




























































































Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
Sequências numéricas
Tipologia: Notas de estudo
1 / 108
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
Neste capítulo apresentaremos apenas o essencial sobre sequências e séries, o
mínimo, para estudar as soluções analíticas de Equações Diferenciais Ordinárias
(EDO) , as convergências das séries de Fourier e a validade das soluções das Equa-
ções Diferenciais Parciais (EDP) que estudaremos. Às pessoas interessadas nas
demostrações ou que desejem aprofundar-se nos assuntos deste capítulo, indica-
mos [ LE ] na bibliografia.
Denotemos por N o conjunto dos números naturais e por R o conjunto dos núme-
ros reais.
Definição 1.1. Uma sequência de números reais é uma função:
f : N −→ R.
As notações clássicas para sequências são: f (n) = an, o termo geral da sequência.
A sequência é denotada por:
an
n∈N
a 1 , a 2 ,...... , an,...
Não confundir a sequência
an
n∈N com^ {a^1 , a^2 ,...... , an,...^ }^ que é o conjunto- imagem da função que define a sequência.
Exemplo 1.1.
n
n∈N
n
; o conjunto-imagem é
n
/ n ∈ N
n
n∈N
n,...
; o conjunto-imagem é {
n / n ∈ N}.
(−1)n
n∈N
− 1 , 1 , − 1 ,... , (−1)n,...
; o conjunto-imagem é {− 1 , 1 }.
1 2 3 4 5 6 7
1
1 2 3 4 5 6 7
1
2
3
Figura 1.1: Gráficos das sequências
n
e
n
Definição 1.2. Uma sequência
an
n∈N
converge ao número real L quando para todo
ε > 0 existe n 0 ∈ N tal que |an − L| < ε para todo n > n 0_._
Se a sequência
an
n∈N
converge a L, denotamos:
lim n→+∞
an = L;
o número L é dito o limite da sequência.
Uma sequência é dita divergente se não converge. Logo, a sequência
an
n∈N diverge quando, para nehum número real L, se tem lim n→+∞
an = L, ou seja, se
existe ε > 0 tal que para cada n 0 ∈ N existe n > n 0 tal que |an − L| ≥ ε.
Exemplo 1.2.
[1] A sequência (n)n∈N = (1, 2 , 3 ,... , n,.. .), claramente, diverge. Pois:
lim n→+∞
n
não existe.
[2] A sequência
n
n∈N
converge a zero.
De fato, dado ε > 0 devemos determinar um número n 0 ∈ N tal que para todo
n > n 0 :
∣ ∣ ∣ ∣
n
∣ < ε^ =⇒^
n
< ε desde que n >
ε
Como ε−^1 pode não ser um número natural, escolhemos n 0 >
ε
. Logo, para todo
n > n 0 , temos:
n
< ε. Logo:
Exemplo 1.5.
Estudemos a convergência da sequência :
( cos(n)
n
n∈N
2 4 6 8 10 12 14
Figura 1.2: Gráfico dos 15 primeiros termos da sequência.
Como:
n
cos(n)
n
n
pela propiedade anterior:
lim n→+∞
cos(n)
n
Proposição 1.4. Se as sequências
an
n∈N
e
bn
n∈N
convergem a L e M , respectiva-
mente, então:
1. Se α e β ∈ R :
lim n→+∞
α an + β bn
= α L + β M.
2. lim n→+∞
an · bn
3. lim n→+∞
an
bn
, se M 6 = 0_._
Exemplo 1.6.
Considere as sequências
n^2
n∈N
e
n
n∈N
. Então:
lim n→+∞
n^2
= lim n→+∞
n
n
lim n→+∞
n
lim n→+∞
n
lim n→+∞
n
= lim n→+∞
2 + lim n→+∞
n
Pela propiedade anterior:
lim n→+∞
n^2
n
lim n→+∞
n^2
n
lim n→+∞
2 n + 1
= 0. Por que?
