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Controle de Plantas Daninhas com Herbicidas Mefluidide e Bentazon na Soja, Resumos de Cultura

Um estudo sobre a eficácia da mistura de dois herbicidas, mefluidide e bentazon, na cultura da soja em relação ao controle de plantas daninhas. As doses usadas, as espécies de plantas daninhas presentes, os resultados obtidos e as palavras-chave relacionadas.

Tipologia: Resumos

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Ronaldinho890
Ronaldinho890 🇧🇷

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PLANTA DANINHA V (1): 45-56, 1982
CO NTR OLE DE MON O E DI COTIL ED ÔNE AS
NA CULTURA DE SOJA EM PÓS-EMERGÊNCIA,
ATRAVÉS DA COMBINAÇÃO DE
MEFLUIDIDE E BENTAZON
RESUMO
O prese nte tra balho bus cou uma alter nativ a
de so lução pa ra o pr oblem a atravé s da mis tura,
no tanq ue , do s agro qu ím ic os me flui di de e be n -
tazo n, ap lica da apó s a emer ncia to ta l da cul-
tura e das plantas infestantes. As doses dos
componentes usados no experimento em kg/ha,
foram, para o mefluidide, 0,000 0,144
0,288 e
0,480 e, para o bentazon, 0,000 0576
0,864 e
1,152 combinadas entre si. O delineament o esta-
tístico foi o de blocos ao acaso.
No mo ment o da ap li caçã o a so ja in icia va o
seu te rc eir o tr if ól io e as pri nc ip ais pla nt as da -
ninhas presentes no experimento, carurú (Ama-
ranthus spp), carrapicho-de-carneiro (Acanthos
-
permum hispidum
DC), guanxuma (Sida spp),
qu e n o p ó l i o ( C he n op o di u m al b um L . ),
cl as se d as di co ti le ne as , e cap im - ma rme la -
da (Brachiaria plantaginea (Link) Hitcl), capim-
pé-de -galinha (Eleu sine indic a (L.) Gaer tm),
da
classe das monocotiledôneas, estavam em di
ferentes
estádios de desenvolvimento.
Os re sult ad os ob tido s co nfir mara m a ão
defi nida dos compo nente s na ca lda, me flu idide ,
sobre o gru po da s monoc otile dônea s e bent azon
sobre o grupo das dicotiledôneas. Misturados,
entr eta nto, a ad ição de um me lhor ou a ativ ida -
de do outr o so bre o gr up o de pla nt as que co n -
trola.
Si ntom as fi to tóxi co s some nt e fora m obse r -
vado s nos tra tame ntos com mefl uidi de solit ário .
Os tratamentos, quanto à produção, não
dife rira m es tati stic ame nte da test emun ha ca pi -
nada . No co ntro le to tal da s plan tas in fest an tes
as mist ur as não dife ri ram est atis ti came nte en -
tre si.
A ext ens ão numé ri ca no cont ro le de di co ti-
ledône as, bem como a interaçã o estatí stica ent re
os comp osto s indi ca a exis tênc ia de ação si nér -
gica da mistura.
PALAVRAS-CHAVE: plantas daninhas, soja, me-
fluidi de, be ntazo n, mis tura
de tanque.
SUMMARY
CO NT RO L O F G RA S SES AN D B RO A DL EA-
VE S I N SO YB E AN C RO P W IT H ME F LU I -
DIDE AND BENTAZON TANKMIX.
Th e ta nkm ix o f me fl ui did e an d be nt az on
of fe rs a p os si bi lit y fo r so lu ti on o f th e mi xe d
weed po pu lati on in soyb ea n crop . The meflu id i -
de ra tes app lied in the ex perim ent we re 0.000
0.144 0.288 0.480 kg i.a./ha , and for benta -
zon 0.000 0.576 0.864 1
.152 iso lated or
mi xe d in a r an do mize d b lo ck s de si gn ex pe ri -
ment.
At spra ying time so ybea n were at the leave s
stage and the pr edomi nant wee ds were Amaran -
thus sp., Acanthospermum hispidum, Sida sp.,
Chenopodium album, Brachiaria plantaginea,
Digitaria sanguinalis, Eleusine indica.
The tank mi xe d sp ra y sho we d a wi de herb i-
cide activity, more effective than the control of
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PLANTA DANINHA V (1): 45-56, 1982

