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Contribuição ao estudo das unidades morfo-estrutarais do estado do Ceará, Trabalhos de Geomorfologia

O texto contém a clássica compartimentação das unidades morfo-estrutarais do estado do Ceará feita pelo professor Marcos José Nogueira de Souza.

Tipologia: Trabalhos

2018
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Compartilhado em 07/06/2018

diego-teixeira-de-ar
diego-teixeira-de-ar 🇧🇷

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CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DAS UNIDADES MORFO-ESTRUTURAIS DO ESTADO DO CEARÁ Nº 2 COS JOSÉ NOGUEIRA DE S RESUMO Este trabalho trata a. respeito das unidades morfo-estruturais do Estado do Ceará, Brasil. Os vários tipos de relevos foram agrupados em três domínios geológicos. A divisão das unidades mostra uma compartimentação do relevo on- de. há predominância de extensas áreas aplainadas resultantes dos processos de pediplanação. Foram estabelecidas as seguintes unidades: 1) Domínio dos depósitos sedi- - mentares cenozóicos: Planícies e terraços fluviais; Formas litorâneas e Tabulei- ros. 2) Domínio das bacias sedimentares paleo-mesozóicas: Chapada do Araripe; Chapada do Apodi e Planaito da Ibiapaba/Serra Grande. 3) Domínio dos escu- dos e dos maciços antigos: Planaltos residuais e Depressões sertanejas. ABSTRACT This paper describes the morphostructurals units of the State of Ceará, Bra- zil. The various types of reliefs forms are grouped in three geological domains. The division of the units shows a compartimentation of the relief where there is a predominance of extense plained areas, as a result of pediplaining processes. The paper establishes the following units: 1) Cenozoic sediments domains: Flood plains and river terraces; Coastal forms and Coast a tabelands. 2) Paleo- zoic-mesozoic sedimentary basins domains: Araripe Plateau; Apodi Lowered Plateau c Ibiapaba/Serra Grande Plateau, 3) Crystaltine shield and massif do- mains: Residual Plateaus; Backland Depressions. l . . - INTRODUÇÃO As unidades morfo-estruturais foram identificadas com base nos domínios estruturais em que se consideram desde os elementos geotectônicos até a prepon- derância de litologias nítidas. Tratou-se de demonstrar o significado da estrutura, atruvés ca disposição das rochas na superfície, dos tipos de estratificação e do comportamento das rochas em face da ação dos processos morfoclimáticos. “Professor de Geomorfologia da UFC Rev. de Geologia, (1):73-91, jun/1988 73 Anéliiráms se as porções do embasamento cristalino, as bacias rediitêntares e as árcas de deposição recente. As subdivisões dos domínios morfo-estruturais obgdecern ao modo de ar sranjamento das formas de relevo que têm traços co- “ muns quanto às características fisionômicas e genéticas. » Tricar (1977), tratando a respeito das implicações dos fatores geológico- estruturais e da seus reflexos geomorfológicos, atenta para dois aspectos fun- damentais: A tectônica e a litologia. A tectônica envolve, simultaneâmente, as deformações recentes gerando fontes de instabilidade morfodinâmica e as dis- posições adquiridas eim tampo remoto são responsáveis pelo arranjamento es- =. pacial do relevo e contrinuem para subdivisões no conjunto regional, A litolo- * . gia deve ser examinada em função de suas propriédades face às manifestações ; da dinâmica externa. Elas se traduzem nos tipos de alterações superficiais e nas relações entre 5 morfogênese e a pedogênese, “No Cesrá, as influências estrutureis se manifestam através da ocorrência de - relevcs prózrios dos núcleos cratônicos e das bacias sedimentares Prizo-!feso- zóicas. As | cologias interferem através Ca exposição de diferentes fácies de disse- Cação é de, formas derivadas do trabelio seletivo dos processos morfadinêmicos, 4 o DOMÍNIO DOS DEPÓSITOS SEDIMENTARES CENOZÓICOS o dcrrínio dos depósitos sertimentares Cenozóicos é constituído pelas expo- sições Terciário — Quaternárias do Grupo Barreiras e pelas ocorrências sub-atuais e atuais das paleodunas, colúvios, sedimentos de praias e aluviões, Sobre os sedimentos do Grupo Barreiras, apesar de uma bibliografia bastante rica, restam ainda pontos de divergências entre os especialistas. Costa et al (1973) tratando a respeito do assunto dizem que o "termo Barreiras foi usado por Bran- ner, em 1902 (in Mabesoone, Silva e Beurlen, 1972) quando se referiu aos sedi- mentos variegados, inconsolidados, que ocorrem de forma contínua por toda a faixa costeira desde o Estado do Rio de Janeiro até a foz do Amazonas. Oliveira e Leonardo reunem esses depósitos costeiros