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Guias e Dicas
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Cálculo de Radier, Notas de estudo de Cálculo para Engenheiros

Cálculo de Radier

Tipologia: Notas de estudo

2016
Em oferta
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Compartilhado em 13/06/2016

ramiro-lopes-andrade-2
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Universidade Federal de Alagoas – UFAL
Centro de Tecnologia – CTEC
Programa de Pós-Graduação de Engenharia Civil – PPGEC
Campus A. C. Simões
Tabuleiro do Martins – CEP 57072-970 – Maceió – Alagoas
Tel/Fax: (82) 3214-1276
E-mail: ppgec@ctec.ufal.br
PROJETO DE ESTRUTURA DE FUNDAÇÃO EM CONCRETO
DO TIPO RADIER
Luís Eduardo Santos Dória
Maceió/AL
2007
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Universidade Federal de Alagoas – UFAL

Centro de Tecnologia – CTEC

Programa de Pós-Graduação de Engenharia Civil – PPGEC

Campus A. C. Simões

Tabuleiro do Martins – CEP 57072-970 – Maceió – Alagoas

Tel/Fax: (82) 3214-

E-mail: ppgec@ctec.ufal.br

PROJETO DE ESTRUTURA DE FUNDAÇÃO EM CONCRETO

DO TIPO RADIER

Luís Eduardo Santos Dória

Maceió/AL

2007

II

PROJETO DE ESTRUTURA DE FUNDAÇÃO EM CONCRETO

DO TIPO RADIER

LUÍS EDUARDO SANTOS DÓRIA

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Engenharia Civil da

Universidade Federal de Alagoas como

parte dos requisitos para obtenção do título

de Mestre em Engenharia Civil-Estruturas.

Orientador: Prof. Dr. Flávio Barboza de Lima

Maceió/AL

2007

IV

Universidade Federal de Alagoas – UFAL Centro de Tecnologia – CTEC Programa de Pós-Graduação de Engenharia Civil – PPGEC Av. Lourival de Melo Mota, S/N Tabuleiro do Martins – CEP 57072-970 – Maceió – Alagoas Tel/Fax: (82) 3214- E-mail: ppgec@ctec.ufal.br Homepage: http://www.ctec.ufal.br/posgraduacao/ppgec

Membros da Banca de Exame da Dissertação de Mestrado do Engenheiro Civil

LUÍS EDUARDO SANTOS DÓRIA, intitulada ‘‘PROJETO DE ESTRUTURA DE

FUNDAÇÃO EM CONCRETO DO TIPO RADIER’’, apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Engenharia Civil, da Universidade Federal de Alagoas, no dia 31 do

mês de outubro do ano de 2007, às 8 horas e 30 minutos, na Sala de Aula do

PPGEC/CTEC/UFAL.

MEMBROS DA BANCA:

V

Agradecimentos

Agradeço primeiramente a Deus que tem iluminado meu caminho e feito com

que eu sempre consiga atingir meus objetivos.

Agradeço a minha mãe Joana pelo incentivo em todos os momentos para a

conclusão deste trabalho.

Agradeço ao meu irmão André pela ajuda e pelas sugestões que me deu neste

trabalho.

A minha namorada Fernanda que também me incentivou bastante para a

conclusão deste trabalho.

Ao meu pai Eduardo que sempre se mostrou disposto a me ajudar na conclusão

deste trabalho.

Ao professor Flávio Barboza, por sua ajuda e por seus conhecimentos passados

para que eu conseguisse terminar este trabalho.

A Fundação de Amparo a Pesquisa de Alagoas (FAPEAL), pela concessão de

uma bolsa de estudos.

Aos meus amigos do Programa de Pós Graduação da UFAL que também

passaram por esta mesma experiência.

Ao pessoal do suporte da TQS que tiraram minhas duvidas quanto à utilização

do programa.

Aos meus amigos, Fernando, Clebenilson e Alexandre, por todo o incentivo.

