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Este trabalho consiste em uma simulação da interação da radiação com o corpo humano em exames de tomografia computorizada (tc), nomeadamente em exames ao crânio, utilizando métodos de simulação numérica de dosimetria. Através do programa penelope, um código de simulação de monte carlo, são efetuadas simulações da dosimetria de exames de tc, calculando a geração, o transporte e interação de radiação com a matéria, e a dose absorvida por esta última. Os resultados demonstram que a tc representa cerca de 5% dos exames envolvendo radiação realizados no mundo inteiro, contribuindo assim para um valor de 34% da dose de radiação coletiva da população mundial.
Tipologia: Provas
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INSTITUTO POLITÉCNICO DE LISBOA Instituto Superior de Engenharia de Lisboa Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa
INSTITUTO POLITÉCNICO DE LISBOA Instituto Superior de Engenharia de Lisboa Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa
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Ao meu orientador Professor Doutor Pedro Ferreira, por toda a sua dedicação, disponibilidade e sobretudo paciência, ao longo da realização deste projeto. A sua partilha de conhecimentos durante a orientação foi fundamental. À coordenadora deste Mestrado, Professora Doutora Cecília Calado e a todos os Professores que nele participaram e me enriqueceram com os seus conhecimentos. Ao Professor Doutor Nuno Matela, Professora Doutora Maria Conceição Abreu e Professor Doutor Luís Peralta, pela disponibilidade demonstrada sempre que solicitados pelo meu orientador e por documentos facultados. À minha colega de Mestrado, Margarida Queiroga, que gentilmente me cedeu parte da sua investigação para utilizar no meu trabalho final. Ao Serviço de Radiologia do Centro Hospitalar Barreiro-Montijo e à Clinica Radiológica do Rosário, locais onde trabalho e utilizei valores de doses provenientes de exames executados por mim, para o presente estudo. Ao Centro de Física Teórica e Computacional da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, por permitir o uso do cluster e de todos os recursos necessários para correr as simulações efetuadas neste trabalho. A todos os Engenheiros da Siemens, da Gyrad e da Medical Consult, que forneceram elementos necessários para concretizar este trabalho. A todos os meus colegas de trabalho que, de alguma forma, me proporcionaram maneira de organizar o meu tempo para alcançar este objetivo. Às minhas colegas deste Mestrado, pelos incentivos nos momentos mais críticos. Aos meus irmãos, pai, Vanda e em especial à minha mãe, companheira e amiga, pelo seu apoio incondicional em todos os projetos a que me proponho. A todos os meus amigos, que sempre me deram incentivo para continuar, principalmente à Filomena e ao Pedro. UM SINCERO OBRIGADA
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Ralph Waldo Emerson
Doris Lessin
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Computed tomography (CT), since it was introduced in clinical practice in the early 1970s, assumed a relevant role within the means of diagnosis. It is very useful for diagnosis, intervention and follow-up of patients. Since its emergence it has underwent a huge technological development, and it has advantages over other techniques for the information it provides, and in terms of costs, it is not included in the more expensive exams. One of the main advantages of CT is that it allows the study of axial sections of the objects under study and the possibility to make three-dimensional reformats. In this way we obtain a greater resolution of the images without superimposed structures as it happens in Conventional Radiology. In contrast, the major disadvantage of this type of exams is the associated ionizing radiation. There is an increase in the population's exposure to this type of radiation due to medical procedures. In this way, the area of radiological protection is constantly updated and there is a growing concern about the risks associated with this type of examination. As always, one seeks the balance between benefit and associated risk. The objective of this work was to simulate the interaction of radiation with the human body in CT examinations, in particular, head examinations, through the numerical simulation of dosimetry methods. We will also analyzed the dose values that are cited in the literature and try to understand how to arrive at the same values, i.e. to obtain informations about the photon flux (number of photons that the CT equipment produces). The methodology used is the Penelope program, which is a Monte Carlo simulation code used to calculate radiation generation, its transport and its interaction with matter, and calculate the dose absorbed by the latter. As a result, we obtained a calibration source for our simulations, concluding that the values for the calculated absorbed doses are comparable to those referred in the literature. Keywords: CT, Penelope, dose, simulation, radiation, phantom