sob o nome de Série Barreiras. Oliveira e Ramos (1956) chamaram Formação Barreiras aos mesmos sedimentos na Costa norte de Recife. Kegel restringiu o termo Formação Barreiras na região -. costeira do Rio Grande do Norte, às camadas variegadas superiores e Infra-Bar- reiras à camada de areias argilosas e caulínicas da base. Bigarella e Andrade (1964), estudaram alguns perfis em torno de Recife e propuseram o termo Gru- po Barreiras, incluindo uma sequência inferior denominada de Formação Guara- rapes, e sobre esta, depositada em discordância erosiva a Formação Riacho Mor- no, correlacionada à “Formação Barreiras de Kegel”, Assinalam adiante que “Campos (1629) Giscatr: mais duas formações na região de Natal, recobrindo a Formação Riacho Morno de Bigarella e Andrade e separado por outra desconformidade de erosão. São as Formações Macaíba infe- rior, e Potengi, ne parte superior. Mabesoone et al (op. cit.), em pesquisas na fai- xa costeira do Nordeste Ocidental, contestaram a existência da Formação Ria- cho Morno e Potengi, definindo-as como meras capas de intemperismo das for- mações subjacentes, respectivamente Guararapes e Macaíba”, 7a | ma . ; A Rev, de Geologia, (1):73-91, jun/1988 "a cobertura já cinegou à ter maior abrangó Dessa brove síntos i | i 8 à respeito do ostágio atual das pesquisas sobre os sedi- mentos do Bacroir 4 aa ' às, evidonciam-so as controvérsias que marcam às discussões s0- bre a assunto, ' . No Estado dy Ceará es dados. Cabe referência taram a respeito ses depósitos ainda nús furam suficientemente estu- 36 trabalho de Moraes, Souza «É Coutinho (1975) que tra- das condições goomorfológicas « sudirmentológicas do litoral de Beberibe, Caracterizou-se a drea de exposição dos depósitos nas falésias da praia do Morro Branco correlacionando-se as características das formações com seções tipos descritas no Nordeste Oriental; Em geral, 6 Grupo Barreiras encerra uma certa complexidade de fáceis sedi- memares, distribuindo-se de maneira contínua paralelamente à faixa costeira. Sua largura é bastante variável, alargando se próximo aos baixos vales do Jagua- ribe e do Acaraú e estreitando-se nas circunjacências do litoral de Fortaleza. Litologicamente, o pacote sedimentar apresenta material de textura areno- | argilosa de cor creme amarelada ou vermelha. Os sedimentos são mal seleciona- dos notando-se intercalações de material inais grosseiro com fáceis conglomerá- tica, Os efeitos da ilxiviação, sendo mais prorunciados próximo vo litoral, justi- ficam os baixos percentuais das frações finas. A espessura apresenta acentuada variação. Esse fato deriva, em parte, do substrato ondulado, sobre o quei os sedi- mentos repousam em discordência” - . o o e: e uélricos variam deste 30-1001 no incerio;, até o nível do mar. Mergulnam de modo quase imperceptível para o litorai, cem ceclives não supe- riores a 59. A morfulogia tem um aspecto rampeudo, apresentando-se como um - típico glacis de acumulação. A continuidade da área de exposição dos sedimen- tos se perde paro o interiar. Afloram como manchas dispersas, comprovando que a espocial. Restaram alguns teste- munhos (“out ligrs") cobertura, como se verifica em Quixadá, no médio Ja- guaribe, no múdicitiso Acaraú, sete sqtrys locais, as do dc us ou de dunas dissioadas nó provominância da fração arunosa com cores cinza claras e ocres. Os sedimentos são dotados de grande fria- bilidrde e não há consolidação, Pasicionam-se em rmanchas dispersas entre a faixa das dunas móveis atuais e as áreas de exposição dos sedimentos do Grupo Bar- reiras. À teste da ponta de Jericoacoara, norie de Camocim, e leste de Aracati são reg'stradas algumas ocorrências, Nessas áreas a topografia é ligeiramente deprimi- da om relação às dunas atuais. À pedoyênese, embora incipionte, favoreceu a for- mação de um durizonte superficial de coloração escura, com espessura pouco su- são volorizadas por uma cobertura vegetal de porte ar- x pener a 4,90m. As bustivo, Os sedimentos coluviais distribuem-se ao longo da base dos reievos escarpa- das, constituindo autênticos depósitos de tálus com fanglomerados sub-atuais. A cem desses seviimentos se vincula « condições de roriugênese mecânica im posta por e'imas mais secos. Sobre estas ocorrências o Projeto RADAMBRASIL (1981) assinale que “nas áreas próximas ao flanco noroeste da serra do Penandu- ba, bem comes em várias cortes entre Frecheirinha e a localidade de Saco, na ro- 76 | Na Rev. de Geologia, (11:73-91, jun/1988 dovia BR-222, essa cobertura apresenta-se inconsolidada, porém localmente ob- servase uma incipiente laterização formada po: seixos, matacões e calhaus de arenito da Formação Serra Grande”. As coberturas mais extensas foram verifica- das no flanco oriantal da Serca de São Joaquim e nos flancos nordeste das serras de Ubatuba e da Gurguéia. Os sedimentos de praia ocupam toda a faixa costeira, com larguras muito variáveis. Compõem-se de areias quartzosas médias e grosseiras, sem qualquer consolidação. Os trabalhos da deflação e acumulação eólicas são responsáveis pelo desenvolvimento dos extensas e continuos cordões de dunas ao longo de todo o litora! cearense. Sobrepõem-se aos sedimentos do Grupo Barreiras.. As aluviges, finalmente, encerram os tipos de sedimentos que compõem o domínio em epígrafe. Dispõem-se ao longo dos maiores rios, alargando-se consideravelmente nos baixos cursos. Litologicamente, os depósitos aluviais são compostos de areias finas e grosseiras, misturzado-se, eventualmente, com clásticos finos, cascalhos e blocos. Próximo das embocsduras fluviais, O fluxo das marés, em combinação com a sedimentação fluvia!, colmata sedimentos flúvio- merinhos de cores escuras, argilosas, êm mistura com matéria orgênica decom- posta. As feições morfológicas do domínio dos depósitos sedimentares Canozóicos são rapresentacas pelas planícies e terraços ftuviai s, peies formas litorâneês eta- N buleiros. “PLANÍCIES E TERRAÇOS SLUVIAIS As planícies fluviais são as formas mais características de acumulação de- correntes du ação fluvial, Constituem, em geral, éreas de diferenciação regional nos sertões semi-áridos, por abrigarem melhores condições de solos e de dispo- nibilidacdes hídricas. Acompanham longitudinalmente os maiores coletores de drenagem — Jaguaribe, Acaraú, Banabuiú, Salgado, Curu, Coreaú, Choró, entre outros —, e tendem a assumir maiores larguras nos baixos vales. Em geral, são rios com nascentes situadas nos maciços residuais, drenando, em grande parte, terfenos do embasamento cristalino. Nestas áreas, para montante, as planícies . têm larguras inexpressivas. Pará jusante, nos baixos cursos, à medida que enta- tham terrenos do Grupo Barreiras, a faixa de deposição é ampliada por dimi- nuição do gradiente fluvial. - . A planície fluvial do rio “Ae, estudada com maior detalhe (Souza, 1981), possui características que podem ser generalizadas, em grande par- te, para os demais coletores de drenagem. Transversalmente, a partir do tal- vegue, observa-se uma sequência bem setorizada de feições, incluindo: a área de "vazante”, “várzea baixa”, “várzea alta” e rampas dos interflúvios. A vazante é integrada pelo talvegue e pelo leito menor do rio, sendo deli- mitada por diques marginais mantidos por vegetação de porte arbóreo. Sua largura depende do regime fluvial. Atinge, no baixo vale de 1 a 1,3 km. Para Rev. de Geologia, (1): 7391, jun/1988 - ” 7 branquiçadas, cobertura v efeitos se t vias, capa Não apresentam indícios de ação pedogenética. A inexistência de egetal justifica o trabalho contínuo da migração dos sedimentos. Seus reduzem através de evidências variadas, conto;cendo emboceduras flu- ando paleodunas e restingas ou níveis dos tabuleiros. A altura destes dunas atinge ce 30 a 50 me sua mobilização depende da maior incidência dos ventos de quadrantes orientais. As formas tongitudinais e barcanas têm primazia. A Outra geração, mais antiga, possui areias com tons vermelho amarelados. Possui dunas menos elevadas e em alguns pontos as formas já foram dissipadas. Posício- nam-se é retaguarda das dunas móveis. Mostram-se revestidas por vegetação, O que detém ou atenua os efeitos da defiação eólica. A ação pedogenética mais efe- tiva, favorece a fixação de um reccbrimento herbáceo -arbustivo. A estrutura des- ses dunas exibe estratificações cruzadas evidenciando variações nas direções dos ventos. - : o No trecho compreendido entre as embocadúras dos rios Acaraú e do Timo- nha, O significado da dinâmica eólica é particularmente notório, Quase sempre as dunas fixas são recobertas pelo avanço das barcanas. Isso leva a crer que es du- nas atuais parecem recobrir de maneira indistinta as antigas linhas de praias, res- tingas, palecdunas e tabuieiros. Contribuem ainda para O barramento de cursos d'água formando lagoas. Entre Jericoaccara e o rio Timonha, à altura de Chaval, estas legoas são mais frequentes e quase sempre orientadas para noroeste. Desses considerações ceduz-se Que a drenagem que demanda O oceano é constituída por cursos d'água com descargas deficientes. A par de uma alimentação irrisória e de gradientes inexpressivos, alguns rios descrevem um percurso paralelo à 'costa, sendo Garredos à jusanté. Outros desaparecem nos terrenos