VII

ABSTRACT

This work presents some aspects related to geometry and rigidity classification and

structural analysis of reinforced and prestressed concrete mat foundations. Some

strategies for modeling and solving the structural system are discussed, with focus on

grid analogy with elastic restraints and soil-structure interaction. Details of the computer

aided design of mat foundations by grid analogy performed at CAD/TQS system are

also presented. The material list and cost are investigated and compared for three real

buildings considering two prestressed cable geometry: straight and parabolic. The

results show that the prestressed concrete mat foundation gives thinner thickness and

greater total cost. The former is due to increasing in concrete resistance and the last is

due to additional rebars and multistrand cost. The prestressing cost was not considered.

Keywords: mat foundation, reinforced concrete, prestressed concrete, grid analogy.

VIII

X

XIII

Tabela 2-2 – Características das monocordoalhas engraxadas de 7 fios – Aço CP 190 RB ou RN.

  • 1 INTRODUÇÃO CONTEÚDO
    • 1.1 JUSTIFICATIVA
    • 1.2 OBJETIVOS
    • 1.3 APRESENTAÇÃO
  • RECOMENDAÇÕES CONSTRUTIVAS. 2 FUNDAÇÃO TIPO RADIER: CLASSIFICAÇÃO, MATERIAIS E - 2.1 CLASSIFICAÇÃO DOS RADIERS - 2.1.1 Quanto à geometria - 2.1.2 Quanto à rigidez à flexão........................................................................................ - 2.1.3 Quanto à Tecnologia - 2.1.3.1 Radier em Concreto Armado - 2.1.3.2 Radier em Concreto Protendido - 2.2 MATERIAIS - 2.2.1 Concreto - 2.2.2 Cordoalhas Engraxadas - 2.2.3 Armadura Passiva - 2.3 RECOMENDAÇÕES CONSTRUTIVAS
    • 3 INTERAÇÃO SOLO–ESTRUTURA
      • 3.1 PRESSÕES DE CONTATO............................................................................................
      • 3.2 CONSTANTES ELÁSTICAS DO SOLO
        • 3.2.1 Ensaio de Placa.....................................................................................................
          • 3.2.1.1 Execução da Prova de Carga
        • 3.2.2 Uso de Tabelas
        • 3.2.3 Determinação a Partir de Cálculo do Recalque da Fundação Real
    • 4 MODELOS DE CÁLCULO
      • 4.1 ESTABILIDADE E CAPACIDADE DE PORTE DO RADIER
      • 4.2 DISTRIBUIÇÃO DE TENSÕES E CÁLCULO DE ESFORÇOS....................................
      • 4.3 MÉTODOS DE CÁLCULO............................................................................................
        • 4.3.1 Método Estático....................................................................................................
        • 4.3.2 Método da Placa sobre Solo de Winkler
          • 4.3.2.1 Método do American Concrete Institute (A.C.I.)
        • 4.3.3 Sistema de Vigas sobre Base Elástica
        • 4.3.4 Método das Diferenças Finitas IX
        • 4.3.5 Método dos Elementos Finitos
      • 4.4 ANALOGIA DE GRELHA..............................................................................................
        • 4.4.1 Malha da Grelha
        • 4.4.2 Carregamento das Barras......................................................................................
        • 4.4.3 Propriedades Geométricas e Físicas das Barras....................................................
        • 4.4.4 Esforços nas Barras
  • EMPREGANDO ANALOGIA DE GRELHA 5 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE ESTRUTURAL AUTOMATIZADA - 5.1 RADIER EM CONCRETO ARMADO............................................................................ - 5.1.1 Etapas de um Projeto - 5.2 RADIER EM CONCRETO PROTENDIDO - 5.2.1 Etapas do Projeto - 5.2.2 Modelo de Cálculo - 5.2.3 Regiões de Protensão Uniforme e Regiões de Transferência de Esforços - 5.3 CRITÉRIOS DE GRELHA - 5.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................................
