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Guias e Dicas
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caderno enfermagem ortopedia, Notas de estudo de Enfermagem

Técnicas Básicas para a Realização de Curativos

Tipologia: Notas de estudo

2012

Compartilhado em 24/08/2012

moises-carlos-conceicao-11
moises-carlos-conceicao-11 🇧🇷

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CURATIVOS

MINISTÉRIO DA SAÚDE

SECRETARIA DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE

INSTITUTO NACIONAL DE TRÁUMATO-ORTOPEDIA

Diretor do INTO:

Sérgio Luiz Côrtes da Silveira

Coordenador de Ensino e Pesquisa:

Sérgio Eduardo Vianna

Coordenador da Unidade Hospitalar:

Francisco Matheus

Divisão de Enfermagem (DIVEN):

Ivanise Arouche

Conselho Editorial:

Érica Almeida L. Silva Ieda Cristina Sanches Juliana Melo Rodrigues Marilene Nunes Marisa Peter Sandra Vasconcelos

CURATIVOS

“...Todos nós temos problemas que não gostamos de lembrar, que achamos feios, doloridos, sujos, e os escondemos

dos outros como feridas feias e infectadas. Alguns colocam ataduras que envolvem as estruturas vizinhas para camuflá-

las, tal como um tornozelo enfaixado...” “...Também estas feridas necessitam de tratamento,

embora o tempo se comprometa, na maioria das vezes, a cicatrizá-las por segunda intenção. Se expusermos nossas

feridas, realizaremos as limpezas necessárias em nossas mentes e em nosso interior, poderemos abreviar o tempo do sofrimento.

Algumas vezes ficarão cicatrizes, que irão para sempre nos lembrar as lições que a vida nos ofertou...”

“... Para o tratamento de feridas alguns requisitos básicos

são necessários: conhecimento, dedicação, paciência, determinação, carinho e amor...”

Prof. Dr. Jamiro da Silva Wanderley do livro “Abordagem Multiprofissional do Tratamento de Feridas” - São Paulo / 2003.)

CURATIVOS

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O paciente ortopédico requer uma atenção especial quando trata-se de lesões de

pele; por este apresentar, de forma agregada ou isolada, ferimentos de etiologia cirúrgica

(incisão ou excisão); traumática (agressão mecânica, térmica ou química) e, crônica

(fisiopatologia subjacentes, por exemplo, a úlcera de pressão).

Existem alguns fatores que podem aumentar o risco para o comprometimento da

integridade da pele deste cliente, como, estado nutricional e perfusão tecidual alterados,

fragilidade capilar, idade, posicionamento prolongado no leito e alteração da mobilidade.

No desenvolvimento das atividades de enfermagem em uma instituição de referência

em tráumato-ortopedia, localizada na cidade do Rio de Janeiro, foi percebida a necessidade

de um instrumento de orientação e de fácil utilização para o auxílio na realização dos

curativos diários.

Diante de tal fato, foram formuladas orientações que reúnem algumas das mais

conhecidas referências bibliográficas sobre curativos e feridas.

Este instrumento aborda inicialmente breves conhecimentos a despeito dos tipos de

cicatrização e métodos para a avaliação das feridas, fornecendo conteúdo teórico que

contribua para evolução e registro das feridas, de maneira contínua, e com qualidade.

Posteriormente são descritos os principais curativos utilizados na referida instituição,

sendo discriminados sua composição, mecanismo de ação, indicações, tipos de feridas,

contra-indicações, modo de usar, periodicidade da troca e algumas observações

importante.

Cabe ressaltar, que não é intuito deste manual modificar e ou sobrepujar as normas

e rotinas já presentes na instituição. Este instrumento tem como objetivo acrescentar de

forma simples, conhecimentos para facilitar a realização dos curativos pelos profissionais

que os executam, tornando mais fácil e rápida a recuperação das lesões em questão.

As Autoras

  • Técnicas Básicas para a Realização de Curativos .................................................... CURATIVOS
  • Tipos de Cicatrização .........................................................................................
  • Primeira Intenção
  • Segunda Intenção
  • Terceira Intenção
  • Tipos de Avaliação das Feridas .............................................................................
  • Classificação das Feridas pelo grau de lesão tissular
  • Classificação das Feridas quanto à profundidade
  • Classificação das Feridas quanto às cores que o leito apresenta
  • Classificação das Feridas quanto ao aspecto do exsudato
  • Classificação das Feridas de acordo com a dimensão
  • Fluxograma para Tratamento de Feridas
  • Feridas Cirúrgicas = Álcool 70 %
  • Solução de Soro Fisiológico 0,9% (SF 0,9%) + Cobertura Seca ..............................
  • Curativo Úmido com Solução Fisiológica a 0,9% ....................................................
  • Clorexidina Alcoólica ...........................................................................................
  • Membranas ou Filmes Semipermeáveis (Curativo de Filme Transparente Adesivo) .......
  • Ácidos Graxos Essenciais (AGE) ...........................................................................
  • Hidrogel ............................................................................................................
  • Alginato de Cálcio ..............................................................................................
  • Placa de Hidrocolóide ..........................................................................................
  • Colagenase .......................................................................................................
  • Carvão Ativado .................................................................................................
  • Cobertura Não-Aderente Estéril ...........................................................................
  • Sulfadiazina de Prata ..........................................................................................
  • Bota de Unna ....................................................................................................
  • Papaína .............................................................................................................
  • Hidrofibra ..........................................................................................................
  • Referências Bibliográficas ....................................................................................

