




























































































Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
Livre Arbítrio x Predestinação, Graça Irresistível x Vontade Permissiva... Para todos os que se interessam pela teologia, não é segredo que o mundo protestante/evangélico se divide em arminianos e calvinistas.
Tipologia: Transcrições
1 / 741
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
Todos os direitos reservados. Copyright © 2015 para a língua portuguesa da Casa Publicadora das Assembleias de Deus. Aprovado pelo Conselho de Doutrina.
Título do original em inglês: The Works of James Arminius, vol. Derby, Miller and Orton, Auburn e Buffalo, EUA Primeira edição em inglês: 1853 Tradução: Degmar Ribas
Preparação dos originais: Daniele Pereira Capa: Jonas Lemos Editoração e projeto gráfico: Elisangela Santos Conversão para e-Pub: Cumbuca Studio
CDD: 201.1 - Teologia Cristã ISBN: 978-85-263-1302- ISBN: 978-85-263-1355-
As citações bíblicas foram extraídas da versão Almeida Revista e Corrigida, edição de 1995, da Sociedade Bíblica do Brasil, salvo indicação em contrário.
Para maiores informações sobre livros, revistas, periódicos e os últimos lançamentos da CPAD, visite nosso site: http://www.cpad.com.br.
SAC — Serviço de Atendimento ao Cliente: 0800-021- Casa Publicadora das Assembleias de Deus Av. Brasil, 34.401 – Bangu – Rio de Janeiro – RJ CEP 21.852-
1ª edição: Agosto/ Tiragem: 5.
esquema de doutrina teológica conhecido durante os últimos dois séculos como Arminianismo não recebeu essa denominação pelo fato de Armínio^1 ter sido o seu autor, mas porque ele coletou e in- corporou, em um único sistema, as observações dispersas e frequentemente incidentais dos patriarcas cristãos e dos primeiros clérigos protestantes, e também explicou e defendeu este esquema de forma mais plena e definitiva do que qualquer outro autor anterior. Os seus principais pontos, condicion- ais, em oposição à predestinação absoluta, e geralmente em oposição à re- denção particular, foram defendidos pelos patriarcas que floresceram antes de Agostinho, por Crisóstomo e outros patriarcas gregos contemporâneos — por Erasmo na Holanda, por Melâncton na Alemanha, por Hemmingius na Dinamarca, por Snecanus na Frísia, por Latimer na Inglaterra, e por muitos outros teólogos eminentes em diferentes partes da Europa, antes de 1589, quando Armínio descartou os pontos de vista de Calvino e abraçou as ideias que defendeu de forma hábil. Essas opiniões foram nutridas pela maioria dos luteranos na Alemanha, no Norte da Europa e nos Estados Unidos, pela Igreja da Inglaterra e pela Igreja Episcopal Protestante deste país, pelas maiores denominações não sustentadas pelo estado, que envolvem, sob vários nomes, os seguidores de Wesley em todas as partes do mundo, e por algumas denominações menores. A visão oposta foi obtida nas igrejas da Suíça, da Holanda e da Escócia, juntamente com os independentes, presbi- terianos e congregacionalistas (com exceção dos Unitários) ingleses. A maior denominação dos batistas é a calvinista, enquanto os batistas gerais da Inglaterra e os batistas livres ingleses, sendo ambas igrejas numerosas e
influentes, são decididamente arminianas.
