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Atenção Primária na Saúde Brasileira: História, Desafios e Indicadores, Manuais, Projetos, Pesquisas de Saúde Pública

A evolução histórica do sistema de saúde brasileiro, com ênfase na atenção primária à saúde (aps). Descreve iniciativas importantes, como a estratégia saúde da família (esf), o programa de saúde em família (psf) e a política nacional de atenção básica. Além disso, fornece dados sobre a população que utiliza o sistema único de saúde (sus) e a qualidade do atendimento na aps. O texto também discute desafios atuais, como a expansão do psf em áreas urbanas e o papel da comunidade na definição de políticas.

O que você vai aprender

  • Quais indicadores são utilizados para avaliar a qualidade do atendimento na Atenção Primária à Saúde?
  • Quais iniciativas marcaram a história da Atenção Primária à Saúde no Brasil?
  • Quais desafios atuais enfrenta a Atenção Primária à Saúde no Brasil?

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2022

Compartilhado em 01/10/2022

ester-santana-9
ester-santana-9 🇧🇷

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ATENÇÃO PRIMÁRIA NO BRASIL
A atenção básica ou primária é a porta de entrada dos indivíduos ao acesso do
sistema de saúde. Esse nível de prestação de serviço é a base da pirâmide de
três níveis do sistema de saúde, ela trata de diversos fatores, dentre eles
temos a promoção a saúde, tratamentos de doenças antes de serem
agravadas, prevenção de doenças, educação em saúde, entre outros.
Portanto, podemos dizer que a Atenção Primária é um filtro, capaz de
selecionar os fluxos do serviço de sáude do mais simples ao mais complexo.
diversas estratégias governamentais realizadas pelo Brasil, como por
exemplo: A Estratégia de Saúde da Família (ESF), que leva serviços
multidisciplinares às comunidades por meio das Unidades de Saúde da Família
(USF). Também podemos contar com consultas, exames, vacinas, radiografias
e outros procedimentos que são disponibilizados aos usuários nas USF. Além
disso, hoje, uma0Carteira de Serviços da Atenção Primária à Saúde
(Casaps)0disponível para apoiar os gestores municipais na tomada de decisões
e levar à população o conhecimento do que encontrar na APS. Ela envolve
outras iniciativas também, como: o0Programa Saúde na Hora0e o0Médicos pelo
Brasil. Esse trabalho é realizado nas Unidades de Saúde da Família (USF), nas
Unidades de Saúde Fluviais, nas Unidades Odontológicas Móveis (UOM) e nas
Academias de Saúde.
Outras iniciativas de destaque foram a criação da Fundação Serviço Especial
de Saúde Pública (SESP) em 1960 e a expansão dos centros de saúde
vinculados às Secretarias de Estado da Saúde com atuação voltada à atenção
materno-infantil e ao desenvolvimento de ações de saúde pública.
Na década de 1970 ocorreram as primeiras experiências de medicina
comunitária, sob influência do movimento de reforma sanitária e com o apoio
de universidades, marcando o início da participação dos municípios no
desenvolvimento da APS.0Já no início da década de 1980, com o processo de
redemocratização no país, foram propostas as Ações Integradas de Saúde
(AIS), seguidas pelo Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (Suds), até
que, em 1988 foi instituído o SUS com a nova constituição.0
Somente com a municipalização do SUS no início da década de 1990 é que
começou a haver uma estruturação mais uniforme da atenção primária, sob
responsabilidade dos municípios brasileiros e incentivados pelo Ministério da
Saúde através de normatizações e financiamento.
Em 1994, o Ministério da Saúde propôs o Programa de Saúde em Família e,
em 2006, foi instituída a Política Nacional de Atenção Básica. O PSF se
constituiu num modelo de organização das ações e serviços de saúde, em que
o nível primário da atenção se inseriu na atenção básica dentro do SUS.
Além dessas propostas organizacionais, a Estratégia Saúde da Família em
centros urbanos de grande porte ou mesmo nas áreas metropolitanas encontra
outros desafios para a definição de políticas públicas na abordagem de temas
complexos como o contexto sócio-ambiental urbano e o cuidado voltado para o
núcleo familiar em seu desenvolvimento e processo de adoecimento. A noção
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ATENÇÃO PRIMÁRIA NO BRASIL