    • 6 ESTUDO DE CASO
      • 6.1 EXEMPLO
        • 6.1.1 Concreto Armado
        • 6.1.2 Concreto Protendido
        • 6.1.3 Análise de Custos
        • 6.1.4 Influência da Configuração do Cabo
      • 6.2 EXEMPLO
        • 6.2.1 Concreto Armado
        • 6.2.2 Concreto Protendido
        • 6.2.3 Análise de Custos
        • 6.2.4 Influência da Configuração do Cabo
      • 6.3 EXEMPLO
        • 6.3.1 Concreto Armado
        • 6.3.2 Concreto Protendido
        • 6.3.3 Análise de Custos
        • 6.3.4 Influência da Configuração do Cabo
    • 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
    • 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
  • Figura 2.1 - Radier liso. LISTA DE FIGURAS
  • Figura 2.2 - Radier com pedestais ou cogumelos
  • Figura 2.3 - Radier nervurado.
  • Figura 2.4 - Radier em caixão.
  • Figura 2.5 – Fissura paralela à junta de contração........................................................................
  • Figura 2.6 – Fissuras superficiais concentradas.
  • Figura 2.7 – Fissuras de retração por evaporação.........................................................................
  • Figura 2.8 – Detalhe construtivo do radier.
  • Figura 2.9 – Radier em concreto protendido.
  • Figura 2.10 – Detalhe da cordoalha de sete fios.
  • Figura 2.11 – Detalhe da ancoragem.
  • Figura 3.1 – Interação solo-estrutura.
  • cisalhantes. Figura 3.2 – Elemento de laje com dimensões unitárias submetido à tensões normais e
  • Figura 4.1 – Estratégias de modelagem do sistema estrutural pelo MEF.
  • Figura 4.2 – Representação de uma grelha sobre base elástica.
  • Figura 4.3 – Aplicação de carga concentrada na grelha.
  • Figura 4.4 – Barras da grelha.
  • Figura 4.5 – Representação de um elemento de grelha.
  • Figura 4.6 – Esforços atuantes nas barras.
  • Figura 5.1 – Modelo estrutural.
  • Figura 5.2 – Modelo de grelha.
  • Figura 5.3 – Faixas de distribuição de armadura.
  • Figura 5.4 – Critérios de Projeto adotados segundo a NBR 6118:2003.
  • Figura 5.5 – Esforços no radier.
  • Figura 5.6 – Armadura do radier.
  • Figura 5.7 – Definição da constante elástica.
  • Figura 5.8 – Critérios do modelo utilizando protensão.
  • Figura 5.9 – Definição do espaçamento das barras.
  • Figura 5.10 – Regiões de protensão uniforme. XI
  • Figura 5.11 – Distribuição dos cabos.
  • Figura 5.12 – Critérios da grelha.
  • Figura 5.13 – Critérios gerais de grelha.
  • Figura 6.1 – Planta do radier com os carregamentos das paredes.................................................
  • Figura 6.2 – Modelo estrutural do exemplo de caso.
  • Figura 6.3 – Geração da grelha – espaçamento de 100 cm.
  • Figura 6.4 – Representação dos momentos na grelha.
  • Figura 6.5 – Geração da grelha – espaçamento de 30 cm.
  • Figura 6.6 - Representação dos momentos na grelha.
  • Figura 6.7 - Representação dos deslocamentos na grelha.............................................................
  • Figura 6.8 – Geração da grelha – espaçamento de 40 cm.
  • Figura 6.9 – Faixas de armadura homogênea nas direções X e Y.
  • Figura 6.10 – Armadura positiva.
  • Figura 6.11 – Armadura negativa.
  • Figura 6.12 – Regiões de protensão uniforme (RPU).
  • Figura 6.13 – Detalhe dos cabos nas duas direções do radier.......................................................