Não se pode negar que muitos, afirmando ser arminianos, porém mais distantes do Arminianismo genuíno do que Armínio ou Wesley estavam distantes do calvinismo, tornaram-se pelagianos ou socinianos, e trouxeram o ódio de seus erros ao sistema — sistema que aderiram apenas nominalmente. Por outro lado, é igualmente verdade que o Arminianismo exerceu uma influência muito evid- ente, em particular no último século, na modificação dos pontos de vista de pró-calvinistas professos, ou, se não os seus pontos de vista, os seus modos de apresentá-los, de modo que a doutrina dos de- cretos absolutos perdeu a sua proeminência em seu ensino, e muitos dos teólogos mais capazes entre os calvinistas têm defendido os pon- tos de vista arminianos sobre a expiação. É notável que, embora tenha havido tantos defensores desse sistema, e tantos estudos pub- licados em inglês elucidando e defendendo esses pontos de vista, as obras teológicas completas de Armínio nunca tenham sido publica- das em uma tradução em inglês. James Nichols, de Londres, um compilador experiente, mas provavelmente mais versado na contro- vérsia arminiana e calvinista da Holanda do que qualquer outro inglês de sua época, assumiu e realizou parcialmente esse trabalho. Sua tradução, embora muito sobrecarregada com inúmeras notas que, em sua maioria, contêm informações bastante curiosas em vez de valiosas para a maioria dos leitores, é, em geral, uma cópia fiel do original. A obra foi publicada em dois grandes volumes in-octavo , o primeiro em 1825 e o segundo em 1828, e abrange quase dois terços das obras de Armínio, tendo sido publicada na Holanda e na Ale- manha em várias edições entre 1610 e 1635. Esta tradução foi cuida- dosamente revisada para esta edição, e sua fraseologia foi alterada nos trechos em que a mudança pareceu ser muito desejável, mas o significado foi afetado apenas em alguns casos. O editor americano está convencido de que, nestes casos, Nichols interpretou mal o
8/
mas as opiniões contidas nela são apenas uma repetição das ideias contidas na Declaração de Sentimentos de Armínio e em todas as suas outras obras. Em vista de sua formação inicial e da prática universal dos es- critores teológicos dessa época, pode-se esperar que Armínio tenha adotado a fraseologia e o estilo dos escolásticos. Isso foi, até certo grau, verdadeiro sobre ele. No entanto, acreditamos que será descoberto, na leitura de seus escritos, que Armínio foi menos escolástico em seu estilo e mais prático e bíblico, tanto em seus pon- tos de vista quanto em seu modo de apresentá-los, do que a maioria de seus contemporâneos. Na verdade, nós arriscamos afirmar que nenhum escritor daquela época o igualou nesses aspectos. Isto, somado a outras considerações, torna esta obra uma contribuição aceitável para a nossa literatura teológica. Desejamos que este seja o conceito dos leitores da obra. Se assim for, o editor americano irá considerar que o seu trabalho realizado e exercido principalmente a partir de sua admiração pelo caráter e pelo sistema teológico de Armínio foi amplamente recompensado.
W. R. BAGNALL
(^1) N. do E.: Ao longo da obra foi adotado o nome em português, embora o título se baseie no original em inglês.
10/
Breve Biografia de Jacó Armínio
Orações
I. O Sacerdócio de Cristo
II. O Objeto da Teologia
III. O Autor e o Objetivo da Teologia
IV. A Certeza da Teologia Sagrada
V. Sobre a Reconciliação de Dissensões Religiosas entre Cristãos
DECLARAÇÃO DOS SENTIMENTOS
Observações Introdutórias e Explicativas
VI. Sobre a Predestinação
VII. Sobre a Providência Divina
VIII. Sobre o Livre-Arbítrio do Homem
IX. Sobre a Graça de Deus
X. Sobre a Perseverança dos Santos
XI. Sobre a Certeza da Salvação
XII. Sobre a Perfeição dos Crentes nesta Vida
“castigos”, mas são punições pelos pecados. Porque Cristo só prestou a devida satisfação pelas punições eternas
X. Não é possível provar, com base nas Escrituras, que os fiéis que viveram sob o Antigo Testamento, antes de ascensão de Cristo, fo- ram para o céu
XI. Não se sabe ao certo se os crentes sob o Antigo Testamento en- tendiam que as cerimônias legais eram tipos de Cristo e de seus benefícios
XII. Cristo morreu por todos os homens, e por cada indivíduo
XIII e XIV O pecado original não condena homem nenhum. Em to- das as nações, todas as crianças que morrem sem [ter cometido] nenhum pecado são salvas
XV. Se os pagãos, e os que são estranhos ao verdadeiro conheci- mento de Deus, fazem essas coisas para as quais são capacitados pelos poderes da natureza, Deus não os condenará, mas recom- pensará essas suas obras com um conhecimento mais amplo, pelo qual eles poderão ser levados à salvação