arenosos alimentan- do os aquíferos. Aqueles que alcançam o mar têm suas embocaduras desviadas e sujeitas Ero) represamento. : As planícies flúvio-marinhas compõem o quadro morfológico do litoral e são dotadas de algumas características que as individualizam. Decorrem de pro- cesso combinatório entre agentes fluviais e oceânicos. Apresentam solos indis- criminados de mangues continuamente afetados pela preamar. As plantas de mangues que as revestem mostram-se muito adensadas, com o porte arbóreo e se dispõem longitudinalmente em relação às calhas fluviais. o As formas de abrasão do litoral cearense são representadas por falésias desenvolvidas nos sedimentos do Grupo Barreiras. Em alguns pontos como em-Morro Branco, Jericoacoara, Taíba, Paracuru e Camocim, as exposições de falésias sé estendem por alguns quilômetros. l “OS TABULEIROS PRE-LITORÂNEOS Dispõem-se à retaguarda do cordão de dunas Contactando, sem ruptura to- pográfica, com as depressões sertanejas. São constituídos por sedimentos do Grupo Barreiras e penetram cerca de 40km, em média, para O. interior. Em al- guns pontos, como nas praias referidas acima, atingem o mar e são esculpidos em falésias funcionais. Têm altitudes que variam, normalmente, entre 30-50 m, raramente ultrapassando ao nível de 80 m. Rev. de Geologia, (1):73-91, jun/1988 9 * O conjunto da área pré-litorânea comporta-se como um glacis de acumula- ção com declives variáveis entre 2-5º, A rede de drenagem consegilen:e enta- tha o glacis de modo pouco incisivo, isolando interflúvios tabuliformes. Em goral, a drenagem apresenta um fluxo muito lento, limitando a capaci- Gade da incisão linear. Disso resulta a amplitude altimétrica baixa, não superior a 15 m, entre o topo dos tabuleiros e os fundos de vales. o Às encostas que têm caimento para as planícies fluviais, possuem feições re- tilíneas, expondo, eventualmente, material ferralítico. Grande parte dos tabu- teiros é recoberta por espessa cobertura arenosa, da ordem de 1,50-2,00m. Em perçãas esparsas a cobertura superficial apresenta maior porcentagem da argile. Isto contribui paro uma dissecação incipiente do relevo que contrasta cora €s topos harizontais sas áreas recobertas pelas areias. ' — As condições favoréveis à percolação da água, imprime uma drenagem ia- terna excossiva, que acer.ius os efsitcs da lixiviação e limita O trabalho erosivo da piuviação. O desgasta supersicial só chega a intensificar-se, na medida em que os. sedimentos argilosos afloram, permitindo a circulação do escoamento difuso. HG DOMINIO DAS BACIAS SEDIMENTARES PALEO-MESOZÓICAS As'formações Paleozóicas no Ceará, integram, conforme o Projeto RADAM- BRASIL (1981) os Grupos Ubajara, Jaibaras e a Formação basai da bacia de Ma- ranhão/Piauí (Formação Serra Grande). - O termo Grupo Ubajara proposto naquele trabalho atende, segundo os auto- res, “aos requisitos do Guia Internacional de Classificação Estratigráfica de Hedberg. A localização do topônimo ocorre em uma das áreas mais típicas e re- presentativas dos calcórizs ca Formação frecheirinha, local conhecide como Gruta de Ubajara”. Substitui assim o termo Grupo Bambuí, adotado em traba- lhos anteriores. Destes, o de maior detalhamento foi procedido por Costa et al (1973). As quatro Unidades litoestratigráficas identificadas foram posicionadas como eocambrianas, com a seguinte sequência da base para o topo: Formação Trapiá (arenito fino, siltito e horafeic!: Formação Caiçaras (ardósia, quartzitos e hornfels); Formação Frecheirinha (calcário azulado e hornfels); Formação Coe- raú (grauvacas, ardósia, arenitos finos e hornfets). Esta sequência, constatada ra depressão periférica ocidental do Ceará, dis- põem-se entre o rio Acaraú e o Planalto da Ibiapaba. O seu perfil típico, segundo Costa et al (op.cit.), acha-se expesto ao longo da rodovia que liga as cidades de Sobral e Tianguá, mais precisamente entre as localidades de Aprazival e Caro. A Formação Trapiá, definida originalmente por Kegel et al (1958) coma Membro Trapié, circunda as partes norte e oeste do “stock” granítico de Mucam- bo. Para sudoeste, contacta com os arenitos do rebordo oriental da Bacia do Ma- ranhão-Piauí. A morfologia é fizcamento entalhada pela drenagem, com interflú- vios de feições tabulares, As altêrações têm profundidades superiores a 1,00me são revestidas por vegetação de porte arbóreo no pé-de-serra. ii so Rev. de Geologia, (1):73-91, jun/1988 cânicos representado por diques e soleiras, recobrindo em discordância, ou cor- tando as Formações inferiores do Grupo Jaibaras. A ocorrência destas rochas é mais comum ao Norie da cidade do