Proposição 1.5. Seja a sequência
an
n∈N
tal que an > 0 para todo n ∈ N_. Se_
lim n→+∞
an+
an
então, a sequência
an
n∈N
converge para zero.
Exemplo 1.7.
Estude a convergência das seguintes sequências :
kn
n!
n∈N
tal que k > 1. Como:
lim n→+∞
an+
an
= lim n→+∞
k
n + 1
a sequência converge para zero.
nk
kn
n∈N
tal que k > 1. Como:
lim n→+∞
an+
an
= lim n→+∞
k
n
]k
=
k
a sequência converge para zero.
S 1 = a 1
S 2 = a 1 + a 2
S 3 = a 1 + a 2 + a 3
. ..
Sn = a 1 + a 2 + a 3 +... + an
.. .
Se a sequência
Sn)n∈N converge ao número S, escrevemos:
n=
an = a 1 + a 2 + a 3 +... + an +... = S. (1.1)
A expressão (1.1) é dita a série infinita com termo geral an.
Dizemos que a série (1.1), converge para S; caso contrário, ou seja, se a sequência ( Sn)n∈N é divergente, a série é dita divergente.
O número S é dito a soma da série (1.1) e a sequência
Sn)n∈N é dita sequência
das somas parciais ou reduzidas da série.
Exemplo 1.9.
[1] Para r ∈ R, estude a convergência da série:
n=
r
n = 1 + r + r
2
3
n +.......
Temos:
Sn = 1 + r + r
2
3 +...... +, r
n− 1 (1)
r Sn = r + r
2
3
4 +...... + r
n (2).
Fazendo (1)-(2), temos: (1 − r) Sn = 1 − r
n ; logo:
lim n→+∞
Sn = lim n→+∞
1 − r
n
1 − r
1 − r
, se |r| < 1.
Se |r| ≥ 1 a série diverge. Esta série é chamada geométrica.
[2] Estude a convergência da série:
n=
n (n + 1)
Note que podemos reescrever:
an =
n (n + 1)
n
n + 1
logo, suas somas parciais são:
Sn = 1 −
n + 1
e:
lim n→+∞
Sn = lim n→+∞
n + 1
então:
n=
n (n + 1)
[3] Estude a convergência da série:
n=
n + 1 +
n
Note que podemos reescrever:
an =
n + 1 +
n
n + 1 −
n;
logo, suas somas parciais são Sn =
n + 1 − 1 , e:
lim n→+∞
Sn = lim n→+∞
n + 1 − 1
o qual não existe; logo, a série diverge.
[4] Determine o termo geral da série:
n=
an e estude sua convergência, se:
Sn =
2 n + 3
n + 4
, n ∈ N.
Note que a 1 = S 1 = 1, e:
an = Sn − Sn− 1 =
2 n + 3
n + 4
2 n + 1
n + 3
(n + 3) (n + 4)
n=
an converge.
n=
cn é uma série divergente tal que 0 ≤ cn ≤ an para todo n ∈ N , então:
n=
an diverge.
Exemplo 1.11.
Estude a convergência da série:
n=
n 3 n+^
Note que:
an =
n 3 n+^
3 n^
para todo n ∈ N. Por outro lado, a série
n=
3 n^
é uma série geométrica de razão
1 / 3. Logo, a série converge.
Proposição 1.7. Se
n=
an e
n=
bn são séries convergentes, então:
n=
α an + β bn
= α
n=
an + β
n=
bn,
para todo α, β ∈ R_._
Exemplo 1.12.
Discuta a convergência da série:
n=
3 n^ − 2 n
6 n^
Observamos que não podemos separar esta série em duas, pois não sabemos se
cada uma delas converge. Por outro lado:
3 n^ − 2 n
6 n^
2 n^
3 n^
As séries geométricas:
n=
2 n^
e
n=
3 n^
são convergentes e:
n=
2 n^
n=
3 n^
Pela propiedade anterior:
n=
3 n^ − 2 n
6 n^
n=
2 n^
n=
3 n^
Nem sempre é possível achar a soma de uma série; nós estamos apenas interes-
sados em decidir se uma série converge ou diverge.