A atenção básica ou primária é a porta de entrada dos indivíduos ao acesso do sistema de saúde. Esse nível de prestação de serviço é a base da pirâmide de três níveis do sistema de saúde, ela trata de diversos fatores, dentre eles temos a promoção a saúde, tratamentos de doenças antes de serem agravadas, prevenção de doenças, educação em saúde, entre outros. Portanto, podemos dizer que a Atenção Primária é um filtro, capaz de selecionar os fluxos do serviço de sáude do mais simples ao mais complexo. Há diversas estratégias governamentais realizadas pelo Brasil, como por exemplo: A Estratégia de Saúde da Família (ESF), que leva serviços multidisciplinares às comunidades por meio das Unidades de Saúde da Família (USF). Também podemos contar com consultas, exames, vacinas, radiografias e outros procedimentos que são disponibilizados aos usuários nas USF. Além disso, hoje, há uma Carteira de Serviços da Atenção Primária à Saúde (Casaps) disponível para apoiar os gestores municipais na tomada de decisões e levar à população o conhecimento do que encontrar na APS. Ela envolve outras iniciativas também, como: o Programa Saúde na Hora e o Médicos pelo Brasil. Esse trabalho é realizado nas Unidades de Saúde da Família (USF), nas Unidades de Saúde Fluviais, nas Unidades Odontológicas Móveis (UOM) e nas Academias de Saúde. Outras iniciativas de destaque foram a criação da Fundação Serviço Especial de Saúde Pública (SESP) em 1960 e a expansão dos centros de saúde vinculados às Secretarias de Estado da Saúde com atuação voltada à atenção materno-infantil e ao desenvolvimento de ações de saúde pública. Na década de 1970 ocorreram as primeiras experiências de medicina comunitária, sob influência do movimento de reforma sanitária e com o apoio de universidades, marcando o início da participação dos municípios no desenvolvimento da APS. Já no início da década de 1980, com o processo de redemocratização no país, foram propostas as Ações Integradas de Saúde (AIS), seguidas pelo Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (Suds), até que, em 1988 foi instituído o SUS com a nova constituição. Somente com a municipalização do SUS no início da década de 1990 é que começou a haver uma estruturação mais uniforme da atenção primária, sob responsabilidade dos municípios brasileiros e incentivados pelo Ministério da Saúde através de normatizações e financiamento. Em 1994, o Ministério da Saúde propôs o Programa de Saúde em Família e, em 2006, foi instituída a Política Nacional de Atenção Básica. O PSF se constituiu num modelo de organização das ações e serviços de saúde, em que o nível primário da atenção se inseriu na atenção básica dentro do SUS. Além dessas propostas organizacionais, a Estratégia Saúde da Família em centros urbanos de grande porte ou mesmo nas áreas metropolitanas encontra outros desafios para a definição de políticas públicas na abordagem de temas complexos como o contexto sócio-ambiental urbano e o cuidado voltado para o núcleo familiar em seu desenvolvimento e processo de adoecimento. A noção

