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Cogumelos do sul caracterizaçao das especies do sul do brasil
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Não perca as partes importantes!
INTRODUÇÃO
Os fungos apresentam muitas espécies microscópicas, mas algumas delas acabam
formando corpos de frutificação bem grandes em determinadas épocas (apesar do nome
“corpo de frutificação” não ser correto!). Estas formações podem ser de dois tipos:
ascomicéticas, que em geral tem forma de taça ou prato (foto no centro e abaixo) e
basidiomicéticas (daí o nome Basidiomycota), que pode ser nas demais formas abaixo
apresentadas (fotos) e que podem formar também os populares cogumelos. A espécie da
direita é muito fedorenta e pertence ao grupo das Phallales (neste caso Dyctiophora
indusiata = Phallus indusiatus ). Chineses fazem sopa desta espécie, sendo que o mau
cheiro que exalam é para atrair moscas que dispersam seus esporos, mas que para nós
pode causar náuseas de tão horrível. A foto central mostra uma estrela-da-terra
( Geastrum sp.), em que a bola contem os esporos que saem pela boca quando ela é
apertada, ou pelo impacto de gotas d ´ água ou de qualquer objeto. Esta espécie pertence
aos gasteromicetos, outro grande grupo que reúne espécies macroscópicas, mas que
formam seus esporos em geral no interior de estruturas do corpo de frutificação (dentro
de um invólucro que pode ser de várias formas).
Geastrum sp.
Dyctiophora indusiata
REPRODUÇÃO
Nos cogumelos, os esporos (sementes microscópicas) são formados geralmente na parte de baixo do guarda-chuva ou chapéu, que é chamado de píleo. Desta forma, os esporos podem depositar-se sobre a grama ou no tronco onde estes fungos crescem e a cor desta formação pode ser então interpretada. A cor pode também ser observada se deixarmos o cogumelo sobre uma folha de papel por algum tempo dentro de um pote fechado com uma bolinha de papel umedecida. Os esporos se depositam sobre a folha. Esta coloração é chamada de esporada e pode ser branca, negra, verde, rosada, enfim, de várias tonalidades. Em fungos de outros grupos os esporos podem ser formados em toda a superfície externa, como no caso das Ramaria mais abaixo.
Ramaria
ESTRUTURA GERAL DO HIMENÓFORO
O himenóforo é a região que fica por baixo do píleo, isto é, a área fértil do cogumelo, onde são formados os esporos. Desta forma, os cogumelos liberam milhões de esporos que são atirados a partir dos basídios. Estes são células clavidormes onde, externamente a elas, formam-se de um a quatro esporos que são gerados sobre pequenos espinhos denominados esterigmas. A camada de basídios recobre toda a estrutura formada nesta região, que pode ser lamelada, poróide, favolóide até completamente lisa. Alguns tipos de himenóforo estão expostos abaixo. O himênio é a camada formada pelos basídios e outras estruturas estéreis que podem ser encontradas preenchendo o espaço entre basídios.
FORMAS ENCONTRADAS A CAMPO
TIPOS DE LAMELAS
As lamelas podem conectar-se ao estipe de diversas maneiras. As principais estão exemplificadas abaixo (em corte do cogumelos): a- remotas; b- livres; c- adnexas; d- emarginadas; e- curto-emarginadas; f- adnatas; g- livres colariadas; h- sub-decurrentes; i- decurrentes.
FORMAS DO PÍLEO
O píleo dos cogumelos pode assumir diferentes formas, independente da disposição das lamelas. Desta forma pode-se ter: a- aplanado; b- cônico; c- convexo; d- campanulado; e- côncavo; f- papilado; g- depresso; h- umbonado; i- plano-convexo; j- infundibuliforme; k- ciatiforme; l- hemisférico.
FORMAS DO PÍLEO/LAMELAS
Em alguns casos a margem do píleo pode ser importante para a identificação do cogumelo. Desta forma podem-se reconhecer: a- margem involuta; d- margem revoluta. Em outros casos tem-se ainda disposição de lamelas diferente: a- lamelas ascendentes; b- lamelas intervenosas; c- lamelas radiadas (a partir do ponto de fixação central e pela superfície do píleo). O píleo e o estipe ainda podem variar das seguintes formas: c- com pseudo-estipe; e- píleo plicado com estipe central; f- píleo excentricamente estipetado; g- sem micélio basal ou inserto; i- com micélio basal evidente; h- píleo espatulado com estipe lateralmente fixo.
