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Dentre as técnicas utilizadas para diagnóstico do vírus foram citadas: o isolamento viral, as técnicas sorológicas, o exame histopatológico, a técnica de reação ...
Tipologia: Notas de estudo
Compartilhado em 07/11/2022
4.5
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Monografia apresentada à Universidade Federal Rural do Semi Árido (UFERSA), como exigência final para obtenção do título de especialização em Clínica Médica de Pequenos Animais. Orientador: MSc. Alexandre do Rosário Casseb
Agradeço em primeiro lugar a Deus meu criador e pai pelo amor incondicional;
Aos meus pais Adair e Maria pelo apoio e educação proporcionados e todos estes anos e também ao Bruno meu mano que teve participação fundamental na realização deste trabalho e minha mana Neila;
As minhas amigas Ana Estelita, Hertel Barros, Lilian Sinfronio e Silvia Lopes por todo incentivo e apoio. O amor fraternal da amizade realmente é uma dádiva, contem sempre comigo;
Aos meus colegas da especialização pelo companheirismo, que nos marcou durante todo o tempo de curso e creio que no meio profissional também, valorizando assim a ética profissional;
Ao meu orientador Alexandre Casseb pela disposição e credibilidade dada a mim;
Ao Instituto de Ensino Equalis pela oportunidade do curso que possibilita uma melhor reciclagem e atualização dos profissionais em todas as regiões do país;
E claro não poderia deixar de agradecer aos meus amorecos Dick e Menina que sempre me demonstraram com olhares e gestos o quanto é maravilhoso ser Médica Veterinária de Pequenos Animais;
E aos demais que não foram citados no trabalho, mas que de forma direta e indireta contribuíram para a realização deste trabalho, meu muito obrigada.
A cinomose canina é uma doença altamente contagiosa causada por um vírus da família Paramixoviridae , do gênero Morbilivírus que acomete principalmente os cães jovens. Sua transmissão ocorre por contato direto, através de aerossóis ou alimentos e objetos contaminados. Tem um período de incubação média de quatro dias e dentre alguns sintomas estão: febre, catarro conjuntival, rinite purulenta, tosse, diarréia mucosanguinolenta e pústulas abdominais, podendo assumir também a forma nervosa. Dentre as técnicas utilizadas para diagnóstico do vírus foram citadas: o isolamento viral, as técnicas sorológicas, o exame histopatológico, a técnica de reação em cadeia pela polimerase precedida de transcrição reversa, a análise do líquido cefalorraquidiano e o teste de imunofluorescência. Quanto ao tratamento não há nada especificado, devendo- se tratar somente os sintomas, considerando também que esta doença pode ser evitada através de imunoprofilaxia. Neste trabalho foi realizada uma revisão bibliográfica sobre a cinomose canina enfatizando também sua importância na rotina da clínica médica veterinária.
Palavras-chave: cinomose, vírus, cão, vacinação
LISTA DE FIGURAS págs
Figura 1
Estrutura do vírus. NP - Nucleoproteína; L - Grande proteína; HN – Hemaglutinina; F – Proteína de fusão; M – Proteína matriz; P – Fosfoproteína
Figura 2
Progressão da infecção sistêmica para a infecção nervosa na cinomose canina
Figura 3
Cão com secreção nasal mucopurulenta causada pela cinomose 17
Figura 4
Cão com cinomose apresentando dermatopatia 18
Figura 5
Doença dos Coxins ásperos 18
Figura 6
Cão com cinomose apresentando hipoplasia de esmalte dentário 18
3.6.4 Técnica de Reação em Cadeia pela polimerase precedida de transcrição reversa (RT – PCR)
Revisar a literatura sobre a cinomose canina.
Analisar e comparar as bibliografias referentes à cinomose canina.
Doença dos coxins ásperos (MANUAL..., 2008) ou simplesmente cinomose canina, é caracterizada como uma doença viral multissistêmica altamente contagiosa e severa (SHERDING,1998), sendo assim conhecida mundialmente (FRASER et al., 1997, SHERDING,1998).
