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Biologia Molecular - Sequenciamento, Notas de aula de Biologia molecular

Escrito com uma maneira fácil e didático para melhor compreensão e associação sobre o sequenciamento.

Tipologia: Notas de aula

2020

Compartilhado em 11/08/2020

Gabriela_Cas
Gabriela_Cas 🇧🇷

2.5

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“Sequenciamento enzimático de Sanger envolve reações de polimerização do DNA e
terminação de cadeia por didesoxirribonucleotídeos
O método de sequenciamento mais usado até o momento foi desenvolvido por Frederick
Sanger. Assim como a tecnologia do DNA recombinante e a PCR, tal técnica também faz uso de
enzimas purificadas neste caso, DNA polimerases. Para compreender melhor como funcionam
os métodos de terminação de cadeia, é preciso recordar a estrutura dos nucleotídeos e o modo
de ação das DNA polimerases. Desoxirribonucleotídeos são substratos para DNA polimerase,
que requer extremidades 3’-OH livres para a síntese de DNA. A estrutura de um
desoxirribonucleotídeo está representada na Figura 11.22. Durante o sequenciamento de DNA
de Sanger, são adicionados didesoxirribonucleotídeos (ddNTP) às reações de síntese de DNA in
vitro. Estes são diferentes dos desoxirribonucleotídeos por apresentarem uma substituição do
grupo 3’-OH por um hidrogênio (Figura 11.22). Logo, esses nucleotídeos podem ser utilizados
normalmente pela DNA polimerase durante a síntese de DNA; contudo, uma vez incorporados,
impedem que a síntese de DNA continue, por não terem grupo 3’-OH, essencial para a formação
de uma ligação fosfodiéster subsequente. O sequenciamento de Sanger original utiliza quatro
reações diferentes de polimerização de DNA in vitro. Cada uma dessas reações contém um
excesso de desoxirribonucleotídeos normais (dNTP) e um dos quatro didesoxirribonucleotídeos.
Tome como exemplo a reação feita com dNTP + ddATP mostrada na Figura 11.23. Eles são
misturados ao fragmento de DNA que se deseja sequenciar, juntamente com um iniciador
marcado radioativamente na sua ponta 5’, e uma DNA polimerase. A DNA polimerase começará
a incorporar os nucleotídeos na síntese de uma fita complementar, mas eventualmente
incorporará o ddATP, causando a interrupção da síntese. Imagine que essa reação está sendo
feita com milhares de cópias idênticas desse fragmento de DNA ao mesmo tempo no tubo.
Assim, o produto final é uma coleção de fragmentos de tamanhos diferentes, todos eles
terminados em A por incorporação do ddATP em diferentes posições. Agora considere que
foram feitas reações também com ddCTP, ddGTP e ddTTP. As reações são então submetidas à
eletroforese em gel de poliacrilamida, e as bandas do gel reveladas por autorradiografia. É
possível então determinar a sequência de nucleotídeos do DNA em questão (Figura 11.23).
É importante notar que o sequenciamento de Sanger requer o uso de uma DNA
polimerase. Consequentemente, para que ocorra a reação de sequenciamento, é necessário um
iniciador que se anele na região imediatamente a montante (ou seja, a 5’) da região de interesse.
foi mostrado neste capítulo que pequenos oligonucleotídeos em fita simples podem ser
sintetizados in vitro, um processo rotineiro também no uso da tecnologia da reação em cadeia
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“Sequenciamento enzimático de Sanger envolve reações de polimerização do DNA e terminação de cadeia por didesoxirribonucleotídeos O método de sequenciamento mais usado até o momento foi desenvolvido por Frederick Sanger. Assim como a tecnologia do DNA recombinante e a PCR, tal técnica também faz uso de enzimas purificadas – neste caso, DNA polimerases. Para compreender melhor como funcionam os métodos de terminação de cadeia, é preciso recordar a estrutura dos nucleotídeos e o modo de ação das DNA polimerases. Desoxirribonucleotídeos são substratos para DNA polimerase, que requer extremidades 3’-OH livres para a síntese de DNA. A estrutura de um desoxirribonucleotídeo está representada na Figura 11.22. Durante o sequenciamento de DNA de Sanger, são adicionados didesoxirribonucleotídeos (ddNTP) às reações de síntese de DNA in vitro. Estes são diferentes dos desoxirribonucleotídeos por apresentarem uma substituição do grupo 3’-OH por um hidrogênio ( Figura 11.22 ). Logo, esses nucleotídeos podem ser utilizados normalmente pela DNA polimerase durante a síntese de DNA; contudo, uma vez incorporados, impedem que a síntese de DNA continue, por não terem grupo 3’-OH, essencial para a formação de uma ligação fosfodiéster subsequente. O sequenciamento de Sanger original utiliza quatro reações diferentes de polimerização de DNA in vitro. Cada uma dessas reações contém um excesso de desoxirribonucleotídeos normais (dNTP) e um dos quatro didesoxirribonucleotídeos. Tome como exemplo a reação feita com dNTP + ddATP mostrada na Figura 11.23. Eles são misturados ao fragmento de DNA que se deseja sequenciar, juntamente com um iniciador marcado radioativamente na sua ponta 5’, e uma DNA polimerase. A DNA polimerase começará a incorporar os nucleotídeos na síntese de uma fita complementar, mas eventualmente incorporará o ddATP, causando a interrupção da síntese. Imagine que essa reação está sendo feita com milhares de cópias idênticas desse fragmento de DNA ao mesmo tempo no tubo. Assim, o produto final é uma coleção de fragmentos de tamanhos diferentes, todos eles terminados em A por incorporação do ddATP em diferentes posições. Agora considere que foram feitas reações também com ddCTP, ddGTP e ddTTP. As reações são então submetidas à eletroforese em gel de poliacrilamida, e as bandas do gel reveladas por autorradiografia. É possível então determinar a sequência de nucleotídeos do DNA em questão ( Figura 11.23 ). É importante notar que o sequenciamento de Sanger requer o uso de uma DNA polimerase. Consequentemente, para que ocorra a reação de sequenciamento, é necessário um iniciador que se anele na região imediatamente a montante (ou seja, a 5’) da região de interesse. Já foi mostrado neste capítulo que pequenos oligonucleotídeos em fita simples podem ser sintetizados in vitro , um processo rotineiro também no uso da tecnologia da reação em cadeia

