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Apostilas de História sobre Cartismo e Ludismo, Questão Social, Cuba, Fidel Castro.
Tipologia: Notas de estudo
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Não perca as partes importantes!
0 crescimento do operariado, a sua concentração nos centros urbanos, as constantes revoltas por melhores condições de vida e de trabalho fizeram com que a classe operária aos poucos aprendesse a se organizar, dando origem aos primeiros movimentos e associações de operários.
Na Inglaterra, onde o emprego da máquina era mais generalizado, surgiu o Ludismo, movimento que recebeu o nome de seu líder, Ned Ludd. 0 sentimento de insegurança e os terrores da miséria convenceram Ludd e seus seguidores da maledicência da máquina, considerada a inimiga principal. Podemos ter uma idéia do que foi esse movimento, por uma carta ameaçadora que Ludd endereçou a um certo empresário de Hudersfield, em 1812: "Recebemos a informação de que é dono dessas detestáveis tosquiadoras mecânicas. Fica avisado de que se elas não forem retiradas até o fim da próxima semanal eu mandarei imediatamente um de meus Representantes destrui-las... E se o Senhor tiver a imprudência de disparar contra qualquer dos meus Homens, eles têm ordem de Matá-lo e queimar toda a sua Casa". (Citado por RUDÉ, G. op. cit..p. 92.)
Assim, nas primeiras décadas do século XIX, na Inglaterra, na França, na Bélgica, na Renânia e até na Suíça, trabalhadores destruíram equipamentos, aos gritos de "Quebrai as máquinas!" Instintivamente, o homem que para viver só contava com seu trabalho pessoal, transferia a culpa de seus males para a máquina, que ele denunciava como uma competidora, responsável pelo desemprego e pelos baixos salários.
Para atender os casos de acidentes de trabalho, doenças ou mesmo de desemprego, os operários criaram as primeiras associações de auxílio mútuo, que funcionavam por meio de cotizações. Dessas associações surgiram os sindicatos de trabalhadores, reunindo operários de um mesmo ofício. Através de seus representantes, os sindicatos conseguiam obter dos patrões melhores salários e horários de trabalho, Essas conquistas foram fruto de muitas lutas porque durante muito tempo os parlamentos dos diversos países procuraram dificultar a organização dos trabalhadores proibindo o funcionamento dos sindicatos.
Em 1832, o Parlamento inglês aprovou o "Reform Act" (lei eleitoral que privou os operários do direito ao voto). Os trabalhadores reagiram e formularam suas reivindicações na "Carta do Povo", fundando o primeiro movimento nacional operário do nosso tempo, o "cartismo" movimento cartista ajudou os operários ingleses a melhorarem suas condições de vida e deu-lhes experiência de luta política. Assim, em 1833, surgiu a primeira lei limitando a 8 horas de trabalho a jornada das crianças operárias. Em 1842 proibiu-se o trabalho de mulheres em minas, Em 1847, houve a redução da jornada de trabalho para 10 horas.
0 "cartismo" extinguiu-se por volta de 1848, mas foi uma etapa importante do aprendizado e da conscientização política dos trabalhadores, não só ingleses como de toda a Europa. Mostrou que a miséria do operariado devia-se não à máquina ou a mesquinhez pessoal dos empresários, mas à própria estrutura do sistema capitalista.
Autores: Olga Maria A. Fonseca Coulon e Fábio Costa Pedro Apostila: Dos Estados Nacionais à Primeira Guerra Mundial, 1995, CP1-UFMG
2 - Comitê de Salvação Pública - Comissão organizada por Robespierre, para governar com poderes ditatoriais a França, durante a Revolução.
3 - Os EUA apoiavam o regime corrupto de Fulgêncio Batista e Fidel Castro não tendo obtido cooperação deles, voltou-se para a URSS. Os americanos empurraram Fidel e Cuba para o comunismo.
Questão Social A Revolução Industrial deu início, na segunda metade do século XVIII, ao processo de mecanização das fábricas, que continua ininterruptamente até nossos dias. A industrialização consolidou o modo de produção capitalista, pelo qual o empresário burguês concentra em suas mãos os bens de produção, enquanto o trabalhador vende sua força de trabalho por um salário.
A introdução das máquinas deteriorou as condições de trabalho e de vida dos operários, gerando a chamada "questão social". 0 grande número de homens, mulheres e crianças a procura de emprego aviltava cada vez mais os salários. A jornada de trabalho se estendia por 15 horas ou mais, visto que as máquinas podiam funcionar sem parar. Os edifícios das fábricas eram inadequados, com ambientes fechados, insalubres, mal iluminados. Não havia segurança no trabalho, causando constantes acidentes e muitos produtos utilizados faziam danos à saúde. Como o manejo das máquinas era simples, cresceu o emprego de mulheres e de crianças, cujo trabalho recebia menor remuneração, trazendo mais lucro ao empresário.