CURATIVOS

CURATIVOS

(C) Terceira Intenção

Ocorre quando há fatores que retardam a cicatrização de uma lesão

inicialmente submetida a um fechamento por primeira intenção. Esta situação

acontece quando uma incisão é deixada aberta para drenagem do exsudato e,

posteriormente, fechada.

Tipos de Avaliação das Feridas

Avaliar e documentar a evolução da ferida é imprescindível para se determinar

o tratamento apropriado para cada caso. Esta avaliação e documentação deve ser feita de forma SISTEMÁTICA, desde a ocorrência da lesão até sua completa resolução. Existem alguns tipos de abordagens para se avaliar uma lesão, tornando a sistematização mais eficaz. Seguem abaixo alguns dos mais utilizados e conhecidos:

(A) Classificação das feridas pelo grau de lesão tissular  Sistema do National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP)  As ulceras de pressão são classificadas por ESTÁGIOS 

CURATIVOS

(B) Outra nomenclatura para classificar o grau de lesão diz respeito à profundidade da ferida, que pode ser superficial ou parcial, quando atinge

apenas a epiderme, podendo chegar à derme sem, no entanto atravessá-la; e profunda ou total quando, além das camadas superiores pode envolver,

também, o subcutâneo, músculo e ossos.

(C) Existe também uma classificação para lesões abertas baseadas nas cores

que o leito da ferida apresenta 

Sistema RYB (Red, Yellow, Black) 

Categoriza o ferimento por meio da observação das cores vermelha, amarela ou

preta e suas variações



(D) Classificação quanto ao aspecto do exsudato

 Exsudato seroso  é plasmático;

Aquoso, transparente  normalmente presente em lesões limpas; Exsudato sanguinolento  lesão vascular;

Cor vermelha com aspecto limpo indica presença de tecido de granulação saudável;

Vermelho escuro com aparência friável é indicativo de processo infeccioso em andamento;

Vermelho opaco, tendendo ao cinza, significa uma diminuição ou retardo da granulação;

Vermelha Amarela

Amarelo forte há grande quantidade de material fibrótico e outros componentes oriundos da degradação celular;

Por vezes há uma mistura das cores amarela e vermelha indicando haver granulação mas persistindo, ainda, tecido fibrótico no leito da ferida;

Preta

Cor preta confirma presença de tecido necrótico;

Podem estar presentes, também, o pus e o material fibroso que favorecem a proliferação de microorganismos;

Obs: * Quando a lesão apresentar mais de uma cor deverá ser classificada pela cor que indica a situação mais crítica *

CURATIVOS

Fluxograma para Tratamento de Feridas

  • Importante ressaltar que estas são apenas algumas sugestões de tratamento para as lesões. Sabemos que cada ferida tem sua característica individualizada, necessitando de constante avaliação do Profissional. *

CURATIVOS

Feridas cirúrgicas = Álcool 70%

CURATIVOS

Curativo Úmido com Solução Fisiológica a 0,9%

Composição:

  • Cloreto de Sódio a 0,9%.

Mecanismo de Ação:

  • Limpa e umedece a ferida;
  • Favorece a formação de tecido de granulação;
  • Amolece os tecidos desvitalizados;
  • Favorece o desbridamento autolítico.

Indicação:

  • Manutenção da ferida úmida.

Tipos de Feridas:

  • Feridas com cicatrização por 2ª ou 3ª intenção.

Contra - indicação:

  • Feridas com cicatrização por 1ª intenção e locais de inserção de cateteres, introdutores, fixadores externos e drenos.

Modo de usar:

  • (A) Deiscência de Sutura:
  • Lavar a ferida com jatos de SF 0,9%;
  • Manter gaze de contato úmida com SF 0,9% no local;
  • Ocluir com cobertura secundária estéril (gaze, chumaço ou compressa seca);
  • Fixar; (B) Feridas Abertas:
  • Lavar o leito da ferida com jatos de SF 0,9%;
  • Remover exsudatos limpando a ferida com gazes embebidas em solução fisiológica com movimentos leves e lentos, para não prejudicar o processo cicatricial.
  • Remover tecidos desvitalizados com auxílio de gaze, pinça ou bisturi;
  • Colocar gazes de contato úmidas com SF 0,9% o suficiente para manter o leito da ferida úmido até a próxima troca;
  • Ocluir com cobertura secundária estéril (gaze, chumaço ou compressa seca);
  • Fixar.

