais sem resina e com iodeto de potássio com formação de pontos amarelos em locais sem resina para bisnagas com composição de chumbo); teste de compatibilidade do produto/resina: o medicamento é colocado, previamente, em contato com a resina e para aprovação o resultado deverá ser negativo; verificação do aspecto e padrões de cores por comparação com embalagem padrão.

Laminados São folhas de alumínio e filmes plásticos que dão origem a embalagens ou são utilizadas com o revestimento ou envoltório de embalagens. Ex.: blisters e strips.

Análise de laminados flexíveis: determinação das dimensões da embalagem e da gramatura; identificação do laminado através de espectrofotometria de infravermelho; padrões de cor e texto que são avaliados por comparação com embalagem padrão; teste de adequada vedação. ESTABILIDADE E ACONDICIONAMENTO Para os testes de estabilidade, as condições de armazenagem mais comuns das amostras são: temperatura (ambiente, elevada, baixa), exposição à luz e ciclos de congelamento e descongelamento.

Temperatura ambiente: amostras armazenadas à temperatura ambiente monitorada. Temperaturas elevadas: os limites de temperatura mais frequentemente praticados, durante o desenvolvimento de produtos, são:

Estufa: T= 37 ± 2º C Estufa: T= 40 ± 2º C Estufa: T= 45 ± 2º C Estufa: T= 50 ± 2º C.

Nessas condições, a ocorrência de alterações físico-químicas é freqüente e até mesmo esperada, portanto os resultados obtidos devem ser avaliados cuidadosamente.

Temperaturas Baixas: os limites de temperatura mais utilizados, durante o desenvolvimento de produtos, são:

 Geladeira: T= 5 ± 2º C  Freezer: T= – 5 ± 2º C ou T= – 10 ± 2º C Exposição à Radiação Luminosa: pode alterar significativamente a cor e o odor do produto e levar à degradação de ingredientes da formulação. Para a condução do estudo, a fonte de iluminação pode ser a luz solar captada através de vitrines especiais para esse fim ou lâmpadas que apresentem espectro de emissão semelhante ao do Sol, como as lâmpadas de xenônio. Também são utilizadas fontes de luz ultravioleta.

Ciclos de Congelamento e Descongelamento: nesta condição as amostras são armazenadas em temperaturas alternadas, em intervalos regulares de tempo. O número de ciclos é variável. Limites sugeridos:

 Ciclos de 24 horas à temperatura ambiente, e 24 horas a – 5 ± 2º C.  Ciclos de 24 horas a 40 ± 20 C, e 24 horas a 4 ± 2º C.  Ciclos de 24 horas a 45 ± 20 C, e 24 horas a – 5 ± 2º C.  Ciclos de 24 horas a 50 ± 20 C, e 24 horas a – 5 ± 2º C.

EXEMPLO: Artigo – Comparação da estabilidade da Dipirona Sódica solução oral em frasco de vidro e polietileno (no slide 03).

Áreas úmidas: Pseudomonas e Acinetobacter sobrevivem e proliferam, ex.: pias e drenos. Contaminação aérea: associada à poeira e escamas da pele= veículos de esporos bacterianos e cocos.

Manipuladores São uma fonte de contaminação significante. Dentre as principais vias de transmissão de agentes infecciosos podem-se destacar as mãos. A microbiota das mãos constitui-se de bactérias transitórias e resistentes. A flora transitória que coloniza a camada superior da pele é de mais fácil remoção pela lavagem ou descamação. Perda de escamas da pele: 10^4 /min que transportam mo. Micrococos não patogênicos, difteróides e Staphylococcus aureus (como parte da flora normal). Salmonella e Escherichia coli (não constituintes da flora normal – hábitos de higiene).

Durante o uso e estocagem As áreas de armazenagem devem ser projetadas de forma que assegurem condições ideais de estocagem, não permitindo a contaminação, a contaminação cruzada e a contaminação ambiental. Deve-se ter cuidado durante o uso, principalmente com:

Produtos tópicos: remoção do conteúdo com espátulas, luvas, acondicionamento em bisnagas reduz contaminação por Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus.