O VCC tem uma distribuição enzoótica mundial (HARTMAN et al., 2007, SHERDING, 1998). A infecção dissemina-se rápido entre os cães, sendo os não imunizados de qualquer idade, sexo ou raça os mais susceptíveis, porém a doença é mais comum em filhotes entre 3 e 6 meses, já que provavelmente não possuem mais a imunidade passiva derivada da mãe (SWANGO, 1997, QUINN et al., 2005, NELSON; COUTO, 2006). Shell (1990) e Sherding (1998) discordam sobre o período de ocorrência da enfermidade nos filhotes, onde citam a incidência mais comum de 6 a 12 semanas de idade. O VCC acomete uma ampla variedade de hospedeiros além de cães domésticos, como raposa, dingo, coiote, lobo e chacal (família canidae), da família mustalidae tais como furão, vison, doninha, marta, cangambá, texugo e lontra, da família Procyonidae como guaxinim, panda, jupara e quati, também da família felidae exóticos, mas não os gatos domésticos (SHERDING, 1998, QUINN et al., 2005, DEEM et al., 2000). O cão representa o principal reservatório para o vírus da cinomose, servindo até mesmo, como fonte de infecção para os animais selvagens (GREEN; APPEL, 2006). Nelson e Couto (2006) citam que o VCC induz a doença em outras espécies como focas, golfinhos e primata não-humano que tem sido infectada pelo vírus da cinomose ou por uns vírus relacionados. O vírus é relativamente lábil, e sua transmissão ocorre através da exposição ao ar, e é liberado por animais infectados em todas as secreções e excreções do corpo, com isto, a disseminação ocorre onde os cães são mantidos em grupos, mantendo-se o vírus instável no
3.3.1 Inativação do vírus
O agente viral da cinomose canina é relativamente lábel, e a sua infectividade é liberada pelo calor (GORHAM, 1960, APPEL; GILLESPIE, 1972, SWANGO, 1997), e por obter um pH instável menores que 4,5 inativado pelo calor em 1 hora a 55 °C e em 30 minutos a 60 °C, permanecem viáveis a temperatura de 20 °C por 1 hora nos exsudatos por 20 minutos (GORHAM, 1960, APPEL; GILLESPIE, 1972), por várias semanas entre 0 – 4c, sendo estável durante meses a anos no estado congelado (GORHAM, 1960, APPEL; GILLESPIE, 1972, LITFALLA et al.,2008). Também são inativados pelo detergente, solventes de lipídios, desinfetantes a base de amônia quaternária a 0,3 % em 10 minutos, formol a 0,5% em 4 horas e com fenol a 0,75% em 10 minutos. O VCC é suscetível à radiação ultravioleta e as lâmpadas germicidas, mas tem pouca valia no controle da disseminação da cinomose em hospitais veterinários e canis (FRASER et al., 1997, SWANGO, 1997, GREENE, 1998).
Figura 1 – Estrutura do vírus. NP - Nucleoproteína; L - Grande proteína; HN – Hemaglutinina; F – Proteína de fusão; M – Proteína matriz; P – Fosfoproteína. Fonte: Canine...(2009).
A infecção pelo vírus consiste na excreção de gotículas por meio de aerossol e outras excreções do corpo a partir dos animais infectados, podendo liberar o vírus por vários meses, sendo assim, a disseminação ocorre onde os cães são mantidos em grupos, tornando o vírus instável no ambiente (Figura 2) (FRASER et al., 1997, SILVA et al., 2007).
3.4 1 Resposta Imune
Durante a primeira semana de infecção, os cães apresentam uma linfopenia e são imunossuprimidos, e a infecção pelo VCC parece causar um efeito de depleção de células T e B e de necrose nos tecidos linfáticos. Cães que recuperam de forma precoce com no mínimo de sinais clínicos, respondem com vigorosas reações imunes humoral e celular, produzindo desta forma uma imunidade duradoura. Anticorpos neutralizantes aparecem inicialmente no soro de cães infectados em 8 a 9 dias após exposição viral, alcançando um pico em 4 a 5
Figura 2 – Progressão da infecção sistêmica para a infecção nervosa na cinomose canina. Fonte: Moro et al. (2004).
