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citologia e fisiologia bacteriana, Esquemas de Microbiologia

Tópicos importantes para o estudo de citologia e fisiologia bacteriana

O que você vai aprender

  • Quais são as diferentes formas de bactérias?
  • Como a parede celular de bactérias difere entre Gram-positivas e Gram-negativas?
  • O que é uma cápsula bacteriana?
  • Como as bactérias se locomovem?
  • Quais são as funções dos mesossomos em bactérias?

Tipologia: Esquemas

2021

Compartilhado em 24/05/2022

ana-karolina-gomes
ana-karolina-gomes 🇧🇷

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Resumo de citologia, fisiologia , crescimento ,
genética Bacteriana
1) MORFOLOGIA BACTERIANA
As células bacterianas são caracterizadas morfologicamente pelo seu
tamanho, forma e arranjo.
1.1) Tamanho
- variam de 0,3 por 0,8 m até 10 por 25 m.
- as espécies de maior interesse médico medem entre 0,5 a 1,0 m por 2 a 5
m.
1.2) Forma e arranjo
1.2.1) Formas de cocos (esféricas): grupo mais homogêneo em relação a tamanho
sendo células menores (0,8-1,0 m). Os cocos tomam denominações diferentes
de acordo com o seu arranjo:
- Diplococos: cocos agrupados aos pares.
Ex: Neisseria meningitides (meningococo).
- Tétrades: agrupamentos de quatro cocos.
- Sarcina: agrupamentos de oito cocos em forma cúbica.
Ex: espécie Sarcina.
- Estreptococos: cocos agrupados em cadeias.
Ex: Streptococcus salivarius, Streptococcus pneumoniae (pneumococo).
Streptococcus mutans.
2
- Estafilococos: cocos em grupos irregulares, lembrando cachos de uva.
Ex: Staphylococcus aureus.
- Micrococos: cocos que se separam completamente após a divisão celular.
1.2.2) Forma de bastonete: são células cilíndricas, em forma de bastonetes que
apresentam grande variação na forma e tamanho entre gêneros e espécies.
Dentro da mesma espécie os bastonetes são relativamente constantes sob
condições normais de crescimento, podendo variar em tamanho e espessura
(longos e delgados, pequenos e grossos, extremidade reta, convexa ou
arredondada). Quanto ao arranjo podem variar em :
- Diplobacilo: bastonetes agrupados aos pares.
- Estreptobacilos: bastonetes agrupados em cadeias.
- Paliçada: bastonetes alinhados lado a lado como palitos de fósforo.
Ex: bacilo da difteria.
- Tricomas: similares a cadeias de bastonetes, mas com uma área de contato
muito maior entre as células adjacentes
Ex: espécies Beggiatoa e Saprospira
1.2.3) Formas helicoidais ou espiraladas: constituem o terceiro grupo morfológico
sendo caracterizada por células de forma espiral que se dividem em:
- Espirilos: possuem corpo rígido e se movem às custas de flagelos externos,
dando uma ou mais voltas espirais em torno do próprio eixo.
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Resumo de citologia, fisiologia , crescimento ,

genética Bacteriana

1) MORFOLOGIA BACTERIANA

As células bacterianas são caracterizadas morfologicamente pelo seu tamanho, forma e arranjo. 1.1) Tamanho