Considere a seguinte série:
n=
n^2
n^2
Seja f : N −→ R tal que f (n) =
n^2
e g : (0, +∞) −→ R tal que g(x) =
x^2
; logo,
f (n) = g(n) para todo n ∈ N.
1 2 3
R 1 R 2 R 3 R 4 R 5
Figura 1.4: Gráfico de g.
Note que as áreas dos retângulos Ri são A(R 1 ) = 1, A(R 2 ) =
, em geral :
A(Rn) =
n^2
Se tiramos o retângulo R 1 a soma das áreas dos retângulos restantes será menor
que a área sob a o gráfico de g; logo:
n=
nα^
converge se α > 1
diverge se 0 < α ≤ 1.
Então, por exemplo:
n=
n
diverge,
n=
n^2
converge,
n=
n
diverge.
Em geral, fazendo k = n + l, onde l ∈ R, temos:
n=
(n + l)α^
k=l
kα^
converge se α > 1
diverge se 0 < α ≤ 1.
Então, por exemplo:
n=
(n + 2)
diverge,
n=
(n + 5)^2
converge,
n=
n + 8
diverge.
n=
ln(n)
n
Consideremos f : [1, +∞) −→ R tal que f (x) =
ln(x)
x
; f é contínua, decrescente e
positiva e f (n) =
ln(n)
n
1
ln(x)
x
dx = lim b→+∞
∫ (^) b
1
ln(x)
x
dx = lim b→+∞
ln(b)
logo, a integral diverge. Portanto, a série diverge.
n=
an tal que an ≥ 0 e lim n→+∞
an+
an
Exemplo 1.14.
Estude a convergência da série:
n=
kn^ n!
nn^
, k > 0.
Note que
an+
an
= k
n
n + 1
]n
; então:
lim n→+∞
an+
an
= lim n→+∞
k
n
n + 1
]n
= lim n→+∞
k
n + 1
]n
=
k
e
Se
k
e
< 1 , isto é, k < e, a série converge.
Se
k
e
1 , isto é, k > e, a série diverge.
Definição 1.4. A série
n=
an é dita alternada se an · an+1 < 0 para todo n ≥ 1 , ou seja,
se é do tipo:
n=
n an.
n=
n an tal que:
an = 0.
Então, a série alternada converge.
Exemplo 1.15.
A série:
n=
(−1)n
n
converge.
De fato, an =
n
; como n < n + 1, então,
n + 1
n
para todo n ∈ N e lim n→+∞
an = 0.
Definição 1.5. A série
n=
an converge absolutamente se
n=
|an| converge
Exemplo 1.18.
[1] Seja A = [0, 1] e
x
n
n∈N =^
x, x
2 , x
3 ,...
[2] Seja A = [0, +∞) e
n x
n∈N
x,
2 x,... ,
n x,...
Definição 1.7. Uma sequência de funções
fn
n∈N
tais que fn : A −→ R , converge
pontualmente ou, simplesmente para a função f : A −→ R se para todo x ∈ A e para
todo ε > 0 existe n 0 ∈ N tal que |fn(x) − f (x)| < ε para todo n ≥ n 0_._
O número n 0 = n(ε, x 0 ), depende tanto de ε como do ponto x 0. Uma sequência
de funções é dita divergente se não converge. Se a sequência
fn
n∈N
converge
pontualmente para f , para todo x ∈ A fixado, tem-se:
lim n→+∞
fn(x) = f (x);
f (x) é dito o limite pontual da sequência.
Exemplo 1.19.
[1] Seja A = [0, 1]. A sequência
xn
n∈N
= (1, x, x^2 , x^3 ,.. .) converge pontual-
mente para a função f : [0, 1] −→ R definida por:
f (x) = lim n→+∞
x
0 se x ∈ [0, 1)
1 se x = 1
[2] Seja A = R. A sequência
fn
n∈N
tal que fn(x) =
n x
1 + n^2 x^2
converge pontual-
mente para a função f : R −→ R definida por:
f (x) = lim n→+∞
n x
1 + n^2 x^2
= lim n→+∞
x
1
n
Figura 1.6: Gráficos de f 1 (x), f 2 (x), f 3 (x) e f 20 (x).