Sobral, paralelamente ao ri> Aczraú”, Em termos geomorfológicos, elas se destacam por constituirem relevos ele sados co- mo os “Serrotes” do Madeiro e de Parapuí, próximos à localidade homônima. As encostas dos residuais quase não apresentam alterações e a vegetação se restringe a arbustos isoledos. À medida que a topografia se suaviza na base daqueles rele- vos Os solos assumem maiores espessuras e são revestidos por caatinga arbóreo-ar- bustiva densa. | A Formação Aprazível é individualizada pela ocorrência de conglomera- dos cinze-amarelados ou róseos, pouco arestados, comumente arredondados e composições petrógráficas muito variadas. Há primazia: dos componentes li- toiégicos sotopostos como migmatitos, cslcários, granito e quartzitos, com matriz argilosa muito oxidada. A dimensão cos seixos é em torro de 510 cm. Estes conglomerados são associados aos depósitos de “éboulis” de graricade. ua áres de dispersão tem manchas ao longo da bacia e também num sentido -paralelo 50 rio Acaraú. O relevo é olano e as alterações pouco superiores a 25 cm são.recobertas por um tapete herbáceo com arbustos isolados. As Formações Paleozóicas do Domínio das Bacias sedimentares incluem, en- fim, a formação Serra Grande, que constitui a unidade basal da bacia Maranhão- Pizuí, Capeia cs Planalto da Ihiapaba/Serra Grande ao longo de toda a porção vcs: i do Estedo, na fronteira com o Piauí, Compõe-se de arenitos conglorn: 5 oCres 6U cinzento amaretados, conglomerados com seixos quart- zosos arredondados ou sub-angulosos, com intercalações de siltitos e de folhe- “lhos. As-esenta variações acentuadas quanto à espessura. Mergulha gradativamen* te pars “X, no sentido do eixo da becia,, conferindo à feição cuestiforme que ca- racterize o Planalto, fei fológica justifica a razão pela qual, na escar:, l pa orienisr as saio em relação ao que se verifica para oeste, era sireção iz > depressão periférica, onde es deficiên- cias hítricas são mais pronunciades. No reverso imediato Umido, a morfogênese issecação sm interímúvios tabulares motivada por rios conse- o de latossolos que foram revestidos RE] mação Serre Grande. Apenas à margem direita do rio Acaraú, ú, registra-se um afloramento da Forma- As Formações Mesozóicas são integradas pelos Grupos Araripe e Apodi que constituem” respecilvamenta, as Che padas dos mesmos nomes, roisto RADAMBRASIL (1981) o Grupo Araripe (Cretáceo e ú Conforme o 1 Inferior) é composto peias Formações Missão Velha, Santana e Exu, ocorrendo na 82 eme Rev. de Geologia, (1):73-91, jun/1988 A Porção meridional do Estado. À Formação Missão Velha é constituída por areni- to micáceo da cor amarato — avermelheda, granulação média e grosseira, com in- tercalações de siltitos a argilitos. Segundo o Projeto RADAMBRASIL (op. cit.) “na região entre Crato e Porteiras esta Formação exibe espessuras de até 280m,. “havendo uma diminuição no sentido oeste até desaparecer, o que evidencia uma sedimentação dirigida de leste para oeste durante a colmatação da bacia”. A Formação Santana é constituída por siltitos, margas, calcários e folhelhos, com intercalações de gipsita. A Formação Exu possui uma sequência de arenitos com granulação médio a grosseira, com intercalações de bancos conglomeráticos e siltitos. Exibe estratificação cruzada. Constitui a camada superficial que capeia “a Chapada do Araripe. . : o O Grupo Apodi é integrado pelas Formações Açu e Jandaíra. A Formação - Açu é composta de arenitos arcoseanos além de argilas sílticas e arenosas e ban- - cos de calcários. Trata-se da Formação basal da bacia que a circunda em todos os seus limites. A Formação Jandaíra capeia o topo da Chapada do Apodi, sendo constituída de calcários com intercalações de margeas, folhelhos essiltitos. As ca- madas têm mergulho para norte e nordeste, condicionando o desenvolvimento de feições cuestiforme. O Domínio das bacias sedimentares do Ceará é integrado ainda por litologias pertencentes ao Grupo Iguatu referidas pelo DNPM (1973) como Cretáceo Infe- rior. Citandô L.J. Moraes, afirma-se que “é possível que a Bacia de Iguatu, a do Rio do Peixe e O arenito inferior do Araripe, sejam contemporâneos e que tais sedimentos se formaram no seio de um mesmo mar interior ou que se deposita- ram no fundo de lagos distintos, mas ligados por canais ou braços fluviais”, Ca- be salientar que tais sedimentos estão situados nas Depressões Sertanejas em ní- veis altimétricos análogos às litologias dos escudos cristalinos. Integram, conse- quentemente, a mesma superfície de erosão que trunca, de modo indistinto, ti- pos variados de rochas. : CHAPADA DO ARARIPE Apresenta-se