  • variam de 0,3 por 0,8 m até 10 por 25 m.
  • as espécies de maior interesse médico medem entre 0,5 a 1,0 m por 2 a 5 m. 1.2) Forma e arranjo 1.2.1) Formas de cocos (esféricas): grupo mais homogêneo em relação a tamanho sendo células menores (0,8-1,0 m). Os cocos tomam denominações diferentes de acordo com o seu arranjo:
  • Diplococos: cocos agrupados aos pares. Ex: Neisseria meningitides (meningococo).
  • Tétrades: agrupamentos de quatro cocos.
  • Sarcina: agrupamentos de oito cocos em forma cúbica. Ex: espécie Sarcina.
  • Estreptococos: cocos agrupados em cadeias. Ex : Streptococcus salivarius , Streptococcus pneumoniae (pneumococo). Streptococcus mutans. 2
  • Estafilococos: cocos em grupos irregulares, lembrando cachos de uva. Ex : Staphylococcus aureus.
  • Micrococos: cocos que se separam completamente após a divisão celular. 1.2.2) Forma de bastonete: são células cilíndricas, em forma de bastonetes que apresentam grande variação na forma e tamanho entre gêneros e espécies. Dentro da mesma espécie os bastonetes são relativamente constantes sob condições normais de crescimento, podendo variar em tamanho e espessura (longos e delgados, pequenos e grossos, extremidade reta, convexa ou arredondada). Quanto ao arranjo podem variar em :
  • Diplobacilo: bastonetes agrupados aos pares.
  • Estreptobacilos: bastonetes agrupados em cadeias.
  • Paliçada: bastonetes alinhados lado a lado como palitos de fósforo. Ex: bacilo da difteria.
  • Tricomas: similares a cadeias de bastonetes, mas com uma área de contato muito maior entre as células adjacentes Ex: espécies Beggiatoa e Saprospira 1.2.3) Formas helicoidais ou espiraladas: constituem o terceiro grupo morfológico sendo caracterizada por células de forma espiral que se dividem em:
  • Espirilos: possuem corpo rígido e se movem às custas de flagelos externos, dando uma ou mais voltas espirais em torno do próprio eixo.

Ex: Aquaspirillium 3

  • Espiroquetas: São flexíveis e locomovem-se provavelmente às custas de contrações do citoplasma, podendo dar várias voltas completas em torno do próprio eixo. Ex: Treponema pallidum , Treponema denticola. Além desses três tipos morfológicos, existem algumas formas de transição. Quando os bacilos são muito curtos, podem se assemelhar aos cocos, sendo então chamados de cocobacilos (Ex: Brucella melitensis ). Quando as formas espiraladas são muito curtas, assumindo a forma de vírgula, eles são chamados de vibrião (Ex: V. cholerae ). 2) CITOLOGIA BACTERIANA O tamanho, a forma e o arranjo das bactérias constituem sua morfologia grosseira, sua aparência externa; a observação interna das estruturas celulares dá-nos uma idéia de como a bactéria funciona no ambiente. Na figura abaixo estão representadas esquematicamente diversas estruturas bacterianas que serão comentadas a seguir: 2.1) Flagelos Flagelos são organelas especiais de locomoção, constituídas por uma estrutura protéica denominada flagelina, formando longos filamentos delgados e ondulados de 3-12m que partem do corpo da bactéria e se estendem externamente à parede celular. Um flagelo tem três partes: o corpo basal (estrutura composta por vários anéis que ancora o flagelo à membrana citoplasmática), uma estrutura curta em forma de gancho e um longo filamento helicoidal. O flagelo propulsiona a bactéria através do líquido podendo chegar a 100 m por segundo (o equivalente a 3000 vezes o seu comprimento por minuto). O método exato do movimento é desconhecido (contração das cadeias protéicas - movimento ondulatório; movimento rotatório a partir da extremidade fixa – gancho) e aparentemente a energia vem da degradação de ligações energéticas de fosfato. Em geral a motilidade ocorre ao acaso embora as vezes esteja relacionado com quimiotaxia. As bactérias recebem denominações especiais de acordo com a distribuição dos flagelos: atríquias (sem flagelo); monotríquias (um flagelo em uma das extremidades); anfitríquias (um flagelo em cada extremidade); lofotríquias (tufo de flagelos em uma ou ambas as extremidades); e peritríquias (cercadas de flagelos). 5 2.2) Fímbrias As fímbrias ou "Pili" são organelas filamentosas mais curtas e delicadas que os flagelos, constituídas por uma proteína chamada pilina e presentes em muitas bactérias (especialmente Gram negativas). Elas originam-se de corpúsculos basais na membrana citoplasmática e sua função parece estar relacionada com a troca de material genético durante a conjugação bacteriana (fímbria sexual), e também com a aderência às superfícies mucosas. As fímbrias podem ser removidas sem comprometimento da viabilidade celular e regeneram rapidamente. 2.3) Cápsula

