Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Assistência Pré-Natal: Guia Completo para Gestantes, Resumos de Obstetrícia

Este guia abrangente sobre assistência pré-natal oferece informações detalhadas sobre os cuidados essenciais para a saúde da mãe e do bebê durante a gravidez. O documento cobre desde a importância do pré-natal até os exames e acompanhamentos necessários, incluindo a identificação de fatores de risco e a gestão de intercorrências gestacionais. Além disso, o guia aborda aspectos importantes como a saúde oral, atividade sexual, consumo de álcool e drogas, e o plano de parto.

Tipologia: Resumos

2024

Compartilhado em 02/09/2024

ana-beatriz-bandeira-fragoso
ana-beatriz-bandeira-fragoso 🇧🇷

1 documento

1 / 8

Toggle sidebar

Esta página não é visível na pré-visualização

Não perca as partes importantes!

bg1
Assistência Pré-Natal
1
❙❘❙❙❘❙❚ Ana Beatriz Bandeira Fragoso | TURMA 3 ❚❙❘❙❙❙
Pré-natal: Conjunto de cuidados destinados à
mulher e ao feto, que visa oferecer o
desenvolvimento saudável sem impacto para a
saúde materna;
É o conjunto de medidas de natureza médica,
social, psicológica e de cuidados gerais;
É o principal indicador do prognóstico ao
nascimento;
O número de gestantes que iniciam o pré-natal
é um dos parâmetros utilizados para avaliar a
qualidade da assistência materno-fetal;
Tem um papel fundamental na prevenção e/ou
detecção precoce de patologias, tanto maternas
como fetais.
Confirmar e datar a gestação;
Diagnosticar e, se possível, tratar doenças
maternas preexistentes;
Orientar sobre os pequenos distúrbios da
gravidez;
Identificar e tratar precocemente as
intercorrências gestacionais;
Preparar a mulher para a maternidade,
oferecendo informações educativas sobre o
parto e o cuidado com a criança (puericultura);
Fornecer orientações essenciais sobre hábitos
de vida e higiene pré-natal;
Orientar quanto à manutenção essencial de um
estado nutricional apropriado;
Orientar quanto ao uso de medicamentos que
possam afetar o feto ou o parto, ou à adoção
de medidas que possam prejudicar o feto;
Tratar as manifestações físicas próprias da
gravidez.
Equipe multiprofissional Médico, enfermeiro,
técnico de enfermagem, psicólogo, assistente
social, nutricionista, etc;
Coleta de dados atualizados e de forma
contínua.
Deve-se dar à gestante um panorama das
modificações gravídicas gerais e locais impostas
pela gestação;
Na avaliação inicial da grávida, deverão ser
discutidos seu estado geral e os exames
laboratoriais a serem solicitados;
Obs.: É recomendável marcar uma consulta
de retorno para discutir o resultado desses
exames.
Nas consultas, deve-se:
Avaliar as intercorrências e queixas da
gestante;
Recalcular a idade gestacional;
Identificar fatores de ricos;
Reclassificar a gestação como de baixo ou
alto risco;
Indicar planejamento familiar;
Atualizar o calendário vacinal;
Informar sobre o parto;
Solucionar dúvidas;
Avaliar estado nutricional e ganho peso;
Avaliar o estado bucal e condições de
higiene da paciente;
Detectar problemas emocionais/sociais.
Ao exame físico:
Medir a pressão arterial;
Frequência cardíaca.
Peso materno;
Altura uterina;
Batimento cardíaco fetal;
Avaliar a presença de contrações;
Movimentação fetal;
Edema (principalmente em membros
inferiores);
Exame de toque vaginal ou especular,
quando pertinente.
A primeira consulta deve ser realizada o mais
precocemente possível;
As consultas devem ser intercaladas entre o
médico e o enfermeiro;
pf3
pf4
pf5
pf8

Pré-visualização parcial do texto

Baixe Assistência Pré-Natal: Guia Completo para Gestantes e outras Resumos em PDF para Obstetrícia, somente na Docsity!