de família, sua composição, organização e estratégia de sobrevivência nas classes populares são elementos geralmente desconhecidos dos profissionais de saúde que precisam olhá-la e respeitá-la para além de seu próprio horizonte. Hoje, em fase de expansão em todo território nacional, o Saúde da Família define-se por um conjunto de ações e serviços que vão além da assistência médica, estruturando-se com base no reconhecimento das necessidades da população, apreendidas a partir do estabelecimento de um vínculo social entre população e profissionais, em contato permanente com o ambiente territorial. Assim, atualizou-se a perspectiva da Atenção Primária à Saúde dentro das políticas públicas brasileiras, cujo objetivo é a proteção social pela garantia da universalidade e integralidade da atenção. Em parceria com Ministério da Saúde, dados levantados pelo IBGE servirão de base para avaliação do SUS e das políticas da APS no país. Pela primeira vez, a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019 coletou informações sobre a Atenção Primária à Saúde (APS) no Brasil. Os dados mostram que a população que mais usa o Sistema Único de Saúde (SUS) avaliou positivamente a qualidade do atendimento público em saúde no país. A pesquisa foi realizada em 2019 e finalizada em fevereiro de 2020. O público- alvo incluiu moradores com 18 anos ou mais de idade que se consultaram pelo menos duas vezes com o mesmo médico em Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou Unidades de Saúde da Família (USF), nos últimos seis meses anteriores à pesquisa. Em 2019, 17,3 milhões de pessoas de 18 anos ou mais de idade procuraram algum serviço da Atenção Primária nos seis meses anteriores à entrevista. Entre elas, 69,9% eram mulheres; 60,9% eram pretas ou pardas; 65,0% eram cônjuges e 35,8% tinham entre 40 a 59 anos de idade. No país, 53,8% dos usuários de Atenção Primária não tinham uma ocupação (trabalho) e 64,7% tinham renda domiciliar per capita inferior a um salário mínimo. Os 32,3% seguintes inseriam-se na faixa de 1 a 3 salários mínimos. Cerca de 94,4% dos usuários analisados não tinham plano de saúde. A população que mais usa o Sistema Único de Saúde (SUS) avaliou positivamente a qualidade do atendimento público em saúde no país. O Escore Geral da Atenção Primária varia de 0 a 10 e a nota final obtida na pesquisa foi de 5,9. Idosos deram nota de 6,1 aos serviços, acima dos adultos de 18 a 39 anos (5,6) e dos adultos de 40 a 59 anos (5,9).

AÇÕES

Atualmente, o Brasil tem mais de 42 mil unidades básicas de saúde com 44 mil equipes de Saúde da Família e 1.229 equipes de Atenção Primária atuando no território. O Ministério da Saúde também lançou o programa Previne Brasil, no final de 2019, que reformulou o financiamento da Atenção Primária, ampliou o incentivo temporário para mais unidades de saúde funcionarem em horário estendido e credenciou mais equipes de Saúde da Família e equipes de Atenção Primária. Além disso, para ampliação da assistência, são 16.729 vagas ocupadas pelos profissionais do programa Mais Médicos na Atenção Primária. Também foi implementado, neste ano, sistema de credenciamento para financiar residências médicas em saúde da família/medicina, a fim de propiciar o fortalecimento desse tipo de programa, que garante importante impacto na qualidade do atendimento no SUS. Atenção Básica de Saúde na Bahia. As últimas décadas foram marcadas por intensas transformações no sistema de saúde brasileiro, relacionadas intimamente com as mudanças ocorridas no âmbito político institucional. Uma das principais políticas adotada pelo governo brasileiro tem sido a expansão do Programa Saúde da Família (PSF). A estratégia saúde da família surge no cenário local como proposta de transformação da atenção a saúde, um projeto estruturante que possibilita a mudança do modelo de assistência e propicie a mudança das práticas sanitárias estabelecidas ao longo dos anos em nossos municípios. Parte do princípio de caráter substitutivo e propõe a criação de vínculos de compromisso e de co-responsabilidade entre os serviços de saúde e a população. Objetivos: Descrever o processo de implantação do Programa de saúde da família em Itabuna-BA. Um pouco da história : breve relato de experiência vivenciado em um município baiano de médio porte, que apresenta uma população de 203.185 habitantes (IBGE-2005), superou durante os últimos quatro anos o índice de desenvolvimento humano sendo o 3º da Bahia (UNDP,2000) e propõe através da estratégia de saúde da família melhorar os indicadores de saúde do município. Itabuna estrutura-se administrativamente em módulos assistenciais sendo que cada módulo dispõe de equipamentos de saúde regionalizados. Em cada módulo existe uma unidade de saúde de referência por oferecer serviços