na superfície da membrana; e (3) antígenos O, que são polissacarídeos que se estendem como pêlos a partir da superfície da membrana em direção ao meio circundante. A porção lipídica do LPSs é também conhecida como endotoxina e pode atuar como um veneno, causando febre, diarréia, destruição das células vermelhas do sangue e um choque potencialmente fatal. 2.5) Membrana Citoplasmática A membrana citoplasmática tem espessura de aproximadamente 10 nm e separa a parede celular do citoplasma. É constituída principalmente de lipídeos e proteínas, desempenhando importante papel na permeabilidade seletiva da célula (funciona como uma barreira osmótica). Ela difere da membrana citoplasmática das células eucarióticas por:

  • não apresentar esteróides em sua composição;
  • ser sede de numerosas enzimas do metabolismo respiratório (mesmas funções das cristas mitocondriais);
  • controlar a divisão bacteriana através dos mesossomos. 2.6) Mesossomos Os mesossomos são invaginações da membrana citoplasmática que podem ser simples dobras ou estruturas tubulares ou vesiculares. Eles podem colocar-se próximos à membrana citoplasmática ou afundar-se no citoplasma. Os mesossomos profundos e centrais parecem estar ligados ao material nuclear da célula estando envolvidos na replicação de DNA e na divisão celular. Os mesossomos periféricos penetram muito pouco no citoplasma, não são restritos à localização central da bactéria e não estão associados com o material nuclear. Parecem estar envolvidos na secreção de certas enzimas a partir da célula, tais como as penicilinases que destroem a penicilina. Alguns autores associam ainda aos mesossomos o valor funcional das mitocôndrias, atribuindo à eles papel na respiração bacteriana. 2.7) Estruturas Celulares Internas 2.7.1) Área Citoplasmática:
  • Citoplasma: em qualquer célula, o citoplasma tem em torno de 80% de água, ácido nucléicos, proteínas, carboidratos, lipídeos, íons inorgânicos, compostos de baixo peso molecular e partículas com várias funções. Esse fluido denso é o sítio de muitas reações químicas.
  • Ribossomos: estão presentes em grande número nas células bacterianas conferindo ao citoplasma aparência granular quando observado ao microscópio eletrônico. O conjunto de diversos ribossomos, que durante a síntese protéica está ligado a uma molécula de RNAm recebe o nome de polissomo.
  • Grânulos de reserva: embora as células procarioticas não apresentem vacúolos, podem acumular substâncias sob a forma de grânulos de reserva, constituídos de polímeros insolúveis. São comuns polímeros de glicose, fosfato inorgânico e lipídeos. 2.7.2) Área nuclear:
  • Nucleóide: as bactérias apresentam um cromossomo circular constituído por uma única molécula de DNA não delimitado por membrana nuclear. O cromossomo bacteriano contém todas as informações necessárias à sobrevivência da célula e é capaz de auto-duplicação. 10
  • Plasmídeo: algumas bactérias possuem moléculas menores de DNA, também circulares, cujos genes não codificam características essenciais, porém muitas vezes conferem vantagens seletivas à bactéria que as possui. Essas moléculas chamadas plasmídeos são capazes de auto-duplicação independente da replicação do cromossomo, e podem existir em número variável no citoplasma bacteriano. 2.8) Esporos Os esporos que se formam dentro da célula, chamados endosporos, são exclusivos das bactérias (principalmente as pertencentes ao gênero bacillus e clostridium ). Eles possuem parede celular espessa, são altamente refráteis (brilham muito com a luz do microscópio) e altamente resistentes a agentes físicos (dessecação e aquecimento) e químicos (antisépticos) adversos devido a sua parede ou capa impermeável composta de ácido dipicolínico. Os esporos surgem quando a célula bacteriana não se encontra em um meio ideal para o seu desenvolvimento. A bactéria produtora pode crescer e multiplicar-se por muitas gerações como células vegetativas. Em alguma etapa do desenvolvimento, em ambiente com exaustão de fontes de carbono e nitrogênio ou completa falta de nutrição, ocorre no interior do citoplasma vegetativo a síntese do esporo (sua formação leva por volta de 6 horas). Ela é iniciada pela condensação de uma nucleoproteína no citoplasma que migra para a extremidade da célula enquanto esta e o citoplasma são envolvidos por uma membrana dupla derivada da membrana citoplasmática. O tegumento é formado na membrana dupla e o citoplasma sofre condensação para completar a formação do cerne. Os esporos não têm atividade metabólica, podendo permanecer latente por longos períodos, representando uma forma de sobrevivência e não de reprodução.