Assistência Pré-Natal

  • Pré-natal: Conjunto de cuidados destinados à mulher e ao feto, que visa oferecer o desenvolvimento saudável sem impacto para a saúde materna;
  • É o conjunto de medidas de natureza médica, social, psicológica e de cuidados gerais;
  • É o principal indicador do prognóstico ao nascimento;
  • O número de gestantes que iniciam o pré-natal é um dos parâmetros utilizados para avaliar a qualidade da assistência materno-fetal;
  • Tem um papel fundamental na prevenção e/ou detecção precoce de patologias, tanto maternas como fetais.
  • Confirmar e datar a gestação;
  • Diagnosticar e, se possível, tratar doenças maternas preexistentes;
  • Orientar sobre os pequenos distúrbios da gravidez;
  • Identificar e tratar precocemente as intercorrências gestacionais;
  • Preparar a mulher para a maternidade, oferecendo informações educativas sobre o parto e o cuidado com a criança (puericultura);
  • Fornecer orientações essenciais sobre hábitos de vida e higiene pré-natal;
  • Orientar quanto à manutenção essencial de um estado nutricional apropriado;
  • Orientar quanto ao uso de medicamentos que possam afetar o feto ou o parto, ou à adoção de medidas que possam prejudicar o feto;
  • Tratar as manifestações físicas próprias da gravidez.
  • Equipe multiprofissional – Médico, enfermeiro, técnico de enfermagem, psicólogo, assistente social, nutricionista, etc; - Coleta de dados atualizados e de forma contínua. - Deve-se dar à gestante um panorama das modificações gravídicas gerais e locais impostas pela gestação; - Na avaliação inicial da grávida, deverão ser discutidos seu estado geral e os exames laboratoriais a serem solicitados; Obs.: É recomendável marcar uma consulta de retorno para discutir o resultado desses exames. - Nas consultas, deve-se: ⎯ Avaliar as intercorrências e queixas da gestante; ⎯ Recalcular a idade gestacional; ⎯ Identificar fatores de ricos; ⎯ Reclassificar a gestação como de baixo ou alto risco; ⎯ Indicar planejamento familiar; ⎯ Atualizar o calendário vacinal; ⎯ Informar sobre o parto; ⎯ Solucionar dúvidas; ⎯ Avaliar estado nutricional e ganho peso; ⎯ Avaliar o estado bucal e condições de higiene da paciente; ⎯ Detectar problemas emocionais/sociais. - Ao exame físico: ⎯ Medir a pressão arterial; ⎯ Frequência cardíaca. ⎯ Peso materno; ⎯ Altura uterina; ⎯ Batimento cardíaco fetal; ⎯ Avaliar a presença de contrações; ⎯ Movimentação fetal; ⎯ Edema (principalmente em membros inferiores); ⎯ Exame de toque vaginal ou especular, quando pertinente. - A primeira consulta deve ser realizada o mais precocemente possível; - As consultas devem ser intercaladas entre o médico e o enfermeiro;
  • Busca ativa das gestantes faltosas;
  • Visita domiciliar a gestante e puérperas;
  • O pré-natal deve ter início até a 12º semana de gestação;
  • O acompanhamento pré-natal ideal, conforme já referido, deve contemplar no mínimo seis consultas. Intervalo de consultas pré-natais – FEBRASGO Consulta Intervalo Primeira consulta O mais precoce possível Retorno da primeira consulta Assim que os exames estiverem prontos Até 28 semanas Mensais 28 - 36 semanas Quinzenais 36 - 41 semanas Semanais
  • Gravidez de alto risco: Aquela na qual a mãe, o feto e/ou o recém-nascido têm uma maior probabilidade de adoecer, morrer ou padecer de sequelas antes e após o parto;
  • Gravidez de baixo risco: Aquela na qual a mãe, o feto e/ou recém-nascido têm, a princípio, uma probabilidade menor que o esperado de adoecer, morrer padecer de sequelas antes e após o parto;
  • Baixo risco, jamais significa ausência de risco;
  • A caracterização como de baixo risco deverá sempre ser um critério temporário, devendo ser reconsiderada periodicamente.
  • O risco gestacional deve ser avaliado desde a 1º consulta pré-natal, devendo ser reavaliada a cada retorno;
  • A caracterização do risco gravídico inicia-se com anamnese e exame clínico, aliado aos exames complementares. Possíveis fatores determinantes do risco gestacional:
  • Idade: É consenso que a faixa etária dos 19 aos 35 é a ideal para a gestação, já gestações em mulheres com idade inferior a 15 anos e superior a 35 terão mais risco;
  • Altura: Altura menor que 1,45;
  • Peso: Peso pré--gravídico ideal se situa entre 54 e 72 kg, mulheres com o peso abaixo de 42 kg e acima de 75 kg apresentam maior risco;
  • Estado civil: Solteiras apresentam mais risco, devido à instabilidade familiar;
  • Tabaco, drogas, álcool e radiografias: Fumar, consumir drogas (lícitas e/ou ilícitas) ou álcool durante a gravidez é totalmente desencorajado;
  • Genética: Casamentos consanguíneos, idade materna avançada, malformações em gestações anteriores, abortamento de repetição ou perdas gestacionais;
  • Renda familiar: Maior risco em famílias de baixa renda – Renda per-capita menor que um salário mínimo;
  • Número de consultas: Menos que 3 consultas até 36 semanas;
  • Condições de trabalho desfavoráveis: Esforço físico excessivo, carga horária extensa, exposição a agentes físicos, químicos e biológicos nocivos, níveis altos de estresse; Condições e intercorrências, clínicas ou obstétricas:
  • Distúrbios endócrinos: Algumas doenças endócrinas podem interferir na gestação e no feto e no recém-nascido, com maior risco de abortamento, como em caso do hipotireoidismo e do hipertireoidismo;
  • Cardiopatias;
  • Pneumopatias;
  • Nefropatias;
  • Anemias e outras hemopatias;
  • Hipertensão arterial sistêmica;
  • Epilepsia e outras neuropatias;
  • Icterícias e colagenoses;
  • Viroses: Rubéola, doença de inclusão citomegálica, herpes simples, hepatites B e C, papilomavírus humano, influenza e HIV;
  • Suspeita ou confirmação de dengue, vírus Zika ou Chikungunya (quadro febril exantemático);
  • Bacterioses: Sífilis, listeriose, brucelose e tuberculose;
  • Protozooses: Toxoplasmose, doença de Chagas e malária;

