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Análise da luta de classes na praia de Boa Viagem: o filme 'O som ao redor', Notas de estudo de Video e Cinema

Uma análise do filme 'o som ao redor', que mostra as transformações que acontecem na vida de moradores de um quarteirão na praia de boa viagem, na cidade de recife, com a chegada de uma equipe de segurança privada. O texto aborda a resistência de francisco oliveira, um antigo usineiro, às mudanças sociais e a violência que resulta. Além disso, o documento discute a perda de poder dos produtores rurais e a emergência de novos atores sociais numa economia predominantemente urbana.

Tipologia: Notas de estudo

2016

Compartilhado em 23/02/2016

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edson-luiz-fogo-5 🇧🇷

4.4

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Fundação Escola de Sociologia e Política
FESPSP
Luta de classes na praia de Boa Viagem: análise do filme “O som ao redor”
Trabalho apresentado à disciplina
Estudos de Sociedade e Cultura
do curso de Estudos Brasileiros
da Fundação Escola de Sociologia e Política
Profa. Dra. Cecília Turatti
Aluno: Edson Luiz Fogo
RA 20443
São Paulo
2015
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Fundação Escola de Sociologia e Política FESPSP

Luta de classes na praia de Boa Viagem: análise do filme “O som ao redor”

Trabalho apresentado à disciplina Estudos de Sociedade e Cultura do curso de Estudos Brasileiros da Fundação Escola de Sociologia e Política Profa. Dra. Cecília Turatti Aluno: Edson Luiz Fogo RA 20443 São Paulo 2015

Introdução O filme mostra o cotidiano da família do outrora poderoso usineiro Francisco Oliveira e de outros moradores de um quarteirão na praia de Boa Viagem, na cidade de Recife (PE), e as transformações que acontecem com a chegada de uma equipe de segurança privada no local. O clã de Francisco Oliveira e os novos tempos Pela origem e pela prepotência no trato com empregados e familiares, nota-se que Francisco Oliveira é um digno representante da sociedade patriarcal que não soube adaptar-se aos novos tempos trazidos pela decadência do antigo modo de produção rural e emergência de um moderno estilo de vida urbano. Na sociedade patriarcal o poder público é fraco e a vida de trabalhadores e população locais gira em torno do grande proprietário rural e sua família porque estes são o único centro de poder e riqueza existentes. Com as transformações ocorridas na sociedade brasileira no século XX, enfraqueceu-se o poder do clã patriarcal, mas práticas antigas continuam como se evidencia no comportamento de cada personagem do filme. Conclui-se, ao assistir o filme, que a resistência de Francisco Oliveira à mudanças causaram vários conflitos agrários com mortes de trabalhadores rurais e, mesmo assim, a violência não conseguiu deter a decadência e falência de seu engenho. Oliveira, agora proprietário de vários imóveis em meio urbano, continua resistindo a qualquer mudança e considera a vizinhança como uma extensão de sua propriedade: “Chegou na minha rua sem pedir licença”, diz ao segurança Clodoaldo com sorriso no rosto. A resistência aos novos tempos é inútil e em vários momentos a autoridade do clã Oliveira é simbolicamente contestada: a opinião do neto de Francisco é praticamente ignorada numa reunião de condomínio; outro neto é ameaçado veladamente pela equipe de segurança; e a empregada usa estratagemas para enganar o patrão e namorar dentro do horário de trabalho. A rotina monótona do bairro se consolida com o surgimento de novos atores neste cenário urbano, provavelmente também oriundos da desagregação do meio rural: uma classe média apática e ávida por bens de consumo duráveis; trabalhadores de uma equipe de segurança que, informalmente, substituem um deficiente serviço do estado. Porém, a transição de um modo de produção a outro dificilmente se resolve em uma única geração e antigos conflitos sempre estão prontos a retornar. Numa verdadeira operação de guerrilha urbana, sobreviventes dos conflitos agrários protagonizados por Francisco Oliveira retornam do passado para um ajuste de contas. Utilizando a surpresa como técnica, os vigilantes da equipe de segurança descobrem as fraquezas do antigo inimigo de classe através de meticulosa observação e, a seguir, determinam a hora e o lugar de atacar e … partem para a vingança! A execução do velho usineiro encerra o filme e a morte de um usineiro metaforicamente enterra um sistema de produção arcaico.