CO NTR OLE DE MON O E DI CO TIL ED ÔNE AS

NA CULTURA DE SOJA EM PÓS-EMERGÊNCIA,

ATRAVÉS DA COMBINAÇÃO DE

MEFLUIDIDE E BENTAZON

RESUMO

O presente trabalho buscou uma alternativa de solução para o problem a através da mis tura, no ta nq ue , do s ag ro qu ím icos me fl ui di de e be n - ta zo n, ap licada apó s a em ergê ncia to tal da cu l- tura e das plantas infestantes. As doses dos componentes usados no experimento em kg/ha, foram, para o mefluidide, 0,000 — 0,144 — 0,288 e 0,480 e, para o bentazon, 0,000 — 0576 — 0,864 e 1,152 combinadas entre si. O delineamento esta- tístico foi o de blocos ao acaso. No mo me nt o da ap li ca çã o a so ja in ic ia va o se u te rc eir o tr if ól io e as pri nc ip ai s pla nt as da - ninhas presentes no experimento, carurú (Ama- ranthus spp), carrapicho-de-carneiro (Acanthos- permum hispidum DC), guanxuma (Sida spp), q u e n o p ó l i o ( C h e n o p o d i u m al b u m L. ) , d a classe das dicotiledône as, e capim -marme la - da (Brachiaria plantaginea (Link) Hitcl), capim - pé -de -galinha (Eleusine indica (L.) Gaertm), da classe das monocotiledôneas, estavam em diferentes estádios de desenvolvimento.

Os re su lt ad os ob ti do s co nfir ma ra m a aç ão definid a dos compo nente s na calda, meflu idide , sobre o gru po das monocotile dônea s e bentazo n sobre o grupo das dicotiledôneas. Misturados, en tretanto, a ad ição de um me lhor ou a at ivid a - d e do ou tr o so bre o gr up o de pl ant as qu e co n - trola. Si nt om as fi to tó xi co s so me nt e fo ra m ob se r - vados nos tra tamento s com mefluidide solit ário.

Os tratamentos, quanto à produção, não

di feri ram es tatist icamente da testemun ha capi - nada. No co ntrole tota l da s pl an tas in fest antes as mi st ur as não di fe ri ra m est at is ti ca me nte en - tre si. A ext ens ão nu mé ri ca no co nt ro le de di co ti- ledôneas, bem como a inte ração estatística entre os co mpos tos indi ca a ex istê ncia de aç ão si nér - gica da mistura. PALAVRAS-CHAVE: plantas daninhas, soja, me- flu idide, bentazon, mis tura de tanque.

SUMMARY

CONTROL OF GRA SSES AND BRO ADLEA- V E S I N S O Y B EA N C R O P W I T H M E F L U I - DIDE AND BENTAZON TANKMIX. The tankmix of me fluidide and be ntazon offe rs a possibility for sol ution of the mixed weed popu lation in so ybea n cr op. The me flu id i - de rates app lie d in the experiment were 0.0 00 — 0.144 — 0.288 — 0.480 kg i.a./ha, and for benta- zon 0.000 — 0.576 — 0.8 64 — 1.152 iso lated or mixed in a randomize d blo cks de sign expe ri - ment. At spraying time soybean were at the lea ves sta ge and the predominant wee ds were Amaran- thus sp., Acanthospermum hispidum, Sida sp., Chenopodium album, Brachiaria plantaginea, Digitaria sanguinalis, Eleusine indica. Th e ta nk mi xe d sp ra y sho we d a wi de he rb i- cide activity, more effective than the control of

46 PLANTA DANINHA

any of the he rb ici des ap plie d alo ne due to a sinergistic action. KEYWORDS: weeds, Glycine max, mefluidide, bentazon, tankmix.