[3] Seja A = R. A sequência
fn
n∈N
tal que fn(x) =
x
n
)n
converge pontual-
mente para a função f : R −→ R definida por:
f (x) = lim n→+∞
x
n
]n
= e
x .
1
2
3
4
5
Figura 1.7: Gráficos de f 1 (x), f 5 (x), f 15 (x) e f 100 (x).
Dada uma sequência de funções
fn
n∈N
em que cada fn seja contínua em A e ( fn
n∈N
convirja pontualmente a uma função f , nada nos garante que f seja con-
tínua.
De fato, no primeiro exemplo, as fn(x) = xn^ são contínuas em [0, 1] mas conver-
gem pontualmente para uma função descontínua. Vejamos outro exemplo:
Exemplo 1.20.
Seja A = [0, 1] e:
fn(x) =
n − n^2 x se 0 < x <
n 0 nos outros casos.
lim n→+∞
fn(x) = 0 em [0, 1], mas:
0
fn(x) dx =
∫ (^1) /n
0
(n − n
2 x) dx =
Como
0
0 dx = 0, temos:
lim n→+∞
0
fn(x) dx 6 =
0
lim n→+∞
fn(x)
dx.
como a sequência
n
n∈N
converge para zero, a sequência de funções converge
uniformente para zero.
Figura 1.9: Gráfico de f 10 (x) e f 50 (x).
Teorema 1.1. Seja a sequência de funções (fn)n∈N que converge uniformente para f_._
1. Se as fn são contínuas em A , então f é contínua em A e:
lim n→+∞
lim x→x 0
fn(x)
= lim x→x 0
lim n→+∞
fn(x)
= lim x→x 0
f (x).
2. Se as fn são integráveis em A , então f é integrável em A e:
lim n→+∞
∫ (^) b
a
fn(x) dx =
∫ (^) b
a
lim n→+∞
fn(x)
dx =
∫ (^) b
a
f (x) dx,
se [a, b] ⊂ A_._
Exemplo 1.22.
Considere a sequência de funções (fn)n∈N tal que
fn(x) =
sen(n x)
n
Claramente a sequência converge uniformente para a função f (x) = 0. Supo-
nhamos que podemos derivar em x a sequência ; isto é f (^) n′(x) = cos(n x), logo;
f (^) n′(0) = 1 e a sequência (1)n∈N converge para 1 e não para f ′(0) = 0.
Teorema 1.2. Seja a sequência de funções (fn)n∈N tais que as fn são diferenciáveis em
A_. Se a sequência_ (fn)n∈N converge pontualmente para f e a sequência (f (^) n′)n∈N converge
uniformente para g , então f é derivável em A e f ′^ = g_._
O seguinte teorema nos diz que toda função contínua pode ser aproximada uni-
formemente por polinômios.
Teorema 1.3. (Aproximação de Weierstrass) Seja f : [a, b] −→ R contínua; então
existe uma sequência de funções (Pn)n∈N , onde Pn(x) são polinômios, que converge uni-
formemente para f em [a, b]
Com as considerações feitas no parágrafo sobre as séries númericas, seja a sequên-
cia de funções (fn)n∈N, x ∈ A e construamos a sequência de funções
Sn)n∈N tal
que:
Sn(x) = f 1 (x) + f 2 (x) + f 3 (x) +... + fn(x).
Se a sequência
Sn(x))n∈N converge pontualmente para S(x), dizemos que a série
de funções converge pontualmente e escrevemos:
n=
fn(x) = S(x).
Se a sequência
Sn(x))n∈N converge uniformemente para S(x), dizemos que a sé-
rie de funções converge uniformemente e escrevemos:
n=
fn = S.
Exemplo 1.23.
Seja A = [0, 1] e
n=
fn tal que f 1 (x) = x e fn(x) = xn^ − xn−^1 , n > 1.
A n-ésima soma parcial da série é Sn(x) = xn; logo, a sequência das somas parci-
ais converge pontualmente em A para a função f , onde
f (x) =
0 se x ∈ [0, 1)
1 se x.
Mas, a série não converge uniformemente em A.
De fato, dado 0 < ε <
e n 0 ∈ N, seja x = (2 ε)^1 /n^0 −^1 em:
∑^ m
n=n 0
fn(x) = x
m − x
n 0 − 1 ;