como uma mesa, cujo eixo maior se dispõe de leste para oeste - com extensão da ordem de 170-180 km. De norte para sul, a largura não ultra- passa a 70 km. Os níveis altimétricos da Chapada estão em torno de 850-900m. *. Os arenitos da Formação Exu funcionam como mantenedores do relevo que exi- be feições planas e dissecação praticamente nula, Abrange a porção meridional do Estado, fazendo limites com os Estados de Pernambuco e do Piauí. “Os rebordos são'marcados por ““glint"” que se associam com folhelhos, concre- ções e argilitos da Formação Santana. Ao contrário do que se verifica no Planal- to da Ibiapaba, onde a disposição estrutural é diferente, no Araripe a morfogêne- se quimica é verificada nas encostas e não nos topos. Desse modo, enquanto a Ibiapaba compreende um típico “brejo” de cimeira no seu reverso imediato, no Araripe o “brejo” é de encosta. O mergulho de camadas sotopostas para leste favorece a ocorrência de ressurgências, responsáveis pela maior permanência dos cursos d'água que drenam este setor da depressão periférica meridional do Cea- Rev. de Geologia, (1):73-91, jun/1988 83 Os solos que as recobrem têm espessuras que variam de 0,80 a 1,00 m. Preponde- ra a classe dos podzólicos vermelho amarelos. A incidência de chuvas mais ebun- dantes justifica a dispersão de uma mata de encosta, com grande frequência de espécies arbéreas, especialmente o babaçu. Para o sul, à espessura da cornija are- nítica assume maiores proporções e o “front” exibe-se com perfil ligeiramente côncavo. As rochas da Formação Serra Grande recobrem litologias pertencentes aos Grupos Ubajara e Jaibaras. Prevalecem os latossolos vermelho amarelos com espessuras superiores a 1,50 m, recobertos, igualmente, pela mata de encosta. De Tianguá para Viçosa do Ceará, nota-se um adelgaçamento da cornija e em alguns pontos a exumação de rochas do embasamento cristalino. O relevo é dis- secodo em lombadas, cristas e colinas rasas. A escarpa perde altura para O Norte, restringindo-se um “front” dissimulado. De maneira generalizada, desde a “percée"' do Poti em direção norte, a escar- pa é bastante festonada. Isto decorre do trabalho de erosão remontante propor- cionado pela drenagem obsequente que demanda coletores subsequentes na de- pressão periférica. Para o sul, as condições de semi-aridez se pronunciam, o escar- pamento é mais retilineo e as condições ecológicas cenunciam um recobrimento ceneralizado de caatingas. . Transposto o rebordo escarpado, atinge-se a cimeira do planalto num nível médio aproximado de 750 m. O merguiho estratigráfico passa então a comandar as características morfológicas. Para oeste, a superfíciz apresenta um caimento topográfico quase imperceptível, não superior a 3-50, Há estreita correlação en- tre estrutura geológica e a morfologia. Tais relações só esrdurem até cerça de 30-35 km para oeste. Na medida em que os processos degradacionais se tornam mais incisivos, desenvolve-se na direção do Piauí uma vasta depressão monocli- nal, a partir de rebordos interiores, cujos declives se assemelham ao “front” ex- terno. São características que comprovam.o desdobramento das “'cuestas”” em di- reção ao eixo da bacia do Maranhão—Piauí. O reverso imediato, ao norte, é sulcado por nequenos cursos d'água conse- quentes que formam estreitas planícies fluviais. Os interflúvios são tabulares com latossolos espessos revestidos primariamente pela floresta plúvio-nebular. Sob o ponto de vista morfoclimático, salientam-se os feitos as chuvas oro- gráficas com reflexos na imposição de processos morfodinâmicos. Tanto no “front” como no reverso imediato, a morfogênese química prepondera. Apenas para oeste e ao sul da-“percée” do rio Poti esse quadro tende a modificar-se. As chuvas sendo escassas possibilitâm a primazia da morfogênese mecânica. . HI. O DOMINIO DOS ESCUDOS E MACIÇOS ANTIGOS Trata-se do domínio de maior abrangência espacial, de vez que engloba pou- co mais de 2/3 do território estadual. A maior parte da área é composta de litolo- gias datadas do pré-Cambriano. As formas de relevo que o integram, exibe os re- flexos de eventos tectônico — estruturais remotos. Traduzem, igualmente, a rela- ção da morfologia com os fatores litológicos e as evidências de flutuações climá- ticas Cenozóicas. O fato mais notáve! é a larga dominância espacial das depres- sões periféricas derivadas dos processos denudacionais. Rev. de Geologia, (1); 73-91, jun/1988 85 | o - o Não constitui obi . . - a Cambrianos BU sob Objeto do trabalho a discussão sobre à Estratigrafia do Pré- à comple a no as inirusões eocambrianas corstatadas no Ceará, O