FISIOLOGIA BACTERIANA

O crescimento e divisão celulares necessitam de um ambiente propício com todos os constituintes químicos e físicos necessários para o seu metabolismo. Essas necessidades específicas são dependentes de informações genéticas para cada espécie bacteriana. Algumas espécies com vasta flexibilidade nutricional, como as Pseudomonas , são capazes de sintetizar muitos de seus metabólitos a partir de precursores simples, enquanto outras espécies são mais exigentes, como as Porphyromonas e Treponemas , que necessitam de nutrientes complexos para o crescimento e reprodução. NUTRIÇÃO A análise das estruturas bacterianas revela que sua arquitetura é formada por diferentes macromoléculas, em particular, proteínas e ácidos nucléicos. Os precursores das macromoléculas podem ser retirados do meio ambiente ou ser sintetizados pelas bactérias a partir de compostos mais simples. A alternativa escolhida vai depender da disponibilidade do composto no meio e da capacidade de síntese do microrganismo. As substâncias ou elementos retirados do ambiente e usados para construir novos componentes celulares ou para obter energia são chamados nutrientes. Os nutrientes podem ser divididos em duas

Condições de Cultivo Para se cultivar microrganismos deve-se obedecer a requisitos básicos obrigatórios, quais sejam incubá-los em meios de cultura adequados e incubá-los em condições ambientais igualmente adequadas. Um inóculo é uma amostra de material contendo geralmente uma pequena quantidade de microrganismos; obedecidas as condições citadas, os microrganismos contidos no inóculo multiplicam-se, aumentando em número e massa e, com isto, atingindo o objetivo desejado. Meios de Cultura Meio de cultura é uma mistura de nutrientes necessários ao crescimento microbiano. Basicamente deve conter a fonte de energia e de todos os elementos imprescindíveis à vida das células. A formulação de um meio de cultura deve levar em conta o tipo nutritivo no qual o microrganismo pertence, considerando-se a fonte de energia (luz ou substância química), o substrato doador de elétrons (orgânico ou inorgânico) e a fonte de carbono (orgânica ou inorgânica). Estabelecidas as condições gerais, o meio de cultura deve ainda atender as necessidades específicas do grupo, da família, do gênero ou da espécie que se deseja cultivar. Assim, é imprescindível acrescentar ao meio vitaminas, cofatores,aminoácidos, etc., quando estes compostos não são sintetizados pelos microrganismos que se deseja cultivar. Fatores de crescimento Entre as bactérias heterotróficas há uma imensa variedade de exigências nutritivas. Algumas são capazes de crescer em meio muito simples, constituído de uma solução de glicose, sal de amônio e alguns sais minerais. A partir desses compostos, sintetizam todos os componentes do protoplasma: proteínas, polissacarídeos, ácidos nucléicos,coenzimas, etc. Outras, todavia, são incapazes de sintetizar determinados compostos orgânicos essenciais para o seu metabolismo. Para que estes microrganismos possam crescer,tais compostos devem ser obtidos do meio natural ou artificial em que vivem. Essas substâncias são denominadas fatores de crescimento. Muitos desses fatores são componentes de coenzimas, que, para o homem, são vitaminas. Na realidade, certas vitaminas, como o ácido fólico, foram descobertas por serem necessárias ao crescimento de determinadas bactérias. As composições dos meios de cultura, portanto, podem ser muito variadas. Um meio pode ter uma composição simples, contendo um único carboidrato como fonte de energia e carbono e alguns sais minerais; em outro extremo estão os meios requeridos por microrganismos mais exigentes, apresentando composição complexa, contendo várias fontes de carbono e energia, vitaminas e aminoácidos, podendo ainda ser acrescidos de sangue ou soro de animais. Além da composição qualitativa, o meio de cultura deve obedecer aos limites de quantidade de cada componente suportáveis pelos microrganismos. Muitas vezes o meio de cultura deve conter substâncias para neutralizar a ação de produtos tóxicos lançados pelos próprios microrganismos, que sofrem os efeitos de seu acúmulo. Um exemplo rotineiro é adição de tampões para impedir a queda de pH provocada pelos ácidos orgânicos produzidos por fermentação bacteriana. Os meios podem ser líquidos, quando são uma solução aquosa de nutrientes, ou sólidos, quando a solução aquosa é gelificada por um polissacarídeo extraído de algas, o ágar.O meio sólido é obrigatoriamente usado quando se pretende separar células. Cada célula individualizada ou agrupamento isolado dá origem, por multiplicação, a um