O desenho acima (esquerda) é um dos mais antigos que se conhece de um cogumelo, tendo sido feito na Europa e datado de 1419. As pesquisas e sua utilização com o alimento são muito antigos nesta região. No Brasil, ao contrário, grande parte dos usos de cogumelos são relativos aos indígenas, mas este conhecimento em grande parte se perdeu. Os trabalhos de levantamento de cogumelos brasileiros foram feitos inicialmente pelo Padre Johannes Rick (1869-1946, acima ao centro) no sul e entre 1900 e 1946 e posteriormente, por Augusto Chaves Batista (1916-1967; acima a direita) na década de 1950-60. Estes foram pioneiros junto a outros cientistas brasileiros e estrangeiros que atuaram aqui. Graças ao conhecimento conseguido pelo trabalho destes, tem-se hoje cerca de 1.200 espécies de cogumelos conhecidos para o Brasil, alguns dos quais são listados e ilustrados a seguir. O número ainda está longe de ser conclusivo, então muito mais pesquisas são necessárias para conhecermos o número real de cogumelos que ocorrem no Brasil. Da mesma forma, este número aumenta também em função da introdução de espécies de outros países através de plantações de Eucaliptus, Acacia, Pinus e outras árvores. Portanto, para fins de identificação, é importante que você esteja atento à possibilidade de espécies venenosas diferentes estarem sendo introduzidas no Brasil a qualquer momento.
Os cogumelos são decompositores de matéria orgânica morta, disponibilizando nutrientes de novo para as plantas. É um dos trabalhos gratuitos mais importantes para os seres vivos e apresentado no desenho abaixo, onde todos os seres estão interligados. Algumas espécies de Marasmius formam a chamada crina vegetal, um fio preto muito resistente e que permite dar nós e fazer amarrações (ver foto abaixo). Estes fios são utilizados por aves para confecção de seus ninhos, representando uma associação (cogumelo + aves).
IMPORTÂNCIA ECOLÓGICA
FUNGOS & FORMIGAS
Bromáceos, as células do fungos que as formigas comem
Área de ocorrência de
Atta nas Américas (em
vermelho)
No esquema acima está exposto o que as formigas cortadeiras fazem com os pedaços de plantas que levam para seu ninho. Elas criam um jardim e nele plantam um fungo para utilizar este como alimento. Portanto, elas não comem as folhas e sim o que cultivam nelas. Leucoagaricus, Agrocybe, Conocybe, Agaricus , Leucopaxillus, Xerocomus são exemplos de gêneros de cogumelos que são cultivados por formigas. Se algum problema atinge o formiguerio e a colônia enfraquece, os cogumelos podem ser formados por fora do ninho.
O jardim das formigas
COGUMELOS CULTIVADOS
Outras espécies são cultivadas diretamente em troncos como o Shiitake ( Lentinus
edodes – abaixo direita). Estas espécies tem seu mofo (micélio) introduzido em furos
feitos nos troncos, colonizando toda a madeira e, na hora de formar o cogumelo, devem
sofrer um choque. Isto é conseguido mergulhando-se as toras em água gelada ou
batendo-as com pedaços de pau.
No caso do Champignon, além do substrato que se oferece para o micélio se
desenvolver, quando chega o momento de frutificar, coloca-se uma terra de cobertura
esterilizada que permitirá a formação dos cogumelos (embaixo esquerda). Sem esta
terra não há formação dos primórdios. Para a coleta são escolhidos os cogumelos
pequenos, ainda sem abrir o píleo. Se este abrir e os esporos amadurecerem, as lamelas
inicialmente brancas ou rosadas ficam pretas ou marrom-escuras.
COGUMELOS CULTIVADOS
Outras espécies são cultivadas diretamente em troncos no meio do mato, mas são raros
os casos deste tipo de cultivo no País. Espécies como as Auricularia spp. abaixo, que
pode chegar a até 20 cm de diâmetro e outras espécies comestíveis, podem ser obtidas
desta forma.
Para cultivo de espécies usuais no mercado o micélio ou o que se chama vulgarmente
de “semente”, pode ser comprado de vários fornecedores para espécies como Pleurotus
e Agaricus. Outras espécies só podem ser encontradas na natureza, mas na maioria não
são conhecidas técnicas de cultivo. Há espécies, por exemplo, que vivem em solo ou
serrapilheira, de excelente sabor, mas sem aplicação por não ser possível ainda o seu
cultivo e outras micorrízicas, que só podem ser encontradas sob a copa de algumas
árvores com as quais estas mantêm a simbiose.