Mal alimentados e mal pagos, os operários habitavam bairros das cidades industriais sem qualquer infraestrutura de água e de esgotos; moravam em cômodos nos quais a família vivia em promiscuidade, convivendo com doenças intestinais, tuberculoses, alergias, asmas, raquitismo, etc. Ao referir-se a um desses bairros operários de Londres, em viagem realizada em 1840, assim se expressou Friedrich Engels: "Não há um único vidro de janela intacto, os muros são leprosos, os batentes das portas e janelas estão quebrados, e as portas, quando existem, são feitas de pranchas pregadas. ( .... ) Aí moram os mais pobres dentre os pobres os trabalhadores mal pagos misturados aos ladrões, aos escroques e às vítimas da prostituição." (Citado por BRESCIANI, M. Stella M. Londres e Paris no século XIX: o espetáculo da pobreza. São Paulo, Brasiliense, 1985, p. 25.)
Cuba Primeira década da República de Cuba. A administração republicana começou em 20 de maio de 1902, com o governo de Tomás Estrada Palma, primeiro presidente de Cuba independente, notável por sua honradez e seu interesse pela educação pública. Sua intenção de permanecer no poder depois das eleições de 1906 deu lugar à segunda ocupação da ilha pelos americanos, em 29 de setembro desse ano. No final do governo corrupto do general José Miguel Gómez (1909-1912), as tropas governamentais sufocaram manifestações e protestos na parte oriental da ilha, quando morreram mais de três mil pessoas. Seguiram-se os governos de Mario García Menocal (1913-1921), Alfredo Zayas (1921-1925) e Gerardo Machado (1925-1933), que no segundo mandato se tornou ditador. Seu sucessor, Carlos Manuel de Céspedes y Quesada, foi derrubado pelo golpe militar (4 de setembro de 1933) liderado pelo sargento Fulgencio Batista e pelo professor Ramón Grau San Martín. Em 1934, Grau se viu obrigado a renunciar e se sucederam vários governos provisórios em que Batista manteve o poder de fato, assumindo a presidência constitucional de 1940 a 1944. Seguiram-se dois períodos de governo democrático, com Grau San Martín (1944-1948) e Carlos Prío Socarrás (1948-1952), que sofreu novo golpe militar encabeçado por Batista (1952): este, em regime de crescente corrupção e violência, manteve-se no poder até 1958. A revolução. A quartelada de 1952 fora bem recebida pelo governo americano, que viu em Fulgencio Batista um instrumento mais maleável que os políticos anteriores, de tendência nacionalista. Batista tratou de consolidar seu regime mediante manobras que lhe deram aparência de legalidade. Ainda assim, seu regime ganhou cada vez mais opositores e manifestaram-se diversos movimentos revolucionários, mesmo dentro das forças armadas. A contestação era especialmente forte entre os universitários, os profissionais liberais e as classes médias. Finalmente, o jovem advogado Fidel Castro, que tentara sem êxito tomar o quartel de Moncada, em Santiago de Cuba (1953), logrou estabelecer um núcleo guerrilheiro em Sierra Maestra (1956) e células ativistas nas cidades que, junto com outros movimentos, provocaram a queda do regime de Batista em 31 de dezembro de 1958. Em 1º de janeiro de 1959, Fidel Castro assumiu o controle da ilha. Os projetos de seu Movimento 26 de Julho estavam pouco definidos e, embora já contassem com grande apoio no país, só em 1961 as organizações revolucionárias se fundiram no
Partido Unido da Revolução Socialista, que em 1965 passou a denominar-se Partido Comunista de Cuba. Durante esses anos, a organização do estado se configurou segundo o modelo soviético, o que representou a implantação do primeiro regime socialista das Américas. Depois de um primeiro período preparatório, o objetivo definido do regime foi a abolição do capitalismo, compreendendo a eliminação dos inimigos, civis ou militares, que permanecessem fiéis a postulados ou instituições anteriores à revolução e a sabotassem ou combatessem: julgados sumariamente por tribunais populares, muitos desses adversários do novo governo foram condenados ao paredón, isto é, executados por fuzilamento. A nacionalização dos investimentos e propriedades estrangeiros, que no caso dos Estados Unidos elevaram-se a centenas de milhões de dólares, provocou uma série de medidas por parte do governo americano, como o apoio à tentativa de invasão de abril de 1961 na baía dos Porcos, o bloqueio comercial e o fomento de diversas conspirações para derrotar os revolucionários.