aglomerado que constitui uma colônia. Colônias de diferentes espécies geralmente apresentam características morfológicas diferentes. Os meios de cultura podem ser seletivos, quando contêm uma substância que inibe o crescimento de um determinado grupo de microrganismos, mas permite o desenvolvimento de outros. Influência de fatores ambientais A tomada de nutrientes e posterior metabolismo são influenciados por fatores físicos e químicos do meio ambiente. Os principais fatores são: temperatura, pH, presença de oxigênio, pressão osmótica e luz. Temperatura Cada tipo de bactéria apresenta uma temperatura ótima de crescimento, em torno desta temperatura observa-se um intervalo dentro do qual o desenvolvimento também ocorre, sem, no entanto, atingir o seu máximo. Ultrapassado o limite superior, rapidamente ocorre desnaturação do material celular e, conseqüentemente, a morte da célula. As temperaturas inferiores à ótima levam a uma desaceleração das reações metabólicas, com diminuição da velocidade de multiplicação celular, que em caso extremo, fica impedida. As variações quanto ao requerimento térmico permite classificar as bactérias segundo a temperatura ótima para o seu crescimento, em:

  • psicrófilas: entre 12 e 17º C
  • mesófilas: entre 28 e 37ºC
  • termófilas: 57 e 87ºC Embora grupos excêntricos, que necessitam de altas temperaturas para o seu crescimento, a maioria concentra-se no grupo de mesófilas, principalmente as de interesse médico, veterinário e agronômico. pH Os valores de pH em torno da neutralidade são os mais adequados para absorção de alimentos para a grande maioria das bactérias. Existem, no entanto, grupos adaptados a viver em ambientes ácidos e alcalinos. Oxigênio O oxigênio pode ser indispensável, letal ou inócuo para as bactérias, o que permite classificá-las em:
  • aeróbias estritas : exigem a presença de oxigênio, como as do gênero Acinetobacter.
  • microaerófilas : necessitam de baixos teores de oxigênio, como o Campylobacter jejuni.
  • facultativas : apresentam mecanismos que as capacitam a utilizar o oxigênio quando disponível, mas desenvolver-se também em sua ausência. Escherichia coli e vária bactérias entéricas tem esta característica.
  • anaeróbias estritas : não toleram o oxigênio. Ex.: Clostridium tetani, bactéria produtora de potente toxina que só se desenvolve em tecidos necrosados carentes de oxigênio. Exoenzimas A seletividade da membrana citoplasmática impede que macromoléculas como proteínas, amido, celulose e lipídeos sejam transportadas para o interior da célula. Para essas moléculas serem utilizadas pelos microrganismos, é necessário cindidas, dando origem a compostos menores, aos quais as membranas são permeáveis.