  • Figura 6.14 – Perfil do cabo na placa de fundação.
  • Figura 6.15 – Distribuição de tensão devido às ações frequentes.................................................
  • Figura 6.16 – Distribuição de tensão devido às ações permanentes – cabo reto.
  • Figura 6.17 – Distribuição de tensão devido às ações permanentes – cabo curvo........................
  • Figura 6.18 – Geração dos cabos de protensão.............................................................................
  • Figura 6.19 – Distribuição de tensões aplicando o cabo curvo.....................................................
  • Figura 6.20 – Distribuição de tensões aplicando o cabo reto
  • Figura 6.21 – Planta do radier.
  • Figura 6.22 – Modelo do exemplo 03...........................................................................................
  • Figura 6.23 – Grelha com espaçamento de 30 cm.
  • Figura 6.24 – Grelha com espaçamento de 40 cm.
  • Figura 6.25 – Faixas de armadura homogênea nas direções X e Y.
  • Figura 6.26 – Armadura positiva.
  • Figura 6.27 – Armadura negativa. XII
  • Figura 6.28 – Faixas de protensão uniforme.
  • Figura 6.29 – Geração dos cabos de protensão.............................................................................
  • Figura 6.30 – Distribuição de tensões – cabo reto.
  • Figura 6.31 – Distribuição de tensões – cabo parabólico.
  • Figura 6.32 – Geração do modelo com os cabos parabólicos.
  • Figura 6.33 – Planta do radier.
  • Figura 6.34 – Modelo do exemplo 02...........................................................................................
  • Figura 6.35 – Grelha com espaçamento de 30 cm.
  • Figura 6.36 – Grelha com espaçamento de 40 cm.
  • Figura 6.37 – Faixas de armadura homogênea nas direções X e Y.
  • Figura 6.38 – Armadura positiva
  • Figura 6.39 – Armadura negativa.
  • Figura 6.40 – Faixas de protensão uniforme.
  • Figura 6.41 – Geração dos cabos.
  • Figura 6.42 – Distribuição de momentos utilizando o cabo reto
  • Figura 6.43 – Distribuição de momentos utilizando o cabo parabólico........................................
  • Figura 6.44 –Geração dos cabos parabólicos.
  • Tabela 2-1 – Correspondência entre classe de agressividade do concreto (NBR 6118:2003). LISTA DE TABELAS
  • Tabela 2-3 – Características das armaduras passivas.
  • Tabela 3-1 – Módulo de reação do solo ks1 em kgf/cm3 (Terzaghi, 1955).
  • Tabela 3-2 – Módulo de reação k em kgf/cm3 (ACI, 1997).........................................................
  • Tabela 3-3 – Valores do módulo de reação vertical ks (Moraes, 1972).
  • Tabela 6-1 – Quantidade de armadura para o radier em concreto armado.
  • Tabela 6-2 – Quantidade de cabos no radier em concreto protendido.
  • Tabela 6-3 – Custo de material (R$) do radier em concreto armado (ORSE, 2007).
  • Tabela 6-4 – Custo de material (R$) do radier em concreto protendido (ORSE, 2007).
  • Tabela 6-5 – Quantidade de armadura para o radier em concreto armado.
  • Tabela 6-6 – Quantidade de cabos no radier em concreto protendido.
  • Tabela 6-7 – Custo de material (R$) do radier em concreto armado (ORSE, 2007).
  • Tabela 6-8 – Custo de material (R$) do radier em concreto protendido (ORSE, 2007).
  • Tabela 6-9 – Quantidade de armadura para o radier em concreto armado.
  • Tabela 6-10 – Quantidade de cabos no radier em concreto protendido.
  • Tabela 6-11 – Custo de material (R$) do radier em concreto armado (ORSE, 2007).
  • Tabela 6-12 – Custo de material (R$) do radier em concreto protendido (ORSE, 2007).