A encefalite dos cães velhos está associada de forma aparente à prolongada persistência do vírus no cérebro, possivelmente como resultado da disseminação não- citolítica de uma célula a outra sem o brotamento através da membrana celular, evadindo, assim, a detecção imunológica (QUINN et al., 2005). O comportamento no SNC depende da estirpe viral, da idade e da imunocompetência do cão, animais jovens e cães com imunodeficiência desenvolvem necrose neuronal (substância cinzenta), já os cães adultos e imunocompetentes geralmente apresentam desmielinização (substância branca) (SHELL, 1990). De uma forma sucinta, durante a primeira semana antes do aparecimento dos sintomas, a replicação do vírus ocorre inicialmente no tecido linfático (FRASER et al., 1997; SILVA et al., 2007; MANUAL..., 2008), medula óssea, baço e timo (SILVA et al., 2007), em seguida, por volta do 7o^ dia infecciona epitélios gastrointestinal, respiratório, urogenital, pele e SNC (FRASER et al., 1997, QUINN et al., 2005, SILVA et al., 2007). A doença ocorre após a replicação do vírus nesses órgãos (FRASER et al., 1997).
A forma subaguda da cinomose é caracterizada por febre repentina e morte súbita em 2 ou 3 dias, mas não é o normal da doença. O período de incubação varia de 3 a 7 dias, os cães infectados desenvolvem dois picos febris, o primeiro pico febril é entre o 2° e o 6° dia, onde também pode ocorrer uma leucopenia e em especial uma linfopenia e o segundo pico febril ocorre entre o 8° e o 9°dia, onde a temperatura pode chegar a 41°C. Anorexia, conjuntivite, depressão são comuns na fase aguda da cinomose (FENNER et al., 1993, SHERDING, 1998, NELSON; COUTO, 1998; ZEE, 2003, ZANINI; SILVA, 2006).
A doença pode evoluir em quatro fases:
A) Respiratória, com presença de tosse seca ou produtiva, pneumonia, secreção nasal (que comumente é provocada por infecções secundários dentre elas a bactéria Bordetella bronchiseptica ) (figura 3) dificuldade respiratória, secreções oculares, febre (41°C), inflamação da faringe, dos brônquios e aumento das tonsilas (FENNER et al., 1993, SHERDING, 1998, NELSON; COUTO, 1998, JAYME, 2004, ZANINI; SILVA, 2006).
B) Gastrointestinal, com vômito, diarréia eventualmente sanguinolenta (freqüentemente conseqüência de infecções secundárias), anorexia, febre, predispondo a infecções bacterianas secundárias (FENNER et al., 1993, SHERDING, 1998, JAYME, 2004,QUINN et al, 2005, ZANINI; SILVA, 2006).
C) Nervosa com alterações comportamentais (vocalização como se o animal estivesse sentindo dor, respostas de medo e cegueira), convulsões, contração rítmica persistente e indolor mesmo durante o sono de um ou de um grupo de músculos (coréia, espasmos flexores e hipercinese), isso porque a infecção ativa um circuito elétrico semelhante a de um marca- passo na medula espinhal, paresia ou paralisia ascendente, frequentemente começando a se tornar evidente como uma ataxia nos membros pélvicos, bexiga, mandíbula e reto, sintomas cerebelares (mioclonia, hipermetria), sintomas vestibulares (nistágmo, ataxia, cabeça pêndula), movimentos de andar em circulo e movimentos de pedalagem, a mortalidade nesta fase varia entre 30% a 80%, cães que sobrevivem esta fase geralmente apresentam seqüelas, e podem desenvolver mais tarde a encefalite do cão velho, a magnitude do envolvimento neurológico tem grande influência no prognóstico da cinomose (FENNER et al., 1993, SWANGO, 1997, SHERDING, 1998, JAYME, 2004, CHRISMAN et al, 2005; ZANINI; SILVA, 2006). Os sinais neurológicos variam consideravelmente, Shell (1990) cita convulsões e paralisia dos membros pélvicos, juntamente com sinais vestibulares, como ataxia e nistagmo, e cerebelares como tremores e hipermetria. Sherding (1998) concorda com os sinais citado anteriores, mas acrescenta neuropatias periféricas e cranianas incluindo neurite óptica.