Periodicidade de Troca:

  • De acordo com a saturação do curativo secundário ou no máximo a cada 24 horas:
  • Pouco exsudato: a cada 24 horas;
  • Moderado exsudato: a cada 12 horas; •Intenso exsudato: entre 6 e 8 horas, ou sempre que necessário.

Observações:

  • A Solução Fisiológica pode ser substituída por Solução de Ringer Simples;
  • A Solução de Ringer possui composição eletrolítica isotônica, com quantidade de potássio e cálcio semelhante as do plasma sanguíneo.

CURATIVOS

Clorexidina Alcoólica

Composição:

  • Digluconato de Clorexidina em veículo alcoólico.

Mecanismo de Ação:

  • A atividade germicida se dá por mudanças fisiológicas e citológicas

e o efeito letal é devido à destruição da membrana citoplasmática

bacteriana.

Indicação:

  • Antissepsia de pele e mucosas;
  • Na inserção de cateteres vasculares para prevenção de colonização.

Tipos de Feridas:

Inserção de cateter vascular.

Contra - indicação:

Feridas abertas de qualquer etiologia.

Modo de usar:

  • Limpar o local de inserção com gaze e SF 0,9%;
  • Secar com gaze;
  • Aplicar a solução alcoólica de clorexidina;
  • Ocluir com fina camada de gaze e fixar, ou com cobertura de filme

transparente.

Periodicidade de Troca:

  • Cateteres - cobertura com gaze: cada 24 horas;
  • Filme transparente – até no máximo 07 dias ou quando com sujidade,

umidade, enrugamento, soltura ou qualquer outro tipo de

comprometimento.

Observações:

Os curativos devem ser inspecionados diariamente e trocados quando

sujos ou úmidos.

CURATIVOS

Ácidos Graxos Essenciais (AGE)

Composição:

  • Óleo vegetal composto por ácido linoleico, ácido caprílico, ácido

cáprico, vitamina A, E e lecitina de soja.

Mecanismo de Ação:

  • Promove a quimiotaxia (atração de leucócitos) e angiogênese

(formação de novos vasos), mantém o meio úmido e acelera o

processo de granulação tecidual;

  • A aplicação tópica em pele íntegra tem grande absorção, forma

uma película protetora na pele, previne escoriações devido à sua alta

capacidade de hidratação e proporciona nutrição celular local.

Indicação:

  • Prevenção de úlceras de pressão;
  • Tratamento de feridas abertas.

Tipos de Feridas:

  • Lesões abertas.

Contra - indicação:

  • Feridas com cicatrização por 1ª intenção.

Modo de usar:

  • Lavar o leito da ferida com jatos de SF 0,9%;
  • Remover exsudato e tecido desvitalizado se necessário;
  • Espalhar AGE no leito da ferida ou embeber gazes estéreis de

contato o suficiente para manter o leito da ferida úmida até a próxima

troca;

  • Em feridas extensas pode-se espalhar o AGE sobre o leito da ferida

e utilizar como cobertura primária gazes embebidas em solução

fisiológicas a 0,9%;

  • Ocluir com cobertura secundária estéril (gaze, chumaço, compressa

seca ou qualquer outro tipo de cobertura adequada);

  • Fixar.

Periodicidade de Troca:

  • Trocar o curativo sempre que a cobertura secundária estiver saturada

ou no máximo a cada 24 horas.

Observações:

  • O AGE pode ser associado ao alginato de cálcio ou carvão ativado

e diversos tipos de cobertura.

CURATIVOS

Hidrogel

Composição:

  • Gel transparente, incolor, composto por:
  • Água (77,7%); - Carboximetilcelulose - CMC (2,3%);
  • Propilenoglicol – PPG (20%);
  • Pectina;Podemos encontrar o hidrogel com os quatro componentes,

ou com apenas alguns deles.

Mecanismo de Ação:

  • Amolece e remove o tecido desvitalizado através de desbridamento

autolítico;

  • Água: mantém o meio úmido;
  • CMC: facilita a reidratação celular e o desbridamento;
  • PPG: estimula a liberação de exsudato;
  • Pectina: absorve a água formando soluções coloidais viscosas e

opalescentes (gel) com propriedades protetoras sobre as mucosas.

Indicação:

  • Remover crosta e tecidos desvitalizados de feridas abertas.

Tipos de Feridas:

  • Feridas com crostas, fibrinas, tecidos desvitalizados e necrosados.

Contra - indicação:

  • Utilizar em pele íntegra e incisões cirúrgicas fechadas.

Modo de usar:

  • Lavar o leito da ferida com SF a 0,9%;
  • Espalhar o gel sobre a ferida ou introduzir na cavidade

assepticamente;

  • Em feridas extensas pode-se espalhar o gel sobre o leito da ferida

e utilizar como cobertura primária gazes embebidas em solução

fisiológicas a 0,9%;

  • Ocluir a ferida com cobertura secundária estéril.

Periodicidade de Troca:

  • Feridas infectadas: no máximo a cada 24 horas ou de acordo com

a saturação da cobertura secundária.