XIV

LISTA DE SÍMBOLOS

l - Espaçamento entre colunas

kv - Módulo de reação vertical

b - Largura da faixa

Ec - Módulo de elasticidade longitudinal

I - Momento de inércia à flexão

L - Comprimento

N - Força normal

V - Força de cisalhamento

σ - Pressão normal

τ - Tensão cisalhante

∆ - Deslocamento

Rr - Rigidez relativa

E - Módulo de elasticidade do solo

B - Largura da placa

t - Espessura da placa

K - Constante elástica

Af - Área de influência

σ ( x , y )- Tensão de contato média na base da fundação

w ( x , y )- Deslocamento vertical

Kv ( kN / m )- Coeficiente de mola para os deslocamentos verticais

Kh ( kN / m ) - Coeficiente de mola para os deslocamentos horizontais

K θ ( kN. m / rad ) - Coeficiente de mola para as rotações

ν – Coeficiente de Poisson

q - Carregamento

w - Recalque

ks1 - Módulo de reação do ensaio de placa

ε - Deformação

D - Rigidez à flexão da placa

g - Carga permanente

fck - Resistência à compressão do concreto

Eo - Módulo tangente

G - Módulo de deformação ao cisalhamento

1 INTRODUÇÃO

1.1 JUSTIFICATIVA

O estudo de fundações tipo radier aparece a partir de trabalhos como o de

Nascimento & Oliveira (2002) que estudaram fundações tipo radier em concreto

protendido, que tem sido bastante difundida, por exemplo, em obras do Programa de

Arrendamento Residencial – PAR da Caixa Econômica Federal, sendo que em muitos

dos exemplos se questiona, se a solução em concreto protendido foi a mais adequada,

considerando a pequena espessura de concreto e uso de cabo centrado, aliado à

necessidade de uma armadura passiva mínima. Considerando os carregamentos

envolvidos nas obras de interesse social e para resistências admissíveis de solo em torno

de 0,7 kgf/cm^2 talvez um radier em concreto armado resultasse mais econômico, o que

deve ser questionado. Entende-se que a escolha do tipo de fundação deve ser fruto da

análise de diversas alternativas e não se deve deixar levar pelas imposições do sistema

que se apresente no mercado.

Por outro lado, ressente-se de um material bibliográfico que sintetize o

dimensionamento desse tipo de fundação, seja com o uso de protensão ou não, e de

ferramenta computacional dedicada que possa otimizar o serviço nos escritórios de

projeto de fundação.

No projeto estrutural podem ser usados vários modelos, desde os mais

simplificados até alguns mais complexos. Um modelo simples seria o cálculo de lajes

“trabalhando” de maneira invertida (de baixo para cima) apoiadas nas paredes e

solicitadas pela reação no solo. Neste caso o projetista tem de assumir uma distribuição

de tensões no solo compatíveis com a natureza do mesmo. Um modelo mais refinado,

recomendado para visualizar um comportamento mais próximo do real, seria considerar

a laje apoiada em base elástica, que é obtida a partir das características do solo. A

análise dos esforços é, então, realizada por programas específicos, que normalmente

utilizam o Método dos Elementos Finitos.

Portanto, o tipo de fundação em radier em concreto armado e protendido,

sobretudo este último, está sendo bastante utilizado nas edificações no Brasil,

auxiliando como tecnologia a projetos de cunho social. Mas, se faz necessário o estudo

criterioso e adequado para permitir a vida útil de tais estruturas, estabelecendo-se

ferramentas adequadas para simular consistentemente os casos a serem executados.

Nesse contexto, espera-se que o trabalho contribua diretamente com o elo de

projetos dentro da cadeia produtiva da construção civil, acrescentando os resultados dos

estudos ao rol das contribuições acadêmicas.

1.2 OBJETIVOS

O objetivo principal do trabalho é o estudo de estruturas de fundação do tipo

radier em concreto armado e protendido, contribuindo com a sistematização do

conhecimento utilizado para projeto, enfatizando-se a aplicação automatizada da

analogia por grelha sobre base elástica. Os objetivos específicos são:

a) sistematizar os conhecimentos teóricos existentes sobre fundação em radier armado

e protendido;

b) estudar as rotinas de analogia de grelha automatizada;

c) determinar os parâmetros constitutivos da placa e do meio equilibrante para serem

introduzidos nas rotinas computacionais e permitir a simulação computacional de

casos;

d) escolher e processar casos práticos e teóricos a serem processados;

e) estudar comparativamente as fundações em radier em concreto armado e protendido

para obras usuais no programa PAR.

2 FUNDAÇÃO TIPO RADIER: CLASSIFICAÇÃO,

MATERIAIS E RECOMENDAÇÕES CONSTRUTIVAS.