XVI. As obras dos pecadores não regenerados podem ser agradáveis a Deus e são (segundo Borrius) a oportunidade e (segundo Armínio) a causa impulsiva pela qual Deus será levado a conceder-lhes a sua graça salvadora
XVII. Deus não negará a sua graça a ninguém que faça o que estiver nEle
XVIII. Sem dúvida, Deus converte, sem a pregação externa do Evan- gelho, um grande número de pessoas ao conhecimento salvador de Cristo, entre elas [ubi est] as que não tiveram uma pregação externa; e Ele realiza tais conversões, seja pela revelação interna do Espírito Santo, seja pelo ministério dos anjos. (BORRIUS & ARMÍNIO
13/
XIX. Antes de seu pecado, Adão não tinha a capacidade de crer, porque não havia necessidade da fé; Deus, portanto, não podia exi- gir dele a fé, depois da queda
XX. Não é possível provar, com base nos textos sagrados, que os an- jos agora são confirmados em seu estado
XXI (I). É um novo modo de falar, herege e sabeliano, ou melhor, é blasfemo dizer que “o Filho de Deus é autotheos (o próprio Deus)”, pois somente o Pai é Deus, mas não o Filho do Espírito Santo
XXII (II). É o cúmulo da blasfêmia dizer que Deus é livremente bom
XXIII (III). Com frequência, uma criatura que não está totalmente endurecida no mal não se mostra disposta a realizar uma ação pelo fato de esta ação ser pecaminosa; a não ser quando certos argu- mentos e ocasiões são apresentados a ela, os quais agem como incit- ações à sua comissão. [Administratio.] A gestão dessa apresentação também está na mão da Providência de Deus, que apresenta essas incitações, para que Ele possa realizar a sua própria obra através do ato da criatura
XXIV (IV). A Justiça de Cristo não nos é imputada como justiça; mas acreditar [ou o ato de crer] nos justifica
XXV (V). O conjunto total da forma como comparecemos diante de Deus nos justifica. Mas nós não nos apresentamos diante de Deus apenas pela fé, mas também pelas obras. Portanto, somos justifica- dos diante de Deus, não somente pela fé, mas também pelas obras
XXVI (VI). A fé não é o instrumento de justificação
XXVII (VII). A fé não é o dom puro de Deus, mas depende, parcial- mente, da graça de Deus, e parcialmente dos poderes do livre-ar- bítrio; de modo que, se uma pessoa quiser, poderá crer ou não
XXVIII (VIII). A graça suficiente para a salvação é concedida aos
14/
VII. Sobre o Primeiro Pecado do Primeiro Homem
VIII. Sobre os Pecados Atuais
IX. Sobre a Justiça e a Eficácia da Providência de Deus a Respeito do Mal
X. Sobre a Justiça e a Eficácia da Providência Divina a Respeito do Mal
XI. Sobre o Livre-Arbítrio do Homem e seus Poderes
XII. Sobre a Lei de Deus
XIII. Sobre a Comparação da Lei e do Evangelho
XIV. Sobre o Ofício de nosso Senhor Jesus Cristo
XV. Sobre a Predestinação Divina
XVI. Sobre a Vocação dos Homens para a Salvação
XVII. Sobre o Arrependimento
XVIII. Sobre a Igreja e sua Cabeça
XIX. Sobre a Justificação do Homem diante de Deus
XX. Sobre a Liberdade Cristã
XXI. Sobre o Pontífice Romano e os Principais Títulos que lhe São Atribuídos
XXII. O Caso de todas as Igrejas Protestantes ou Reformadas, com Respeito à sua Suposta Secessão
XXIII. Sobre a Idolatria
XXIV. Sobre a Invocação dos Santos
XXV. Sobre a Magistratura
16/
DE JACÓ ARMÍNIO
ACÓ ARMÍNIO nasceu em Oudewater, uma pequena cidade perto de Utrecht, na Holanda, no ano de 1560. Seus pais eram pessoas respeita- das da classe média. Seu pai era um mecânico engenhoso que atuava no comércio como cuteleiro. Seu sobrenome era Herman, ou, segundo al- guns, Harmen. Como era de costume aos homens daquela época, que latin- izavam os seus próprios nomes, ou os substituíam por nomes latinos que se adequassem mais a eles no som ou no significado, Armínio escolheu o nome do líder célebre dos alemães do início do primeiro século. Enquanto Armínio ainda era uma criança, seu pai morreu, e ele, juntamente com um irmão e uma irmã, foi deixado aos cuidados de sua mãe viúva. Theodore Aemilius, um clérigo de piedade e educação distintas, que na época residia em Utrecht, familiarizou-se com as circunstâncias da família e encarregou- se da educação da criança. Armínio residiu com esse homem excelente até seu décimo quinto ano, quando a morte o privou de seu patrono. Durante esse período, ele exibiu traços incomuns de genialidade, e foi inteiramente instruído nos elementos da ciência e, em particular, nos rudimentos das lín- guas latina e grega. Ele foi levado a dedicar-se ao serviço de Deus, e tornou- se, embora muito jovem, um exemplo de homem piedoso.