Em dezembro de 1961 Fidel Castro proclamou suas convicções marxistas-leninistas, reafirmando o caráter socialista da revolução cubana. A partir de então firmaram-se numerosos acordos de cooperação entre Cuba e a União Soviética, que se comprometeu a adquirir um milhão de toneladas de açúcar por ano durante pelo menos cinco anos, bem como a proporcionar um crédito equivalente a cem milhões de dólares em condições extremamente favoráveis. A escalada da tensão entre os Estados Unidos e Cuba foi antes de tudo comercial, com o boicote aos produtos cubanos e a proibição de exportações, à exceção de alguns medicamentos. O rompimento das relações diplomáticas efetuara-se em janeiro de 1961, por iniciativa do presidente Eisenhower.
Em 1962, a União Soviética começou a instalar em solo cubano mísseis nucleares de médio alcance. Apesar do sigilo com que se procedeu à operação, os Estados Unidos a descobriram. O presidente Kennedy ordenou o bloqueio naval da ilha e a adoção de um plano de invasão que seria automaticamente levado a cabo se Cuba recebesse alguma outra ajuda militar soviética. A União Soviética decidiu retirar os mísseis e interromper a construção de seus silos em troca de uma promessa do presidente americano de que a ilha não seria invadida. As pressões do governo americano contra o regime de Fidel Castro em todos os foros internacionais conseguiram, em janeiro de 1962, que o país fosse expulso da Organização dos Estados Americanos (OEA), sob a alegação de incompatibilidade entre sua orientação socialista e os objetivos da entidade. Posteriormente, devido ao apoio explícito que os cubanos proporcionavam a grupos empenhados em fazer triunfar a revolução socialista em diversos países latino-americanos, a maior parte destes também rompeu com Cuba.
Tanto na conferência tricontinental dos povos da Ásia, África e América Latina, de 1966, como na de solidariedade latino-americana de 1967, ambas celebradas em Havana, os partidos comunistas latino-americanos, a exemplo do soviético e dos países do leste europeu, mostraram-se contrários às teses defendidas por Fidel Castro, em que admitia a legitimidade do uso da violência com fins
aumento do descontentamento do proletariado frente à sua situação: o crescimento demográfico (que aumentou o número de trabalhadores e, conseqüentemente, diminuiu os salários), a prolongada crise econômica (que elevava os preços de forma assustadora), a retenção dos mercados consumidores (que causava demissões em massa) e as más colheitas (que rareavam a oferta de alimentos). Tudo isso agravava a situação dos operários, que começaram a se rebelar e a protagonizar atos de sublevação nas cidades e fábricas, em especial inglesas. O governo inglês baixou medidas para garantir a ordem social e calar as manifestações, mas os burgueses continuavam promulgando normas desumanas de trabalho nas fábricas. Assim, as agitações continuavam. Em 1832, como consequência da Revolução Liberal de 1830, ocorrida na França, o Parlamento inglês viu-se obrigado a conceder o direito de voto à pequena burguesia urbana e aos pequenos proprietários rurais. No entanto, as imensas legiões de operários urbanos e agrícolas permaneciam à margem do sistema eleitoral e sua consciência começou a aumentar. O proletariado percebeu que não podia votar porque sua força política representava uma ameaça à ordem social vigente. Lideranças operárias passaram a pregar a união política da classe, pois, unidos, os trabalhadores formavam um contigente revolucionário capaz de tomar para si as rédeas das relações de produção. Assim, surgiu a Associação dos Operários, que passou a encaminhar ao Parlamento inglês um sem número de petições e a organizar grandes manifestações populares nas ruas de Londres.
Essas armas de luta, bem como o seu objetivo, foram explanadas em 1838, na Carta ao Povo (daí o nome cartista), na qual as lideranças expunham o programa do movimento. Dentre outras coisas, os cartistas reivindicavam o sufrágio universal masculino, votação secreta, remuneração dos deputados da Câmara dos Comuns (desta forma, membros da classe operária poderiam se candidatar a cargos públicos) e a reeleição anual do Parlamento. Na década de 40 do século XIX, o movimento cartista encontrou seu apogeu e sua decadência. Suas petições foram todas rejeitadas pelo Parlamento e o governo inglês aproveitou-se da pouca unidade do movimento para miná-lo.
Entre os cartistas, havia os moderados, que pregavam meios pacíficos e aliança com a burguesia para conseguir seus intentos, e os revolucionários, que admitiam a luta armada como recurso válido para a ascensão operária. As divergêncas entre as duas alas aos poucos foram desarticulando o movimento, que perdeu sua importância pouco depois para o anarquismo e o socialismo. Ainda que, hoje, muitas de suas reivindicações façam parte da legislação britânica.