C

D

Log. do nº de bactérias células estão sintetizando DNA, novas proteínas e enzimas, que são um pré-requisito para divisão. Fase exponencial ou log (B): nesta fase, as células estão se dividindo a uma taxa geométrica constante até atingir um máximo de crescimento. Os componentes celulares como RNA, proteínas, peso seco e polímeros da parede celular estão também aumentando a uma taxa constante. Como as células na fase exponencial estão se dividindo a uma taxa máxima, elas são muito menores em diâmetro que as células na fase Lag. A fase de crescimento exponencial normalmente chega ao final devido à depleção de nutrientes essenciais, diminuição de oxigênio em cultura aeróbia ou acúmulo de produtos tóxicos. Fase estacionária (C): durante esta fase, há rápido decréscimo na taxa de divisão celular. Eventualmente, o número total de células em divisão será igual ao número de células mortas, resultando na verdadeira população celular estacionária. A energia necessária para manter as células na fase estacionária é denominada energia de manutenção e é obtida a partir da degradação de produtos de armazenamento celular, ou seja, glicogênio, amido e lipídeos. Fase de morte ou declínio (D): quando as condições se tornam fortemente impróprias para o crescimento, as células se reproduzem mais lentamente e as células mortas aumentam em números elevados. Nesta fase o meio se encontra deficiente em nutrientes e rico em toxinas produzidas pelos próprios microrganismos. Metabolismo Bacteriano Uma vez garantidos pelo ambiente os nutrientes e as condições adequadas para assimilá-los, as bactérias vão absorvê-los e transformá-los para que cumpram suas funções básicas, quais sejam, o suprimento de energia e de matéria prima. Como matéria-prima, os nutrientes vão ser transformados em estruturas celulares ou em moléculas acessórias à sua síntese e funcionamento. Obtenção de energia As substâncias com alto valor energético são sempre aquelas com elevado grau de redução, e grande parte das bactérias (exceção às fotossintetizantes) vai obter toda energia de que necessita por oxidação desses substratos. As substâncias preferencialmente oxidadas por microrganismos são os açúcares, seguidos de proteínas, peptídios e, mais raramente, as gorduras. As bactérias utilizam energia para o transporte de nutrientes, o movimento dos flagelos, mas sobretudo para as biossínteses. WIELAND (1912), reconheceu que a maioria das reações biológicas, ocorre na ausência de oxigênio, por desidrogenação. Em biologia, pode-se dizer que a perda de um elétron equivale a perda de um hidrogênio. Pode-se, então, definir oxidação como o ganho de um hidrogênio e redução como a perda de um hidrogênio. Fermentação Metabolismo no qual os compostos orgânicos servem como doadores e receptores de elétrons (hidrogênio). A fermentação conduz, geralmente, à cisão parcial de moléculas de glicose (glicólise).

  • Conceito antigo (clássico): decomposição microbiana de carboidratos na

ausência de oxigênio. Dentre os vários tipos de fermentação, pode-se citar:

  • Fermentação homolática: produção de ácido lático como produto final.
  • Fermentação alcoólica: produção de álcool como produto final.
  • Fermentação mista: produção de álcool, ácido e gás.
  • Fermentação butileno-glicólica: produção do butileno glicol (não ácido) como produto final. Putrefação Decomposição de compostos nitrogenados (proteínas), utilizando-se de substância orgânica como aceptor-doador de elétrons. É um tipo de fermentação que produz produtos finais de odor desagradável: indol, escatol, ácido sulfídrico. Respiração Decomposição microbiana de substratos cujo receptor de hidrogênio é o oxigênio. Na respiração ocorrem as seguintes etapas: a) Ciclo de Krebs; b) Cadeia transportadora de elétrons; c) Fosforilação oxidativa. Respiração anaeróbica Quando o oxigênio é substituído por outro receptor inorgânico de elétrons.