INTRODUÇÃO

A tecnologia da cultura da soja (Glycine max (L) Merrill) j á adotou, como prática consagrada, o uso de herbicidas no controle das plantas daninhas. Estudos com agroquímicos, para essa finalidade, têm sido realizados com aplicação anterior ao plantio, seguida de sua incorporação do solo, ou a pré-emer- gência da soja (5, 6, 12, 17 ). Resultados positivos também são encontrados com compostos pulverizados após a emergência da cultura (4, 11, 15, 16, 20, 21, 22). Os herbicidas experimentados, entre- tanto, mostram uma ação mais acentuada ou sobre as monocotiledôneas ou sobre as dicotiledôneas, carecendo, ainda a soja, para o controle conjunto de ambos os grupos de infestantes, de solução sa- tisfatória através de um único composto. Havendo presença de ambos os grupos nas áreas cultiváveis, em número limitante à produtividade, existe a necessidade de se combinar compostos, com aplicação associada ou simultânea (3, 7, 8, 13, 23 ), para que se processe o pleno controle das invasoras. As associações que requerem sua in- corporação ao solo têm revelado maior segurança do que as aplicadas à pré-emer- gência posto que, por vezes, estas apre- sentam ação injuriosa à soja (7, 8, 13). Tentativas de combinações, aspergidas sobre a população de soja e plantas daninhas, demonstraram ocorrer queda, na eficiência de um dos componentes, so- bre o grupo de plantas que controla (21). As aplicações simultâneas de herbi- cidas (3, 8, 21), apesar de atenderem sa- tisfatoriamente às necessidades de con- trole, como também aquelas que exigem incorporação ao solo, contam com o in- conveniente de onerarem os custos de produção, por exigirem uma operação agrícola adicional. O bentazon pela sua alta eficiência

no controle das dicotiledõneas (3, 15, 19,

  1. tem se destacado como herbicida de pós-emergência para a soja. O mefluidide, regulador de crescimento para a cultura da cana, apresenta resultados de se- letividade à soja e de atividade sensibili - zadora nas garmíneas quando aspergido após a emergência (1, 2). A atuação, praticamente definida, de cada um destes compostos sobre as mono e dicotiledõneas, bem como a transloca- ção similar de ambos os produtos nas plantas (2, 18) foram indicativas de uma associação eficiente. O presente trabalho buscou, através da mistura de bentazon e mefluidide, no tanque, uma alternativa de solução para o controle das plantas daninhas na cultura da soja.

O experimento foi instalado no Centro Experimental de Campinas, em um Latossolo Roxo, cujas características quí- micas são mostradas no quadro 1. O delineamento estatístico adotado foi o de blocos ao acaso, com três repetições, utilizando-se quatro níveis de cada herbicida, obtendo-se um experimento fatorial 4 x 4. Os tratamentos estudados foram: mefluidide (1) = (N-2,4-dimetil-5-(trifluo- ro me ti l) su lf on il ) am in o) fe ni l) ac et a -

mida) e bentazon (2)^ = (3-isopropil-2,1,3-

benzotiadiazinona-( 4 )-2,2 - dióxido ), nas doses, em kg/ha : 0,144(E1) - 0,288(E2) - 0,480(E3) e 0,576(B1) - 0,864(B2) - 1, (B3), respectivamente, com aplicações isoladas e combinadas entre si, exceto a combinação E1Bo, uma testemunha capi- nada e outra infestada com plantas da- ninhas. A semeadura da soja, cultivar IAC-2, foi realizada no dia 30/01/79, em sulcos espaçados de 1,0m dispostos no sentido longitudinal das parcelas, as quais pos- suiam as dimen sões de 2,5m de largura e 5,0m de comprimento.

(1) Usado na formulação comercial de Embark. (2) Usad o na form ulaç ão come rc ial de Basa - gran.

MATERIAL E MÉTODOS

(^48) PLANTA DANINHA

RESULTADOS E DISCUSSÃO

  1. Controle de dicotiledôneas

O número de plantas daninhas dico- tiledôneas remanescentes às aplicações da s ca ld as he rb ic id as é mo st ra do no quadro 3 onde se observa a ação distinta do mefluidide e do bentazon, quando aplicados isoladamente sobre este grupo de plantas daninhas. Esse fato é compro- vado através da diferenciação estatística verificada entre os tratamentos. Nesta condição, o mefluidide mostrou não re- duzir numericamente estas invasoras, se bem que o caruru tenha acusado susce- tibilidade a este herbicida, apresentando, como sintomat ologia fitotóxi ca, redu ção no porte e soldamento da folha. O benta- zon, por sua vez, demonstrou atividade, embora o aumento da dose não tenha proporcionado melhora na eficiência de controle. Os resultados de controle en- contrados para este herbicida concordam com os de outros autores (3, 15, 23 ).

Na associação dos compostos, as di- cotiledôneas, para uma mesma dose de mefluidide, diminuiram seguindo o au- mento das quantidades de bentazon in- cluidas à calda ; mostrando-se o controle tão mai s efi cie nte qua nto mai or a dos e dos componentes misturados.