Figura 3 – Cão com secreção nasal mucopurulenta causada pela cinomose. Fallbrook (2009).
doença são variáveis e influenciadas pela virulência do vírus infectante. Frequentemente, quando a recuperação parece iminente, surgem sequelas neurológicas permanentes como as descritas anteriormente (FRASER, et al. 1997, ZEE, 2003, QUINN et al, 2005).
O diagnóstico da cinomose é fundamentado nos sinais clínicos, e devido as suas várias manifestações, levam a certa confusão e dificuldade, tanto para diagnóstico clínico como na investigação experimental da moléstia (FRASER et al., 1997, GEBARA et al., 2004b, SILVA et al., 2007, MANUAL..., 2008) e os exames complementares como hemograma, análise do líquor, e exame radiográfico não possibilitam a realização do diagnóstico diferencial conclusivo da infecção pelo vírus da cinomose em cães (APPEL; SUMMERS, 1999, ZEE, 2003).
3.6.1 Isolamento Viral
O isolamento viral em cultivo celular é especifica (SHIN et al., 1995). Mas pode ser de difícil realização (QUINN et al., 2005). Bexiga urinária, creme leucocitário de sangue com heparina e cerebelo são espécimes pos – mortem adequados para a técnica (QUINN et al.,2005). Se o animal não estiver na fase aguda da doença, a técnica é demorada e pode resultar em falso- negativo (SHIN et al., 1995).
3.6.2 Técnicas Sorológicas
As técnicas sorológicas demonstraram que anticorpos IgM como de um aumento de quatro vezes no título de anticorpo entre o soro coletado na fase aguda e na de convalescença, pode ser determinada por vírus neutralização, por ELISA ou por imunofluorescência indireta (QUINN et al., 2005). Os métodos sorológicos apresentam um
valor diagnóstico limitado para o CDV já que animais morrem por cinomose podem ou não apresentar títulos mensuráveis de anticorpos (APPEL; SUMMERS, 1999, FRISK et al., 1999, ZEE, 2003).
3.6.3 Histopatológico
É outro método de diagnóstico que se caracteriza por ser definitivo, já que as lesões causadas pelo vírus da cinomose no sistema nervoso central são bastantes características. Mas este procedimento constitui um diagnóstico pos mortem , não permitindo o diagnóstico precoce e ante mortem da infecção (JONES et al., 2000). O vírus da cinomose pode ser confirmado pela identificação de corpúsculos de inclusão em células associadas à exudato, em células epiteliais e em neutrófilos, porém sua ausência não exclui a infecção pelo CCV (GREENE, 1998, JONES et al., 2000).
3.6.4 Técnica de Reação em Cadeia pela Polimerase Precedida de Transcrição Revesa (RT- PCR)
A RT-PCR vem sendo empregada na detecção do vírus da cinomose, devido sua rapidez na obtenção dos resultados, a não exigência da infecciosidade da partícula viral e os altos níveis de sensibilidade e especificidade. Seu procedimento requer diferentes tipos de amostras biológicas como sangue, soro, urina e fragmentos de órgãos (ZEE, 2003, GEBARA et al., 2004a).
3.6.5 Analise do Líquido Cefalorraquidiano
A técnica de análise do líquido cefalorraquidiano (LCR) pode auxiliar no diagnóstico da infecção pelo vírus da cinomose, embora alguns cães com a infecção no SNC apresentem análise normal do LCR, muitos apresentam pleocitose das células mononucleares