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xvi MeV – Mega eletrão Volt mGy – mili Gray NCRP – Nacional Council on Radiation Protection and Measurements NEA – Nuclear Energy Agency PENELOPE – PENetration and Energy Loss of Positron and Eletrons PMMA – Polimetil Metacrilato Pixel – Picture Element RX – raios X TC - Tomografia Computorizada UNSCEAR – United Nations Scientific Committee on the Effects of Atomic Radiation Voxel - Volume Element 2D – Duas dimensões 3D – Três dimensões
As radiações ionizantes estão presentes no nosso quotidiano, fazendo parte de diversos produtos analíticos da indústria e da medicina. Para que estes fenómenos possam ser utilizados em benefício da Humanidade e em condições de segurança, é muito importante o conhecimento dos processos de interação da radiação com a matéria, assim como os processos de deteção.^1 O National Council on Radiation Protection and Measurements (NCRP), nos Estados Unidos estima que a exposição à radiação para a produção de imagens médicas aumentou em 600% entre 1980 e 2006. Este significativo aumento deve-se a uma maior utilização de Tomografia Computorizada e da Medicina Nuclear.^2 O uso de radiações ionizantes está associado a riscos que, no entanto, são justificados em procedimentos de radiodiagnóstico e terapêuticos. Os danos são minimizados compreendendo esses mesmos riscos, otimizando assim a qualidade das imagens e, por conseguinte, fazendo um uso seguro da radiação.^2 A União Europeia, na Diretiva 2013/59 do Tratado da Comunidade Europeia de Energia Atómica, EURATOM, de proteção contra as radiações ionizantes, afirma “que certos desenvolvimentos tecnológicos e científicos, no domínio da medicina, levaram a um notável aumento dos níveis de exposição dos pacientes”.^3 Esta constatação reforça a necessidade de justificação de exposição radiológica médica, sendo este um dos pressupostos pelos quais se rege a Diretiva, aliado ao princípio da otimização e limitação de dose. O princípio da justificação baseia-se na prática justificada, ou seja, o benefício do paciente exposto a radiação tem de ser superior ao risco ou prejuízo que a prática possa causar.^3 O princípio de aplicação de limitação das doses consiste no facto de cada indivíduo ser protegido através de limites de dose individual. Em situações de dose planificada, a dose total não deve exceder os limites recomendados pela Comissão Internacional de Proteção Radiológica (ICRP).^3 O princípio da otimização baseia-se no acrónimo ALARA ( As Low As Reasonable Achievable ), ou seja, a dose deve ser a mais baixa possível, sem prejudicar a qualidade do exame.^3
Atualmente, a Tomografia Computorizada assume-se como um exame complementar de diagnóstico e terapêutica de primeira linha, devido à rapidez da sua execução, à facilidade de obtenção de um diagnóstico precoce e, consequentemente, de melhores resultados no tratamento dos pacientes. Sendo uma técnica de eleição frequentemente utlizada quer em regime de urgência, quer de internamento ou consultas, é considerado, em termos práticos, um exame de rotina. Contudo, tendo por base a radiação ionizante, é do interesse dos profissionais e do público em geral todo o tipo de estudos que contribuam, de alguma forma, para parametrizar e otimizar os protocolos existentes, com a finalidade de amenizar os riscos inerentes a este tipo de exames, sem, no entanto, prejudicar a qualidade da imagem. Este trabalho pretendeu desenvolver métodos para calcular a interação entre a radiação e o corpo humano em exames de TC de crânio, através do código de simulação de Monte Carlo
Pretendeu-se, ainda, realizar cálculos numéricos de dosimetria de um exame em TC e, posteriormente, comparar os resultados com as doses descritas em estudos existentes e com doses de exames efetuados pela autora deste trabalho. O objetivo foi tentar perceber os números debitados pelos equipamentos de TC, do CTDI, acrónimo de Computed Tomography Dose Index , ou seja, a dose que é administrada a cada paciente. Sabemos que a dose se baseia no cálculo da energia a dividir pela massa, mas saberemos a energia exata? Apesar de o protocolo utilizado referir a intensidade de corrente aplicada e a tensão, não temos a noção rigorosa de quantos fotões compõem um feixe de TC. E quanto à massa do crânio? Como faz o equipamento este cálculo? É pertinente que todas estas questões nos conduzam à dúvida sobre o rigor das doses. Registam-se muitas perguntas sem resposta em torno desta temática, a qual parece estar envolta em segredo profissional por parte dos fabricantes dos equipamentos.
O espectro eletromagnético é composto por várias frequências de ondas eletromagnéticas,
Figura 1 - Espectro de radiação eletromagnética^6 (raios x com energia entre 100 eV e 100 keV)