da polimerase. No entanto, a síntese de um iniciador para sequenciamento requer um conhecimento prévio da sequência que está imediatamente a 5’ da região de interesse. Como em muitas situações tal informação não está disponível, frequentemente um fragmento de DNA de sequência desconhecida é primeiramente clonado em vetores plasmidiais. Uma vez obtido o clone, ele pode ser sequenciado usando-se iniciadores que anelam na região do plasmídeo a 5’ do sítio onde o fragmento foi clonado, tornando possível, assim, o sequenciamento pelo método de Sanger. O método de Sanger foi aprimorado com o uso de didesoxirribonucleotídios fluorescentes O método de Sanger foi adaptado para o uso de marcadores fluorescentes. Essa metodologia se tornou muito popular e é até hoje o método mais usado para sequenciamento de DNA. É interessante notar que o salto qualitativo dado com essa nova metodologia foi muito grande, sendo possível somente graças aos avanços em outros campos do conhecimento humano, como a engenharia e a informática, o que possibilitou a construção de máquinas e computadores poderosos nos quais este sequenciamento é feito. O método fluorescente também se baseia em didesoxirribonucleotídeos, mas, neste caso, uma única reação é feita, em vez das quatro reações necessárias no método original de Sanger. Isso é possível porque cada um dos quatro didesoxirribonucleotídeos é conjugado a uma molécula fluorescente diferente, sem prejudicar seu uso pela DNA polimerase. Pode parecer uma mudança sutil, mas essa simplificação representou um avanço enorme na tecnologia, pois a redução no número de reações por um fator de 4 vezes facilitou a automação do sequenciamento, característica fundamental para processos de larga escala, tais como o sequenciamento de genomas completos. Centenas de genomas de vírus, bactérias, fungos e até mesmo o genoma humano foram sequenciados usando esta tecnologia. Na Figura 11.24 é mostrado o esquema do sequenciamento usando fluorescência. Nessa reação, o DNA a ser sequenciado é misturado com o iniciador, DNA polimerase, dNTP, e ddNTP. O diferencial é que cada um dos ddNTP é marcado com um corante fluorescente que emite luz em um comprimento de onda diferente. Assim, a terminação de cadeia causada pela incorporação de ddATP desenvolve fragmentos com uma cor de fluorescência; aquelas causadas pela incorporação de ddCTP dão origem fragmentos de outra cor, e assim por diante. Nos aparelhos modernos, os produtos dessa reação são separados por eletroforese em géis de poliacrilamida contidos em pequenos capilares, e a detecção da fluorescência de cada banda é feita pelo próprio aparelho, que transmite os dados para um computador acoplado. A

  • Figura 11.2
  • Figura 11.2