Produtos estéreis: durante o uso clínico especialmente de grandes volumes em que se perfura a embalagem com agulhas p melhor escoamento da solução.

LIMITE MICROBIANO

Pode se constituir em:

Estéreis : ausência absoluta de formas viáveis.  Não estéreis: presença de mo (micro- organismo) viáveis em grandezas definidas, restritas ou não a determinadas cepas microbianas.

É fundamental para permitir a descoberta da magnitude e tipo de contaminação que entra no produto final. Através dos dados de controle microbiológico de ambientes podem ser elaborados critérios de limpeza de equipamentos.

Propósitos fundamentais do monitoramento

 Determinar a eficiência dos processos sanitários e de desinfecção;  Determinar a frequência requerida para a limpeza e desinfecção;  Determinar as fontes de microorganismos responsáveis pelos problemas;  Identificar a contaminação do ambiente com patogênicos;  Determinar a frequência de manutenção especial necessária ao ambiente;  Avaliar o desenho de equipamentos em termos higiênicos;

Figura 4 Limites Microbianos estipulados.

PROTOCOLOS DE ANÁLISE DA QUALIDADE DE AMBIENTES, SUPERFÍCIES,

VIDRARIAS E UTENSÍLIOS

Método de Solução de Enxágue É adequado para verificar a sanitização de vidrarias e também de recipientes, e em grande escala pode ser utilizado para tanques.

Utiliza-se uma solução de enxague de tampão fosfato ou de caldo nutriente, a qual é distribuída no recipiente e agitada para re-suspender os microrganismos remanescentes que se encontram nas paredes. Logo após, com esta solução é feito plaqueamento seguido de incubação e contagem.

Método de Superfícies de Contato: o método deve ser usado para amostrar utensílio de cozinha, talheres, pratos, cantos onde o cotonete pode atingir.

Utiliza-se: tubos de ensaio de 7 a 10 cm de comprimento com 5 ml de solução de enxague; cotonetes de algodão; geralmente são amostradas 5 áreas de 50 cm².

Coloca-se o bastão com tesoura estéril deixando a cabeça do cotonete no tubo, este deve ser acondicionado refrigerado até sua chegada ao laboratório. Plaquear 1 ou 0,1 ml da solução, depois incubar a 32 – 35 °C por 48 horas, contar e calcular por área de 50 cm²;

Esponja de Contato Utiliza-se uma esponja de poliuretano ou celulose livre de preservantes, cortadas em cubos de 5x5 cm e esterilizada em bolsa de papel. Para enxague, utilizar solução tampão estéril. Umedecer a esponja com 10 ml de fluido segurando-a com uma pinça estéril e esfregar a área de ensaio. Adicionar 50 – 100 ml de diluente, agitar por 1 min para liberar os microorganismos e plaquear no meio da cultura do micro-organismo de interesse.

Método de Difusão em Ágar É uma forma simples e rápida de verificar a sensibilidade da estirpe bacteriana. Consiste na propriedade de difusão, segundo um gradiente de concentração do antibacteriano contido num papel de filtro, num ágar nutritivo (substancia gelatinosa derivada de algas marinhas).

A bactéria colocada num disco com o antibacteriano, não crescerá numa área concêntrica à volta do mesmo, se aí existirem concentrações do antibacteriano iguais ou superiores à concentração inibitória mínima. Haverá inibição no disco, maior ou menor conforme a sensibilidade da estirpe bacteriana, também podendo interferir em fatores como propriedades físico-químicas do antibacteriano, velocidade e taxa de difusão, natureza do meio de cultura, composição do meio, espessura do meio.

Método de Sedimentação Consiste em expor uma placa de Petri com 20 ml de meio seletivo ou não seletivo ao ambiente; as colônias se depositam por gravidade e daí são contadas. A amostragem deve ser feita perto de equipamentos abertos e outros locais nos quais as correntes de ar podem levar a contaminação. Diferentes pontos devem ser amostrados;

Os resultados deste método têm pouca correlação com os resultados de métodos qualitativos.