Observando-se a figura 1 percebe-se que o mefluidide, quando em mistura, promove a diminuição das plantas dani- nhas dicotiledôneas linearmente e o ben- ta zo n co nf or me um a cu rv a, de ac or do com o aumento das doses, ocorrendo in- teração significativa entre os dois herbi- cidas.

  1. Controle de monocotiledôneas

Observando-se a figura 2, que repre- senta o número de monocotiledôneas re- manescentes aos tratamentos, nota-se a não atividade do bentazon sobre este gru- po de plantas e que mesmo quantidades crescentes desse composto, aplicadas na ausência do mefluidide, favorecem o sur- gimento destas espécies daninhas nas unidades experimentais. O maior apare- cimento de gramíneas, neste caso, possi- velmente é devido ao controle de dicoti- ledôneas exercido pelo bentazon, elimi-

nando assim, a competição destas espé- cies com as monocotiledôneas por água, luz, nutrientes, e espaço. As monocotiledôneas apresentaram dim inuiç ão nos tr atame ntos de meflui - dide, em apli caçã o isolada send o menor o nú mero destas plan tas daninh as na maior dose aplicada. Nos tratamentos com misturas dos compostos, o número de gramíneas ten- deu a diminuir quando, para uma mesma dose de mefluidide, incluiram-se doses crescentes de bentazon. Exceção ocorreu na dose B1 de bentazon associada às de mefluidide, para as quais houve um au- mento no número de gramíneas com o aumento da dose deste último. O melhor controle verificado aconteceu na combinação de 0,480 kg/ha de me- fluidide com 1,152 kg/ha de bentazon. O alto coeficiente de variação obtido pela análise estatística e o baixo número de plantas daninhas monocotiledôneas presentes nas parcelas testemunhas, podem ter concorrido para o não apare- cimento de diferenças estatisticamente significativas entre os tratamentos ao ní- vel de 5% de probabilidade (Quadro 3).

  1. Controle total O quadro 3 mostra a soma de mono- cotiledôneas e dicotiledôneas remanes- centes às aplicações dos herbicidas, onde se ver ifi ca que todas as mis tur as tes ta das diferiram significativamente da testemunha sem capina. Na figura 3 percebe -se que o núme - ro de plantas daninhas decresceu com o aumento das quan tidades pulv erizadas de am bo s os ag ro qu ím ic os se nd o esta queda linear para o mefluidide e quadrá- tica para o bentazon. Este resultado é similar ao encontrado para as dicotiledôneas visto que este grupo de plantas foi o que prevaleceu no experimento, sem ser entretanto, estatis- ticamente significat iva a inter ação entre os dois compostos ao nível de 5% de probabilidade.
  2. Andamento da cultura e resultados de produção A soja, no estádio em que recebeu a

PLANTA DANINHA 49

aplicação das diferentes doses de benta- zon e suas misturas com mefluidide não apresentou sintomas de fito toxicidade.

Injúrias à cultura foram verificadas para o mefluidide aplicado isoladamente, sendo sua agressividade proporcional à dose pulverizada, sem entretanto, reduzir a população de plantas (Quadro 4). Tal fato explica a menor produção que foi ob se rv ad a na co mb in aç ão E3 Bo (Q ua dro 4 ).

Verifica-se ainda que as melhores produç ões for am alc ançada s com a menor dose desse agroquímico pulverizada em associação com o bentazon.

Ap es ar da an ál is e es ta tí st ic a nã o acusar dif er enças entr e a te st emunha sem capina e a testemunha capinada, es-

ta apresentou uma produç ão superior, de pratilamente duas vezes, o mesmo se dando para os tratament os de bentazon em aplic ação isola da (Quadr o 4 ). Obser vando-se a figura 4, nota- se que a produção decresceu linearmen te à medida que quantidades maior es dos agroquími cos foram combinadas , exceção para a dose E2 onde houve um leve aumento para doses crescente s de bentazon. Analisando-se os componentes lineares da análise estat ístic a, E' e B' da figu ra 4, percebe-se que, em mistura, o decréscimo na produção é provocado mais pelo mefluidide do que pelo bentazon, visto que ele possui o componente linear, que é negativo, maior.

PLANTA DANINHA 51

Quadro 4 — Resultados estatísticos da produção, média de três repetições, e da população de soja por tratamento.