assunto = pie Mbliografia tem si ensivel! enriquecida í sni- ma década, do sensivelmente enriquecida a partir da últi Es a” base em síntese procedida pelo DNPM (1974) para as folhas Jaguaribe com a talo (SA.24), afirma-se que o Pré-Cambriano Indiviso no Ceará tico tia ã omplexo Migmatítico-Granítico, o Complexo Gnaissico-Migmati- + atem e rochas graniticas. O pré-Cambriano A é composto por rochas per- -tencentes ao Grupo Ceará, NE Copo mpleaçã Migmatítico-Granítico distribui-se em faixas de direções N-S e h TOW situadas nas porções NW e SE do Estado. O complexo graíssico-migma- t tico, abrange sobretudo o setor SW, ocupando grandes áreas, separadas entre si, ora pelas titologias dos Grupos Bambuí e Jaibaras, ora pelos filitos e xistos do Grupo Ceará, Inclui também, acima, quartzitos, xistos e calcários cristalinos. . As rochas intrusivas encontram-se dispersas ao longo das depressões sertane- e e são responsáveis pela ocorrência de campos de “inselberys” como o de Qui-: | á. O .pré--Cambriano Superior expõe cocias dy Grupo Ceará, composto, con- forme o BNPM (op. cit.), de, filitos e xistos predominantes, além de calcérios cristalinos, quartzitos e biatita gnaisses. As evidências estruturais São expressas através de isutônica ruptural, das de- formações plásticas, da sucessão de *“horsts” c , enfim, de movimen- tos diastróficos passados que tê ignificado aepolianie para a compreensão do abouço estrutural regional. : Cabe referir, assim, que, o relevo do Lumínio em análise, tem característi- cas, que dependem de interferências diversas. Além da ccorrência de relevos ti- picos dos núcleos cratônicos compreendidos peias porções estáveis da niatafor- g ificarnse os maciços antigos metamorfizados 2 submetidos remotamen- ências do tectonisimo plástico É ruptura, Por outro lado, há que consi- al dos processos ! complexo evolução geo- ca responsável por super ficies de epiainamentos escalonadas. piniriado lutas morfógi PLANALTOS RESIDUAIS Dispersam-se pelas depressões sertanejas apresentando-se como comparti- mentos ilhados e contribuindo para a diversificação fisiográfica e ecológica do rense. Exiperm difer s do ponto de visa altimétrico, quanto | abrangência espacial, Possuem, seria à composição litológi tambêm, inúmeras cara : 5 comuns. eo tluidus GOL tochas (> 2 basamento cristalino, com primazia, por litólogias imetamórt apresentam-se i aguçadas onde se desenvolvem solos das classes 8 ; têm drer: cam packões den encustas dotadas de do mais circunstanciada, serão 26 di Rev. de Geologia, (1): 73-91, jun/1988 exemplo de modelos Apalacheanos. Na serra dos Bastiões, a originalidade geo- morfológica é conferida aos extensos alinhamentos de “hog-backs" intercala- dos por vales profundos, Nas encostas mais, íngremes há uma concentração acentuada de matacões. As alterações superficiais são espessas nas vertentes orientais onde se desenvolvem podzólicos vermelho-amarelos recobertos por matas-ou caatingas arbóreas, Nas encostas de sotavento, há primazia de solos ra- sos, litólicos, com caatingas revestindo-os. : . — —* Serra da Meruoca Resário: Situa-se a oeste do rio Acaraú, próxima às ci- " dades de Sobral e Massapé. Apresenta uma forma retangular com comprimento e largura de 25 e 20 km, respectivamente. Estrutura!mente, corresponde a um . "'stock"granítico. É limitada por prolong: tos de falhas, o maior das quais, * dispondo-se na direção SW-—NE, constitui o kmite ocitentar do “graben”” Jeiba- ras. (CPEM, 1973). : Pela iocalização e disposição do relevo, as encostas oriental e norte oriental, além do topo da serra, situado so nível de 750 m, são submetidos a um regime ce precipitações elevadas e mais regularmente Luídas durente a estação chu- vosa, Desenvolvem-sz condicões pronícias so surgimento dê um “brejo” de ci- revestido originalmente por fisresta. Us processos cu morfogênese quimi- ca têm primazia 20 lado das profundas incisões da drenagem. A d ação confi- gurou. formas ds topos convexos e aguçados. Esta morfologia decorrente da ção dos processos areolares se corar oeiê presença de vales em ”. Pequenos is embutiúcs de planícies alvegiares cão colmatados por depósitos aluviais e ; Na serra do Rosário revela-se uma diminuição progressiva das precipitações, denunciada sia cispersão de plantas da caatinga, As condições morfoclimáti- cas mais de pero se sssemelham às vigorantes nas depressões sertanejas. Os ni- veis suspensos ce serimentação foram, em parte, desmontados corstituindo-se uma paisagem dissecsta em cristas. .