de maior complexidade e recebe os encaminhamentos das demais unidades do módulo. A estruturação do PSF começa tomar forma em janeiro de 2001 com a posse do novo prefeito de frente progressista, que assume o compromisso de melhoria da saúde de seus munícipes e a Secretaria de Saúde começa a se estruturar para pleitear a Descentralização através da Municipalização da Saúde, assumida em maio de 2001 com a habilitação do município da Gestão Plena do Sistema Municipal pela NOB/96. O PSF é implantado em fevereiro de 2001 e fundamenta-se na concepção de estratégia e a concepção de saúde como junção das condições de vida dos sujeitos. Visa portanto, oferecer serviços de saúde à população submetida a situações de risco sócio-sanitário, priorizando áreas geográficas selecionadas com base em indicadores de pobreza e ausência de equipamentos de saúde, preenchendo dessa forma os vazios de serviços e ações em áreas carentes. Pautados por esses princípios a equipe técnica da secretária de saúde projetou as discussões iniciais com os ACS, a comunidade e o Conselho Municipal de Saúde. As equipes foram implantadas com características especificas de acordo com a realidade de sua área de abrangência e perfil da população adscrita, no entanto com a diretriz central de tornar-se a estratégia de mudança do modelo de assistência e a reorganização da Atenção Básica. Para a composição das equipes foram discutidos e aprovados alguns critérios: profissionais com perfil para a saúde pública, respeito pela comunidade, compromisso profissional, disponibilidade de carga horária, vontade de contribuir para a efetivação do Sistema Único de Saúde/SUS e a implantação do PSF, vontade de aprender, entendimento da proposta do município. Poderia apresentar experiência anterior ou não, pois haveria a capacitação de todos os profissionais. As equipes foram compostas por: um médico, um enfermeiro, um auxiliar e um técnico de enfermagem, quatro a seis agentes comunitários e o pessoal de apoio (recepcionista, auxiliar administrativo, serviços gerais e vigilante), também foram incorporados uma equipe de saúde bucal por cada equipe do PSF. A população de atuação da equipe é de 600 a 1000 famílias. Atualmente o município conta com 16 equipes do PSF perfazendo a cobertura de 24,7%, 304 Agentes Comunitários de Saúde-ACS, perfazendo cobertura de 79,8%. Em relação à capacidade instalada o município dispõe em rede própria de 9 unidades básicas de saúde, 10 unidades de especialidades e 14 unidades de saúde da família. As unidades de saúde da família foram adequadas e construídas com recursos próprios 7 unidades modelos. A sua estrutura física dispõe de leitos para observação até 8 horas como preconiza o programa e se adequa as necessidades de espaço para os serviços oferecidos. As dificuldades enfrentadas foram: perfil profissional, as capacitações das equipes, ampliação das equipes devido à dificuldade de encontrar para contratação o profissional médico e a implantação do acolhimento.

Referências Bibliográficas: https://summitsaude.estadao.com.br/novos-medicos/o-papel-da-atencao-primaria-no- sistema-de-saude-brasileiro/ https://www.scielo.br/j/csp/a/fRkmt4fdzsgtFbDWKkqPR9k/?lang=pt https://www.ibes.med.br/como-anda-a-atencao-primaria-no-brasil/ https://pensesus.fiocruz.br/atencao-basica https://aps.saude.gov.br/smp/smpoquee https://saude.rs.gov.br/atencao-basica-ou-primaria-principal-porta-de-entrada-para-o- sistema-unico-de-saude-sus https://destaque1.com/atencao-basica-de-camacari-lidera-como-a-melhor-no-top-10-dos- municipios-mais-populosos-da https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/57cbe/resumos/36.htm