1º trimestre, 10,5 g/dℓ no 2º e no 3º trimestres e 10 g/dℓ no pós-parto;

  • Tipagem sanguínea (ABO/Rh);
  • Teste de Coombs indireto;
  • Glicemia de jejum;
  • Reações sorológicas: sífilis (VDRL), HIV, hepatite B (HBsAg) e toxoplasmose (IgG e IgM);
  • Função tireoidiana: TSH;
  • Urina: exame simples de urina (EAS) e cultura para rastrear bacteriúria assintomática;
  • Protoparasitológico de fezes;
  • Colpocitologia oncológica;
  • USG morfológica de 1º trimestre com perfil
  • Rastreamento de clamídia e gonococo por coleta de swab vaginal e endocervical nos grupos considerados de risco. Estratégias para atingir o objetivo:
  • Acolhimento;
  • História clínica;
  • Exame físico;
    • Solicitação de exames complementares.
    • Registro conciso, mas completo;
    • Valorizar informações relevantes à queixa e à especialidade;
    • Evitar mecanizações que apenas ocupam espaço;
    • Reconhecer a HC como um documento que fala não apenas da paciente, mas de quem a interrogou;
    • Seguir uma sequência;
    • Manter a coerência entre as informações e a suspeita diagnóstica e entre esta e a conduta proposta. Roteiro:
    • Identificação da paciente: Nome, idade, cor, profissão, estado civil;
    • Lembrar que mulheres de etnia africana são mais propensas ao vício pélvico e à pré- eclâmpsia;
    • Certas profissões podem apresentar risco para a gestação, sejam por expor a grávida a produtos tóxicos quanto por exigirem grande esforço físico;
    • Estatísticas demonstram maior morbidade e mortalidade materna e fetal entre gestantes solteiras;
    • Motivo da consulta ou queixa principal;
    • Antecedentes familiares: Doenças de transmissão hereditária, cardiopatia, diabetes, hipertensão, epilepsia, neoplasia, etc.;
    • Antecedentes pessoais: Cirurgias prévias, vacinação, uso de medicamentos, acidentes, etc.;
  • Hábitos de vida: Tabagismo, etilismo, uso de drogas ilícitas, prática de atividade física, animais de estimação;
  • História patológica pregressa: Hipertensão, cardiopatia, nefropatia, diabetes, doenças auto- imunes, doenças infecto-contagiosas, tireoideopatias, etc.;
  • História ginecológica: Menarca, ciclos menstruais, cirurgias ginecológicas prévias, uso de métodos anticoncepcionais, número de parceiros, história de DSTs;
  • História obstétrica: ⎯ Data da última menstruação (DUM); ⎯ Idade gestacional; ⎯ Gesta e para (GxPxAx); ⎯ Evolução das gestações anteriores; ⎯ Filhos vivos, estado atual; ⎯ Intervalo interpartal; ⎯ Evolução dos ciclos gravídico-puerperais anteriores; ⎯ Tipos de parto anteriores.
  • Idade gestacional pela DUM;
  • Idade gestacional pela 1º ecografia;
  • Data provável do parto: → Regra de Näegele (A partir da D.U.M): o Dia do mês + 7 o Mês do ano – 3 (ou +9)
  • Se a DUM ocorreu em janeiro, fevereiro ou março:
  • Saco gestacional ➜ Visível com 4-5 semanas de gestação; - Vesícula vitelínica ➜ Visível com 5,5 semanas de gestação; - A vesícula vitelínica é a primeira estrutura a aparecer dentro do saco gestacional, ajudando a confirmar a uma gestação intrauterina; - Se o diâmetro médio do saco gestacional (DMSG) é maior ou igual a 8 mm é possível visualizar a vesícula vitelínica; - Embrião ➜ Visível a partir da 6º semana de gestação; - A atividade cardíaca do embrião é visualizada no ultrassom entre 5,5 e 6 semanas; - Quando não se observa batimentos cardíacos em um embrião com 7 mm ou mais a gestação é inviável; - Feto com ossos calcificados ➜ A partir da 12º semana de gestação; - Placenta ➜ A partir da 12º semana de gestação. Avaliação Ecográfica no 2º Trimestre: - Circunferência cefálica e Comprimento Femoral; - Avaliar peso e biometria fetal; - Avaliar placenta e líquido amniótico; - Avaliar morfologia fetal; - Identificar malformações fetais; - Avaliar morfologia e função cardíaca fetal. Queixas comuns: - As queixas mais comuns são relativas a: náuseas, azia, cãibras nas pernas, dores lombares e pélvicas, obstipação, veias varicosas e edemas;
  • Recomenda-se saber o valor de IMC da gestante antes de engravidar;
  • IMC pré gravídico < 19,8: O ganho de peso normal está entre 12,5 e 18 kg;
  • IMC pré gravídico entre 19,8 e 26: O ganho de peso varia entre 11,5 e 16kg;
  • IMC pré gravídico entre 16 e 19: O ganho é entre 7 e 11,5 kg;
  • IMC pré gravídico > 29: O ganho considerado normal é menor que 7 kg.
  • Entre 24 e 28 semanas: Teste oral de Tolerância à Glicose 75 grama – 2 horas jejum, 1 hora, 2 horas;
  • No 3º trimestre: e ⎯ Hemograma; ⎯ Urocultura com antibiograma; ⎯ VDRL; ⎯ Anti-AIV. ⎯ HBsAg; ⎯ Toxoplasmose, quando negativo no 1º trimestre; ⎯ * Coombs indireto, se necessário; ⎯ Swab vaginal e anal entre 35 e 37 semanas. - Durante a gravidez não devem ser realizadas as vacinas com vivos vivo; - As vacinas contra hepatite B e contra tétano e difteria (dT) podem ser realizadas durante a gestação caso a gestante não apresente esquema vacinal completo; - As vacinas contra influenza (inativada), COVID- 19 (inativada) e contra tétano, difteria e coqueluche (dTpa) devem ser oferecidas a todas as gestantes; - Coqueluche (dTpa) – Imunizar o RN através da imunização da mãe / repetida a cada gravidez; - dT= duplo de adulto + componente pertusse acelular; - Esquema de vacinação da dT/DTPa: ⎯ Se dT completo, faltando uma dose ou reforço= 1 dTpa 20º semana e pelo menos até 20 dias antes do parto; ⎯ Se só fez 1 dose de dT = fazer 1 dT e 1 dTpa; ⎯ Se nenhuma dT= 2 doses de dT e 1 dTpa. IMC = peso (kg) altura (m)²
  • Sulfato ferroso: 200mg = 40 mg de Ferro elementar;
  • Ácido fólico (B9): Evitar defeitos de fechamento do tubo neural (anencefalia, espinha bífida, encefalocele): ⎯ Dose padrão: 400 mcg/dia 30 dias antes da concepção até o final da gestação (* semanas); ⎯ Paciente de alto risco (uso de anticonvulsivantes, síndrome disabsortiva, após cirurgia bariátrica) - 5 mg desde 3 meses antes da concepção.
  • Ômega 3: Ácido docosaexaenoico (DHA) ➜ encontrado em óleos de peixes ➜ Ajuda no desenvolvimento do SNC e sistema ocular- 1g/dia – no 3º trimestre.