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Autocorrelacao Trabalho, Notas de aula de Econometria

O trabalho fala da autocorrelacao, como testar, formas de corrigir, etc.

Tipologia: Notas de aula

2021

Compartilhado em 25/01/2021

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1. Autocorrelação
A autocorrelação pode ser definida como correlação entre integrantes de séries de observações
ordenadas no tempo (como as séries temporais) ou no espaço (como nos dados de corte
transversal). No contexto da regressão, o modelo clássico de regressão linear pressupõe que essa
autocorrelação não existe nos termos de erro et. Portanto, significa a tendência temporal dos
valores sucessivos dos resíduos ou erros, ou seja que se correlacionam entre si.
1.1. Fontes da autocorrelação
a) Inércia
Uma característica marcante da maioria das séries temporais econômicas é a inércia ou lentidão.
Como sabemos, séries temporais como o PNB, os índices de preços, a produção, o emprego e o
desemprego registram ciclos (econômicos). Partindo do fundo da recessão, quando tem início a
recuperação econômica, a maioria dessas séries começam a mover-se em um sentido ascendente.
Nesse movimento, o valor da série em um ponto do tempo é maior que o anterior. Há um “impulso”
embutido nele que continua até que algo aconteça (um aumento na taxa de juros, nos impostos ou
em ambos) para desacelerá-lo. Portanto, em regressões que envolvem séries temporais, as
observações sucessivas tendem a ser interdependentes.
b) Viés de especificação: o caso das variáveis excluídas
Na análise aplicada, o pesquisador muitas vezes inicia com um modelo de regressão plausível que
pode não ser o mais “perfeito”. Depois, ele estuda os resultados para verificar se estão de acordo
com as expectativas a priori. Se não estiverem, começa a cirurgia. Por exemplo, o pesquisador
pode fazer um gráfico dos resíduos, uOi , obtidos na regressão ajustada e observar padrões como
os que aparecem na Figura 12.1. Esses resíduos (que são proxies de ui ) podem sugerir que algumas
variáveis originalmente candidatas, mas que acabaram por várias razões não sendo incluídas no
modelo, deveriam entrar nele. Esse é o caso do viés de especificação da variável excluída. Muitas
vezes a inclusão de tais variáveis elimina o padrão de correlação observado entre os resíduos.
c) O fenômeno da teia de aranha
A oferta de muitos produtos agrícolas reflete o chamado fenômeno da teia de aranha, em que a
oferta reage ao preço com a defasagem de um período, porque as decisões de oferta levam tempo
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1. Autocorrelação

A autocorrelação pode ser definida como correlação entre integrantes de séries de observações ordenadas no tempo (como as séries temporais) ou no espaço (como nos dados de corte transversal). No contexto da regressão, o modelo clássico de regressão linear pressupõe que essa autocorrelação não existe nos termos de erro et. Portanto, significa a tendência temporal dos valores sucessivos dos resíduos ou erros, ou seja que se correlacionam entre si.

1.1. Fontes da autocorrelação a) Inércia

Uma característica marcante da maioria das séries temporais econômicas é a inércia ou lentidão. Como sabemos, séries temporais como o PNB, os índices de preços, a produção, o emprego e o desemprego registram ciclos (econômicos). Partindo do fundo da recessão, quando tem início a recuperação econômica, a maioria dessas séries começam a mover-se em um sentido ascendente. Nesse movimento, o valor da série em um ponto do tempo é maior que o anterior. Há um “impulso” embutido nele que continua até que algo aconteça (um aumento na taxa de juros, nos impostos ou em ambos) para desacelerá-lo. Portanto, em regressões que envolvem séries temporais, as observações sucessivas tendem a ser interdependentes.

b) Viés de especificação: o caso das variáveis excluídas

Na análise aplicada, o pesquisador muitas vezes inicia com um modelo de regressão plausível que pode não ser o mais “perfeito”. Depois, ele estuda os resultados para verificar se estão de acordo com as expectativas a priori. Se não estiverem, começa a cirurgia. Por exemplo, o pesquisador pode fazer um gráfico dos resíduos, uOi , obtidos na regressão ajustada e observar padrões como os que aparecem na Figura 12.1. Esses resíduos (que são proxies de ui ) podem sugerir que algumas variáveis originalmente candidatas, mas que acabaram por várias razões não sendo incluídas no modelo, deveriam entrar nele. Esse é o caso do viés de especificação da variável excluída. Muitas vezes a inclusão de tais variáveis elimina o padrão de correlação observado entre os resíduos.

c) O fenômeno da teia de aranha

A oferta de muitos produtos agrícolas reflete o chamado fenômeno da teia de aranha, em que a oferta reage ao preço com a defasagem de um período, porque as decisões de oferta levam tempo

para serem implementadas (período de gestação). No início do plantio da safra deste ano, os agricultores estão influenciados pelo preço vigente no ano anterior.

d) Defasagens

Em uma regressão de despesas sobre renda cujos dados são séries temporais, verificamos não poucas vezes que as despesas do período atual dependem, dentre outras coisas, das despesas do período anterior. Uma regressão desse tipo é conhecida como autorregressão, porque uma das variáveis explanatórias é o valor defasado da variável dependente. Os consumidores não alteram facilmente seus hábitos de consumo por motivos psicológicos, tecnológicos ou institucionais. Agora, se negligenciarmos o termo defasados o termo de erro resultante refletirá um padrão sistemático decorrente da influência do consumo defasado sobre o consumo atual.

1.2. Como testar a autocorrelação? o Quando a autocorrelação é conhecida utiliza-se o método de transformação de Priest-Wisten e a equação da quase diferença. Sendo esta última a mais utilizada; o Quando a autocorrelação não é conhecida utiliza-se o método de método de Durbin Watson e o método de Cochrane-Orcutt. 1.3. Como corrigir a autocorrelação? Se, depois de aplicarmos um ou mais testes diagnósticos de autocorrelação discutidos na seção anterior, verificamos a presença dela, o que fazer? Temos quatro opções: a) Tentar verificar se é um caso de autocorrelação pura e não o resultado da especificação equivocada do modelo. Às vezes observamos padrões em resíduos, porque o modelo é mal especificado – ou seja, excluiu algumas variáveis importantes – ou porque sua forma funcional é incorreta. b) Se for autocorrelação pura, podemos usar a transformação adequada do modelo original de modo que, no modelo transformado não tenhamos o problema de autocorrelação (pura). Como no caso de heterocedasticidade, teremos de usar algum tipo de método de mínimos quadrados generalizados (MQG). c) Em amostras grandes, podemos usar o método de Newey-West para obter os erros padrão dos estimadores de MQO que estão corrigidos para a autocorrelação. Esse método na verdade é uma extensão do de erros padrão consistentes para heterocedastividade de White examinado no capítulo anterior.