Nessa época, Rudolph Suellius, natural de Oudewater, morava em Marpurg, em Hesse. Rudolph mudou-se para Marpurg a fim de afastar-se da tirania dos espanhóis. Ele era um homem de grande renome no ensino da matemática e das línguas. Ao visitar sua terra
ao sistema de Aristóteles. Ele então se retirou para a Universidade da Basileia, e residiu ali por um ano, durante uma parte do qual, como era de costume para os melhores alunos de graduação, minis- trou aulas expositivas sobre temas teológicos, tendo como base o curso universitário comum. Por essas e outras exposições de sua erudição, Armínio adquiriu grande reputação, e, na véspera da sua partida da Basileia, a faculdade de Teologia da Universidade da Basileia ofereceu-lhe o título e o diploma de Doutor. Ele recusou esse título modestamente, alegando, como motivo, sua juventude. O sentimento despertado contra ele na Universidade de Genebra por conta de sua adesão à filosofia de Ramus diminuiu de forma con- siderável. Ele então retornou para aquela universidade, e permane- ceu ali durante três anos, dedicando-se ao estudo da divindade. No final desse período, vários de seus jovens compatriotas que também estavam estudando em Genebra partiram rumo a uma ex- cursão pela Itália. Armínio decidiu fazer uma excursão semelhante, e foi particularmente inclinado a realizar a viagem pelo desejo de ouvir James Zabarella, que naquela época era um professor de Filo- sofia da Universidade de Pádua, altamente distinto. Ele permaneceu em Pádua durante um curto espaço de tempo, e também visitou Roma e alguns outros lugares da Itália. Essa viagem foi consid- eravelmente vantajosa para ele, uma vez que lhe proporcionou a oportunidade de familiarizar-se, através da observação pessoal, com o “mistério da iniquidade”. Além disso, pode explicar o zelo e o vigor com os quais Armínio se opôs posteriormente a muitas das doutri- nas e pressupostos do papado. No entanto, a excursão foi temporari- amente prejudicial para Armínio, tendo em vista que ele incorreu no desagrado de seus patronos, isto é, o Senado de Amsterdã. É provável que esse descontentamento tenha sido originado e intensi- ficado por algumas pessoas perversas que deturparam gravemente as motivações de Armínio ao visitar a Itália. Mas tudo isso caiu por terra através das declarações de Armínio em seu retorno à Holanda,
19/
no outono de 1587. No início do ano seguinte, depois de um exame perante a Classe de Amsterdã, Armínio foi licenciado para pregar, e a pedido das autoridades da igreja, iniciou o seu ministério público naquela cidade. Seus esforços no púlpito foram recebidos com muita predileção, de modo que ele foi chamado, com unanimidade, para o pastorado da igreja holandesa em Amsterdã, tendo sido ordenado no décimo primeiro dia de agosto de 1588. Certas circunstâncias ocorreram durante o ano seguinte, fatos que, em seu resultado, exerceram uma grande influência sobre os pontos de vista doutrinários de Armínio, e no final conduziram Armínio a adotar o sistema que leva seu nome. No ano de 1578, Coornhert, um homem profundamente religioso, e que havia prestado serviços importantes ao seu país e à Reforma, colocando sua própria vida em risco, em uma discussão com dois ministros calvinistas de Delft, atacou os pontos de vista peculiares de Calvino sobre a Predestinação, a Justificação e a punição dos hereges com a morte de forma magistral e popular. Ele então publicou seus pontos de vista e defendeu uma teoria substancialmente conhecida posteri- ormente como a teoria arminiana, embora parte de sua fraseologia não estivesse guarnecida o suficiente. Seu panfleto foi respondido em 1589 pelos ministros de Delft, mas em vez de defender o ponto de vista supralapsariano de Calvino e Beza, que havia sido o objeto particular do ataque de Coornhert, eles apresentaram e defenderam as visões mais baixas ou sub- lapsarianas, e atacaram a teoria de Calvino e Beza. O panfleto dos ministros de Delft foi transmitido a Armínio por Martin Lydius, pro- fessor em Franeker, pedindo que Armínio defendesse o seu ex-pre- ceptor. Ao mesmo tempo, o senado eclesiástico de Amsterdã pediu- lhe para expor e refutar os erros de Coornhert. Ele iniciou o trabalho imediatamente, mas ao pesar detalhadamente os argumentos a fa- vor do ponto de vista supralapsariano e os argumentos em prol do sublapsarianismo, Armínio inclinou-se a este último, em vez de
20/