À base de suas encostas, formam-se peque-: nas depressões intermontanas que têm características análogas d0s cones de de- -tritos coalescentes. O material que as recobre é heterogêneo em termos granulo- métricos e morfoscópicos, indicando pequena capacidade seletiva das correntes “ de escoamento torrenciais, ra . . Na norção úmida da serra da Meruoca os solos podzólicos vermelho âmare- tos têm: primazia e foram revestidos primariamente por florestas. Na serra do Ro- sário os litólicos são ocupedos por cantinça de porte arbustivo, . o Serra das Matas: Apresenta-se como um bloco elevado. com altitudes mé- dias 550-600 m. É constituído por litoiogias do complexo mizmarítizo-grani- tico. Mostra evidências de eventos ligades 20 tectonismo plásticc e ruptural, Al- gumas cristas se ressaltam sobre o platô, em ríveis supericres a 730 m. Na porção central é sub-orientai, o relevo é menos acidentado e os interflúvios têm topos convex6s ou tabulares. O manto alterado com podzólicos, tem espessura superior a 1,00 m. A floresta que a revestia, justifica a toponímia. Nos demais setores as feições de cristas e vales so predominantes. Pera leste, com morfologia Apala- . cheana, há maior ocorrências de solos litóiicos com acentuada frequencia de aflo- ramentos rochosos e matacões. A vegetução de caatinga tem porte arbustivo. gg rei Rev. de Geologia, (1): 73-91, jun/1988 2 Maciços pré-Litorâneos: Constituem compartimentos de relevos próxi- mos ao litoral. Dentre os de maior destaque se assinalam as serras de Urubureta- ma, Maranguape e Aratanha. A serra de Uruburetama se apresenta como um bloco compacto com quase -1.000 km2 de área, formada em rochas do complexo migmatítico. As formas in- terfluviais com colinas e cristas têm orientação NW-SE com vales superimpos- tos em disposição transversal. Em inúmeros setores o padrão de drenagem é re- tangular, com forte controle estrutural. A regra, porém, é a primazia de padrões dendríticos e subdendríticos na rede hidrográfica. Nas encostas que limitam o ma- ciço é comum observar-se passagens de pedimentação que se posicionam ao nível das depressões sertanejas, isolando esporões e “inselbergs.” As condições de solos de cobertura vegetal se assemelham àquelas verificadas no Maciço de Baturité. A serra de Maranguape, próximo à cidade homônima, tem direção NE-SW predominante. Assim como a serra de Aratanha, a oeste da cidade de Pacatuba, apresentam características morfológicas e ambientais semelhantes aos demais ma- ciços úmidos e sub-úmidos do Ceará. .S Pequenos Niaciços Sertenejos: Dispersam-se por todo o território estadual rompendo a continuidade das depressões sertanejas. Posicionam-se como níveis . intermediários entre os planaltos elevados — cristalinos e sedimentares — e as de- pressões sertanejas. Dependeram do trabaiho da erosão diferencial. De suas bases, a exemplo do que se verifica nos níveis cimeiros, partem as superfícies pedimen- tadas que coalescem para formar a superfície de piso regional. Ao lado dos pe- quenos maciços, merecem referências as cristas quartzíticas que se expõem isola- das e alongadas. A altimetria não supera a cota de 600 m, o que, de certo modo, limita a in- cidência de chuvas mais abundantes. Os processos da morfodinâmica atual deri- - vam da morfogênese mecânica e os topos de alguns residuais são aplainados, co- mo se nota nas serras de Carnutim, Quincocá, da Baixa, etc.. Outros exibem uma dissecação incipiente com algumas formas aguçadas, se destacando sobre os ní- veis dos platôs. As alterações são delgadas, prevalecendo solos litólicos, eventual- mente manchas de podzólicos e encostas semi-desnudas com matacões. São co- lonizados por caatingas. Os pequenos compartimentos dos maciços sertanejos não se destacam no sentido de contribuir para diversificar a paisagem dos sertões. . o Depressões Sertanejas, Estão situadas em níveis altimétricos inferiores a 400 m, englobando cerca de 100.000 km2, quase 70% do território estadual. Dispõem-se na periferia dos grandes planaltos sedimentares ou embutidas entre estes e os maciços residuais. “São marcadas pela primazia de topografias planas ou levemente onduladas quando os níveis altimétricos têm altitudes médias entre 130150 m. Nas altitu- des superiores a 300 m a dissecação é mais evidente isolando interflúvios de fei- ções colinosas, tabuliformes ou lombadas. r As litologias que as compõem são representadas tanto por rochas dos com- plexos migmatrtico-granítico e gnaíssico-migmatítico como do Grupo Ceará. Além disso, avrescentam-se as litologias de pequenas bacias como as de Jaiba- Rev. de Geslogia, (1): 73-91, jun/1988 89 REFERÊNCIAS SIBLIOGRÁFICAS ! AB'SÁBER, A.N. 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