Referências Bibliográficas

BIER, O. Fisiologia bacteriana. In: Microbiologia e Imunologia. 23.ed. São Paulo, Melhoramentos, 1984. Cap.3, p.43-77. BURNETT, G. e cols. Fisiologia. In: Microbiologia oral e doenças infecciosas. 4.ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan S.A., 1978. Cap.7, p.74-86. FROBISHER, M. e cols. Cultyvo y crescimento de las bactérias. In: - Microbiologia. 5.ed. Bacelona, Salvat Editores S.A., 1978. Cap. 10, p. 126-149. NISENGARD, R.J. & NEWMAN, M.G. Microbiologia Oral e Imunologia. 2 ed. Guanabara-Koogan, 1997, 395p. MORFOLOGIA BACTERIANA FORMAS FUNDAMENTAIS DAS BACTÉRIAS  Arredondadas: COCOS  Alongadas: BACILOS  Onduladas/helicoidais: ESPIRILO, VIBRIÃO, ESPIROQUETA As formas não são constantes, podendo variar de acordo com o meio e com o tipo de associação. Geralmente, uma mudança de forma decore da perda da parede celular (PC). Tal mudança pode ser classificada em:  Involução: mudança de forma devido a condições desfavoráveis, como mudança de pH ou oxigênio, por produtos tóxicos etc.  Pleomorfismo: mesmo em condições favoráveis à sua sobrevivência, a bactéria não apresenta morfologia única, como o Mycoplasma. CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO PLANO DE DIVISÃO:

- Escherichia coli enteropatogênica: sua virulência é medida pela CF (colonization factor) que mostra a capacidade de fixação da bactéria na mucosa (no caso, intestinal). Causa diarréia. - Gonococus : na mucosa uretral. - Streptococus pyogenes : na mucosa amígdalo-faringeana. Cápsula  Envoltório viscoso, externo à PC.  Função: resistência, patogenicidade.  Composição: polissacarídica.  Classificação: . Ex: Streptococus pneumoniae

  • Limosa: depende do meio, pois é apenas sintetizada na presença de sacarose. Ex: Streptococus salivarius.
  • Glicocálice: polímero que forma uma malha frouxa de fibrilas que se extende para fora da célula. Ex: Streptococus mutans (principal causador da cárie). Esporos  Formas de resistência dos gêneros Bacullus (aeróbia) e Clostridium (anaeróbia) Obs: O Clostridium tetani causa o tétano, o Clostridium botulinum causa botulismo e o Clostridium perfringes , doenças de pele.  A transformação da forma vegetativa para a de esporo dura aproximadamente 6h.  Resistente ao calor e ao ressecamento.  Produzido intracelularmente.  Localização: central, terminal e sub-terminal.  Formação:
  • Cerne ou protoplasto: Cópia completa do material genético.
  • Parede, córtex, capa e exosporo. Granulações  Polímeros de reserva, insolúveis.  Composição: polímeros de glicose (amido e glicogênio), ác. hidroxibutírico  fosfato = volutina.Podem ser metacromáticos.  Exemplos: Conybacterium (causa difteria) e Lactobacillus. Plasmídeos  Moléculas menores de DNA  Visíveis somente ao Microscópio de Tonelamento (superior ao eletrônico)

 Circulares.  Capazes de autoduplicação. ESTRUTURAS ESSENCIAIS OU CONSTANTES Parede Celular (PC)  Sinônimos: saco murâmico, peptoglicano, mureína, mucocomplexo, mucopeptídeo, peptideoglicano.  Características: rígida, inelástica, porém deformável.  Funções:

  • Dá forma à célula;
  • Promove resistência a choques mecânicos e osmóticos;
  • Serve de sítio de absorção de vírus;
  • Determinante da especificidade antigênica;
  • Responsável pela divisão das bactérias em Gram + e Gram -.  Composição: polimérica, com sub-unidades de ácido murâmico, N-acetil glicosamina (NAGL) e tetrapeptídeo.  Antibióticos impedem a formação da parede celular por atuarem na síntese protéica. No espaço periplasmático da PC há enzimas  -lactamases que inativam antibióticos como penicilina e cefalosporina, por hidrolisar o anel  -lactâmico.  Lisozima faz digestão da Parede Celular e está presente em saliva, muco e lágrima. Atua destruindo a ligação NAGl - Mureína. Coloração Gram Substância Tempo Gram + Gram - 1- Violeta genciana 1 min Roxa Roxa 2- Lugol 30 Seg Roxa Roxa 3- Álcool 15 Seg (máximo) Roxa Incolor 4- Fucsina 30 Seg Roxa Vermelha  A fucsina age como corante de fundo Diferenças ente bactérias Gram positivas e negativas: Característica Gram + Gram - Composição Entre 2 ácidos murâmicos da PC há um tetrapeptídeo. Um ácido teicóico está presente. Entre 2 ácidos murâmicos da PC há tetrapeptídeo Espessura  20nm  10nm Amino ácidos Pouco Muito

 Termófilas: 50-60 C Temperatura (C) Mínimo Ótimo Máximo Pseudomonas fluorescens 4 25-30 40 Staphilococus aureus (infecção hospitalar) 6.5 30-37 46 Termoactinomyces vulgaris 27-30 60 65- Nisseria gonorreae 30 35-36 38, Thermus aquaticus 40 70-72 79 Atmosfera  Aeróbias: proliferação na superfície do líquido em um tubo de ensaio. Ex: M. tuberculosis  Anaeróbias: proliferação no fundo. Ex: clostridium tetane e clostridium botulinum.  Anaeróbias facultativas: proliferação por todo o líquido. Ex: Enterobactérias  Microaeróbias: em condições ideais, prolifera-se pouco abaixo da superfície do líquido. pH  6,5 - 7,5: faixa ótima  4,0 - 9,0: faixa de tolerância. pH Mínimo Ótimo Máximo Staphylococus aureus 4,2 7,0 - 7,5 9, Acetobacter aceti 4,0 - 4,5 5,4 - 6,3 7 - 8 Vibrião cholerae 7,5 8- 9 9, Pressão osmótica  halófilas: proliferação em meios com alta concentração de sal  sacarófilas: proliferação em meios com alta concentração de açúcar; OBS: de conhecimento essencia para manutenção de alimentos EXIGÊNCIAS NUTRITIVAS  Pouco exigentes: muita síntese para manutenção própria  Exigentes: pouca síntese para manutenção própria OBS: são necessários C, N, sais (Na, K, Fe, Zn, Mg etc) e fatores de crescimento (vitaminas e Aa)

FONTES DE ENERGIA  A partir de compostos orgânicos (CH, Aa)  A partir de reações de óxido-redução. REPRODUÇÃO  Em média 30min.  Cissiparidade: divisão binária simples;  Cissiparidade com confugação ou esporulação. FASES DE CRESCIMENTO  A: FASE LAG - adaptação ao meio  B: FASE LOG - crescimento exponencial  C: FASE ESTACIONÁRIA: crescimento impedido  D: FASE DE DECLÍNIO E MORTE  E: FASE DE ESPORO. GENÉTICA BACTERIANA ESTRUTURAS ENVOLVIDAS Cromossomo  DNA circular  Fita única  Replicação semiconservativa  Divisão por fissão binária Plasmídeos  DNA circular  Fita dupla  Replicação autônoma (não-dependente de cromossomo)  PLASMÍDEOS F: Fatores sexuais

  • Funções codificadas: auto-replicação para todos; auto-transferência para alguns.
  • Região TRA( operon que possui genes que forma por exemplo a fímbria sexual)
  • Produzem H2S, antibióticos e pigmentos
  • Resistência aos antibióticos
  • Sensibilidade/resistência a bacteriófagos  PLASMÍDEOS R: de resistência