No presente capítulo serão apresentados alguns critérios de projeto de fundação

do tipo radier, bem como vantagens, materiais utilizados e recomendações construtivas.

O radier é um tipo de estrutura de fundação superficial, executada em concreto

armado ou protendido, que recebe todas as cargas através de pilares ou alvenarias da

edificação, distribuindo-as de forma uniforme ao solo.

A fundação do tipo radier é empregada quando:

• o solo tem baixa capacidade de carga;

• deseja-se uniformizar os recalques;

• as áreas das sapatas se aproximam umas das outras ou quando a área destas for

maior que a metade da área de construção.

A fundação do tipo radier pode ser suportada por pilares em situações em que o

lençol freático encontra-se próximo a superfície ou aonde a base do solo é susceptível a

grandes recalques. As tensões de contato penetram no solo para uma elevada

profundidade ou têm grande intensidade superficial, ambos os fatores tendem para um

acréscimo do recalque.

A NBR 6122:1996 define o radier como um elemento de fundação superficial

que abrange todos os pilares da obra ou carregamentos distribuídos.

Segundo o ACI 360R-92 (1997), o radier é uma laje continuamente suportada

pelo solo, com carga total, quando uniformemente distribuída menor ou igual a 50% da

capacidade de suporte admissível do solo. A laje pode ser uniforme ou de espessura

variável, e pode conter elementos de enrijecimento como nervuras ou vigas. A laje pode

ser de concreto simples, concreto reforçado ou concreto protendido. O reforço de aço é

utilizado para os efeitos de retração e temperatura ou carregamento estrutural. Segundo

Almeida (2001), em geral, considerando a situação atual da construção civil Brasileira,

pode ser dito que o radier, recebe pouca atenção tanto durante a fase de projeto quanto

durante a fase de construção. Como conseqüência, as recomendações que poderiam

evitar muitos problemas são simplesmente ignoradas. Aliás, convém mencionar que

uma Norma Brasileira para projeto e execução de laje sobre solo nem sequer existe.

Entretanto, existe literatura de excelente qualidade produzida principalmente pelo

American Concrete Institute (ACI) e pelo Post-Tensioning Institute (PTI).

A escolha da disposição estrutural e das dimensões dos elementos é

provavelmente a decisão mais importante do projeto. A não ser quando a experiência

prévia ou fatores determinantes ditarem a forma exata do projeto, várias possibilidades

devem ser estudadas, apesar do projetista poder limitar o número de soluções

considerando as diversas restrições e por um cálculo preliminar mais grosseiro e

avaliações de custo.

Na construção civil Brasileira, a utilização de radier está repleta de mitos. Um

desses mitos estabelece que o sistema composto por estacas e vigas baldrames seria

mais econômico. Esse mito está particularmente sedimentado e provavelmente foi

verdade décadas atrás quando a disponibilidade de concreto usinado era escassa. Nos

dias atuais, o radier pode ser projetado e executado com economia e mais importante

ainda, é enfatizar que esse sistema proporciona uma plataforma estável para o restante

da construção.

Antes do início da execução, deve-se dar atenção aos fatores que influenciam

diretamente o desempenho da laje como o tipo de solo, a uniformidade do suporte da

base, a qualidade do concreto, o tipo e espaçamento das juntas e o acabamento

superficial. O ponto que merece grande destaque é o conhecimento da natureza e

características do solo sobre o qual o radier será executado.

Como o desempenho estrutural do radier depende tanto da qualidade do concreto

como também das propriedades do solo sobre o qual está apoiado, as recomendações da

literatura estrangeira são enfatizadas para a dosagem, a fabricação, a aplicação e o

acabamento do concreto e também para a caracterização e a preparação do solo para

proporcionar um suporte uniforme para a laje.

Para o cálculo estrutural, é importante conhecer o módulo de reação do solo.

Para carregamentos moderados, somente um grau limitado de informação geotécnica

está normalmente disponível. Entretanto, assumindo uma homogeneidade no solo do

local de interesse, uma das formas de se obter o módulo de reação do solo é através do